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JULIERKSON DOS SANTOS SOUZA

RE:AP1-FORUM AVALIATIVO

Introdução à Teologia, Revelação e Constituição do Cânon!

UNIDADE I

Teologia sistemática:

Na prática, a teologia se ocupa em compreender e explicar a fé e a experiência


religiosa.

A teologia se faz presente em nossas opiniões relacionadas à fé, manifesta-se na


nossa cosmovisão (visão do mundo) nas nossas orações, cânticos, ensino, sermões e
ritos. Em outras palavras, a teologia é formada pelas nossas respostas a revelação
divina. É o nosso esforço de compreensão da manifestação do sagrado.

Portanto é importante que saibamos que toda teologia é um ponto de vista de alguém
ou de algum grupo a respeito de ideias sobre Deus ou sua revelação.

Definição de teologia sistemática

A teologia sistemática procura organizar a mensagem Cristã em grandes temas,


tais como: Só teologia (doutrina da salvação); pneumatologia (doutrina do Espírito
Santo); cristologia (doutrina de Cristo); harmartiologia (doutrina do pecado);
escatologia (doutrina das últimas coisas); Teodiceia (doutrina da origem do mal) et.

As Fontes da teologia sistemática

A teologia sistemática faz uso de várias Fontes. Sua fonte primária é a sagrada
escritura, mas nos seu esforço de compreensão e explicação ela recorre a exegese,
teologia bíblica, história da igreja e da religião, filosofia e outras Fontes conforme a
necessidade. Vejamos algumas dessas Fontes.

l) As escrituras

a bíblia é a fonte primária de toda a teologia cristã. O teólogo cristão ao defrontar se


com as escrituras, parte do pressuposto de que a fé é o registro da revelação de Deus.
Ela é, em sentido amplo, a palavra de Deus.
ll) A exegese

A exegese, no seu esforço de “trazer para fora” o sentido do texto, faz uso das
ferramentas, crítica textual, crítica literária e a história. O exegeta procura saber os
antecedentes históricos do autor, do contexto e do destinatário. Todo esforço é
dedicado para elucidar o texto e compreender a mensagem

III) teologia bíblica

A teologia bíblica estuda e pesquisa a mensagem do antigo e novo testamento e


com seu estudo esclarece e constrói doutrinas; por outro lado a teologia sistemática,
partindo das doutrinas as analisa a partir das escrituras, verificando se a doutrina ou
dogma é coerente.

IV) Dogma e dogmática

O pensamento do gramático torna-se um obstáculo para Transmissão de uma fé


viva que se atualiza em cada época. Por isso, uma teologia não pode ser dogmática,
mas precisa colocar-se aberta para novas compreensões acerca da revelação.

A importância da teologia sistemática no trabalho do teólogo

A teologia sistemática, por sua forma orgânica e didaticamente estruturada, torna


se uma excelente ferramenta para o ensino cristão. professores de escola dominical,
pregadores do evangelho e estudantes de teologia não podem abrir mão do produto
do trabalho dos teólogos sistemáticos. A teologia sistemática serve de apoio à
apologética ao trabalho pastoral, as decisões éticas e outras atividades nas quais o
entendimento da revelação se faz necessário. A idolatria das ideias pode levar a
esterilidade, insensibilidade e à crueldade. Quando achamos que tudo que podemos
saber sobre uma doutrina já foi definido, caímos na esterilidade, fechamos a porta
para o conhecimento e atualização. Podemos, também, concentrar nos tanto em
nossas Ideias, que perdemos a sensibilidade para as necessidades das pessoas. A
história da igreja é testemunha das inúmeras perseguições aos hereges. Herege, neste
contexto, é sempre aquele que pensa diferente da maioria ou dos que controlam o
poder eclesiástico. a idolatria das Ideias tem feito muitas vítimas ao longo da história e
impedido que a revelação dinâmica de Deus se atualize para cada geração. O resultado
disso é a perda de diálogo da igreja com as Ideias de seu tempo e a perda na eficácia
da comunicação do evangelho. Alguns pensamentos repetidos ao longo do tempo vão
perdendo sentido para as gerações seguintes. A teologia sistemática compreendida
com a verdade estará sempre aberta a analisar, reafirmar e corrigir a doutrina. A
exposição clara e coerente da doutrina, evita aquilo que denomina de teologia da
repetição.

Métodos de estudo e pesquisa em teologia sistemática

Não é a quantidade de leitura que nos faz competente em uma área, inclusive, a
leitura exagerada e sem método pode ser até prejudicial. Quando Lemos obras de
teologia sistemática não fazemos por entretenimento, mas com a intenção de
aprender, analisar, e estudar determinado tema teológico. Fichamentos, mapas
conceituais são alguns dos exemplos.

Principais obras de teologia sistemática em língua portuguesa

1-SUMA TEÓLOGICA DE TOMAZ DE AQUINO

2-TEOLOGIA SISTEMÁTICA DEWOLFHART PANNENBERG

3-TEOLOGIA SISTEMÁTICA DE PAUL TILICH

4-TEOLOGIA SISTEMÁTICA DE AUGUSTO H.STRONG

5-TEOLÓGIA SISTEMÁTICA LOUIS BERKOF

6-TEOLOGIA SISTEMÁTICA DE MILLARD J. ERICKSON

7-TEOLOGIA SISTEMÁTICA DE WAINE GRUDEN

8-TEOLOGIA SISTEMÁTICA DE STANLEY HORTON

9-TEOLOGIA SISTEMÁTICA DE FRANKLIN FERREIRA E ALAN MYATT

10-TEOLOGIA SISTEMÁTICA, HISTORICA E FILOSOFICA DE ALISTER E. MCGRATH

UNIDADE II

1. A razão e a dinâmica da salvação


A revelação de Deus passa pelo filtro da razão humana e depende, em uma
grande parte, de nossa capacidade de conhecer. É importante discutirmos sobre o
campo da epistemologia, a ciência ou teoria do conhecimento. A epistemologia
constitui o ramo da filosofia que estuda a relação entre sujeito e objeto no ato do
conhecimento, bem como os limites, alcances, os métodos e validades do
conhecimento humano e da ciência. Em outras palavras, há epistemologia quer saber
como o ser humano conhece.

1.1- Razão

Quando nós, na atualidade, nos referimos a razão, concebemos aquela parte do


nosso funcionamento cerebral ou de nossa mente que processa a informação e avalia
de forma lógica. Costumamos também, a separar em dois Campos distintos, embora
ambas participem do nosso processo de avaliação: julgamento e decisão.

O conceito clássico de razão: no passado na tradição filosófica clássica, a razão


reunia funções cognitivas, Estéticas, emocionais, intuitivas, práticas e técnicas. De
acordo com esse conceito, a razão é tanto objetiva quanto subjetiva, e seu lócus
(simbólico) é tanto a mente como o coração. As “razões do coração” se refere as
funções estéticas, emocionais intuitivas que o conceito moderno de razão tende a
ignorar.

A razão técnica: a mudança de um conceito mais abrangente de razão (razão


antológica ou clássica) para o conceito restrito de razão técnica levou um bom tempo.
Alguns movimentos filosóficos contribuíram de forma decisiva: o empirismo inglês
(século XVII), e o positivismo (século XIX). A partir de então, surgiu a crença de que
tudo que não se pode provar cientificamente é considerado superstição. Essa forma de
pensamento marcou o modo de pensar e interpretar o mundo na era moderna.
Passou-se a supervalorizar a ciências matemáticas e da natureza e a menosprezar
outros tipos de conhecimento. A teologia e a metafísica foram relegadas ao
esquecimento sem nenhum destaque entre as áreas de conhecimento humano. Cabe
ressaltar que o modo de pensar moderno(técnico) teve impacto sobre a teologia. a
teologia se deixou contaminar pelo espírito desse tempo tanto a teologia liberal como
a ortodoxia beberam nesta mesma fonte: uma com sua crítica racional e a outra com
seu esforço artificial de harmonização de textos; ambas com a mesma lógica da razão
técnica: verificação e apresentação de evidências.

1.2-Razão e revelação

A razão é limitada porque o ser humano é finito. o ser humano não chega a
Deus por meio racionalização. São os limites da razão que suscitam a pergunta pela
revelação.

Considerar os limites da razão é fundamental para a aproximação de qualquer


área do conhecimento. Como seres em estado de alienação, nossa razão é alienada.

O ser humano depende de revelação para compreender as coisas de Deus. Todavia,


como está

escrito em:(2corintios 2:9-11.)

1.3-A estrutura do conhecimento

A razão clássica ou antológica reunia no processo de conhecimento não apenas o


elemento cognitivo que envolve o pensamento, a memória, o raciocínio e a
imaginação, mas também a intuição vidro a estética e o amor.

No antigo testamento vemos que o sentido de conhecer é o mesmo de ter uma


“relação sexual”. (Genesis 4: 1,2). Conhecer a Deus não é o mesmo que ter acesso a
informações sobre Deus. O conhecimento entre o criador e o ser humano se
estabelece em termos de uma relação pessoal. Conhecer a Deus envolve amor,
envolvimento, participação e união.

2. Palavra e revelação no antigo testamentos e novo testamentos

Apesar da revelação está além da razão (já que a razão é limitada e por si só não
alcança ou absoluto), dependemos da razão para receber a revelação. razão e
revelação precisam andar juntas para termos um conhecimento imparcial, das coisas
de Deus.

2.1-Revelação e inspiração
Deus se revela de muitas maneiras (hebreus 1.1-2) no antigo testamento,
consultava se o senhor por meio de sorteio vibra sonhos ou profetas (1 Samuel 28.6).
Para Pannenberg (2009, p.276),” tanto o conteúdo dos sonhos, tanto a decisão
conseguida por meio de sorteio objetivo realizado pelo sacerdote, foram atribuídos ao
próprio Deus de Israel. A informação do profeta era considerada como a própria
palavra de Deus”.

Todo esse processo de revelação é compreendido como inspiração. E o que vem a


ser “inspiração”? Strong (2003, p.293) Nos diz que:

Inspiração é uma influência do espírito de Deus. Não é simplesmente um fenômeno


da natureza, ou um capricho psicológico, mas o efeito da operação interior do espírito
divino atual. Contudo virgula a inspiração não é uma influência sobre o corpo, mas
sobre a mente. Deus garante seu fim, não através da comunicação exterior ou
mecânica, mas despertando os poderes racionais do homem. Strong ainda faz uma
diferenciação entre revelação e registro para ele, os escritos dos homens inspirados
são registros de uma revelação. Eles não são, para si mesmo a revelação. Finalmente,
cabe destacar a ênfase strong na finalidade da revelação e dos escritos: um propósito
religioso. A bíblia não é um livro de contos ou de ciência, mas de religião. Segundo ele,
o propósito é conduzir a Cristo e a salvação.

2.2-Revelação como experiência histórica

A bíblia reúne diversos livros que relatam histórias. Os povos antigos faziam sua
leitura do mundo contando histórias. Israel conta a sua história e nela encontra
significado. Para Israel, Deus revelava sua vontade na história. Não é por acaso que
Israel se dedica entusiasticamente em registrar sua história nos fatos registrados, Deus
era revelado ao seu povo.

O que Funda a revelação de Israel com Deus não é a teofania no Sinai,


mas sim o acontecimento do êxodo. (Queiruca,2010, p.51).

2.3-Revelação como palavra de Deus


A palavra era dita e algum tempo depois escrita. com o tempo, esse processo
produziu uma certa” intelectualização da revelação”. Tillic apresenta 6 sentidos
diferentes para o termo” palavra de Deus."

1. Palavra como princípio da automanifestação divinas: (João1:1)


2. Palavra como meio de criação:( Genesis 1:11)
3. Palavra como manifestação da vida divina na história da revelação (2pedro
1: 19-21
4. palavra como manifestação da vida divina na revelação final:( João 1: 14)
5. Como documentação da revelação final (a bíblia) :(2Timóteo 3:16)
6. Para como mensagem da igreja: (2 Timóteo 4;2).

Reduzir o significado da palavra de Deus há apenas um contribui para uma


interpretação errônea da doutrina da palavra de Deus., e o conceito de divindade
vai se refinando e se tornando mais transcendente e mais distante do ser humano
pecador surge a necessidade de mediadores: senhor, espírito de Deus, sabedoria de
Deus e palavra de Deus.

A palavra de Deus, falada ou escrita, passa a representar o próprio Deus.

2.4-Revelação original e revelações dependentes

Se para revelação original usamos a expressão” inspiração”, para as revelações


dependentes aplicamos o termo” iluminação”. Está sendo iluminado o cristão, o
pregador, O Mestre, a congregação quando experimenta o êxtase da revelação.

As revelações dependentes não alteram nem acrescentam a revelação original, e


tão pouco podem contradizê-la; o espírito inspirou é o mesmo que ilumina.

2.5-Revelação final

O cristianismo considera Jesus Cristo como a revelação final. (João 14:6-9)

Jesus é o centro da história: o que vem antes dele é preparação e o que vem
depois é recepção. O tempo (kairós) foi a constelação da revelação final. tudo foi
preparado para que o Cristo - a palavra-se tornasse carne e habitasse entre nós
(João 1:14). A nação de Israel e o mundo em sua volta foram preparados para
recebê-lo como Cristo.

É importante observarmos que a revelação final é uma pessoa e não um conjunto


de preceitos. É verdade que o processo de verbalização da revelação alcançou o
próprio Cristo ao ponto de confundi-lo com os seus preceitos. No entanto, devemos
reafirmar que a verdade é uma pessoa. (Jó 42:5).

A revelação final é Jesus Cristo. Seu ensino tinha uma aura de mistério. Como
falava por parábolas, compreendê-lo exigia relacionamento, proximidade.

A verdade que liberta (João 8:32) é uma pessoa. Não é uma doutrina, mesmo que
seja a “sã doutrina”. O evangelho, A” boa notícia”, tão pouco é um conjunto de
preceitos. O evangelho é o anúncio de um evento 2 ponto” e o verbo se fez carne e
habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória
do unigênito do pai” (João 1;14).

Unidade 3

1.Teorias da inspiração

Deus se revela consenso entre os cristãos as diferenças se mostram no


entendimento de como se dá essa revelação. Teoria da intuição, teoria da iluminação,
teoria do ditado, teoria dinâmica e a teoria maiêutica histórica.

1.1-Teoria da intuição

A teoria da intuição defende que a inspiração é apenas um desenvolvimento do


insight(discernimento) da verdade que todos os homens possuem em certo grau; um
modo de inteligência em matéria de moral e religião, que dá surgimento aos livros
sagrados.

Se há inspiração é fruto da intuição, ela é, em tão, unicamente obra humana. Isso


coloca os escritos bíblicos na mesma categoria de outros escritos, porém, o
testamento dos escritores da bíblia parece ir em outra direção.
Veja a experiência relatada no livro do profeta Jonas: Jonas 1:1-3.

Segundo o escritor bíblico, quando a palavra de Deus vem ao encontro do profeta, é


algo que vem de fora e o impacta. O profeta resiste a palavra, mas, ao final, ele se
rende. Esse padrão se repete nos relatos de outros profetas.

1.2-Teoria da iluminação

Essa teoria possui alguns problemas. Se a bíblia não é, mas quando tem a palavra de
Deus, como identificar nela a palavra de Deus? Qual é a importância de distinguir se é
inspirado ou escritor ou escrito? Os problemas levantados pela teoria da iluminação
têm sua origem numa tendência de supervalorização do texto e na falta de uma visão
mais global e abrangente do fenômeno da revelação.

1.3-Teoria do ditado

A teoria do ditado sustenta que a inspiração constitui em espírito possui as mentes


e corpos dos escritores da bíblia eles se tornem instrumentos passivos aos
amanuenses- a pena E não o calígrafo de Deus.

1.4-Teoria dinâmica

De acordo com essa teoria,” a inspiração não é simplesmente um fato natural, mas,
também, Sobrenatural e é obra imediata de um Deus pessoal na alma do homem”. Ao
considerar a dinâmica divino-humana no processo da revelação, entendi se os limites
de algumas Ideias ou verdades reveladas. O ser humano, como protagonista quando o
processo da revelação deixa suas marcas. Como ser finito, como razão finita, com
linguagem finita, como ser condicionado pelo seu tempo, o ser humano não é capaz de
processar ou até mesmo comunicar na integralidade as verdades espirituais, por isso a
importância de considerarmos o conjunto da revelação. A mensagem revelada só
aparece completa quando cada parte do quebra-cabeça é reunida e encaixada.

1.5-Maiêutica histórica

Esta teoria é defendida pelo teólogo e escritor Galego, Andrés Torres


queiruga(2010), o revelado é interno ao sujeito, por isso ele chama a maiêutica. No
entanto, o conhecimento revelado é fruto da interação entre a experiência humana e
o contato com o sagrado. O ser humano experimenta, em sua existência, a angústia, o
medo, as tele crias, as incertezas, as aspirações, os anseios; e no contato com o
sagrado, essas experiências, sentimentos, hipóteses produzem uma síntese(resposta)-
a revelação.

É importante diferenciar a maiêutica da maiêutica socrática. O método socrático


consistia em fazer perguntas simples, e por meio delas, fazer(parir) o conhecimento
tirá-lo para fora. Mas esse conhecimento de dentro vinha de algum lugar, e se
fundamentava na crença de que a alma era divina, preexistente e mortal. O
conhecimento vinha da alma e na maiêutica histórica, a revelação é a síntese
resultante entre o conhecimento fruto da experiência e da vivência histórica com a
experiência do sagrado.

Será a teoria da maiêutica histórica semelhante à teoria da intuição? Na teoria da


intuição, não aparece esse” contato misterioso consagrado” como variável
determinante para a revelação (dar-se conta).

2. A formação do Canon

A formação de uma lista autorizada de escritos sagrados foi uma necessidade


sentida tanto pelo povo hebreu no antigo testamento como pelos primeiros cristãos
no novo testamento. Com a multiplicação de escritos religiosos e de doutrinas que
arrogavam para si ou status de escritura sagrada, foi preciso impor limites e construir
um consenso em torno daquilo que era razoavelmente aceitável. Vamos tratar
separadamente o cânon do antigo e do novo testamento.

2.1-O cânon do antigo testamento

O antigo testamento, como temos hoje, é resultado de uma obra desenvolvida ao


longo de aproximadamente dois milênios.

A de visão da bíblia Hebraica em três partes (primeiramente a lei, depois dos


profetas e finalmente os escritos). havia uma abundância de outros escritos que
circulavam entre os judeus como leitura religiosa edificante. com o passar do tempo,
foram acrescentados à escritura novos escritos quando a destruição do templo no ano
70 d.C., a religião do templo tornou-se definitivamente a religião do livro a sinagogas,
local de leitura das escrituras ganharam mais importância. Em razão do crescimento do
cristianismo e o surgimento de muitas heresias, houve a necessidade de formalizar o
conjunto de livros autorizados. Isso foi feito no concílio de jamnia, por volta de 100
D.C.

2.2-O cânon do novo testamento

À medida que a comunidade cristã se distanciou da comunidade judaica uma


carência de um conjunto de escritos que expressasse, de forma mais nítida, suas
convicções de fé. Além disso havia necessidade de perpetuar o conteúdo da fé e
proteger-se contra heresias.

A presença de um cânon do novo testamento aparece nitidamente em Eusébio de


cesárea (260-34º D.C.). Ele elabora uma classificação tripartite:

1. livros reconhecidos: Mateus Marcos; Lucas; João; Atos;14 epístolas paulinas


1 Pedro;1 João; e, aparentemente, apocalipse.
2. livros questionados: Tiago; Judas;2 Pedro; e 2 e 3 João.
3. Livros introduzidos por hereges: atos de Paulo pastor de hermas; apocalipse
de Pedro; epístola de barnabé; o didaquê; e, talvez ou apocalipse.

O terceiro concílio de Cartago (397d.c), em que Agostinho esteve presente,


reconheceu os 27 livros do novo testamento (Carson et al, 1997).

Os principais critérios para determinar a canonicidade foram:

1. conformidade a regra de fé
2. Apostolicidade;
3. aceitação disseminada pela comunidade de fé(igreja).

3. A questão da inerrância das escrituras

Inspiração e inerrância são situações diferentes. A confusão entre os 2 conceitos


depende, antes de tudo, da nossa definição de inspiração. Para os defensores da
inspiração como ditado verbal ou inspiração mecânica, faz sentido pensar em
inerrância. Se a revelação é um ditado e o escritor bíblico apenas uma” pena” nas
mãos de Deus, talvez fosse possível realmente a ausência de erro. Como podemos ver,
o problema da inerrância é recente é fruto de uma visão de mundo cientificista
moderna, onde há exatidão te dão é sinônimo de verdade e inexatidão sinônimo de
erro. A discussão no campo teológico dessa temática começa no final do século XIX
Início do século XX, período fortemente marcado pelo pensamento positivista. Afirmar
a ausência de erros na bíblia se torna questão de vida ou morte para a fé.

Alguns teóricos conservadores mais moderados afirmam a inerrância, mas apenas


em coisas essenciais ao propósito da escritura (Strong,2002). A bíblia é infalível para o
seu propósito de salvação, mas para questões de informação histórica vigor científica e
outras não ligadas à fé, poderia não haver exatidão em alguns casos.

Vejamos o caso da narrativa no livro de Josué: Josué 10:12,13

Seria o relato do livro de Josué um erro bíblico? Hoje sabemos que isso não se
constitui erro porque o relato bíblico é diferente de um relato científico. A linguagem
religiosa tem sua especificidade Criança nem interesse de se ajustar aos cânones
científicos(ricouer,2000) O que interessava ao escritor bíblico ele explicar que, do
ponto de vista dele, o Sol não se movia e o tempo não passava, permitindo que Israel
ganhasse uma batalha.

A bíblia não necessita de provas científicas para ser confirmada como registro da
revelação final e se a bíblia como palavra de Deus é a obra do mesmo espírito, que fez
com que a comunidade que acolheu e registrou a revelação original a receber se como
palavra de Deus. Desse modo, a discussão sobre inerrância bíblica perde
completamente o sentido.

4.A revelação natural

O salmista declara: “os céus declaram a glória de Deus E o firmamento anuncia a


obra das suas mãos” (Salmos 19:1). Será possível conhecer a Deus por meio de suas
obras? A criação revela o criador? Quais são os limites e alcances de uma teologia
natural? Essas perguntas e as possíveis respostas constitui o que tradicionalmente
chamamos de teologia natural.

O apóstolo Paulo, na carta aos romanos, nos apresenta argumentos a favor de uma
teologia natural:( romanos 1:20,21).
Paulo acreditava que a natureza era suficiente para tornar Deus conhecido? Se
assim acreditasse, não faria sentido todo o seu esforço missionário. Na verdade, Paulo
apresenta a insuficiência e do conhecimento natural de Deus como base para a sua
proclamação.

A revelação de Deus na natureza deveria persuadir o ser humano a buscar a Deus,


no entanto, a dureza dos corações humanos tem impedido que isso aconteça. Esse
fato fundamenta a necessidade da revelação um, por isso o autor de hebreus resume:”
havendo Deus antigamente falado muitas vezes e de muitas maneiras aos pais, mas
virgula e nos falou nesses últimos dias pelo filho” (hebreus 1:1). Deus se revelou aos
pais aos profetas e por último na pessoa de Jesus Cristo “e o verbo se fez carne, e
habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do pai, cheia de
graça e de verdade"(João 1:14).

Portanto o mistério da revelação fica em aberto para nós final por um lado,
reconhecemos a participação humana que vivencia o sagrado e a traduz em forma de
escritura revelada; por outro lado, em razão de sua riqueza impacto sobre a vida
humana, a sua natureza espiritual e transcendente, cuja origem se perde no abismo
divino. Não é por acaso que a revelação final virgula Jesus Cristo, tem se revelado na
forma divina- humana.

Finalmente, abordamos a questão da revelação natural ou teologia natural final ação


natural é firmada na bíblia, no entanto, seus limites são apresentados. Para o
reconhecimento suficiente para a salvação, o ser humano depende da revelação
especial de Deus. Somente com a ajuda do espírito de Deus, é possível compreender
suficientemente as coisas de Deus.

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