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Fratura de Antebraço

R3 Miguel Vieira de Mello Neto


Hospital Regional de Ponta Grossa
Dezembro/2022
Plano de apresentação
• Anatomia
• Epidemiologia
• Mecanismo
• Monteggia, Galeazzi, Essex Loprest
• Classificação
• Tratamento
• Complicações
Anatomia
• Prono-supinação
• Radio roda sobre a ulna

• Estabilidade:
• ARUD
• ARUP
• Membrana interóssea (principal 70%)

• União radio e ulna


• Supinador
• Pronador quadrado e redondo
Desvios
• Bíceps e Supinador x Pronador redondo

• Fratura entre supinador e pronador:


• Grande supinação do FP e pronação do FD

• Fratura após o pronador:


• pequena supinação/neutro do FP
Epidemiologia
• Adulto:
• 1% das fraturas do adulto
• Homem (70%)
• Jovem ( 15-40 anos)
• 11% expostas // 86% traço simples
• Galeazzi (23% das fraturas antebraço) > Monteggia (13%) > Essex Lopress

• Criança:
• 3ª fratura mais comum da criança ( Radio distal > Supracondiliana)
• Fratura exposta mais comum (2ª: fratura de tíbia)
• Refratura mais comum
• Deformidade plástica, galho verde, completa
Mecanismo
• Alta energia
• Trauma direto (mais comum)
• Acidente automobilístico, agressão
• FAF

• Trauma indireto (quedas):


• Carga axial + cotovelo em extensão + rotação
• Fraturas-luxações
• Mais comum nas crianças (extensão cotovelo + pronação AB + dorsiflexão punho)
Lesões Associadas

• 1/3 ocorrem de maneira isolada

• Contusão do envoltório muscular e cutâneo


• Luxações
• Fratura de úmero (cotovelo flutuante)
• Síndrome Compartimental Aguda
• Lesão Neurovascular
Quadro
Clinico
• Dor, Edema, Deformidade
• Limitação funcional

• Exame físico:
• Sinais de SCA (dor
desproporcional)
• Exame neurovascular
• Avaliação de partes moles
Exames – Radiografia
• AP e perfil
• Contemplar articulações adjacentes

• AP:
• Base do estiloide ulnar, encurtamento radial > 5mm
• Alargamento da ARUD
• Perfil:
• Linha radio-capitulo
• Luxação dorsal/volar da ulna
Classificação AO
• Antigamente (22):
• A (simples), B (cunha), C ( complexa)
• 1: ulna; 2: radio; 3: ambos

• Radio diafisário (2R2) /// Ulna Diafisária (2U2)


• A: simples (espiral, obliqua, transversa)
• B: cunha (intacta, fragmentanda)
• C: complexa (segmentar intacta; segmentar fragmentada)
Fraturas Especiais

Galeazzi

Monteggia

Essex - Lopresti
Fratura de Galeazzi
• Fratura diafisária do radio + luxação da ARUD

• Mecanismo:
• Carga axial + cotovelo extensão +
• Pronação (adulto) -> ulna luxa para dorsal
• Supinação (criança) -> ulna luxa para volar
Classificação Walsh
Tipo I: Fratura até 7,5cm
da ARUD: mais estável

Tipo II: Fratura > 7,5cm


da ARUD: mais instável
Tratamento Cirúrgico
• Com a Fixação do radio a ARUD tende a reduzir

• Ao final testa a estabilidade da ARUD


• Estável: imobiliza por 6 semanas
• Instável: Fixa 2 FK de ulnar para radial em supinação (luxação
dorsal) por 6 semanas
• Instável com fratura: Fixa estiloide da ulna

• Redução da ARUD:
• Supinação: reduz a luxação dorsal
• Pronação: reduz a luxação volar
• Dificuldade: interposição do EUC, Extensor próprio do 5º dedo
Fratura de Monteggia
• Fratura da ulna + luxação da cabeça do radio

• Dificuldade para redução:


• Interposição do ligamento anular
• Acesso de kocher

• Classificação Bado:
• Angulação do ápice da fratura da ulna
• Direção da luxação da cabeça do radio
• 4 tipos
+ comum em crianças e
BADO 1 população em geral

Fratura diafisaria da ulna com angulação volar


+
Luxação Anterior da cabeça do radio

• Mecanismo:
• Trauma direto
• Carga axial + hiper/extensão do cotovelo +
PRONAÇÃO antebraço

• Divergência:
• Campbell: Tipo mais comum no adulto
• Rockwood: tipo mais comum na criança
Campbell: Tipo mais comum na criança

BADO 2 *Rockwood: tipo mais comum do adulto

Fratura metafisária proximal ou diafisária obliqua da ulna com angulação posterior


+
Luxação da cabeça do radio posterior ou póstero-lateral
• Mecanismo:
• Trauma direto
• Carga axial + cotovelo flexão 60° + supinado + Valgo

• Associada:
• Fratura da cabeça do radio e coronoide
• Piores resultados
• Lesão do nervo ulnar
Classificação Jupiter – Bado 2

2A: Fratura a nível do coronoide

2B: Fratura distal ao cornooide

2C: Fratura diafisaria da ulna

2D: Fratura complexa


BADO 3
Fratura metafisaria da ulna
+
Luxação lateral/antero-lateral da cabeça do radio

• Mecanismo:
• Carga axial + cotovelo extensão + pronação + varo

• Praticamente exclusivo da criança

• Associada a lesão do NIP


BADO 4
Fratura de terço proximal de ulna e radio no mesmo nível
+
Luxação anterior da cabeça do radio

• Mecanismo:
• Carga axial + cotovelo extensão + pronação

• Praticamente exclusiva do adulta

• Maior risco de sinostose e SCA


Essex Lopresti

Fratura da cabeça do radio


+
Lesão membrana interóssea
+
Lesão da ARUD
Classificação Edwards Jupiter

Tipo 1:

• Fratura cabeça do radio com grandes fragmentos, com possibilidade de


redução de fixação

Tipo 2:

• Fratura cominuta da cabeça do radio que exige excisão ou prótese

Tipo 3:

• Fratura antiga com migração proximal do radio


Essex Lopresti
• Tratamento:
• Ganhar comprimento do radio e estabilizar ARUD
• Fixar ou protetizar cabeça do radio

• Casos tardios:
• Encurtamento da ulna
• Salve Kapandji
Tratamento Fraturas de Antebraço
• Tratamento Conservador:
• Fratura 2/3 distal da ulna com
• < 10° angulação
• < 50% desvio
Tratamento

• Tratamento cirúrgico
• Princípios:
• redução anatômica
• preservar biologia
• reabilitação precoce
• preservar ADM

• Opções:
• Placa, Parafusos, HIM
• Fixador externo
• Enxerto:
• Perda > 1/3 do diâmetro ou contato < 60%
Inicia pelo osso menos cominuído!!!
Tratamento
• Fratura Exposta
• Limpeza ampla + desbridamento
• Fixação precoce

• Fratura com traço simples


• Estabilidade absoluta com placa e parafuso

• Fratura cominuta:
• Alinhamento ( comprimento, rotação, eixo)
• Placa ponte ( 6 corticais de cada lado)
Tratamento: Acessos
• Henry
• Recomendação: terço distal e médio
• Estiloide radial -> inserção do bíceps
• Desvantagens:
• Risco artéria radial e N. sensitivo radial
• Não tem acesso a face dorsal do radio
(face de tensão – ideal para a placa)
Acesso Henry (terço distal)
Acesso Henry (terço distal)
Acesso Henry Terço Médio
Acesso Henry: Terço proximal

Supinador possui relação com o NIP


Tratamento: Acessos
• Thompson:
• Recomendação: terço proximal e médio
• Tuberculo de Lister -> epicôndilo lateral
• Desvantagens:
• Risco de lesão do NIP
Acesso Thompson: Terço Médio
Acesso Thompson: Terço Médio
Tratamento: Acessos
• Lateral da Ulna:
• Referencia:
• Ponta do olecrano
• Estiloide da Ulna

• Plano:
• Entre EUC (NIP) e FUC (Ulnar)

• Risco de lesão do nervo ulnar


Complicações
• SCA, Lesao NV, Infecção
• PSA, Consolidação viciosa

• Sinostose Radio-ulnar
• FR: acesso único, parafusos grandes em direção a membrana interóssea, fraturas proximais,
trauma alta energia, infecção, atraso no tratamento cirúrgico

• RMS:
• 10% dos casos, devido incomodo do paciente
• Ideal: 12-18 meses
• Risco de refratura em 4 meses após RMS
Espaço para
perguntas e
discussão
Na pediatria
• 3ª fratura mais comum
• Fratura radio distal
• Fratura supra condiliana
• Mecanismo:
• Trauma axial + cotovelo em extensão
• Niveis diferentes: mecanismo rotacional envolvido (prona ou supina)
• Hiperpronação com fratura isolada de radio ou ulna -> luxação ARUD/ARUP
• Locais mais vulneráveis:
• Radio: junção terço médio com o distal
• Ulna: diáfise
• Galho verde:
• Fratura incompleta
• Pronação: ápice dorsal e desvio volar
• Supinação: ápice volar e desvio dorsal
• Deformidade plástica
• Completa


• Tratamento fratura completa
• Desvios aceitáveis (rockwood)
• Terço proximal 10°
• Terço médio 15°
• Terço distal 20°
• Desvio aceitáveis (Sizinio)
• Até 8 anos: PA 20° // Perfil 30°
• 8 – 10 anos: AP 15° // Perfil 20°
• 10-12 anos: AP 10° // Perfil 10°
• Deformidade Plastica
• Mais comum é ulna
• Tipico: galho verde radio + deformidade plástica ulna
• Indicação de Redução (Lovell)
• < 6 anos com angulação > 15-20°
• > 6 anos com angulação > 10°
• Perda rotacional (prono/supinação) > 45°
• Deformidade estticamente inaceitável
• Indicação de redução (Sizinio)
• > 4 anos: angulação > 20°
• Manobra de redução:
• Apoio em 3 pontos
• Força 20-30Kg por 2-3 minutos
Galho verde
• Indicação de redução:
• < 10 anos:
• Angulação > 15-20°
• Perda prono-supimação > 45°
• > 10 anos:
• Angulação > 10-15°
• Perda prono-supinação >30°
• Manobra de redução:
• Contrario ao mecanismo
• Trauma em pronação: ápice dorsal e desvio volar - > redução em supinação
Tratamento cirúrgico
• Indicação:
• Redução insatisfatória
• Associada a SCA
• Fratura exposta
• Cotovelo flutuante
• Métodos:
• Fixação com haste intramedular elástica flexível
• Placa e parafuso: crianças com menos de 2 anos de crescimento e fraturas
cominutas
Complicações
• Perda da redução
• Precoce Mais comum
• Primeiras 2 semanas
• Causa: má técnica na colocação do gesso
• Limitação da mobilidade:
• Complicação tardia mais comum
• Perda da pronação é 2x mais comum que supinação
• Refratura:
• Em média 6 meses após fraturas
• Meninos 3:1 acima de 12 anos
• Terço proximal e médio da diáfise
• Mais comum em galho verde

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