ORIENTADORA:
____________________________________________________________
Prof. Drª. Josélia da Silva Alves (Orientador)
UFAC – Rio Branco / AC
Agradeço ao Pai por todos os milagres realizados no decorrer deste curso. A Ele toda
honra e toda a glória.
Agradeço ao Filho por ser o modelo a quem eu devo seguir. Sua conduta me
constrange a cada dia alinhar meus passos ao Dele.
Agradeço ao Santo Espírito, Aquele que “nos ensina todas as coisas”, por me
capacitar e consolar nos momentos mais difíceis.
Agradeço à minha mãe Neide por acreditar em meu potencial e por todo o sacrifício
realizado que possibilitou a finalização desta etapa na minha vida, sendo minha principal
motivação. Uma dívida eterna.
Agradeço à minha família, minha avó Lili pelo amor, ao meu tio Osvami pela amizade
e conselhos dados nesses anos de vida, ajudando a formar meu caráter, assim como meu tio
Osvanilson, que investiu muito em mim, pois também sempre acreditou em meu potencial.
Ao meu pai Silvio pelo companheirismo e todas as ideias trocadas ao longo dos anos.
Diálogos que contribuíram muito em minha formação.
Aos amigos que contribuíram de maneira fundamental, de incontáveis formas, e de
diversas maneiras: Luiz Fernando, Modesto, Mateus, Thiago e Dudu. Amo vocês.
Aos companheiros que ajudaram a amenizar a carga das angústias sofridas durante os
períodos finais deste curso: Daphne, Darlyn, Ives e Gabriel. Foi difícil, mas “jauera”.
Aos calorosos amigos que a engenharia me trouxe, de forma direta ou indireta: Saulo,
Aline, Tchequinha, Boleta, Italo, Carlos, Tadeu, Cássia, Kaliton, Baiano, Bruno, Belle, Nite,
Gabi, Katiúscia, Alexsa, Xofana e Gleison. Vocês moram no meu coração.
Aos companheiros do “The Crims” por todas as experiências compartilhadas,
também fundamentais para o meu crescimento pessoal.
Agradeço à minha orientadora Dra. Josélia por acreditar na idéia, fornecendo as
diretrizes para a boa realização deste trabalho, além da contribuição prática e teórica dos
professores Camilo Lélis e Júlio Roberto. Deixo um agradecimento especial ao prof. José
Roberto Murad, por um dia ter acreditado em meu potencial. Além de todos os professores
que contribuíram com a minha formação. Muito obrigado!
A todos que contribuíram, e até aos que descontribuíram, para a realização deste feito,
fica aqui o meu mais sincero agradecimento! ©
RESUMO
Figura 1.1 – Oratório da chácara Ebenézer, local onde foi construído o protótipo ................. 16
Figura 2.1 – Representação esquemática da fisiologia humana e as trocas térmicas. ............. 21
Figura 2.2 – “O calor recebido por um sistema é igual à soma entre a variação de energia
interna do sistema e o trabalho efetuado pelo sistema” (SCHULZ, 2009) .............................. 22
Figura 2.3 – TA (temperatura do corpo A); TB (temperatura do corpo B); Q (energia térmica);
TE (temperatura de equilíbrio). ................................................................................................ 22
Figura 2.4 – Representação gráfica acerca das relações entre o PPD e o PMV. ..................... 24
Figura 2.5 – Voto médio predito (PMV) em função da porcentagem de pessoas insatisfeitas
(PPD). ...................................................................................................................................... 27
Figura 2.6 – Relações de atraso e amortecimento entre te (temperatura externa) e ti
(temperatura interna). ............................................................................................................... 27
Figura 2.7 – Representação das trocas térmicas em um telhado e forro, respectivamente. ..... 28
Figura 2.8 – Propriedades radiantes no espectro da radiação solar e do infravermelho de
materiais. .................................................................................................................................. 29
Figura 2.9 – Embalagens acartonadas Tetra Classic®, comercializadas na década de 1950 ... 30
Figura 2.10 – Camadas constituintes de uma embalagem acartonada Tetra Brik ® Aseptic. . 31
Figura 2.11 – Envase de produtos em embalagem acartonada no modelo Tetra Brik ®.......... 32
Figura 2.12 – Embalagens acartonada obstruindo drenagem pluvial em Rio Branco. ............ 33
Figura 2.13 – Selo FSC® presente em embalagem acartonada que continha leite. ................. 34
Figura 2.14 – Embalagem Tetra Brik® Aseptic modelo Base, de formato retangular, utilizada
pela empresa de laticínios Tradição©. ...................................................................................... 37
Figura 2.15 – Embalagem Tetra Brik® Aseptic modelo Square, de formato quadrado,
utilizado pela empresa de laticínios Italac®. ............................................................................ 38
Figura 3.1 – Embalagens com as abas laterais superiores destacadas e o corte inicial
realizado. .................................................................................................................................. 40
Figura 3.2 – Embalagens achatadas. ........................................................................................ 40
Figura 3.3 – Retirada da tampa de polietileno. ........................................................................ 41
Figura 3.4 – A abertura é concluída ao realizar os cortes no sentido descrito pelas setas. ...... 41
Figura 3.5 – Limpeza de embalagens utilizando uma esponja dupla face. .............................. 42
Figura 3.6 – Embalagens em processo de secagem ao ar ........................................................ 43
Figura 3.7 – Armazenamento sem utilização e com a utilização de sacolas de plático. .......... 43
Figura 3.8 – Em destaque a galga do telhado do local de instalação do protótipo. ................. 46
Figura 3.9 – Embalagens associadas em modulação e multimodulação (tetramoduladas). .... 47
Figura 3.10 – Sequência de grampos nas laterais Y de duas embalagens acartonadas. .......... 47
Figura 3.11 – Tiras utilizadas para a vedação das aberturas de embalagens modelo Square. . 48
Figura 3.12 – Vedação da abertura com a utilização das tiras. ................................................ 48
Figura 3.13 – Planificação da embalagem utilizando um ferro de passar e um pano. ............. 49
Figura 3.14 – Grampos unindo as extremidades X dos módulos. ........................................... 50
Figura 3.15 – Fita crepe aplicada na face aluminizada de manta tetramodulada. ................... 50
Figura 3.16 – Instalação de módulo, começando a fixação na terça mais baixa. .................... 52
Figura 3.17 – E terminando na mais alta. ................................................................................ 52
Figura 3.18 – Momentos iniciais da construção do protótipo, onde foi necessária a utilização
de andaimes.............................................................................................................................. 53
Figura 3.19 – Em vermelho: residência onde foi aplicado o forro de embalagens na sala ...... 54
Figura 3.20 – Em vermelho: residência onde foi aplicado o forro de embalagens no ateliê. .. 54
Figura 3.21 – Planta baixa da residência onde foi aplicado o forro de embalagens na sala. ... 55
Figura 3.22 – Planta baixa da residência onde foi aplicado o forro no ateliê. ......................... 56
Figura 3.23 – Sala: ambiente escolhido para a instalação do primeiro forro experimental. Note
que a galga mais próxima à parede da janela aparece “incompleta”. ...................................... 57
Figura 3.24 – Longarina de cedro fixada no local, permitindo a instalação dos módulos....... 57
Figura 3.25 – Ateliê: ambiente escolhido para a instalação do segundo forro experimental. . 58
Figura 3.26 – Termômetro Elitech – 5Mini, utilizado no monitoramento............................... 59
Figura 3.27 – Termômetros posicionados na sala e no ateliê, respectivamente. ..................... 60
Figura 4.1 – Instalação do protótipo finalizada. ...................................................................... 65
Figura 4.2 – Módulos do protótipo fixados na galga. .............................................................. 66
Figura 4.3 – Módulos instalados no forro experimental do ateliê ........................................... 66
Figura 4.4 – Módulos instalados para o forro experimental da sala. ....................................... 67
Figura 4.5 – “Embuxamento” de multimodulados. ................................................................. 68
Figura 4.6 – Desprendimento de extremidade de módulo devida a ação dos ventos .............. 68
Figura 4.7 – Temperaturas máximas aferidas na 1˚ combinação da SALA. ........................... 70
Figura 4.8 – Temperaturas máximas aferidas na 2˚ combinação da SALA. ........................... 71
Figura 4.9 – Temperaturas máximas aferidas na 3˚ combinação da SALA. ........................... 73
Figura 4.10 – Temperaturas máximas aferidas na 1˚ combinação do ATELIÊ....................... 75
Figura 4.11 – Temperaturas máximas aferidas na 2˚ combinação do ATELIÊ....................... 76
Figura 4.12 – Temperaturas máximas aferidas na 3˚ combinação do ATELIÊ....................... 78
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
˚C – Graus centígrados
𝜺 – Emissividade
% – Porcentagem
® – Registered Trademark
© – Copyright
∆ – Delta (variação)
∑ – Sigma (somatório)
LISTA DE UNIDADES
h – Hora
kg – Kilograma
kPa – Kilopascal
M – mega
mm – milímetro
cm – centímetro
m – metro
m2 – metros quadrados
m/s – metros por segundo
m/l – mililitros
l – litros
Pa – Pascal
t - tonelada
W – Watts
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 15
1.1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................... 15
1.2 – JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 15
1.3 – OBJETIVOS .................................................................................................................... 17
1.3.1 – Geral.............................................................................................................................. 17
1.3.2 – Específicos ............................................................................................................. 17
1.4 – ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................................... 17
3 – METODOLOGIA ......................................................................................................... 39
3.1 – REDUZIR A TEMPERATURA AMBIENTE ................................................................. 39
3.1.1 – Adequar as embalagens ao método ............................................................................... 39
3.1.2 – Local de instalação ........................................................................................................ 44
3.1.3 – Dimensionamento e confecção dos módulos ................................................................ 45
3.1.4 – Instalação dos módulos no local escolhido ................................................................... 51
3.2 – VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO FORRO ............................................................ 53
3.2.1 – Forros Experimentais .................................................................................................... 53
3.2.2 – Monitoramento.............................................................................................................. 59
3.3 – LEVANTAR DADOS SOBRE O DESCARTE DE EMBALAGENS EM RIO
BRANCO. ................................................................................................................................. 61
3.3.1 – Procedimentos ............................................................................................................... 61
3.3.2 – Principais fornecedores ................................................................................................. 61
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 80
APÊNDICES ............................................................................................................................ 82
APÊNDICE I – VALORES DE TEMPERATURA MÁXIMOS E MÍNIMOS AFERIDOS NA
SALA ........................................................................................................................................ 83
APÊNDICE II – VALORES DE TEMPERATURA MÁXIMOS E MÍNIMOS AFERIDOS
NO ATELIÊ .............................................................................................................................. 85
APÊNDICE III – MONITORAMENTO DA TEMPERATURA EXTERNA REALIZADO
PELA ACREBIOCLIMAS ....................................................................................................... 87
APÊNDICE IV – SALA: GRÁFICO COMPARATIVO DE TEMPERATURA EXTERNA /
INTERNA ................................................................................................................................. 89
APÊNDICE V – ATELIÊ: GRÁFICO COMPARATIVO DE TEMPERATURA EXTERNA /
INTERNA ................................................................................................................................. 90
APÊNDICE VI – AMBIENTE UTILIZADO PARA FORRO EXPERIMENTAL: SALA ..... 91
APÊNDICE VII – AMBIENTE UTILIZADO PARA FORRO EXPERIMENTAL: ATELIÊ . 92
1 – INTRODUÇÃO
A capital acreana, Rio Branco, local onde foi realizado este estudo, se encontra na
zona equatorial do Brasil e a sua proximidade ao ponto de menor ângulo solar zenital,
denominado também de linha do Equador, lhe confere incidências solares quase que
ortogonais (LUCIANO, 2015). No Estado predomina o clima quente e úmido, com
temperaturas médias acima dos 18˚C o ano todo (IBGE, 2002).
Devida às altas temperaturas que ocorrem no Estado, seus habitantes frequentemente
experimentam a sensação de desconforto. Em contrapartida a isto, algumas construções
acreanas restringem a ação da ventilação natural dentro do ambiente ou não apresentam
mecanismos para mitigar os efeitos da incidente radiação solar, que aquece as telhas e
contribui para a elevação da temperatura dos ambientes em que estão instaladas,
intensificando o desconforto. Estas adversidades presentes na construção podem ser
atribuídas aos recursos do construtor no momento da execução da edificação, que limitam a
aquisição de material ou o planejamento prévio da execução.
Este trabalho foi desenvolvido sob o modelo de pesquisa experimental concomitante a
um estudo de caso, acerca dos processos e resultados a respeito da reutilização de embalagens
acartonadas Tetra Pak©, comumente utilizadas pelas indústria de laticínios, para a construção
de um forro que seja capaz de reduzir a temperatura de um determinado ambiente, que ainda
apresenta baixo custo e grande disponibilidade, sendo uma alternativa ao descarte,
diminuindo assim o volume de material a ser despejado em aterros sanitários.
Atualmente estas embalagens não são utilizadas apenas pela indústria de leite, mas
para uma enorme variedade de outros alimentos, e, em 2016, a Tetra Pak© vendeu mais de
77,9 bilhões de litros em produtos envasados por embalagens acartonadas. Sua versatilidade é
devida à sua resistente composição que protege os alimentos da luz, da oxidação, da umidade,
de patógenos externos, e das variações de temperatura (TETRA PAK©, 2017).
1.2 – JUSTIFICATIVA
O conforto do usuário foi a maior motivação deste trabalho. A igreja Missão Batista
para os Povos é proprietária da chácara Ebenézer, localizada no ramal José Carlos, em Rio
Branco. Durante todo o ano, são realizadas neste local atividades visando a comunhão, o lazer
e a edificação espiritual de seus membros. A chácara possui dormitórios, cozinha, banheiros,
16
1 – Introdução
refeitório e um oratório. Diversas atividades lúdicas ocorrem em toda a área do local, mas é
no oratório onde são passadas a maioria das horas, principalmente na parte da manhã, se
estendendo até o meio dia. A estrutura é um galpão construído em estrutura de madeira,
coberto com telhas fibrocimento. De manhã, o local apresenta uma temperatura ambiente
sempre muito agradável, porém, à medida em que se passam as horas, as telhas aquecem-se e
emitiam a radiação acumulada para os usuários, e mesmo havendo ventilação artificial, o
ambiente tornava-se extremamente desconfortável, dificultando a concentração de alguns,
principalmente das crianças.
Figura 1.1 – Oratório da chácara Ebenézer, local onde foi construído o protótipo
Fonte: Missão Jovem (2011)
interesse de reduzir a temperatura ambiente e que seja compatível com as condicionantes para
a aplicação do forro.
1.3 – OBJETIVOS
1.3.1 – Geral
1.3.2 – Específicos
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo será apresentado o referencial teórico para o trabalho, iniciando com
embasamento acerca do conforto térmico, sua importância e as variáveis que nele
influenciam, além de informações acerca do material que foi utilizado para favorecer a
sensação de conforto em um ambiente.
No decorrer dos últimos 100 anos houveram avanços tecnológicos e industriais nunca
antes vistos na história da humanidade. O estudo acerca das condições adequadas para a
sobrevivência humana e a realização de trabalhos de forma eficiente, incluindo a sensação de
conforto térmico, tiveram sua participação nesta revolução pois, a partir de informações
acerca deste conteúdo é possível realizar, tanto o lançamento de um homem ao espaço,
quanto entender a necessidade de um projeto de refrigeração para um shopping ou hotel no
meio do deserto em Dubai, por exemplo.
O fato de um ambiente ser termicamente confortável ou desconfortável irá influenciar
diretamente no rendimento do trabalho humano. Lopes (2012), a partir do conhecimento
acerca da temperatura ambiente, formulou o Quadro 2.1:
Quadro 2.1 – Efeitos da temperatura sobre o rendimento da atividade humana
Temperatura Efeitos Observações
20˚C Temperatura confortável. Máxima eficiência
Desconforto; Irritabilidade; Perda de concentração; Problemas de
Perda de eficiência em trabalhos mentais. natureza psíquica.
Problemas de
Aumento do número de erros; Perda de eficiência em
natureza psico-
↓ trabalhos de habilidade; Mais acidentes.
fisiológica.
Perda de eficiência em trabalho pesado; Perturbação do
equilíbrio do sal e da água do corpo; Pesada tensão no Problemas de
coração e na circulação; Intensa fadiga e risco de natureza fisiológica.
exaustão.
35˚C – 40˚C Limite de tolerância a altas temperaturas.
FONTE: Lopes, (2012).
2.1.1 – Normatização
2.1.2 – Conceituação
Para que seja possível obter uma adequada compreensão deste conteúdo, é necessário
definir determinados conceitos acerca deste tema.
A primeira definição é acerca do conforto térmico. A norma ASHRAE 55 (1994, p.
19), conceitua conforto térmico como “a condição da mente que expressa satisfação com o
ambiente térmico”, por isso, é uma sensação subjetiva, que pode variar de uma pessoa para
outra.
Quanto à neutralidade térmica, a norma ABNT – Projeto 02:135.07-001, voltada para
definir conceitos acerca do desempenho térmico em edificações, define como:
Estado físico no qual todo o calor gerado pelo organismo através do metabolismo,
seja trocado em igual proporção com o ambiente ao redor, não havendo nem
acúmulo de calor, nem perda excessiva do mesmo, mantendo a temperatura corporal
constante. (Projeto 02:135.07-001, 2003, p. 5)
20
2 – Revisão Bibliográfica
O pesquisador dinamarquês Ole Fanger (1970 apud. LAMBERT, 2002, p. 2), define
que: “Neutralidade térmica é condição na qual uma pessoa não prefira nem mais calor nem
mais frio no ambiente a seu redor”.
A norma Projeto 02:135.07-001 (2003, p. 5) também define que, a sensação de
desconforto térmico é quando uma “porcentagem de pessoas em um ambiente que não se
sentem termicamente satisfeitas”.
As principais formas de dissipação de calor no corpo ocorrem através da pele, seja por
perda sensível de calor, através de convecção e radiação, ou perda latente de calor, através da
evaporação do suor e dissipação da umidade da pele. Também ocorrem dissipações em menor
escala, através da respiração, seja por convecção ou evaporação (LAMBERTS, 2002).
2.1.4 – Termodinâmica
Segundo Halliday et al. (2012, p. 192), a termodinâmica é o ramo da física que estuda
as leis que regimentam as relações entre calor e outras formas de energia, e define calor
como: “a energia trocada entre um sistema e o ambiente devido a uma diferença de
temperatura”.
forma para outra. Calor e trabalho são intercambiáveis. Em qualquer sistema a saída de
energia tem que ser igual a entrada, (...). “
Figura 2.2 – “O calor recebido por um sistema é igual à soma entre a variação de energia interna do sistema e o
trabalho efetuado pelo sistema” (SCHULZ, 2009)
Fonte: Daniel Schulz (2009).
Figura 2.3 – TA (temperatura do corpo A); TB (temperatura do corpo B); Q (energia térmica); TE
(temperatura de equilíbrio).
Fonte: Daniel Schulz (2009).
23
2 – Revisão Bibliográfica
a) Condução: transferência por condução ocorre por intermédio dos átomos e elétrons
do material. Um material metálico por exemplo, possui grande quantidade de elétrons livres,
e ao serem expostos a uma fonte de calor os elétrons e átomos se aquecem e vibram
intensamente, colidindo entre si, fazendo com que o calor se propague por todo o material
(HALLIDAY et al., 2012). Um material mal condutor de calor, é aquele que possui alta
resistência térmica, ou seja, que possui baixa quantidade de elétrons livres em seu interior
(VITTORINO, 2003), tornando-o bom isolante térmico.
b) Convecção: é definida como a troca térmica entre dois corpos, sendo um deles sólido
e o outro um fluido (líquido ou gás) (FROTA e SCHIFFER, 2001). Esta magnitude depende
da área de contato entre o fluido e a superfície do sólido, a diferença de temperatura entre os
dois corpos e o coeficiente de troca por convecção, que é em função da viscosidade e da
velocidade do fluido, de acordo com o tipo de escoamento (laminar ou turbulento)
(LAMBERTS et al., 2001).
Ole Fanger (1970), realizou um trabalho experimental reunindo cerca de 1300 pessoas
de diferentes nacionalidades, idades e sexo, e, ao combinar as grandezas de diversas
variáveis, denominadas de pessoais ou ambientais, formulou uma equação capaz de
determinar um valor numérico que traduzisse a sensibilidade humana ao calor ou frio. Este
valor foi denominado de Voto Médio Predito (PMV do inglês Predicted Mean Vote).
Posteriormente, foi adicionado o conceito de Porcentagem de Pessoas Insatisfeitas (PPD do
inglês Predicted Percentage of Dissatisfied). (LAMBERTS, 2014, id. 2002). Graficamente, o
PMV e o PPD se relacionam desta forma:
Figura 2.4 – Representação gráfica acerca das relações entre o PPD e o PMV.
Fonte: Luciano Dutra, (2014).
A norma ISO 7730 (2005) utiliza as pesquisas realizadas por Fanger para a
determinação do conforto térmico e recomenda que “em espaços de ocupação humana
termicamente moderados, o PPD deve ser menor que 10%, o que corresponde a uma faixa do
PMV de -0,5 a +0,5”. (apud LAMBERTS et al., 2014, p. 50)
a) Parâmetros Pessoais
Os principais parâmetros pessoas são as vestimentas utilizadas pelo ocupante do
ambiente, e tipo de trabalho que está sendo realizado.
25
2 – Revisão Bibliográfica
A ISO 7730 estabeleceu valores quanto a atividade que está sendo realizada no
ambiente, e esta determinará o quão ativo o metabolismo estará e o quanto o mecanismo
termorregulador é requisitado. A grandeza da atividade é medida em W/m2, e foi simplificada
para a unidade met, tomando como base, atividade metabólica de uma pessoa sentada em
atividade sedentária (1 met = 58,15W/m2) (ISO 7730, 2005).
Da mesma forma, a norma anteriormente citada estabeleceu valores acerca da
resistência térmica concernente as vestimentas e que influenciará na dinâmica das trocas
térmicas que ocorrem entre a pele e o ambiente. A taxa de resistência térmica pode ser
medida em m2.C/W e simplificada em uma unidade própria, o clo. (ISO 7730, 2005).
b) Parâmetros Ambientais
Fanger (1970), para a formulação da equação do PMV, precisou determinar quais
variáveis ambientais influenciariam na sensação de conforto térmico e determinou 4
variáveis:
Quadro 2.2 – Variáveis ambientais de conforto térmico e seus equipamentos de aferição.
Variável Ambiental Simbologia Unidade Aferição segundo a ISO 7726 (1998)
Temperatura do ar tar ˚C Termômetro de bulbo seco; *
Temperatura radiante
trm ˚C Termômetro de globo;
média
Velocidade do ar var m/s Anemômetro de palhetas;
Pressão parcial de vapor
Pa KPa Psicrômetros.
de água no ar ambiente
(*): A norma permite o uso de dataloggers compactos, porém, recomenda que a precisão adequada
para as aferições seja de 0,2˚C, enquanto que a maioria destes dispositivos apresentam precisão de cerca de
0,4˚C. (LAMBERTS, 2014)
Fonte: ISO7730(2005), ISO7726(1998).
Onde:
PMV = voto médio estimado;
M = atividade desempenhada pelo indivíduo;
L = carga térmica atuante sobre o corpo.
A carga térmica é o resultado da diferença entre o calor gerado pelo corpo e o trocado
com o meio ambiente. Ela é dada por (ISO 7730, 2005):
L = (M-W) – 3,05.10-3. [5733-6,99(M-W) – Pa] – 0,42. [ (M-W) – 58,15] – 1,7.10-5. M.
(5867 – Pa) – 0,0014. M. (34 – ta) – 3,96.10-8. fcl. [ (tcl + 273)4 – (trm + 273)4] – fcl. hc. (tcl –
ta )
Onde:
M = taxa metabólica (W/m2);
W = trabalho mecânico (W/m2), sendo nulo para a maioria dos casos;
Icl = resistência térmica das roupas (m2.˚C/W);
fcl = razão entre área superficial do corpo vestido, pela área do corpo nú.
ta = temperatura do ar (˚C);
trm = temperatura radiante média (˚C);
var = velocidade relativa do ar (m/s);
Pa = pressão parcial do vapor de água (Pa);
hc = coeficiente de transferência térmica por convecção (W/m2);
tcl = temperatura superficial das roupas (˚C).
Após o calcular o valor do PMV, é possível encontrar o PPD, pois a equação deste
último é em função do voto médio predito. Após a determinação de ambos os valores,
aplicam-se à escala de sensações térmicas da ASHRAE 55:
27
2 – Revisão Bibliográfica
Figura 2.5 – Voto médio predito (PMV) em função da porcentagem de pessoas insatisfeitas (PPD).
Fonte: ASHRAE 55 (2003).
Em uma cobertura composta por forro e telhado, a trocas de calor ocorrem da seguinte
forma:
2.2 – O MATERIAL
2.2.1 – Histórico
2.2.2 – Composição
Cada uma destas camadas têm uma função específica e atuam em conjunto para a
formação da embalagem. A descrição da camada e a sua ordem de aplicação pode ser
visualizada na Figura 2.10:
Figura 2.10 – Camadas constituintes de uma embalagem acartonada Tetra Brik ® Aseptic.
Fonte: TETRA PAK © (2014)
Serão descritas a seguir algumas medidas realizadas pela fabricante para minimizar os
impactos causados pelo descarte e produção de embalagens acartonadas.
Figura 2.13 – Selo FSC® presente em embalagem acartonada que continha leite.
Fonte: Acervo próprio (2017).
2.2.4.2 – Polímeros
é usado para fazer os componentes da embalagem como tampas, canudos, filmes laminados e
outras formas de aberturas, e tem as mesmas propriedades que o polietileno comum. Esta
tecnologia foi desenvolvida em parceria com a Braskem, a maior produtora de resina
termoplástica da América (TETRA PAK©, 2015).
Um estudo realizado pelo Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade
Federal de Campina Grande, sobre biopolímeros, polímeros biodegradáveis e polímeros
verdes relata que, mesmo que polímero seja proveniente de fontes renováveis, classificando-o
como biopolímero, sua composição não permite a degradação natural pela ação de bactérias,
fungos e algas mesmo sob condições favoráveis a biodegradação. Porém, em favor aos
polímeros verdes, o estudo afirma que:
A produção dos polímeros verdes, além de absorver CO2 da atmosfera, também
reduz a dependência de matérias-primas de origem fóssil para fabricação de
produtos plástico. (...), para cada tonelada de polietileno verde produzido, uma
média de 2,5 toneladas de dióxido de carbono é removida da atmosfera, ao invés de
2,5 toneladas de CO2, liberadas por um polietileno produzido a partir de matéria-
prima fóssil, (...). A tendência mundial de redução das emissões de CO2 na
atmosfera tem impulsionado a demanda no mercado de plásticos de origem vegetal.
O polietileno verde pode também contribuir significativamente para a redução do
efeito estufa (BRITO, 2011, p. 129, adaptado)
2.2.4.3 – Alumínio
O alumínio é o segundo metal mais usado no mundo, perdendo apenas para o aço. Sua
grande demanda se deve às suas qualidades únicas como a durabilidade, a força, e a
habilidade de ser reciclado indefinidamente, sem que haja perda de qualidade. Dentro das
embalagens acartonada há apenas uma fina camada de alumínio, oito vezes mais fina que um
cabelo humano, (TETRA PAK©, 2015), cerca de 0,035 mm de espessura (SCHMUTZLER,
2001). Apenas o necessário para prevenir a passagem de oxigênio e luz.
A lamina de metal presente nas embalagens vem de um minério chamado bauxita, e a
sua mineração causa, além do esgotamento deste recurso, o desmatamento, a retirada do solo
para a lavra, a erosão e o assoreamento em mananciais. (LAYARAGUES, 2016) Segundo o
Projeto de Assistência Técnica ao Setor de Energia realizado para o Ministério de Minas e
Energia (MME):
O consumo de matéria prima mineral na cadeira de produção de alumínio, passa
pela fase intermediária da produção de “alumina”. Para produzir o alumínio a partir
da bauxita efetuam-se três etapas: a bauxita (média de 40% de Al2O3) depois de
extraída, lavada e seca é transportada para refino. Em termos gerais são necessários
até 4 (quatro) toneladas de bauxita para produzir cerca de 2 (duas) toneladas de
alumine e obter 1(uma) tonelada de alumínio primário.
36
2 – Revisão Bibliográfica
(...). Nos últimos 10 anos a ABAL informa que a média brasileira foi de 15,0MWh/t
de alumínio enquanto a média mundial foi de 15,2MWh/t (MME, 2009, p. 7)
A composição descrita no Quadro 2.3, afirma que, para cada embalagem acartonada,
cerca 5% corresponde à camada de alumínio. Considerando o descarte destas embalagens,
para cada tonelada de embalagem acartonada, 50 kg de alumínio também são descartados, e
cerca de 0,75 MWh são enterrados. Isso é o que Schmutzler (2001) chama de “eletro-lixo”.
Em 2012, a Tetra Pak© ingressou na Aluminium Stewardship Initiative (ASI®),
organização sem fins lucrativos, semelhante ao FSC®, que segundo os objetivos descritos
pela própria entidade: “busca reconhecer e colaborar com a produção, fornecimento e
gerenciamento responsável do alumínio, visando maximizar a contribuição deste metal para
uma sociedade mais sustentável” (ASI©, 2017).
embalagem virada para o ambiente, pois de alguma forma, contribuiria para a estética do
local, sendo a maneira mais facilmente aceita pelos usuários, favorecendo a disseminação da
ideia.
Figura 2.14 – Embalagem Tetra Brik® Aseptic modelo Base, de formato retangular, utilizada pela
empresa de laticínios Tradição©.
Fonte: Acervo próprio (2017)
Este modelo apresenta a tampa em polietileno como acessório, sendo necessária sua
retirada no momento da limpeza ou na fase de acabamento dos módulos. Esta embalagem,
quando aberta mede cerca de 28 cm tanto na direção X quanto na direção Y (conforme a
38
2 – Revisão Bibliográfica
Figura 2.15), ocupando uma área unitária de 0,0784 m2, conferindo a este modelo um
rendimento de quase 13 embalagens por metro quadrado. Uma embalagem deste modelo pesa
cerca de 33 gramas.
Figura 2.15 – Embalagem Tetra Brik® Aseptic modelo Square, de formato quadrado, utilizado pela
empresa de laticínios Italac®.
Fonte: Acervo próprio (2017)
39
3 – Metodologia
3 – METODOLOGIA
Esta etapa foi realizada em local onde foi possível a utilização de água potável com
abundância, como em um tanque de lavar roupas.
3.1.1.2 – Abertura
corte lateral. Algumas embalagens Tetra Brik© Aseptic do modelo Square possuem tampas
de PEAD acopladas à sua estrutura, sendo necessária a retirada deste excesso de plástico com
o auxílio de uma faca. Esta medida não tinha função direta ao funcionamento do forro,
porém, a não realização desta etapa pode atrapalhar as demais, como o aplainamento ou
mesmo o armazenamento de embalagens e módulos. Nestas embalagens, também foi
necessário fazer um pequeno corte na parte superior da embalagem, possibilitando sua
abertura a partir da solda superior. Diferentemente do modelo Base comumente
comercializado que, para possibilitar o consumo do alimento, é necessário realizar esta
incisão.
Figura 3.1 – Embalagens com as abas laterais superiores destacadas e o corte inicial realizado.
Fonte: Acervo próprio (2017).
Com o auxílio de um estilete ou uma faca de mesa com cerdas, era separada a solda na
parte superior e realizava-se o corte na dobra lateral gerada pelo achatamento da embalagem,
do topo até o fim da solda inferior. Por fim, foi realizado o corte para separar a solda inferior.
A embalagem toma a forma de uma grande folha, no formato descrito no item 2.2.6, por isso
foi importante lembrar para não realizar corte na outra lateral achatada.
Figura 3.4 – A abertura é concluída ao realizar os cortes no sentido descrito pelas setas.
Fonte: Acervo próprio (2017).
42
3 – Metodologia
3.1.1.3 - Limpeza
3.1.1.4 - Secagem
secagem, locais com boa ventilação eram preferenciados para esta etapa, acelerando o
processo de evaporação.
Após abertas, elas eram empilhadas de acordo com o seu modelo (Base ou Square), de
modo a ficarem planificadas. Em situações onde o armazenamento seria prolongado, as
embalagens limpas eram dispostas em grupos de 50 e guardadas em sacolas plásticas, visando
protege-las do excesso de poeira e umidade, e facilitar o controle quantitativo de embalagens.
A realização das etapas posteriores, só foi possível após verificar se o local onde se
desejava instalar o forro era viável para a aplicação do método. Para isso foi observado o
atendimento de algumas condicionantes e medidas importantes para o dimensionamento dos
módulos.
3.1.2.2 - Condicionantes
utilizar colas especiais. Esta alteração na forma de fixação dos módulos será explorada
ao fim deste trabalho, sob a forma de proposta para futuros trabalhos;
c) A altura do ponto de aplicação ao chão também é uma condicionante. Esta variável
pode dificultar a medição da distância da galga média de um telhado, e irá determinar
o tipo de equipamento e mão de obra que serão utilizados no momento da instalação.
Com relação ao equipamento, para vencer a altura previamente descrita, em algumas
situações, uma escada de alumínio é suficiente tanto para a aferição de medidas
quanto para a instalação do forro. Em casos mais desafiadores, para a instalação
definitiva do forro no ambiente, pode ser necessário a utilização andaimes tubulares
de ferro, preferencialmente equipados com rodízios de aço e plataformas de alumínio.
Nestes casos, recomenda-se o uso de mão de obra especializada, habituada ao trabalho
em altura. Mais informações acerca do uso de andaimes foram debatidas no item
3.1.4.1 deste trabalho.
b) Insumos:
• Grampos 26/8;
• Energia elétrica;
• Fita crepe 50 mmx50 m;
• Mão de obra.
3.1.3.2 - Dimensionamento
Esta etapa tem como objetivo quantificar o número de embalagens unidas em série
para que suas extremidades alcancem desde meio de uma terça a o meio da outra, formando o
módulo, e o número de módulos dispostos em paralelo necessários para cobrir todo o
ambiente.
Para a construção do protótipo, por exemplo, a galga média do local media cerca de
1,10 m de uma extremidade interna à outra, sendo necessário uma série de 4 embalagens do
modelo Base e de 4,5 (quatro e meia) do modelo Square.
Dependendo do local, podem haver até 3 metros de espaço entre as tesouras, e a
instalação de forma individual do módulo pode tornar o trabalho um pouco exaustivo. Por
essa razão, na fase de acabamento, foi realizada a união definitiva dos módulos de forma
paralela, em um momento prévio à instalação, tomando como base o espaçamento disponível.
A multimodulação apresentou uma aparência semelhante a uma manta.
47
3 – Metodologia
3.1.3.3 - Confecção
A operação era repetida até atingir o comprimento desejado para o módulo, e até
cobrir a edificação. Existem certos casos em que o comprimento exigido para o módulo que
48
3 – Metodologia
uma embalagem seja dividida ao meio, realizando o corte na dobra central de uma
embalagem aberta.
3.1.3.4 - Acabamento
As embalagens do modelo Base podem ter até duas etapas de acabamento, enquanto
que o modelo Square pode chegar a três. A medida de acabamento exclusiva para o modelo
Square é:
i. Após a retirada da tampa de plástico deste modelo de embalagem, permanecerá o furo
por onde era retirado o alimento. Para evitar a desuniformidade do forro, estas aberturas
foram vedadas com pedaços cortados de outras embalagens. Era escolhida uma embalagem e
cortada em pequenas tiras, medindo cerca de 3 cm de altura e 6 cm de comprimento. As tiras
eram então posicionadas na frente do furo e grampeadas à embalagem, utilizando cerca de 3
grampos de cada lado, onde o sentido do grampo é paralelo ao comprimento da tira.
Figura 3.11 – Tiras utilizadas para a vedação das aberturas de embalagens modelo Square.
Fonte: Acervo próprio (2017).
Vale ressaltar que esta medida ainda não havia sido feita no protótipo, vindo a ser
realizado apenas posteriormente, na confecção dos forros experimentais.
As próximas medidas de acabamento são comuns aos dois modelos utilizados:
ii. Terminada a confecção do módulo, é recomendado realizar a planificação deste. As
embalagens, em seu formato comercial apresentam dobras em sua superfície, e
ocasionalmente, algumas embalagens podem se amassar. Por isso, foi realizada a planificação
da superfície do módulo para que na fase de instalação, o forro apresente uma melhor
aparência.
O aplainamento foi realizado com o auxílio de um ferro de passar e um pano de prato.
Posicionando o pano sobre o módulo com a parte de alumínio virada para baixo, o ferro era
utilizado da mesma forma como é realizado com as roupas. Eram observados pontos na
embalagem que apresentavam maiores deformidades, o ferro era utilizado afim de corrigir
estas irregularidades.
manta. Esta etapa é recomendada apenas a módulos que tenham passado pela fase de
planificação.
O processo se iniciava tomando dois módulos e realizando a sobreposição de um deles
sobre o outro na direção X da embalagem, sendo realizado o grampeamento nas extremidades
dos dois módulos, na mesma distância descrita no método de confecção: o suficiente para que
as duas pontas de um grampo perfurem as duas embalagens, cerca de 1,5 cm, com o sentido
dos grampos ortogonais à direção X. Tendo as extremidades já fixadas, as placa placas eram
dispostas com a face aluminizada para cima, com tiras de fita crepe (de 12 cm a 15 cm de
comprimento) no encontro dos grampos dos dois módulos. Essa medida não tem função
direta sobre o desempenho térmico do forro, mas visa a estabilidade da placa no momento de
aplicação.
Não é recomendado multimodulações com mais de 5 módulos unidos por vez, pois, as
grandes dimensões da placa podem dificultar o transporte e manuseio.
3.1.3.5 - Armazenagem
Para esta etapa não há a necessidade de uma atuação mais enérgica, porém, era visada
a armazenagem de modo a não amassar ou dobrar alguma parte do módulo, o que poderia vir
a dificultar a instalação, ou deixar o forro com uma aparência indesejada.
3.1.4.1 – Instalação
Para os forros experimentais foi necessária uma escada comum de alumínio. Antes da
aplicação dos módulos, foi utilizada a manta asfáltica aluminizada para vedar os pontos de
goteira registrados no local. Esta medida visa proteger a subcobertura do excesso de umidade.
Após a vedação, utilizou-se a pistola de grampos para começar aplicando os módulos
do caibro inferior para o caibro superior, procurando alinhar a extremidade da direção Y da
embalagem o mais rente possível à terça. Desta maneira o aplicador sente mais firmeza no
momento de aplicar o superior, e os módulos aplicados desta forma apresentaram aparência
final melhor do que os aplicados de forma contrária.
Caso não haja a possibilidade de utilizar a pistola de grampos, é possível a utilização
de fixa-fios, popularmente conhecidos como “miguelões”. Estes são facilmente fixados com
martelo comum, porém, esta medida pode ser inviável à estruturas mais antigas, sensíveis ao
choques, e a utilização desta medida irá requerer as duas mãos do instalador, necessitando o
52
3 – Metodologia
auxílio de mais uma pessoa para segurar o módulo no local desejado enquanto o instalador se
prepara para realizar a fixação.
Figura 3.18 – Momentos iniciais da construção do protótipo, onde foi necessária a utilização de andaimes.
Fonte: Acervo próprio (2017).
Serão apresentadas a seguir as medidas tomadas para verificar a eficiência deste forro
em reduzir a temperatura de um determinado ambiente.
a) A sala: primeiro ambiente escolhido foi a sala de uma residência localizada na Rua da
Banana, do bairro Mocinha Magalhães em Rio Branco. Este ambiente foi escolhido pois, se
enquadrava dentro de todos os condicionantes requeridos para a instalação, além do local
apresentar baixa demanda por embalagens, porém, apresentou alguns desafios de execução,
sendo necessária uma intervenção à estrutura do telhado.
54
3 – Metodologia
Figura 3.19 – Em vermelho: residência onde foi aplicado o forro de embalagens na sala
Fonte: Google Maps (2017).
Figura 3.20 – Em vermelho: residência onde foi aplicado o forro de embalagens no ateliê.
Fonte: Google Maps (2017)
55
3 – Metodologia
a) Da sala: Esta sala está em uma residência unifamiliar, onde moram duas pessoas,
construída em alvenaria convencional e coberta sob telhado de fibrocimento. Vale ressaltar
que a sala é o principal local de interação de interação da residência, onde as moradoras
passam a maior parte do tempo, e onde são recebidos quaisquer visitantes que venham a
frequentar a casa, e que o ventilador era um equipamento de uso intensivo e quase que
obrigatório para a permanência neste ambiente.
Figura 3.21 – Planta baixa da residência onde foi aplicado o forro de embalagens na sala.
Fonte: Acervo próprio (2017).
Figura 3.22 – Planta baixa da residência onde foi aplicado o forro no ateliê.
Fonte: Acervo próprio (2017).
Figura 3.23 – Sala: ambiente escolhido para a instalação do primeiro forro experimental. Note que a
galga mais próxima à parede da janela aparece “incompleta”.
Fonte: Acervo próprio (2017).
Entretanto, o espaço disponível entre as vigas que sustentavam a galga e a telha era de
cerca de 7,5 cm, o que permitiu que fosse adicionada mais um elemento estrutural: uma
longarina de cedro, com uma seção transversal medindo cerca de 5x5 cm. A peça media cerca
de 3,2 m de comprimento, que, para que fosse possível a sua instalação, precisou ser serrada
ao meio. Para garantir a sua estabilidade, as peças divididas além de estarem apoiadas nas
vigas, ainda tiveram as extremidades que foram fixadas à parede de alvenaria utilizando o
conjunto de buchas e parafusos 8 mm.
Figura 3.24 – Longarina de cedro fixada no local, permitindo a instalação dos módulos.
Fonte: Acervo próprio (2017).
Após a realização desta medida foi possível dimensionar os módulos para cobrir o
local escolhido. Para este local foram então aferidas duas medidas de galga: cerca de 115 cm
para as galgas pré-existentes, e de 75 cm para a nova galga. Neste forro foram utilizadas
apenas embalagens do modelo Square, com 26 módulos de 4,5 (quatro e meia) embalagens
em série e de 13 módulos de 2,75 (duas e ¾) de embalagens. O quantitativo foi resumido na
tabela a seguir:
58
3 – Metodologia
b) Do ateliê: Este não apresentou maiores desafios práticos, entretanto, este ambiente
apresentava uma área maior, demandando um maior número de embalagens, por isso foram
utilizados os dois modelos de embalagem, descritos no item 2.2.6. da Revisão Bibliográfica.
Este local também apresentou duas medidas de galga, uma de 120 cm, demandando cerca de
19 módulos de 4 embalagens do modelo Base e de 25 módulos de 4,5 embalagens do modelo
Square. A outra galga media cerca de 130 cm, e foram necessários 7 módulos de 4,5
embalagens do modelo Base e de 15 módulos de 5 embalagens do modelo Square. O
quantitativo pode ser demonstrado de forma resumida na Tabela 3.2 a seguir:
Figura 3.25 – Ateliê: ambiente escolhido para a instalação do segundo forro experimental.
Fonte: Acervo próprio (2017).
59
3 – Metodologia
3.2.2 – Monitoramento
Devido aos baixos recursos financeiros disponíveis para a aplicação deste trabalho,
não foi possível aferir todas as variáveis de conforto térmico dos ambientes onde foram
construídos forros de embalagens, portanto não é possível determinar o PMV. Entretanto, a
temperatura ambiente pode ser verificada, e, com base nos dados obtidos, permitiu uma
avaliação acerca da eficiência do forro de embalagens de reduzir a temperatura do ar e por
isso, promover conforto térmico.
A temperatura dos ambientes foi monitorada por cerca de 60 dias, antes e após da
aplicação do forro. Os termômetros foram programados para realizar e armazenar uma
medição a cada 10 minutos para detectar de forma mais precisa a variação da temperatura
ambiente.
Quadro 3.1 – Período de monitoramento dos ambientes
Local de Locação do Monitoramento Instalação Monitoramento
Aplicação equipamento (SEM FORRO) do forro (COM FORRO)
03/08/2017 – 01/09/2017 03/09/2017 –
Sala 28/07/2017 02/09/2017
(30 dias) 02/10/2017 (30 dias)
05/08/2017 – 03/09/2017 05/09/2017 –
Ateliê 28/07/2017 04/09/2017
(30 dias) 04/10/2017 (30 dias)
Fonte: o autor.
Uma das formas qualificar a relevância deste projeto é a partir da informação acerca
do possível descarte de embalagens realizado em Rio Branco.
3.3.1 – Procedimentos
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 – O DESCARTE
As entrevistas para obter os dados acerca do descarte foram todas realizadas no dia 16
de fevereiro de 2018, em conversa com os gerentes ou encarregados de cada estabelecimento.
Foram obtidos os seguintes valores:
Então, para efeito de cálculo, sabendo que o modelo Base pesa cerca de 31 gramas e o
modelo Square cerca de 33 gramas, para efeito de cálculo, utilizaremos um valor médio de
massa para os dois modelos de embalagem:
𝒎𝒃 + 𝒎𝒔 31 + 33
𝒎𝒎 = = = 32 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠
𝟐 2
64
4 – Resultados e Discussões
Visto que na cidade de Rio Branco ainda não há incentivos específicos para a
reciclagem ou reutilização destas embalagens, será considerado que 100% das embalagens
compradas são sumariamente descartadas chegamos aos seguintes valores de descarte:
Tabela 4.1 – Resumo do volume de embalagens vendidas no mês de dezembro de 2017
QUANTIDADE (unidades)
FORNECEDOR
Italac ® Tradição ®
Makro® 2.278 36.800
Atacadão® 2.600 1.800
Araújo® 51.660 53.268
Gonçalves® Sem vendas 12.838
Mercale® 4.043 28.878
Pague pouco® 12.628 13.577
∑. PARCIAL 73.209 147.161
∑. TOTAL 220.370
Fonte: o autor.
Portanto, atribuindo o valor médio de massa de 32 gramas para as embalagens, e
considerando o número total de embalagens vendidas temos, em massa, que a quantidade
total descartada foi de:
𝑴𝒅 = 220370 × 0,032 = 7.051,84 𝑘𝑔
Então, valendo-se das relações de Schmutzler (2001) apresentadas no Quadro 2.3 (p.
29), teremos que, para o mês de dezembro foram descartados cerca de 5,3 toneladas de papel-
cartão, 1,4 toneladas de polietileno, e cerca 350 kg de alumínio. Estes valores podem ser
conferidos na seguinte tabela:
Tabela 4.2 – Porcentagem de material descartado no mês de dezembro de 2017
É importante ressaltar que estes são valores aproximados e não representam a realidade
em sua totalidade, porém é capaz de demonstrar a relevância acerca do assunto, visto que são
valores concernentes apenas ao mês de dezembro de 2017 e que existem ainda centenas de
outros fornecedores espalhados pela cidade de Rio Branco.
65
4 – Resultados e Discussões
4.2 – A REUTILIZAÇÃO
Outra patologia que ocorreu foi o desprendimento de alguns módulos das terças. As
estruturas de telhado geralmente são feitas com madeiras provenientes de árvores
dicotiledôneas. Este tipo de madeira é popularmente conhecido como “madeira de lei” e
possui uma alta resistência à força de embutimento (PFEIL e PFEIL, 2003) realizada pela
pistola de grampos, fazendo com que alguns grampos amassem ao invés de penetrarem
adequadamente na madeira, não havendo uma firme fixação de alguns pontos, tornando-os
suscetíveis ao desprendimento sob a ação de forças de sucção e sobrepressão realizadas pelo
fluxo de ar no local (ABNT, 1988). Para impedir que isto aconteça, é recomendada a retirada
destes grampos amassados e realizar uma nova fixação no local em mais de um ponto na
extremidade do módulo.
Até o fim da realização desta pesquisa não haviam sido registrados a ocorrência de
patologias nos forros experimentais.
69
4 – Resultados e Discussões
Por fim, para demonstrar a eficiência do forro construído a partir das leituras obtidas
acerca das temperaturas aferidas nos ambientes. Os valores completos de temperatura
máximos e mínimos aferidos, além do comportamento em gráfico destas temperaturas podem
ser verificados no apêndice deste trabalho.
4.3.1 – Sala
Para a análise, os dados serão observados em combinações de valores referentes a 7
dias sem aplicação da manta e 7 dias com a aplicação da manta, onde o foco da análise será a
temperatura máxima aferida e a amplitude da variação diária de temperatura.
4.3.1.1 – 1˚ Combinação
A primeira combinação será de uma visão mais imediata à aplicação, considerando 7
dias anteriores a aplicação do forro e 7 dias posteriores a aplicação, num período que se inicia
em 26/08 a 01/09 representando os sem aplicação e de 03/09 a 09/09 para o período com a
aplicação. Temos que:
Tabela 4.3 – 1˚ combinação de valores para a SALA: (26/08 – 01/09) / (03/09 – 09/09)
SEM APLICAÇÃO COM APLICAÇÃO
DATA Picos de Variação DATA Picos de Variação
Temp. (˚C) (∆˚C) Temp. (˚C) (∆˚C)
38,20 37,00
26/08/2017 11,9 03/09/2017 9,8
26,30 27,20
40,20 37,50
27/08/2017 14 04/09/2017 10,1
26,20 27,40
40,50 37,00
28/08/2017 14,8 05/09/2017 9,3
25,70 27,70
40,50 35,00
29/08/2017 13,9 06/09/2017 8
26,60 27,00
39,90 36,70
30/08/2017 14,3 07/09/2017 10,2
25,60 26,50
39,40 33,90
31/08/2017 14 08/09/2017 6,5
25,40 27,40
38,70 35,60
01/09/2017 13,3 09/09/2017 8,6
25,40 27,00
Média da variação 13,74 ˚C Média da variação 8,93 ˚C
Fonte: o autor.
32,00
30,00
Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7
4.3.1.2 – 2˚ Combinação
Nesta combinação serão considerados os momentos médios no decorrer do período de
monitoramento, também analisando uma sequência de 7 dias. A primeira sequência de 15/08
a 21/08 para representar o período sem a aplicação e de 14/09 a 20/09 para representar o
período onde já havia ocorrido a aplicação da subcobertura:
71
4 – Resultados e Discussões
Tabela 4.4 – 2˚ Combinação de valores para a SALA: (15/08 – 21/08) / (14/09 – 20/09)
SEM APLICAÇÃO COM APLICAÇÃO
DATA Picos de Variação DATA Picos de Variação
Temp. (˚C) (∆˚C) Temp. (˚C) (∆˚C)
38,80 36,00
15/08/2017 14 14/09/2017 9
24,80 27,00
41,40 35,60
16/08/2017 15,8 15/09/2017 9,4
25,60 26,20
31,40 34,00
17/08/2017 4,3 16/09/2017 7,4
27,10 26,60
35,60 32,40
18/08/2017 11,4 17/09/2017 8,4
24,20 24,00
38,70 33,50
19/08/2017 14,6 18/09/2017 10,3
24,10 23,20
39,30 35,30
20/08/2017 13,1 19/09/2017 11,3
26,20 24,00
34,70 35,90
21/08/2017 10 20/09/2017 10,2
24,70 25,70
Média da variação 11,89 ˚C Média da variação 9,43 ˚C
Fonte: o autor.
A redução média na variação da amplitude será de:
(11,89 − 9,43)
%∆𝑻𝒎 = ×100 ≅ 21%
11,89
Graficamente, as temperaturas máximas para o tempo proposto irão se comportar da
seguinte maneira:
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7
valor para os dias com aplicação foi de 36,0˚C, ou seja, 5,4˚C a menos que a temperatura
máxima sem a aplicação. Para efeito de cálculo, a média aritmética da temperatura máxima,
sem a aplicação será de:
(41,4 + 31,4 + 35,6 + 38,7 + 39,3 + 34,7 + 36,5)
∆𝑻𝒎á𝒙𝑺 = = 36,8˚𝐶
7
E com a aplicação do forro será:
(36,0 + 35,6 + 34,0 + 32,4 + 33,5 + 35,3 + 35,9)
∆𝑻𝒎á𝒙𝒄 = = 34,67˚𝐶
7
Portanto, a redução média nas temperaturas máximas foi de:
𝑹𝑻𝒎 = 36,8 − 34,67 = 𝟐, 𝟏𝟑˚𝑪
4.3.1.3 – 3˚ Combinação
Nesta última combinação serão considerados os momentos extremos no decorrer do
período de monitoramento, isto é, o início e o fim deste período, também analisando uma
sequência de 7 dias. A primeira sequência será de 03/08 a 09/08 para representar o período
sem a aplicação e de 26/09 a 02/10 para representar o período onde já havia ocorrido a
aplicação do revestimento:
Tabela 4.5 – 3˚ Combinação de valores para a SALA: (03/08 – 09/08) / (26/09 – 02/10)
SEM APLICAÇÃO COM APLICAÇÃO
DATA Picos de Variação DATA Picos de Variação
Temp. (˚C) (∆˚C) Temp. (˚C) (∆˚C)
36,60 33,60
03/08/2017 12,2 26/09/2017 8
24,40 25,60
36,30 33,10
04/08/2017 13,9 27/09/2017 6,9
22,40 26,20
38,10 32,30
05/08/2017 15,6 28/09/2017 6,8
22,50 25,50
39,30 36,90
06/08/2017 15,8 29/09/2017 11,6
23,50 25,30
38,90 34,80
07/08/2017 14,8 30/09/2017 8
24,10 26,80
40,30 35,80
08/08/2017 15,1 01/10/2017 8,5
25,20 27,30
40,80 37,50
09/08/2017 14,8 02/10/2017 10
26,00 27,50
Média da variação 14,6 ˚C Média da variação 8,54 ˚C
Fonte: o autor.
4.3.2.1 – 1˚ Combinação
A primeira combinação será de a visão mais imediata à aplicação, considerando 7 dias
anteriores a aplicação do forro e 7 dias posteriores a aplicação num período que se inicia em
28/08 a 03/09 representando os dias sem aplicação e de 05/09 a 11/09 para o período com a
aplicação. Temos que:
Tabela 4.6 – 1˚ Combinação de valores para o ATELIÊ: (28/08 – 03/09) / (05/09 – 11/09)
SEM APLICAÇÃO COM APLICAÇÃO
DATA Picos de Variação DATA Picos de Variação
Temp. (˚C) (∆˚C) Temp. (˚C) (∆˚C)
39,80 36,40
28/08/2017 13,9 05/09/2017 9
25,90 27,40
39,40 34,30
29/08/2017 12,5 06/09/2017 8,9
26,90 25,40
37,70 36,10
30/08/2017 12,5 07/09/2017 9,7
25,20 26,40
37,50 33,70
31/08/2017 12,4 08/09/2017 6,8
25,10 26,90
37,20 35,00
01/09/2017 12,4 09/09/2017 8,9
24,80 26,10
37,60 36,20
02/09/2017 12,3 10/09/2017 8,9
25,30 27,30
39,60 35,40
03/09/2017 13,2 11/09/2017 9,4
26,40 26,00
Média da variação 12,74 ˚C Média da variação 8,8 ˚C
Fonte: o autor.
4.3.2.2 – 2˚ Combinação
Nesta combinação serão considerados os momentos médios no decorrer do período de
monitoramento, também analisando uma sequência de 7 dias. A primeira sequência de 16/08
a 22/08 para representar o período sem a aplicação e de 16/09 a 22/09 para representar o
período onde já havia ocorrido a aplicação da subcobertura:
76
4 – Resultados e Discussões
Tabela 4.7 – 2˚ Combinação de valores para o ATELIÊ: (16/08 – 22/08) / (16/09 – 22/09)
SEM APLICAÇÃO COM APLICAÇÃO
DATA Picos de Variação DATA Picos de Variação
Temp. (˚C) (∆˚C) Temp. (˚C) (∆˚C)
30,10 32,40
16/08/2017 4,60 16/09/2017 7,30
25,50 25,10
33,10 31,80
17/08/2017 6,90 17/09/2017 10,70
26,20 21,10
36,10 33,30
18/08/2017 13,50 18/09/2017 10,90
22,60 22,40
38,50 35,60
19/08/2017 15,10 19/09/2017 11,60
23,40 24,00
33,30 36,00
20/08/2017 7,70 20/09/2017 10,30
25,60 25,70
35,40 36,00
21/08/2017 11,10 21/09/2017 8,80
24,30 27,20
37,70 30,70
22/08/2017 15,80 22/09/2017 5,00
21,90 25,70
Média da variação 12,74 ˚C Média da variação 8,8 ˚C
Fonte: o autor.
4.3.2.3 – 3˚ Combinação
36,80 31,00
05/08/2017 13,90 28/09/2017 6,60
22,90 24,40
37,80 35,00
06/08/2017 14,00 29/09/2017 10,30
23,80 24,70
39,40 34,60
07/08/2017 15,00 30/09/2017 8,70
24,40 25,90
38,50 37,20
08/08/2017 13,30 01/10/2017 11,20
25,20 26,00
39,00 36,80
09/08/2017 12,80 02/10/2017 10,10
26,20 26,70
36,00 33,10
10/08/2017 9,80 03/10/2017 5,40
26,20 27,70
34,40 35,60
11/08/2017 9,20 04/10/2017 9,70
25,20 25,90
Média da variação 12,57 ˚C Média da variação 8,86 ˚C
Fonte: o autor.
78
4 – Resultados e Discussões
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7
4.3.3 – Resumo
Os dados previamente calculados podem ser reunidos na seguinte tabela:
Tabela 4.9 – Resumo das reduções de temperatura aferidos
Redução na Variação de Redução Média na
Temperatura Temperatura Máxima
SALA ATELIÊ SALA ATELIÊ
1˚ Combinação 35% 31% 3,53 ˚C 3,10 ˚C
2˚ Combinação 21% 13,50% 2,13 ˚C 1,20 ˚C
3˚ Combinação 41,50% 29,50% 3,75 ˚C 2,66 ˚C
Fonte: o autor
Iremos utilizar a média ponderada para atribuir um valor numérico final à redução na
variação da amplitude de temperatura. Será atribuído o valor de peso 1 para a 1˚ combinação,
0,5 para a 2˚ combinação e 0,25 para a 3˚ combinação. Então, para a sala:
35%×1 + 21%×0,5 + (41,5×0,25)
𝒎∆𝑻𝑺 = = 31,93% ≅ 32%
1 + 0,5 + 0,25
E para o ateliê:
31%×1 + 13,5%×0,5 + (29,5×0,25)
𝒎∆𝑻𝑨 = = 25,79% ≅ 26%
1 + 0,5 + 0,25
Por fim, será atribuído um valor numérico final ao principal objetivo desta pesquisa:
reduzir a temperatura interna dos ambientes escolhidos. Da mesma forma que a variação, será
atribuído o valor de peso 1 para a 1˚ combinação, 0,5 para a 2˚ combinação e 0,25 para a 3˚
combinação. Então, para a sala houve uma redução média na temperatura ambiente de:
3,53×1 + 2,13×0,5 + (3,75×0,25)
𝑹𝑻𝒎𝑺 = = 𝟑, 𝟏𝟔 ˚𝑪
1 + 0,5 + 0,25
E para o ateliê, a redução média foi de:
3,1×1 + 1,2×0,5 + (2,66×0,25)
𝑹𝑻𝒎𝑨 = = 𝟐, 𝟓 ˚𝑪
1 + 0,5 + 0,25
Logo, em todas as combinações ocorreu a redução, tanto na variação da temperatura,
quanto no valor de temperatura máximo, atingindo o primeiro objetivo específico de reduzir a
temperatura dos ambientes avaliados através do método.
Importante ressaltar que os valores de redução mais desfavoráveis (menores valores)
encontrados foram no ateliê, e apesar desta diferença é importante citar que as temperaturas
no ateliê se demonstraram menores durante todo o período de monitoramento que a sala, pois
este era um local semi-aberto onde a ventilação natural é favorecida, tornando este local mais
suscetível às variações climáticas ocorridas em meio externo.
80
5 – Conclusão
CONCLUSÃO
• Melhorar o método no que se refere a otimizar o uso dos recursos necessário para a
confecção e implantação da subcobertura, visto a necessidade do uso de água, energia e os
outros insumos previamente descritos neste trabalho.
• Reaplicar o método em residências, avaliando sob o ponto de vista social os efeitos
sentidos pelos usuários através de um questionário padrão.
• Verificar a eficiência do método como revestimento interno das vedações de
residências construídas em madeira, de preferência em unidades de interesse social, havendo
a possibilidade de realizar a segunda sugestão para futuro trabalho.
82
Apêndice
APÊNDICES
83
Apêndice
Picos de Picos de
Data Data
Temperatura Temperatura
35 37,3
03/08/2017 04/09/2017
19 23,1
33,2 36,4
04/08/2017 05/09/2017
16,3 23
35 34,9
05/08/2017 06/09/2017
17,2 21,9
36,5 36,3
06/08/2017 07/09/2017
18,5 21,8
37,3 34,8
07/08/2017 08/09/2017
19,6 21,8
37,3 35
08/08/2017 09/09/2017
20,2 23,3
36,9 36,5
09/08/2017 10/09/2017
21,7 23,5
34,5 35,5
10/08/2017 11/09/2017
22,7 22,7
23,2 33,3
11/08/2017 12/09/2017
22,7 22,4
35,7 35,5
12/08/2017 13/09/2017
21,7 22,5
35,7 34,9
13/08/2017 14/09/2017
22,1 22,7
35 35,3
14/08/2017 15/09/2017
22,1 22,2
35,5 32,5
15/08/2017 16/09/2017
22,3 22,6
36,2 31,3
16/08/2017 17/09/2017
22,4 17,9
28,6 33,9
17/08/2017 18/09/2017
23,3 17,2
30,9 36,1
18/08/2017 19/09/2017
20,5 17,9
34,2 36,1
19/08/2017 20/09/2017
20 19,9
36 36,1
20/08/2017 21/09/2017
20,9 22,3
30,7 31,2
21/08/2017 22/09/2017
22,3 22,6
88
Apêndice
33,3 34
22/08/2017 23/09/2017
17,7 21,9
34,7 25,6
23/08/2017 24/09/2017
18,8 22,9
36,6 33,1
24/08/2017 25/09/2017
19,8 22,1
35,5 33,6
25/08/2017 26/09/2017
21,5 22,1
34,7 32,5
26/08/2017 27/09/2017
22,5 23
36 32,8
27/08/2017 28/09/2017
22,5 22,3
37,7 35
28/08/2017 29/09/2017
21,7 22,1
37,2 34,5
29/08/2017 30/09/2017
22,7 23,5
36,1 35,2
30/08/2017 01/10/2017
22,5 23,9
35,7 35,7
31/08/2017 02/10/2017
21,8 23,5
36,5 31,4
01/09/2017 03/10/2017
22,3 24,3
36,1 35,3
02/09/2017 04/10/2017
22,3 23,3
37,1 35,3
03/09/2017 05/10/2017
22,9 22,8
89
Apêndice
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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em edificações. Junho de 1988 – Disponível em:
<http://www.professormendoncauenf.com.br/crr_nbr_6123_forcasvento.pdf>. Acesso em: 17
de fevereiro de 2018.
ASI© – Aluminium Stewardship Initiative. ASI’s vision, mission and values. 2017. –
Disponível em: <https://aluminium-stewardship.org/about-asi/vision-mission-and-values/>.
Acesso em: 12 de novembro de 2017.
BRASIL. Lei n˚ 6.938, de agosto de 1981 – Dispõe sobre a Politica Nacional de Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. –
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 12 de
novembro de 2017.
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ELITECH. Descrição – Elitech RC-5 Mini USB LCD Tela de Temperatura Logger
Recorder. 2017. – Disponível em: <https://www.banggood.com/pt/Elitech-RC-5-Mini-USB-
LCD-Display-Screen-Temperature-Data-Logger-Recorder-p-
967319.html?cur_warehouse=CN>. Acesso em: 17 de novembro de 2017.
FAIREY, Philip. Radiant Energy Transfer and Radiant Barrier Systems in Buildings.
Florida Solar Energy Center – University of Central Florida. Cocoa, Florida, EUA. 1986. –
Disponível em: <http://www.fsec.ucf.edu/en/publications/pdf/FSEC-DN-6-86.pdf>. Acesso
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FROTA, Anésia Barros; SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual do Conforto Térmico. 5˚ ed.
Studio Nobel. São Paulo. 2001 – Disponível em:
<http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/18350/material/Manu
alConfortoTERMICO.pdf>. Acesso em: 24 de novembro de 2017.
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<http://www.get.pt/site_files/publicaes/manual_de_tectos_refrigerados_1301115931.pdf>.
Acesso em: 23 de novembro de 2017.