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Unidade IV

Unidade IV
7 FONTES DE FINANCIAMENTOS A LONGO PRAZO – CAPITAL FIXO – BNDES E
CRÉDITO AGROPECUÁRIO: BRASIL RURAL

Neste tópico, iremos explicitar as fontes de financiamento em longo prazo com produtos para capitais
fixos de origens financeira do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Seus
agentes de intermediação podem ser bancos públicos e privados e o objetivo maior desse banco público,
que funciona como agência distribuidora de créditos, é desenvolver as empresas tanto públicas quanto
privadas, cobrando remunerações bancárias e taxa de juros bem compatíveis com os empreendimentos
de micros, pequenas e médias empresas por meio da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) por meio de
programas e linhas de crédito. No final da unidade, examinaremos o crédito agropecuário do Banco do
Brasil denominado Brasil Rural.

7.1 Produtos

7.1.1 Produtos em geral

7.1.1.1 Capital de giro associado

Este mecanismo destina‑se a apoiar a parcela de capital de giro associado a uma linha de
financiamento do BNDES, calculada em função das necessidades específicas do empreendimento. Micro,
pequenas e médias empresas contam com uma linha específica de acordo com a área de atuação do seu
empreendimento.

7.1.1.2 MPMEs – investimento

As micro, pequenas e médias empresas e pessoas físicas, beneficiárias de financiamentos do BNDES,


têm condições especiais, estabelecidas a fim de acelerar sua expansão, permitir seu crescimento e, assim,
gerar emprego e renda. Também o BNDES oferece o Cartão BNDES, um instrumento que fornece crédito
rotativo para que micro, pequenas e médias empresas possam realizar investimentos produtivos, incluindo
aquisição de bens, insumos e serviços de certificação. Exemplo: aquisição de caminhões, caminhões‑tratores,
cavalos‑mecânicos, reboques, semirreboques, chassis e carrocerias para caminhões, ônibus etc.

7.1.1.3 Projetos de investimento fixo

Aquisição isolada de máquinas e equipamentos:

• BNDES Finame: financiamentos para a produção e comercialização de máquinas e equipamentos


novos.
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FONTES DE FINANCIAMENTO

• BNDES Finame Agrícola: financiamentos para a produção e comercialização de máquinas e


equipamentos novos, destinados ao setor agropecuário.

Para investimentos fixos, capital de giro associado e aquisição de máquinas e equipamentos vinculada
a projetos:

• BNDES Finem: financiamentos a projetos de investimento.

• BNDES Automático: financiamento a projeto de investimento.

• BNDES Limite de Crédito: crédito rotativo para o apoio a empresas ou grupos econômicos já
clientes do BNDES e com baixo risco de crédito.

• BNDES Empréstimo (Ponte): financiamento a um projeto, concedido em casos específicos,


para agilizar a realização de investimentos por meio da concessão de recursos no período de
estruturação da operação de longo prazo.

• Project Finance: engenharia financeira suportada contratualmente pelo fluxo de caixa de um


projeto, servindo como garantia os ativos e recebíveis desse mesmo empreendimento.

7.1.2 Indústria

O BNDES apoia a indústria no desenvolvimento, ampliação e diversificação das fontes de recursos


no país e no exterior. As ações do BNDES estimulam o crescimento industrial do país para dar conta
de três grandes desafios: ampliar a capacidade produtiva da indústria e do setor de serviços, aumentar
as exportações e elevar a capacidade de inovação. Para tal, o BNDES busca fomentar projetos de
investimentos que visem à ampliação do parque industrial brasileiro (incluindo o setor agropecuário).
Indústrias brasileiras também recebem apoio financeiro para a importação de máquinas e equipamentos
novos (Módulo XV). Além disso, micro, pequenas e médias empresas do setor industrial têm condições
especiais quanto a prazos e taxas de juros.

7.1.2.1 Linhas de apoio financeiro

O BNDES oferece as seguintes linhas voltadas ao setor industrial:

• micro, pequenas e médias empresas: investimento em melhores condições de custos, prazos e níveis
de participação para financiamentos a projetos de investimentos, aquisição de equipamentos e
capital de giro associado;

• capacidade produtiva: apoio a projetos de investimentos visando à implantação, modernização e


expansão do parque industrial brasileiro. Condições especiais para o setor de bens de capital;

• aquisição de bens de capital: financiamento para a compra de máquinas e equipamentos, realizado


através do BNDES Finame;
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• operações de leasing de bens de capital: financiamento para a compra de máquinas e


equipamentos novos para operações de arrendamento mercantil, realizado através do BNDES
Finame Leasing;

• capital de giro para a produção de bens de capital, que se divide em duas modalidades:

– fabricação de equipamentos e sistemas industriais sob encomenda: apoio à ampliação


da participação de supridores nacionais de materiais e serviços vinculados no atendimento às
demandas de equipamentos sob encomenda ou de sistemas industriais contratados em regime
de turn key;

– financiamento à produção de máquinas e equipamentos: linha destinada ao investimento


na produção de equipamentos já negociados com as respectivas compradoras;

• importação de equipamentos sem similar nacional: apoio à aquisição de máquinas que


favoreçam a modernização e a transferência de tecnologia e conhecimento do parque
industrial brasileiro;

• concorrência internacional (equipamentos e serviços): apoio à aquisição de equipamentos que


requeiram condições de financiamento compatíveis com as ofertadas para congêneres estrangeiros
em concorrências internacionais;

• internacionalização de empresas: apoio a investimentos ou projetos a serem realizados no exterior,


sempre que contribuírem para promover as exportações brasileiras.

7.1.2.2 Programas

Os programas de apoio financeiro diferem das linhas de apoio por possuírem dotação de recursos e/
ou prazo de vigência. Existem os seguintes programas destinados ao setor industrial:

• BNDES Construção Civil: apoio ao aumento da qualidade das empresas de construção civil e
à ampliação da capacidade produtiva dos fabricantes de sistemas construtivos industrializados
destinados à Habitação;

• BNDES Finame (Moderniza BK): financiamento à modernização de máquinas e equipamentos


instalados no país, para todos os setores;

• BNDES Pró‑aeronáutica: financiamento de longo prazo para apoiar investimentos realizados


por micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) integrantes da cadeia produtiva da indústria
aeronáutica brasileira;

• BNDES Pró‑farma: financiamento a investimentos de empresas sediadas no Brasil, inseridas no


Complexo Industrial da Saúde;

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• BNDES Pró‑soft: financiamento a investimentos da indústria nacional de software e serviços de


Tecnologia da Informação, bem como a comercialização no mercado interno e exportação de seus
bens e serviços;

• BNDES PSI (Bens de Capital): apoio à produção e à aquisição de máquinas e equipamentos novos,
credenciados no BNDES, de forma isolada ou de forma associada a projeto de investimento;

• BNDES Finame Componentes: financiamento à aquisição de peças, partes e componentes de


fabricação nacional para incorporação em Máquinas e Equipamentos em fase de produção;

• Finame (Modermaq): financiamento à aquisição de máquinas e equipamentos, com vistas à


dinamização do setor de bens de capital e à modernização geral da indústria e do setor de
saúde;

• Procult: apoio ao desenvolvimento da indústria audiovisual brasileira, em todas as fases da cadeia


produtiva;

• Progeren: financiamento a capital de giro, de forma isolada, para micro, pequenas e médias
empresas de setores e municípios selecionados;

• PROTVD: financiamento a investimentos para a implantação do Sistema Brasileiro de TV Digital,


na modalidade de transmissão terrestre (SBTVD‑T).

Lembrete

O programa mais procurado e conhecido como produto BNDES é o


Finame Máquinas.

7.1.3 Comércio, serviços e turismo

A área de comércio e serviços vem passando por intenso processo de modernização. Dessa
forma, o BNDES disponibiliza linhas de apoio financeiro adequadas às empresas de todos os portes
que atuam na área de comércio e serviços. O objetivo é fomentar, estruturar e acompanhar o
desenvolvimento de projetos relativos ao setor, visando ao aumento da produtividade e à eficiência
das empresas.

O Banco oferece condições especiais de financiamento a projetos voltados à modernização da


infraestrutura de empreendimentos nas áreas de educação, saúde, assistência social e turismo.

Outro foco de atuação do BNDES é o desenvolvimento de ações institucionais que visem ao


estabelecimento de parcerias entre outras entidades públicas e privadas.

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7.1.3.1 Linhas

As linhas de apoio financeiro têm caráter permanente e podem ser concedidas a qualquer momento.
Voltadas especificamente para o setor de comércio, serviços e turismo, o BNDES oferece as seguintes linhas:

• comércio, turismo e serviços: apoio a projetos de investimentos visando à implantação,


modernização e expansão das empresas dos segmentos de comércio, turismo e serviços, com
condições específicas para os setores de Educação, Saúde, Assistência Social e Segurança;

• micro, pequenas e médias empresas (investimento): as condições de custos, prazos e níveis de


participação para financiamentos a projetos de investimentos, aquisição de equipamentos e
capital de giro associado;

• aquisição de bens de capital: financiamento para a compra de máquinas e equipamentos, realizado


através do BNDES Finame;

• operações de leasing de bens de capital: financiamento para a compra de máquinas e equipamentos


novos para operações de arrendamento mercantil, realizado através do BNDES Finame Leasing.

7.1.3.2 Programas

Os programas de apoio financeiro diferem‑se das linhas de apoio por possuírem dotação de recursos e/
ou prazo de vigência. Há os seguintes programas direcionados ao segmento de comércio, serviços e turismo:

• BNDES Pró‑caminhoneiro: financiamento para aquisição de caminhões, direcionado a empresas


prestadoras de serviços de transporte;

• BNDES Pró‑escolar: financiamento para aquisição de veículos para transporte escolar, direcionado
a empresas de ensino básico ou que realizem atividades de transporte escolar;

• BNDES Construção Civil: apoio ao aumento da qualidade das empresas de construção civil e
à ampliação da capacidade produtiva dos fabricantes de sistemas construtivos industrializados
destinados à Habitação;

• computador para todos: financiamento para aquisição de estoques de microcomputadores,


direcionado a empresas de comércio varejista;

• IES: apoio à melhoria da qualidade do ensino das Instituições de Educação Superior.

7.2 Financiamento agrícola e agropecuário – crédito rural – Banco Central


do Brasil (Bacen)

Até 1930, a maioria dos créditos concedidos aos agricultores era através de comerciantes e
exportadores, que financiavam a produção com a sua penhora ou da propriedade rural. Esse foi o sistema
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que prevaleceu na fase áurea da cafeicultura, ou seja, durante a segunda metade do século XIX e nas
três primeiras décadas do século XX.

Em 1931, o Banco do Brasil passou a atuar diretamente no financiamento da compra de café e, em


9 de julho 1937, foi criada a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial (Creai) do Banco do Brasil. Até a
criação do Banco Central do Brasil, em 1964, a Creai do Banco do Brasil utilizou recursos oriundos da
emissão de moeda fazendo uso da Carteira de Redescontos (Cared).

No entanto, a Creai destinou a maior parte de seus recursos para o setor industrial, que também foi
beneficiado com a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (o antigo BNDE, atual
BNDES, em 1952).

O período de 1946 a 1964 é marcado por seguidos planos de desenvolvimento econômico que
deram ênfase às atividades urbanas e industriais. Nesses 19 anos, muito pouco se investiu na criação
de infraestrutura (transportes, armazenagem, comunicação e portos) e capacitação humana, e poucos
estímulos via crédito rural foram dados à expansão e modernização da agropecuária. Nesse período
houve, na verdade, transferência de renda da agricultura para os setores não agrícolas.

A agricultura foi muito penalizada no período de 1946 a 1964, uma vez que, a fim de industrializar
o país, o governo federal concedeu grandes subsídios à indústria e, para tal, acabou penalizando a
agricultura.

A política de múltiplas taxas de câmbio favoreceu a indústria, que podia importar insumos a
baixo custo, enquanto as exportações agrícolas eram remuneradas a baixa taxa de câmbio. Os únicos
investimentos que ocorreram para beneficiar a agricultura foram no sentido de abertura de novas
estradas propiciando a abertura de fronteiras agrícolas.

Observação

No período a partir de 1946 (fim da Segunda Guerra Mundial) até


meados da década de 1960, a política do governo brasileiro gerou grande
incentivo à industrialização e pouco estímulo à agropecuária.

Por meio da lei nº 4.289 foi criado o Sistema Nacional de Crédito Rural, instituindo a política federal
de crédito rural. Os principais objetivos do SNCR eram:

• o financiamento de parte dos custos de produção;

• estimular a formação de capital;

• acelerar a adoção de novas tecnologias;

• fortalecer a posição econômica dos produtores, especialmente os pequenos e médios.


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Esse sistema de crédito tinha como objetivo dar condições ao produtor rural de usar os insumos
modernos e, dessa forma, elevar a produtividade agrícola, alavancando também a indústria de
fertilizantes, defensivos e de máquinas agrícolas.

A partir de 1970, surgiram os programas especiais de crédito rural, restritos a algumas culturas
e regiões. Os dez anos subsequentes à implantação do SNCR apresentaram aumento da produção e
modernização do setor, mas houve concentração do crédito entre poucos e grandes produtores.

Somente a partir de 1990 o crédito agrícola foi mais bem diligenciado para o pequeno e médio
agricultor. Segundo o Bacen, na área crédito rural temos as seguintes questões e dúvidas sobre o Crédito
rural como produto.

Quais são os objetivos do crédito rural?

• Estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores ou por suas cooperativas.

• Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de produtos agropecuários.

• Fortalecer o setor rural.

• Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando ao aumento de


produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada utilização dos
recursos naturais.

• Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos pequenos produtores,
posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais.

• Desenvolver atividades florestais e pesqueiras.

• Estimular a geração de renda e o melhor uso da mão de obra na agricultura familiar.

Que atividades podem ser financiadas pelo crédito rural?

• Custeio das despesas normais de cada ciclo produtivo.

• Investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por vários ciclos produtivos.

• Comercialização da produção.

Como se classifica o custeio?

• Custeio agrícola.

• Custeio pecuário.
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• Custeio de beneficiamento ou industrialização.

A que pode destinar-se o crédito de custeio?

Às despesas normais, tais como:

• do ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras permanentes ou da extração


de produtos vegetais espontâneos ou cultivados, incluindo o beneficiamento primário da produção
obtida e seu armazenamento no imóvel rural ou em cooperativa;

• de exploração pecuária;

• de beneficiamento ou industrialização de produtos agropecuários.

Quem pode se utilizar do crédito rural?

• Produtor rural (pessoa física ou jurídica).

• Cooperativa de produtores rurais.

• Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das seguintes
atividades:

– pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;

– pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões;

– prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para


a proteção do solo;

– prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;

– exploração de pesca e aquicultura, com fins comerciais;

– medição de lavouras;

– atividades florestais.

A contratação de assistência técnica é obrigatória?

Cabe ao produtor decidir sobre a necessidade de assistência técnica para elaboração de projeto
e orientação, salvo quando considerados indispensáveis pelo financiador ou quando exigidos em
operações com recursos controlados.

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Quais são as exigências essenciais para concessão de crédito rural?

• Idoneidade do tomador.

• Apresentação de orçamento, plano ou projeto, exceto em operações de desconto de Nota


Promissória Rural ou de Duplicata Rural.

• Oportunidade, suficiência e adequação de recursos.

• Observância de cronograma de utilização e de reembolso.

• Fiscalização pelo financiador.

• Liberação do crédito diretamente aos agricultores ou por intermédio de suas associações formais
ou informais, ou organizações cooperativas.

• Observância das recomendações e restrições do zoneamento agro ecológico e do Zoneamento


Ecológico‑Econômico (ZEE).

É necessária a apresentação de garantias para obtenção de financiamento rural? Como é


feita a escolha dessas garantias?

Sim. As garantias são livremente acertadas entre o financiado e o financiador, que devem ajustá‑las
de acordo com a natureza e o prazo do crédito e podem se constituir de:

• penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou cedular;

• alienação fiduciária;

• hipoteca comum ou cedular;

• aval ou fiança;

• seguro rural ou ao amparo do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Pró‑agro);

• proteção de preço futuro da commodity agropecuária, inclusive por meio de penhor de direitos,
contratual ou cedular;

• outras que o Conselho Monetário Nacional admitir.

A que tipo de despesas está sujeito o crédito rural?

• Remuneração financeira.

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FONTES DE FINANCIAMENTO

• Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações relativas a Títulos e
Valores Mobiliários – IOF.

• Custo de prestação de serviços.

• Às previstas no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Pró‑agro).

• Sanções pecuniárias.

• Prêmio de seguro rural.

• Prêmios em contratos de opção de venda, do mesmo produto agropecuário objeto do


financiamento de custeio ou comercialização, em bolsas de mercadorias e futuros nacionais, e
taxas e emolumentos referentes a essas operações de contratos de opção.

Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos efetuados à sua
conta pela instituição financeira ou decorrente de expressas disposições legais.

Relativamente ao IOF, o Decreto 6.306, de 14.12.2007, estabelece alíquota zero para as operações de
crédito rural, ressalvadas as condições do artigo 8º, parágrafo 1º.

Como se classificam os recursos do crédito rural?

Controlados:

• Os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibilidade de depósito à vista).

• Os oriundos do Tesouro Nacional.

• Os subvencionados pela União sob a forma de equalização de encargos (diferença de encargos


financeiros entre os custos de captação da instituição financeira e os praticados nas operações de
financiamento rural, pagos pelo Tesouro Nacional).

• Os oriundos da poupança rural, quando aplicados segundo as condições definidas para os recursos
obrigatórios.

Não controlados: todos os demais.

Como obter financiamentos ao amparo dos Programas com recursos equalizados pelo Tesouro
Nacional junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)?

Por meio dos agentes financeiros credenciados pelo BNDES.

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Unidade IV

Como pode ser liberado o crédito rural?

De uma só vez ou em parcelas, em dinheiro ou em conta de depósitos, de acordo com as necessidades


do empreendimento, devendo sua utilização obedecer a cronograma de aquisições e serviços.

Como deve ser pago o crédito rural?

De uma vez só ou em parcelas, segundo os ciclos das explorações financiadas. O prazo e o cronograma
de reembolso devem ser estabelecidos em função da capacidade de pagamento, de maneira que os
vencimentos coincidam com as épocas normais de obtenção dos rendimentos da atividade assistida.

A instituição financeira é obrigada a fiscalizar a aplicação do valor financiado?

Sim. A instituição financeira deve obrigatoriamente fiscalizar a aplicação do financiamento.

Quando deve ser realizada a fiscalização do crédito rural?

Deve ser efetuada nos seguintes momentos:

• crédito de custeio agrícola: antes da época prevista para colheita;

• empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso da operação;

• crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez no curso da operação, em época que seja possível
verificar sua correta aplicação;

• crédito de investimento para construções, reformas ou ampliações de benfeitorias: até a conclusão


do cronograma de execução, previsto no projeto;

• demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após cada utilização, para comprovar a realização
das obras, serviços ou aquisições.

Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos recursos orçamentários, o desenvolvimento das
atividades financiadas e a situação das garantias, se houver.

Quais são os instrumentos utilizados para a formalização do crédito rural?

De acordo com o Decreto‑Lei 167, de 14.02.1967, a formalização do crédito rural pode ser realizada
por meio dos seguintes títulos:

• Cédula Rural Pignoratícia (CRP).

• Cédula Rural Hipotecária (CRH).

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FONTES DE FINANCIAMENTO

• Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária (CRPH).

• Nota de Crédito Rural (NCR).

Faculta‑se a formalização do crédito rural por meio de contrato, no caso de peculiaridades


insuscetíveis de adequação aos títulos acima mencionados.

A Cédula de Crédito Bancário (CCB), nos termos da Lei 10.931, de 02.08.2004, é um instrumento
para formalização de crédito de qualquer modalidade, também admitido no crédito rural, conforme
esclarecimento divulgado na Carta‑Circular 3.203, de 30.08.2005.

O que é Nota Promissória Rural?

Título de crédito, utilizado nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando
efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperativas,
de produtos da mesma natureza entregues pelos seus cooperados, e nas entregas de bens de produção ou de
consumo, feitas pelas cooperativas aos seus associados. O devedor é, geralmente, pessoa física.

O que é Duplicata Rural?

Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas
diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas, poderá ser utilizada também, como título do
crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural pelo vendedor, este ficará obrigado a entregá‑la ou a
remetê‑la ao comprador, que a devolverá depois de assiná‑la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica.

Segundo a natureza das garantias como devem ser utilizados os títulos de crédito rural?

Com garantia real:

• Penhor: Cédula Rural Pignoratícia.

• Hipoteca: Cédula Rural Hipotecária.

• Penhor e hipoteca: Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária.

Sem garantia real:

• Nota de Crédito Rural.

Lembrete

O que é o crédito rural?

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Unidade IV

O crédito rural é um financiamento destinado aos produtores rurais,


cooperativas ou associações de produtores rurais. Seu objetivo é estimular
os investimentos e ajudar no custeio da produção e comercialização de
produtos agropecuários.

Fonte:<http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/financiamentos/credito‑rural>. Acesso em: 19 dez. 2011.

Observação

Crédito Rural (Bancos Credenciados): todos os bancos podem fazer


parte do SCCR, todavia vamos apresentar apenas o Banco do Brasil que
comporta, em 2010, 61,7% de todo o crédito rural do país. Banco do Brasil
– Programa Brasil Rural.

É, desde 1937, o principal agente de Crédito Rural no Brasil. Até 1986 foi
considerado o maior banco rural do mundo. Na safra 2010/2011, o Banco
do Brasil, segundo fontes oficiais do governo federal de assistência pelo
Sistema Nacional de Credito Rural (SNCR), foi responsável por:

– 73% dos créditos destinados à agricultura familiar;

– 77% ao médio produtor rural;

– 40% aos demais agricultores.

Saiba mais

Para entender mais sobre o empréstimo rural do Banco do Brasil, você


poderá consultar o site abaixo: <http://www.bb.rural.com.br>.

8 FONTES DE FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO

8.1 Exportação – BNDES

Neste item, iremos estudar as fontes de financiamentos existentes para financiar operações em
longo prazo na modalidade exportação com produtos do BNDES.

8.1.1 Financiamento a exportação – produtos

Tipos de financiamentos antes do embarque: adiantamento de contratos de câmbio (ACC);


câmbio travado; Finamex pré‑embarque, pré‑pagamento (pagamento antecipado) e pró‑commodities.

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FONTES DE FINANCIAMENTO

Tipos de financiamento após o embarque: adiantamento de contratos de exportação (ACE);


Finamex pós‑embarque e Proex.

Desconto de títulos cambiais: já aceitos pelo importador: suppleir’s credit, buyer’s credit, forfaiting
e factoring.

Financiamento com títulos emitidos pelo exportador: export notes, debêntures cambiais,
descontos de warrants e securitização de exportações.

ACC – Adiantamento de Contrato de Câmbio: permite ao exportador antecipar o recebimento do


valor da exportação que será pago pelo importador no futuro, antes do embarque da mercadoria para o
exterior. O prazo do ACC é de até 180 dias antes do embarque da mercadoria, caracterizando‑se como
um financiamento à produção, mas é quase certa a perda de reais sempre que há uma desvalorização
cambial posterior.

ACE – Adiantamento de Contrato de Exportação: possibilita ao exportador antecipar o recebimento


do valor da exportação, antes do seu pagamento no futuro pelo importador, após o embarque da
mercadoria para o exterior. O ACE pode ser solicitado até 60 dias após o embarque, o que permite que o
exportador ganhe com a variação cambial positiva, como o sujeitará ao prejuízo, se o real for valorizado
frente ao dólar.

Câmbio Travado – a operação de câmbio se diz travada porque a taxa de conversão da moeda
estrangeira é fixada de início, e, assim, o exportador perderá a correção cambial do período. O exportador
vende ao banco, para liquidação futura, os dólares oriundos da exportação. O exportador tanto poderá
buscar um adiantamento para financiar o seu giro, como poderá dispensá‑lo: nessa hipótese o banco
pagar‑lhe‑á um prêmio pela não utilização do adiantamento. A vantagem do exportador será o
recebimento das taxas pagas pelo banco, que de regra, são superiores à desvalorização cambial, inclusive
porque o prêmio é isento de imposto de renda.

Pré‑Pagamento à Exportação – o importador antecipa o pagamento da exportação, assim o


exportador se torna devedor do importador e pagará esse financiamento quando exportar a mercadoria,
livrando‑se da respectiva remessa financeira de pagamento. Em regra, o importador exige que um banco
no Brasil preste fiança, garantindo que a mercadoria vendida com pagamento antecipado será exportada.

Finamex (BNDES Exim) – o BNDES, com a finalidade de dar à indústria nacional de bens de capital
condições de competir no mercado externo, provê ao exportador dois produtos: o Finamex pré‑embarque
e pós‑embarque. O primeiro financia a produção de bens de capital destinado à exportação, sendo
operacionalizado por meio dos agentes financeiros da FINAME. O segundo é operacionalizado por meio
dos agentes financeiros da FINAME e oferece aos fabricantes no país, exportadores de capital novo, um
mecanismo de financiamento ao importador.

Pró‑Commodities – é uma linha de crédito que envolve o empréstimo de recursos de bancos


estrangeiros para a produção rural destinada à exportação, com a aplicação de juros de 12% ao ano
mais a correção cambial.
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Unidade IV

Proex – Programa de Financiamento às Exportações – instituído pelo Governo Federal, esse


programa visa a proporcionar às exportações condições de financiamento equivalentes às do mercado
internacional, nas modalidades financiamento e equalização.

Equalização – é uma modalidade que possibilita um crédito ao exportador ou importador de bens e


serviços brasileiros, realizado pelas instituições financeiras, na qual o Proex assume parte dos encargos
financeiros, tornando‑os compatíveis com os praticados no mercado internacional.

Financiamento – é modalidade de concessão de crédito realizado exclusivamente pelo Banco do


Brasil, com recursos do Tesouro Nacional.

8.1.2 Desconto de títulos cambiais

Supplier’s Credit: desconto das cambiais representativas de vendas a prazo: o exportador vende
a prazo e as divisas entrarão futuramente e, para adiantar esse recebimento, o exportador busca o
financiamento do Supplier’s credit com um banco. O prazo mínimo dessas operações é de 30 dias e o
máximo de cinco anos, embora a prática aponte para contratação entre seis meses e um ano.

Buyer’s Credit: um financiamento concedido diretamente ao comprador (buyer), o importador


estrangeiro. O financiamento é feito por um banco estrangeiro, que exige os avalistas, respondendo
ambos pelas cambiais de exportação. Para o exportador, a operação é à vista e as divisas entram de
imediato.

Forfaiting: é uma cessão de crédito, uma forma de obter um funding (captação externa) contra
venda de uma cambial (saque). Nessa operação não há risco ao exportador, já que o Banco compra seu
crédito com importador: por não ter o Banco o direito de regresso, o exportador (cedente da cambial)
livra‑se de qualquer dos riscos de inadimplência, quebra etc. do importador. Todo risco da operação é
assumida pela instituição especializada na operação: o forfaiter, que nada poderá cobrar do cedente
(exportador), já que a assunção dos riscos é a essência do negócio e componente de seus ganhos.

Factoring: é também uma operação de desconto de cambiais sacadas, porém de menor valor, não
ensejam direito de regresso se ocorrer a inadimplência do importador. O risco da operação é transferido
às empresas especializadas em factoring no exterior, estas assumem o risco sobre o importador e não
atuam como instituições financeiras, e sim como prestadoras de garantia.

8.1.3 Financiamento com títulos emitidos pelo exportador

Export Notes: para obter recursos para financiar suas vendas no exterior, o exportador busca, dentro
de seu próprio país, investidores a quem transferir os direitos de venda, e assim, receber à vista os reais
equivalentes ao valor da operação em moeda estrangeira. A garantia da operação reside na emissão
de nota promissória, com valor expresso na moeda em que ela foi contratada, responsabilizando‑se o
exportador pelo embarque e pelo pagamento da mercadoria. Esta nota promissória será resgatada no
prazo estabelecido: 180 a 360 dias. Os export notes propiciam recursos imediatos aos exportadores e
ganhos para os financiadores, que ainda adquirem proteção para o seu dinheiro das oscilações cambiais.
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FONTES DE FINANCIAMENTO

Debêntures Cambiais: títulos de valor vultoso, valor nominal de face igual ou múltiplo do equivalente
em reais a USS um milhão, as debêntures cambiais constituem verdadeiras promessas de pagamentos,
lançadas no mercado interno, com cláusula de variação cambial. O prazo mínimo de resgate de três
anos não pode ser antecipado, mas em alguns casos podem ser do tipo bullet, ou seja, pagando juros
periódicos (semestrais) e o principal no final do período.

Desconto de Warrant: essa operação é um empréstimo obtido por meio do desconto, no mercado
interno, dos certificados de garantia de depósito da mercadoria, os warrants, em armazém para a
exportação.

Securitização das Exportações: é a emissão de um título no mercado internacional, com lastro em


vendas futuras ao exterior.

Saiba mais

Consulte o site do BNDES, Produtos para exportação em: <www.bndes.


org.br>.

8.2 Fontes de financiamento de longo prazo – importação – BNDES e outros


bancos

8.2.1 BNDES – importação de bens de capital – BNDES Finem

O BNDES dá apoio à importação de máquinas e equipamentos que favoreçam a modernização,


transferência de tecnologia e conhecimento, aumento da eficiência e produtividade do parque industrial
brasileiro, sem similar nacional, não passível de apoio à importação de equipamentos de automação
bancária e já internados no país.

Os clientes devem ser sociedades com sede e administração no país, de capital nacional ou estrangeiro.

As condições financeiras para o financiamento são:

a) Taxa de juros.

b) Remuneração básica.

c) Taxa de Risco de Crédito.

d) Taxa de Intermediação Financeira.

127
Unidade IV

8.2.2 Finamim – BNDES

Específico para a importação de máquinas e equipamentos, esse tipo de financiamento é feito com
recursos repassados pelo BNDES diretamente ou por meio de seus agentes financeiros. Não é concedido
a empresas sob controle de capital estrangeiro e é limitado ao valor máximo de 85% do preço FOB (Free
on Bord). O exportador tem a obrigação de colocar a mercadoria dentro do navio, assumindo todos
os custos até aquele ponto. O importador é o responsável pela contratação e pagamento do frete e
seguro internacional. Essa condição é utilizada apenas nas exportações via marítima ou fluvial ao prazo
máximo de 60 meses, já incluída a carência.

8.2.3 Finimp– Banco do Brasil

Conjunto de linhas de crédito especiais para a importação de bens de capital, máquinas, equipamentos
e serviços.

Principais vantagens

Taxas fixas ao longo de todo o financiamento, o que facilita a previsão do fluxo de caixa do importador:

• taxas de juros compatíveis às praticadas no mercado internacional;

• linhas de crédito com prazos que podem chegar a 10 anos;

• financiamento de até 100% do valor da importação, incluindo despesas locais;

• com o desembaraço da mercadoria nos financiamentos de longo prazo;

• acesso à tecnologia estrangeira ainda não presente no Brasil.

Lembrete

Até 1991, o Banco do Brasil conduziu por meio da Cacex (Carteira de


Comércio Exterior) 80% das importações realizadas no Brasil.

8.2.4 Banco Itaú/ Unibanco1

O que é?

Financiamento, parcial ou total, concedido à empresa importadora por meio de repasse de linha de
crédito, captada pelo Unibanco junto a bancos correspondentes no exterior.

1
Disponível em: <http://www.itau.com.br>. Acesso em: 29 out. 2012.
128
FONTES DE FINANCIAMENTO

A quem se destina?

A empresas importadoras interessadas em ampliar os prazos de pagamento de suas importações e


que possuam linha de crédito aprovada.

Vantagens

Aproveitar as melhores condições de taxas externas em relação ao mercado doméstico, contando


com a cobertura em diversos países por meio do relacionamento com bancos correspondentes.

Modalidades

1. Financiamento com repasse de linhas captadas no exterior.

2. Financiamento de médio e longo prazo com seguro de agências de crédito a exportação no exterior.

Prazos

1. Até 360 dias contados a partir da data de desembolso ao exportador.

2. Acima de 360 dias: há necessidade de emissão de Registro de Operação Financeira (ROF).

Precificação (Pricing)

É composta pelo custo da linha captada no exterior, comissão do Unibanco e despesas com envio de
ordens de pagamento, abertura de carta de crédito (se for o caso), registro de cobrança e comunicação.

8.2.5 HSBC2

Com os financiamentos de importação, a empresa pode estender o período de pagamento. O banco


paga o exportador dentro do prazo inicialmente acordado, financiando seu cliente (empresa importadora)
por um período adicional. Dessa forma, a empresa ganha tempo para vender as mercadorias e obtém os
recursos necessários para efetuar o pagamento. O período entre o pagamento ao exportador e o recebimento
dos recursos resultantes da revenda das mercadorias, pode trazer dificuldades significativas para o caixa do
importador. Assim, é muito importante que o financiamento selecionado para cobrir essas oscilações de
fluxo de caixa seja adequado ao prazo e ao método de pagamento acordados entre comprador e vendedor.
O Banco oferece várias alternativas, de acordo com as necessidades dos importadores.

Vantagens

• Presente em 83 países e territórios, com cerca de 10.000 escritórios, o banco está estrategicamente
localizado para conduzir as operações financeiras de sua empresa com segurança e agilidade.

2
Disponível em: <http://www.hsbc.com.br>. Acesso em: 29 out. 2012.
129
Unidade IV

• Rede internacional de apoio e auxílio na resolução de problemas, eliminando barreiras como


costumes locais e idiomas.

• Flexibilidade de prazos e condições.

• Disponibilidade de linhas de crédito a custos competitivos.

8.2.6 Bradesco – financiamento/refinanciamento de importação3

Por meio de financiamento de importação é concedido o recurso em moeda estrangeira ao importador


no Brasil, para pagamento à vista ao exportador no exterior. É um mecanismo que facilita a importação
de produtos e serviços, principalmente de valores mais elevados. No refinanciamento, o Banco renegocia
com o cliente um financiamento existente, com novas taxas e prazos a serem cumpridos. A empresa pode
financiar suas importações com recursos externos captados junto aos correspondentes do banco ou por
meio da utilização de disponibilidades no exterior. Após captação dos recursos, é feito o pagamento à
vista para o exportador, concedendo um prazo para o importador efetuar o pagamento, de acordo com
as normas cambiais vigentes.

Outra modalidade muito usada é a negociação direta entre o importador e o exportador, onde o
exportador concorda em receber o pagamento a prazo, embutindo juros no preço da mercadoria, e o
importador efetua o pagamento na data previamente acordada.

8.2.7 Banco do Nordeste4

Objetivo

Possibilitar aos importadores, acesso ao capital de giro, mediante o alargamento dos prazos de
pagamento de suas compras ao exterior, com a finalidade de financiar ou refinanciar o pagamento
dos seus compromissos no exterior para com fornecedores de mercadorias ou prestadores de
serviços.

O que financia?

As importações realizadas sob a modalidade de pagamento à vista e refinancia as importações


realizadas sob a modalidade de pagamento a prazo.

Público‑alvo

Importadores (pessoas físicas e jurídicas).

3
Disponível em: <http://www.bradesco.com.br>. Acesso em: 29 out. 2012.
4
Disponível em: <http://www.bancodonordeste.com.br>. Acesso em: 29 out. 2012.
130
FONTES DE FINANCIAMENTO

Fontes dos recursos

Linhas de crédito externas, captadas pelo BNB no mercado financeiro internacional.

Prazo

Contado da data do desembolso dos recursos no exterior, limitado ao seguinte:

• Na hipótese de importação de mercadorias, o prazo da operação fica limitado ao prazo


indicado na declaração de importação ou no Registro de Operação Financeira (ROF), conforme
o caso.

• Na hipótese de importação de serviços, o prazo da operação fica limitado ao prazo indicado


no Registro Declaratório Eletrônico (RDE) e no respectivo Registro de Operação Financeira
(ROF).

Saiba mais

Consulte os produtos de importação através dos sites já citados


anteriormente.

8.3 Modelo externo – Eximbank: financiamentos alternativos e outros

8.3.1 Eximbank5

Eximbank (Export – Import Bank of the USA): atua como uma agência governamental norte‑americana
independente, e seu objetivo é facilitar o comércio exterior americano, com o financiamento de
exportação de produto e serviço norte‑americano.

Dá apoio às compras de mercadorias e serviços americanos por compradores internacionais com


capacidade de obtenção de crédito em condições não disponíveis junto a fontes tradicionais de comércio
e financiamento estruturado. O Eximbank não compete com financiadores do setor privado e oferece
produtos que preenchem as lacunas na área de comércio e financiamento estruturado. O banco assume
riscos de crédito e de país que o setor privado não tem capacidade ou interesse em aceitar e ajuda a
colocar os exportadores americanos no mesmo nível dos exportadores de outros países financiados por
seus governos. Em mais de 70 anos de operação, o Eximbank já apoiou mais de 400 bilhões de dólares
em exportações americanas para o mercado internacional.

Os programas do Eximbank estão divididos em quatro categorias principais:

5
Disponível em: <http://www.eximbank.com.br>. Acesso em: 29 out. 2012.
131
Unidade IV

Capital de Giro: o Programa de Garantia de Capital de Giro reduz significativamente o risco do


financiador em empréstimos de capital de giro feitos a empresas americanas com capacidade de
obtenção de crédito para atividades relacionadas à exportação.

Seguros: o Eximbank oferece uma gama de opções de seguros de crédito de exportação aos
exportadores e instituições financeiras para reduzir os riscos de repagamento em contas a receber
estrangeiras devido a eventos políticos ou comerciais. As apólices podem cobrir vendas únicas ou
repetitivas a um comprador ou a vários. Conforme determinado pelo produto, as condições de
repagamento estão disponíveis para vendas de curto prazo (até 180 dias, excepcionalmente até 360
dias) e vendas de médio prazo (até cinco anos).

Empréstimos Diretos: os empréstimos diretos a compradores estrangeiros permitem que os


exportadores superem diferenças financeiras e que possam competir com a concorrência estrangeira
subsidiada com as taxas de juro mais baixas permitidas pela regulamentação internacional.

Garantias: ao reduzir os riscos de repagamento, as garantias permitem que os financiadores ofereçam


financiamento a clientes estrangeiros dos exportadores com taxas competitivas fixas ou variáveis. As
mercadorias e os serviços vendidos em condições de repagamento de um ano ou mais se qualificam para
empréstimos, garantias e seguros.

Curto prazo (repagamento em até um ano)

O Seguro de crédito a exportação permite que os exportadores americanos ofereçam crédito em


dólar diretamente a clientes internacionais. A inscrição precisa ser feita por um exportador americano.

Benefícios

• A conta de crédito aberta é um substituto atraente para as cartas de crédito e o financiamento


bancário.

• Taxas de juros menores, porque o crédito é geralmente obtido através de um financiador americano
ou diretamente pelo exportador.

• Um mínimo de informações financeiras é requerido para créditos de curto prazo até 100 mil
dólares.

Médio prazo (repagamento em até cinco anos e até 10 milhões)

Seguro de crédito de exportação e garantias de empréstimos comerciais para vendas a compradores


internacionais cobrindo principal e juros. A inscrição deve ser feita por uma instituição financeira.

Benefícios

• Resposta rápida.
132
FONTES DE FINANCIAMENTO

• Cobre tanto bens de capital quanto serviços.

• Garante o pagamento dos empréstimos, deixando mais dinheiro disponível para outros projetos.

Longo‑prazo (repagamento em até 10 anos ou acima de 10 milhões)

Garantias de empréstimos comerciais a compradores internacionais de mercadorias e serviços


americanos. A inscrição deve ser feita por uma instituição financeira.

Benefícios

• Disponível em moeda estrangeira.

• Taxa de juro negociável.

• Totalmente transferível.

Financiamento do Eximbank

O Eximbank dá apoio à compra de bens de capital e serviços relacionados americanos por meio da
garantia ou seguro de empréstimos a compradores internacionais. Em alguns casos, também fornece
empréstimos diretos aos compradores. Estão disponíveis financiamentos de curto, médio e longo prazo.

Garantia de empréstimos

As garantias de empréstimos do Eximbank cobrem o menor entre (1) 85% do preço do contrato, se
todo o conteúdo for americano ou (2) 100% do conteúdo americano e estão disponíveis para médio
prazo (até cinco anos de termo de repagamento e menores que 10 milhões de dólares) e longo prazo
(mais de cinco anos de termo de repagamento ou maior que 10 milhões de dólares). A taxa de juros
cobrada é geralmente uma taxa flutuante, negociada entre o comprador e o financiador.

Sob o programa de garantia, o empréstimo do financiador ao comprador estrangeiro é garantido


pelo Eximbank. Como o banco aprova a documentação antes da garantia entrar em vigor, o financiador
tem a certeza de que uma reivindicação será paga se for apresentada no prazo permitido. A taxa de juros
cobrada é negociada entre o comprador e o financiador. A garantia do banco inclui os juros acumulados.
Geralmente o contato com o banco é feito pelo financiador ou pelo comprador estrangeiro.

Seguros

O banco também oferece seguros com requisitos similares de qualificação. O programa de Apólice
de Seguros cobre um ou uma série de remessas a um comprador que foi considerado com capacidade
de crédito. O Eximbank assegura que se o comprador estrangeiro não pagar o restante do principal,
os juros serão pagos ao segurado. Frequentemente, um banco é o segurado e fará o pagamento ao
exportador uma vez que a cobertura do seguro seja aprovada. O banco faz então um empréstimo ao
133
Unidade IV

comprador estrangeiro. A documentação do empréstimo, como faturas, conhecimento de embarque e


certificado de exportador não são remetidos ao banco e o financiador assume a responsabilidade por
assegurar que tudo esteja completo. Muitas vezes são usados corretores de seguros para fornecer as
informações necessárias de inscrição junto ao Eximbank e auxiliar o banco com a documentação. As
inscrições podem vir de um exportador, de um banco ou de um corretor de seguros.

Empréstimos diretos

Em alguns casos, o banco estenderá um empréstimo direto a um comprador internacional. Os


requisitos de pagamento de entrada são os mesmos que os necessários para a garantia de empréstimo,
mas empréstimos diretos têm uma taxa de juros fixa baseada na taxa do Tesouro Americano.

Financiamento estruturado e de projeto

O Eximbank também oferece garantias e empréstimos diretos para financiar a construção e


operação de projetos por meio de transações financeiras estruturadas, incluindo financiamento de
projetos de recursos limitados em que os fluxos de caixa do projeto são usados para o repagamento do
financiamento. Além dos financiamentos de novos projetos, o Eximbank também aprova, em condições
apropriadas, projetos em que os emprestadores têm uma receita existente, que pode ser considerada
pelo banco como garantia.

Financiamento de projetos de recursos limitados

O financiamento de projetos de recursos limitados é um arranjo em que o banco empresta a empresas


de projeto recém‑criadas e considera o fluxo de caixa futuro do projeto como fonte do repagamento
em vez de depender diretamente de governos estrangeiros, instituições financeiras ou empresas
estabelecidas. Este arranjo financeiro é especialmente adequado em casos onde receitas em moeda
podem ser obtidas no exterior ou quando contratos de longo prazo de venda garantida asseguram
o fluxo de caixa do projeto. O Eximbank trabalhará com os investidores ou com os responsáveis pelo
desenvolvimento do projeto para criar uma estrutura que possa ser sustentada ao longo das operações
do projeto. O Eximbank também está atento a outras estruturas inovadoras, como compartilhamento de
riscos com fornecedores e resseguros, para facilitar as transações em setores importantes da indústria
que podem não atender a esses requisitos.

O financiamento de projetos de recursos limitados tem se mostrado um método cada vez mais
eficiente de financiar transações de larga escala em muitos países. A maioria dos investidores não se
interessa em financiar estas transações a partir de seus balanços financeiros devido aos muitos riscos
associados à conclusão destes projetos com sucesso. A estrutura preferida é o estabelecimento de uma
empresa de propósito especial (SPC), cujos ativos e receitas são penhorados aos financiadores do projeto
até que o serviço da dívida seja pago. O sucesso desta SPC depende da operação bem sucedida de vários
arranjos contratuais entre fornecedores, credores, financiadores, contratados etc. e da capacidade dos
financiadores de tomar juros sobre os ativos da SPC, dar prioridade a estes juros e executar hipotecas em
caso de não pagamento ou falência. Qualquer patrocinador ou financiador precisa se sentir seguro de
que os direitos contratuais e de propriedade especificados nestes arranjos contratuais sejam amplamente
134
FONTES DE FINANCIAMENTO

reconhecidos, que existam medidas corretivas e mecanismos que assegurem o cumprimento do


estabelecido.

Outros financiamentos estruturados

Além do financiamento de projetos de recursos limitados, o Eximbank também utiliza outros tipos de
financiamento estruturado por meio dos quais o banco pode considerar empresas existentes no exterior
como possíveis emprestadores com base em sua capacidade de crédito, conforme refletido por seu
balanço patrimonial e outras fontes de garantia. O Eximbank tem feito transações estruturadas, como
instalação de cabos de fibra ótica em vários países, projetos de petróleo e gás, controle de tráfego aéreo,
telecomunicações e indústrias manufatureiras.

8.3.2 Banco Mundial6

O Banco Mundial é uma fonte vital de assistência técnica e financeira para países em desenvolvimento
ao redor do mundo, ajudando‑os a reduzir a pobreza por meio de projetos em diversas áreas, como
construção de escolas, hospitais, estradas, energia e o desenvolvimento de programas que ajudam a
melhorar a qualidade de vida das pessoas, entre outros.

Sua missão é lutar contra a pobreza com dedicação e profissionalismo, para atingir resultados
duradouros e ajudar as pessoas a ajudarem a si mesmas e o ambiente. Para isso, o Grupo Mundial
disponibiliza recursos, compartilha conhecimentos, capacita e forma parcerias com os setores público e
privado.

Desde a sua fundação em 1944, estabelecida pela Convenção sobre o Banco Mundial e outros países,
houve um aumento significativo no número de integrantes da organização, principalmente nas décadas
de 1950 e 1960, quando muitos países se tornaram nações independentes.

Hoje é uma organização multilateral que pertence a 186 países‑membros e é formada por duas
instituições: o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD), mais comumente
chamado de Banco Mundial, e a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA).

Cada instituição desempenha um papel diferente, mas complementar, no avanço e na colaboração


para lograr atingir uma visão inclusiva e sustentável do desenvolvimento. O BIRD tem como objetivo
reduzir a pobreza nos países de renda média e nos países pobres com capacidade creditícia, enquanto a
IDA foca seu trabalho nos países mais pobres do mundo.

O trabalho destas instituições é complementado pela tarefa desempenhada pela Corporação


Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), que trabalha com o setor privado, pela Agência
Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA, link em inglês) e pelo Centro Internacional de Solução
de Controvérsia sobre Investimentos (ICSID, link em inglês). As cinco organizações formam o Grupo
Banco Mundial.

6
Disponível em: <http://www.bancomundial.org.br>. Acesso em: 29 out. 2012.
135
Unidade IV

Juntas, as organizações podem oferecer empréstimos a juros baixos, créditos sem juros e doações
aos países em desenvolvimento para uma ampla gama de propostas que incluem investimentos em
educação, saúde, administração pública, infraestrutura financeira e desenvolvimento do setor privado,
da agricultura e do gerenciamento de recursos naturais e do meio ambiente.

A sede do Banco Mundial está localizada em Washington. Existem mais de 10.000 funcionários
trabalhando em mais de cem escritórios no mundo inteiro. No Brasil, o escritório do Banco Mundial
localiza‑se em Brasília e a IFC tem escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro.

8.3.3 Bird (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento)7

O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) foi criado em 1945 e conta
hoje com 180 países membros. Juntamente com a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA),
instituída em 1960 e destinada a prover assistência concessional aos países de menor desenvolvimento
relativo, o Bird constitui o Banco Mundial, organização que tem como principal objetivo a promoção
do progresso econômico e social dos países membros, mediante o financiamento de projetos com
vistas à melhoria da produtividade e das condições de vida desses países. O Bird utiliza recursos obtidos
principalmente no mercado internacional de capitais, mas também possui recursos próprios. Somente
aqueles países membros do Fundo Monetário Internacional (FMI) podem fazer parte do Bird.

Em 1956, foi estabelecida a Corporação Financeira Internacional (IFC), cuja função básica é promover
o desenvolvimento econômico dos países membros por meio do crescimento e fortalecimento do setor
privado. A IFC não aceita garantias governamentais para os projetos financiados e também atua mediante a
compra de participações em investimentos privados. Em 1988, criou‑se a Agência Multilateral de Garantias
de Investimentos (MIGA), que objetiva oferecer garantias contra riscos não comerciais para investimentos
estrangeiros nos países membros. O Banco Mundial, a IDA e a MIGA formam o Grupo Banco Mundial.
Ainda que os quatro organismos sejam instituições legalmente e financeiramente separadas, compartilham
serviços administrativos do Bird e, no caso da IDA, também recursos de pessoal.

Para o desenvolvimento de suas atividades, o Bird conta com um presidente e um corpo de 24


diretores‑executivos, apontados ou eleitos pelos países ou por grupos de países membros. A Assembleia
de Governadores, formada geralmente por ministros da economia ou de finanças, reúne‑se anualmente,
ocasião em que são revistas as atividades do ano fiscal precedente e traçadas as linhas gerais de
atuação do Banco para o período seguinte. A redução da pobreza e a promoção do desenvolvimento
sustentável são os focos da atuação do Bird, que tem se dedicado crescentemente à promoção da
gestão governamental eficaz e do fortalecimento da sociedade civil, do investimento em setores de
infraestrutura e serviços, e do incentivo ao desenvolvimento do setor privado.

O Governador do Brasil no Bird é o Ministro da Fazenda, e o País possui 1,67% do capital do Banco.
À diretoria executiva da constituency integrada pelo Brasil (juntamente com Colômbia, Equador,
Filipinas, Haiti, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobago) correspondem 3,17% dos votos
do organismo.

7
Disponível em: <http://www.bancomundial.org.br>. Acesso em: 29 out. 2012.
136
FONTES DE FINANCIAMENTO

Exemplos de projetos financiados pelo Bird no Brasil são: o financiamento parcial do Gasoduto
Brasil‑Bolívia e do Programa de Reforma do Setor de Saúde – Reforsus, o programa de reestruturação
e privatização da malha ferroviária federal e programas de redução da pobreza e melhorias
ambientais. O BIRD possui três escritórios no Brasil (Brasília, Cuiabá e Recife) e, como parte do projeto
de descentralização das atividades da instituição, recentemente designou‑se um diretor residente de
operações para o país.

Lembrete

O Eximbank é uma agência governamental norte‑americana com


objetivo de facilitar o comércio exterior dos EUA, enquanto o Banco
Mundial é uma fonte de assistência técnica financeira para países em
desenvolvimento.

Saiba mais

Consulte os sites dos bancos internacionais que promovem exportação


dos países de origem conforme os abaixo citados:

<http://www.bancomundial.org.br>;

<http://www.eximbank.com.br>.

Resumo

O BNDES funciona como agência distribuidora de créditos para


desenvolver as empresas tanto públicas como privadas, cobrando
remunerações bancárias e taxas de juros bem compatíveis com os
empreendimentos de micros, pequenas e médias empresas por meio da
TJLP (taxa de juros de longo prazo), de Programas e Linhas de Crédito, na
Indústria, Comércio e outros.

Outra linha de crédito, o Crédito Rural, era diligenciada até 1990 para
grandes produtores rurais, a partir de então passou a assistir melhor o
pequeno e médio agricultor.

Na área internacional, O BNDES é uma empresa pública que promove


a exportação com baixa taxa de juros ajudando o exportador brasileiro
a colocar seus produtos no mercado internacional. Nesta área, o BNDES
é o principal agente no país para exportação e importação de produtos
137
Unidade IV

nacionais e estrangeiros, coligado a diversas instituições financeiras (bancos)


nacionais. Além dos bancos nacionais, existem bancos internacionais
que promovem a política de financiamento no Brasil: Eximbank e Banco
Mundial (BIRD).

Exercícios

Questão 1 (CFC, 2011, Contador). Uma sociedade empresária apresentou, no exercício de 2010, uma
variação positiva no saldo de caixa e equivalentes de caixa no valor de R$ 18.000,00. Sabendo‑se que o
caixa gerado pelas atividades operacionais foi de R$ 28.000,00 e o caixa consumido pelas atividades de
investimento foi de R$ 25.000,00, as atividades de financiamento:

A) Geraram um caixa de R$ 21.0000,00.

B) Consumiram um caixa de R$ 15.000,00.

C) Consumiram um caixa de R$ 21.000,00.

D) Geraram um caixa de R$ 15.000,00.

E) Geraram um caixa de R$ 7.000,00.

Resposta correta: alternativa D.

Análise das alternativas

Primeiramente, ordenando as informações do enunciado:

– Receita operacional: R$ 28.000,00.


– Saldo de caixa: R$ 18.000,00.
– Investimentos: R$ 25.000,00.
– Montante financiado: ?

Lógica de resolução:

Fundos para investimentos = (receita operacional – saldo de caixa)


Fundos para investimentos = (28.000,00 – 18.000,00)

Fundos para investimentos = R$ 10.000,00

Financiamentos = (fundos para investimentos – investimentos realizados)


Financiamentos = (10.000,00 – 25.000,00)

138
FONTES DE FINANCIAMENTO

Financiamentos = (– R$ 15.000,00), representando o que falta para cobrir os investimentos o que


supostamente foram tomados como empréstimos e financiamentos.

Assim, a alternativa D está correta por indicar que as atividades de financiamentos geraram um
caixa de R$ 15.000,00. Empréstimos e financiamentos, além de serem contabilizados como passivo, são
contabilizados como ativo circulante, caixa ou bancos conta movimento.

Questão 2. A Cia. Paralela utilizou‑se de recursos de curto prazo para financiar a compra de uma
máquina, tendo em vista o aumento da sua produção e, consequentemente, o aumento das vendas.
Analisando o endividamento da empresa, podemos dizer que:

A) A empresa agiu de maneira correta utilizando-se de recursos de terceiros para financiar o ativo.

B) A empresa não deveria ter adquirido a máquina, pois aumentou seu endividamento.

C) A empresa deveria ter tomado recursos de longo prazo.

D) A empresa não deveria ter adquirido a máquina se não houvesse capital para isso.

E) A empresa deveria ter recorrido a empresas de factoring.

Resolução desta questão na plataforma.

139
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1
BANCO do Brasil. Disponível em: <http://www.piaui2008.pi.gov.br/materia.php?id=18810>. Acesso em:
25 out. 2012.

Figura 2
CAIXA Econômica Federal. Disponível em: <http://www.guara.sp.gov.br/?pg=noticia&id=568>. Acesso
em: 25 out. 2012.

Figura 3
BNDES. Disponível em: <http://www.bancariospe.org.br/noticias_aparece.asp?codigo=5067>. Acesso
em: 25 out. 2012.

Figura 4
EFEITO Tesoura. Disponível em: <http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/IIseminario/gestao/gestao_01.
pdf>. Acesso em: 26 jul. 2011.

Figura 5
EFEITO Tesoura. Disponível em: <http://www.flf.edu.br/revista‑flf/monografias‑contabeis/mono>.
Aceso em: 25.07.2011.

Figura 6
ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 2007, p. 346.

Figura 7
BRITO; BRITO; SOUZA, [s.d.], p. 12.

Figura 8
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. p.455.

Figura 9
MODELO de Ficha Cadastral Sebrae. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/6
791375CF782DC23832573D90041DBD9/$File/NT0003748E.pdf> Acesso em: 29 jul.2011.

Figura 10
VISÃO geral do processo de controle de risco de crédito. Disponível em: <www.fenaban.org.br>. Acesso
em: 21 jul. 2011.
140
REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico – financeiro. 9. ed. São Paulo:
Atlas, 2010.

______. Matemática financeira e suas aplicações. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

______. Finanças corporativas e valor. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ASSAF NETO, A.; SILVA, C. T. Administração do capital de giro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

BERNI, M. T. Operação e concessão de crédito: os parâmetros para a decisão de crédito. São Paulo: Atlas, 1999.

BERTI, A. Análise do capital de giro: teoria e prática. São Paulo: Ícone, 1999.

BRAGA, R. Administração da financeira: uma abordagem introdutória. São Paulo: Atlas, 2005.

BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; EHRHARDT, M. C. Administração financeira. São Paulo: Atlas, 2001.

BRITO, D. P.; BRITO, R. P.; DE SOUSA, A. F. Crescimento sustentável: um modelo de autofinanciamento


das necessidades de capital de giro. EAD. FEA. Universidade de São Paulo, São Paulo, sem data.
Disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/semead/10semead/sistema/resultado/trabalhosPDF/542.
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CASAROTTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de investimentos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

DI AUGUSTINI, C. A. Capital de giro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

EQUIPE DE PROFESSORES DA FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DA USP;


Sérgio Iudícibus (coord.). Contabilidade introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

FLEURIET, M.; KENDY, R.; BLANC, G. O Modelo Fleuriet: a dinâmica financeira das empresas brasileiras.
Rio de Janeiro: Campus, 2003.

FLEURIET, M. A dinâmica financeira das empresas brasileiras. Belo Horizonte: Edições Fundação Dom
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GIMENES, R. M. T. Estrutura de capital e capacidade de autofinanciamento das cooperativas


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