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Resumo
1. Introdução
O Brasil é um país que possui diversos problemas sociais. Dentre estes podemos citar
a deficiência em prover saneamento básico às comunidades urbanas, uma taxa de
desemprego que atinge cerca de 12% da população (IBGE, 2020), preocupantes
índices de violência e criminalidade, além de um alto nível de contraste social onde,
absurdamente, 57,6% da população sobrevive com um rendimento domiciliar per
capita de até 1 salário mínimo, 38,2% com renda domiciliar entre 1 e 5 salários
mínimos e apenas 4,2% com mais de 5 salários mínimos (IBGE, 2019). Intimamente
relacionado à esta alarmante desigualdade há outro problema social: o déficit
habitacional no Brasil. Existe uma enorme parcela da população brasileira morando
de forma insalubre, em áreas de risco e contaminação, sem o acesso à água tratada
ou a devida destinação de seus efluentes, em edificações que muitas vezes utilizam
materiais reaproveitados, deteriorados, inadequados e com baixa durabilidade. Já
uma outra parcela não tem lugar algum para morar, sobrando-lhes as ruas, em abrigos
improvisados de papelão ou debaixo de pontes e viadutos, sujeitos às mais diversas
intempéries.
Visando atenuar este déficit habitacional, foi criado em 2009 o Programa Minha Casa,
Minha Vida (PMCMV) pela Lei N˚ 11.977 de 7 de julho de 2009, o qual “tem por
finalidade criar mecanismos de incentivo à produção e aquisição de novas unidades
habitacionais ou requalificação de imóveis urbanos e produção ou reforma de
habitações rurais;” (BRASIL, 2009:01) e, em seu Art. 3˚, parágrafo 6˚, inciso I, limita o
benefício do programa às famílias que ganham até 10 salários mínimos de renda
domiciliar per capita. O PMCMV atua na zona rural através do Programa Nacional de
Habitação Rural (PNHR), construindo residências (habitações de interesse social) na
propriedade dos trabalhadores rurais contemplados pelo programa.
Comprovadamente, o PMCMV aqueceu a indústria da construção civil e, segundo
dados fornecidos pelo Sistema de Gerenciamento de Habitação (SISHAB) do
Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), desde a sua criação em 2009 até
abril de 2020, já foram entregues mais de 4,9 milhões de unidades habitacionais, com
um investimento de cerca de R$ 495 bilhões de reais, empregando mais de 3,5
milhões de trabalhadores (CBIC, 2019).
Em razão dos contínuos investimentos por parte do poder público, não apenas no
PMCMV, mas também nas áreas de educação, saúde e infraestrutura (que se utilizam
dos produtos fabricados pela indústria da construção civil, como escolas, hospitais,
estradas e obras de artes especiais), foi sancionado o Decreto N˚ 9.983, de 22 de
agosto de 2019, que dispõe sobre a Estratégia Nacional de Disseminação do Building
Information Modelling (BIM) e institui o Comitê Gestor de Estratégia do BIM,
descreve em seu Art. 1˚ que tem por “finalidade promover um ambiente adequado ao
investimento em BIM e a sua difusão no País” (BRASIL, 2019:01). A tecnologia BIM
vem com a proposta de promover maior segurança ao realizar o projeto e o
gerenciamento da construção de uma edificação, pois minora incompatibilidades entre
as disciplinas construtivas, evitando retrabalhos e, consequentemente, o desperdício
de tempo e de materiais. Ela também possibilita realizar um levantamento de materiais
o mais próximo possível da realidade, impactando diretamente sobre o orçamento do
empreendimento, trazendo uma maior confiabilidade a este. No caso das execuções
de unidades habitacionais de interesse social, em particular aquelas promovidas pelo
PNHR, está o desafio de se construir na zona rural. Diferentemente das unidades
construídas em meio urbano, onde há pronta oferta de materiais de construção e
facilidade de se gerenciar a obra em tempo integral, as unidades rurais podem estar
em locais remotos e muitas vezes com difícil acesso, sendo necessário que o
levantamento de materiais seja altamente minucioso e preciso, de forma a evitar que
a falta de determinados itens atrasem o andamento da obra. Além disto, as
propriedades rurais dos contemplados com o benefício possuem distâncias
expressivas umas das outras, tornando inviável que o gerente de obras acompanhe
em tempo integral todas unidades sob a sua responsabilidade, fazendo-se necessária
a elaboração de projetos mais claros do ponto de vista gráfico e mais completos do
ponto de vista técnico.
O presente artigo busca relacionar o dever de se continuar trabalhando para reduzir
o déficit habitacional, em especial nas comunidades rurais, porém munindo-se de
tecnologias que possibilitem um melhor aproveitamento dos recursos materiais e
humanos a serem empregados, dando mais seguridade às incorporadoras e, também,
mais responsabilidade e transparência no gasto do dinheiro público.
2. Metodologia
A moradia é uma necessidade básica inerente ao ser humano. A busca de abrigo para
se proteger de outros animais e das intempéries é intimamente ligada à história do ser
humano onde, a habitação tem papel fundamental no desenvolvimento social dos
indivíduos, permitindo a estes o aconchego, a afetividade, a impessoalidade e a
privacidade, sendo, portanto, fundamental para a dignidade humana (MONTEIRO et
al, 2017). De acordo com o MDR, em 2020, havia ainda um déficit urbano de quase
5,9 milhões unidades habitacionais e um déficit rural de cerca de 1,06 milhões de
unidades, totalizando um déficit de aproximadamente 7 milhões de unidades
habitacionais.
A partir dos dados descritos, vemos que ainda há um caminho a ser percorrido a fim
de sanar a deficiência de unidades habitacionais no Brasil, sendo este um dever do
poder público pois, a Constituição Federal, em seu Art. 6˚, institui que a moradia é um
direito social, e no Art. 23˚, inciso IX, determina que é de competência da União,
Estados e Municípios “promover programas de construção de moradias e a melhoria
das condições habitacionais e de saneamento básico” (BRASIL, 1988:15) e, como
citado anteriormente, a zona rural brasileira possui um déficit de 1.055.136
unidades habitacionais. Podemos deduzir, então, que são cerca 1.055.136 famílias
enquadradas em alguma situação de inadequação ou de inexistência (déficit). A partir
desta necessidade e do reconhecimento de que é responsabilidade do poder público
sanar tal deficiência, o PNHR vem com a “finalidade de subsidiar a produção ou
reforma de imóveis para agricultores familiares e trabalhadores rurais, por intermédio
de operações de repasse de recursos do Orçamento Geral da União (OGU) ou de
financiamento habitacional com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS)” (BRASIL, 2018:01). Segundo a Cartilha Oficial do PNHR, elaborada em 2011
pelo então Ministério das Cidades (atual MDR), o programa tem como público alvo,
além dos agricultores familiares e trabalhadores rurais, os assentados do Programa
Nacional de Reforma Agrária (PNRA), os pescadores artesanais, os ribeirinhos, as
comunidades quilombolas, extrativistas, indígenas e as demais comunidades
tradicionais. O programa é destinado ao público alvo previamente descrito, com renda
bruta anual de até R$ 78.000,00, onde as famílias podem ser enquadradas em três
grupos de renda, ocorrendo variação nas condições de subsídio, de acordo com a
renda familiar anual (CAIXA, 2020). A participação das famílias também depende da
organização em grupos de no mínimo 4 e no máximo 50 famílias, onde esta ordenação
será realizada por uma Entidade Organizadora (EO) sem fins lucrativos, como o Poder
Público, cooperativas e sindicatos. Estas possuem diversas atribuições, além da
organização dos grupos, tais como: a responsabilidade de desenvolver atividades de
planejamento, elaboração e implementação do empreendimento, providenciar a
regularização da documentação, viabilizar a contratação e acompanhar a execução
dos projetos, bem como convocar eleição para compor a Comissão dos
Representantes (CRE). Esta comissão é composta por 3 integrantes: 2 (dois) eleitos
dentre os beneficiários e 1 (um) indicado pela EO. A CRE possui a responsabilidade
de gerir os recursos financeiros, prestar contas aos demais beneficiários e coordenar
o conjunto da obra. (CAIXA, 2020).
A Portaria N˚ 366 (2018) estabelece alguns requisitos mínimos para os projetos das
unidades habitacionais. Este projeto deverá atender a um programa de necessidades,
contendo uma sala, cozinha, um dormitório para casal e um dormitório para duas
pessoas, área de serviço coberta, circulação e banheiro. Deverá ser realizado um
projeto executivo contendo o projeto arquitetônico, composto por planta baixa, cortes
transversais e longitudinais, e croquis de localização. Também precisam conter os
projetos complementares de engenharia, acompanhados de suas especificações
técnicas, como os projetos estruturais e de locação, projeto de instalação elétrica em
baixa tensão e lógica, além dos projetos hidráulicos de água fria e de esgotamento
sanitário, estabelecendo soluções de tratamento de efluentes, como fossas sépticas
biodigestoras. Juntamente, deverão conter a documentação de engenharia como
quantitativos de materiais e orçamentos, bem como o cronograma físico-financeiro, e
ao menos 1 (um) ponto de coordenada geográfica de cada unidade habitacional. A
coordenação do programa determina especificações mínimas para os materiais e
características gerais a serem empregados nas moradias, como as dimensões
mínimas dos cômodos, tanto de área quanto de pé direito, visando comportar um
número mínimo de equipamentos específicos para cada cômodo, os materiais e
dimensões mínimas das esquadrias empregadas, além de especificações mínimas
para as demais instalações da residência (BRASIL, 2012). Por fim, a Cartilha do
PNHR (2011) estabelece quatro tipos de regimes construtivos para a execução das
moradias, podendo ser adotado apenas um único regime por grupo de beneficiários
contemplados:
• Mutirão assistido: Os beneficiários constroem em conjunto suas unidades
habitacionais, assistidos por assistência técnica especializada (engenheiro, mestre
de obra, pedreiro, eletricista e outros profissionais afins);
• Autoconstrução assistida: O beneficiário titular do contrato produz sua unidade
habitacional assistido por assistência técnica especializada;
• Administração direta: A Entidade Organizadora é responsável diretamente para
a execução das obras, utilizando mão-de-obra do seu quadro de funcionários ou
outros vinculados a ela;
• Empreitada global: Uma construtora é contratada para executar a obra ou serviço
por um preço fechado. A empresa fica responsável por gerenciar a execução do
empreendimento e à CRE compete fiscalizar a sua atuação.
3.2. A Plataforma BIM e Aplicações
A cada nova fase implementada é adicionada uma nova aplicação do uso de BIM no
ciclo de desenvolvimento do projeto, execução, operação e manutenção de um
edifício. As fases deste ciclo podem ser enquadradas no que são popularmente
conhecidas como Dimensões BIM, que se dividem em 5 categorias: 3D, 4D, 5D, 6D,
7D, que assumem uma responsabilidade sobre algum aspecto técnicos na elaboração
de um projeto. Resumidamente, as dimensões abrangem as seguintes informações
(GARIBALDI, 2020):
• 3D: Usa da tecnologia para desenvolver um modelo virtual da edificação,
garantindo uma reprodução realística das diferentes disciplinas construtivas,
buscando evitar o conflito entre elas;
• 4D: Possibilita ao construtor um melhor domínio sobre o tempo de um contrato,
gerenciando as etapas que envolvem a execução física de uma edificação de forma
dinâmica e clara.
• 5D: Permite ao projetista extrair quantitativos de materiais a partir dos parâmetros
imbuídos no modelo virtual, formulando orçamentos de forma rápida e precisa.
• 6D: Viabiliza a análise dos modelos virtuais, buscando tornar os projetos mais
sustentáveis do ponto de vista ambiental, econômico e social.
• 7D: Uso das informações da edificação pronta (as-built), facilitando o domínio sobre
a operação, gestão e manutenção da edificação e de suas instalações.
As fases de implementação do Decreto N˚10.306 (2020) indicam o uso do 3D, 4D, 5D
e o 7D, tornando a adoção das análises 6D como opcional aos projetistas. Como
descrito no tópico 2. Metodologia, neste artigo serão observadas as dimensões que:
possibilitam a elaboração de projetos mais completos e harmônicos (3D); a partir da
correlação entre o modelo e o planejamento da obra permitem um melhor controle da
execução de um projeto (4D); proporcionam um domínio com maior precisão quanto
ao uso de materiais e o custo do projeto (5D).
O desenho é uma forma de comunicação utilizado desde os tempos mais remotos por
diversas culturas no mundo. A concepção dos desenhos de arquitetura das
edificações era realizada de forma manual, assim permanecendo até a
implementação e popularização do CAD (Computer Aided Design) ou Desenho
Assistido por Computador. O processo, que até então era artesanal, passou a ser
realizado num ambiente chamado de “prancheta digital” (CARVALHO, 2012), e
tornara-se de alguma forma automatizado, ganhando qualidade, eficiência e agilidade
em relação a situação anterior. Porém, os projetos desenvolvidos por essas
ferramentas ainda estão passivos de erros, pois dependem muito da atenção e
capacidade do operador, além de ser limitada, pois baseia-se no uso de linhas
geométricas para representar em um plano bidimensional (2D) os parâmetros
geométricos da edificação a ser construída, sem qualquer especificação que não seja
dimensional, como volume, custo ou quaisquer propriedades dos materiais
empregados (NUNES et al, 2018). Apesar da popularização da ferramenta, os
projetistas passaram a lidar com a demanda de clientes mais exigentes quanto a
prazos, custos e eficiência, e partindo do princípio de que o projeto é a principal fonte
de informações para a equipe técnica responsável pela execução da edificação,
portanto, implicará diretamente sobre a qualidade do produto final (DURANTE, 2013).
Este aumento na exigência pela elaboração de projetos cada vez mais ágeis,
eficientes e precisos, implica na criação de ferramentas melhores, que venham a
suprir as deficiências da anterior. É nessa janela de necessidades que entra o BIM e
a modelagem virtual paramétrica em 3 dimensões (3D). O 3D é o ponto de partida da
metodologia BIM, e no Decreto N˚10.306 (2020) prevê o uso desta dimensão desde a
Primeira Fase da implementação, com a elaboração de modelos virtuais de arquitetura
e de engenharia, a detecção de interferências físicas e funcionais entre as diversas
disciplinas buscando compatibilizá-los entre si e a geração de documentação gráfica
extraída dos modelos.
Ao contrário da metodologia CAD, que produz desenhos plotados baseados em
vetores, linhas geométricas associadas e identificados por camadas (layers) que se
unem para representar algo, o sistema BIM é o conjunto de processos correlacionados
para elaborar, comunicar e analisar modelos de construção, onde estes modelos
possuem como características a presença de componentes de construção,
representações digitais inteligentes (objetos) que entendem o que são e qual sua
função no função no modelo, que tem parâmetros editáveis associados a eles,
fornecendo dados acerca de seu comportamento, permitindo a sua análise, como
quantificação, especificação e informações energéticas, por exemplo (EASTMAN et
al, 2014). Portanto, um modelo virtual paramétrico pode ser entendido como a
associação coordenada de objetos, cujo software atribui dados quanto ao seu
comportamento, com a finalidade de simular uma edificação. Esses objetos possuem
representação tridimensional, onde a sua aparência e geometria estão diretamente
vinculados a regras (parâmetros) a ele atribuídos, logo, qualquer alteração nestas
regras implicará em uma mudança na representação do objeto.
O Decreto N˚10.306 (2020) em seu Art. 6˚, inciso III, determina que o contratado que
utilizar o BIM deverá atender às exigências do contratante acerca do nível de
detalhamento e de informação aplicados nos projetos. Esse nível de detalhamento é
conhecido como Level Of Detail (LOD). O LOD é relacionado ao nível de precisão
quanto a aparência de determinado objeto e a quantidade de especificações
atribuídas a ele, variando de uma vaga referência conceitual e espacial (LOD100) até
a mais completa e precisa descrição de como objeto realmente foi construído ou se
comporta (LOD 500), onde este último é geralmente utilizado na representação de as-
builts, enquanto que o nível de contração para construção tem variado entre o LOD
300 e o LOD 400 (CBIC, 2016).
Da mesma forma que há ferramentas para o planejamento, também há BIM para dar
suporte a equipe de execução. No momento da construção, é importante que a equipe
operacional tenha clareza acerca de todas as especificidades do projeto. Para essa
finalidade existem os navegadores de modelo, que são softwares voltados para a
visualização do modelo tridimensional, permitindo vistoriar virtualmente detalhes,
sistemas, instalações do projeto. Os desenvolvedores dos principais programas de
modelagem possuem softwares que permitem abrir o modelo 3D em dispositivos
portáteis, como tablets e smartfones, como por exemplo o BIM360 da Autodesk, que
consegue realizar uma leitura do arquivo .rvt do Revit, ou o BIMx da Graphisoft, que
utiliza um hipermodelo (com pranchas vinculadas) exportado pelo ArchiCAD. O uso
desse tipo de ferramenta representa a praticidade e a acessibilidade de poder utilizar
as referências do modelo virtual até mesmo em locais onde não seria possível o uso
de um computador convencional.
Para maior elucidação por parte do leitor, os modelos IFC e o arquivo PLN da
residência estarão disponíveis para download no seguinte domínio:
<https://www.dropbox.com/sh/yqmo7oegqlwyj2t/AAAkB1G6QHnykaDc1dQ4DJUqa?
dl=0>.
Foi realizado uma experimentação das ferramentas do ArchiCAD para extração de
quantitativos. O primeiro levantamento realizado foi para estipular a quantidade de
peças a serem utilizadas para o madeiramento da cobertura. Para isso foi descrito ao
ArchiCAD que o elemento são “vigas” e que o material de construção é “Madeiramento
– Cobertura” e foi pedido para dar informações sobre a quantidade, altura, largura e
comprimento. A tabela obtida foi a seguinte:
O outro experimento foi de extrair o volume (em m3) de concreto, da estrutura portante
da residência. Foi descrito ao ArchiCAD que os elementos são “Pilar” ou “Viga” e que
o material de construção é “Concreto Armado – Estrutural”. Foi pedido informações
sobre a identidade do elemento, seu volume unitário (com o somatório total ao fim da
tabela), o comprimento, altura e largura da peça. Foram obtidas as seguintes tabelas:
4.2. Discussões
Uma relação que pode ser feita é sobre o uso de model-checkers, pois considerando
que o PNHR determina especificações mínimas para uma habitação rural, estes
softwares são capazes de verificar automaticamente se estão presentes no modelo
IFC os requisitos que foram deliberados pelo contratante. Logo, elimina-se o processo
de avaliação manual, acelerando os trâmites burocráticos para a aceitação do projeto.
No época de execução das residências, são construídas muitas vezes de 10 a 15
casas ao mesmo tempo, em propriedades diferentes, com distâncias significativas
umas das outras, com equipes diferentes (a exemplo, autoconstrução e mutirão
assistidos) e que não tem um meio de comunicação ágil entre si, portanto, o uso de
visualizadores de modelo se torna uma importante ferramenta pois, com a
popularização dos dispositivos móveis, faz-se mais uma fonte de referência do projeto
para os construtores, além das pranchas em 2D, facilitando a compreensão da
edificação por parte destas equipes, o que incide diretamente sobre a qualidade do
produto final: a residência de uma família.
O uso do NavisWorks Simulate ainda que muito efetivo em sua finalidade, não
apresenta ser de uso imprescindível para as residências do PNHR, visto que o
software apresenta ter melhor utilidade para edificações que tenham maior
complexidade de execução e exijam um maior tempo para a construção. Entretanto,
o MsProject continua tendo um papel fundamental pois um dos maiores desafios de
se construir pelo PNHR envolve a logística na entrega de materiais de construções
pois devem acompanhar o andamento da obra, evitando atrasos, a fim de que a
entrega do produto ocorra dentro do prazo determinado pelo contratante.
5. Conclusão
BAIA, V. S.; MIRANDA, A. C. O.; LUKE, W. G.; USO DE FERRAMENTAS BIM PARA
MELHOR PLANEJAMENTO DE OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL. Congresso
Brasileiro de Engenharia e Produção, 4., 2014. Ponta Grossa. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_206_221_28526.pdf>. Acesso em: 09
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SMC – Space & Missile Systems Center. SMC Systems Engineering – Concepts,
Processes, and Techniques. 2nd Edition. 2004. U.S. Air Force. Disponível em:
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