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ANÁLISE E GESTÃO DE PROJECTOS

Capítulo V:
PLANEAMENTO DE PROJECTOS
Luís Mungamba
CAPÍTULO V: PLANAMENTO DO PROJECTO
ORGANIGRAMA TÉCNICO DO PROJECTO

Após a fixação do alvo e dos objectivos do projecto, há que descrever o projecto. A


descrição do projecto faz-se através de um procedimento sistemático chamado de
organigrama técnico do projecto (work breakdown structure).

Organigrama técnico do projecto


O organigrama técnico do projecto é uma representação gráfica hierárquica dos
elementos do projecto em níveis de detalhe sucessivamente mais pormenorizados.

O organigrama técnico constitui um veículo de partição dos objectivos do projecto em


elementos mais desagregados, que assegura em termos probabilísticos a identificação
de todas as actividades do projecto, mesmo as mais pequenas.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
1.9 ORGANIGRAMA TÉCNICO DO PROJECTO

Existem muitos tipos de organigramas técnicos de projectos sendo a estrutura mais


comum a que desgrega o projecto em 6 níveis, nomeadamente:

NÍVEL ELEMENTO DESCRITO


1 Programa
2 Projectos
3 Actividades
4 Sub-actividades
5 Pacotes de trabalho
6 Tarefa (nível de esforço)
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
ORGANIGRAMA TÉCNICO DO PROJECTO

Nível 1 é constituido pelo programa, o qual se divide em vários projectos


Nível 2 identifica-se os projectos que constituem o programa.
Nível 3 identifica-se as actividades do projecto
Nível 4 é a desagregação das actividades do nível 3 em sub actividades
Nível 5 identificam-se os pacotes de trabalho homogéneo, isto é, níveis de tarefas
homogéneas com fronteiras bem delimitadas que as individualizam.
Nível 6 são os níveis de esforço.

O organigrama técnico descreve o projecto, exibindo os elementos que o constituem.


O WBS permite ainda:
– ligar os objectivos do projecto aos recursos da empresa
– iniciar a construção da rede
– atribuir responsabilidades de execução
– definir os níveis de controlo de tempo e custo
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
Apresentação do projecto como organigrama técnico
Nível

1. PROGRAMA Festa

2. PROJECTOS Jantar Concerto Baile

3.ACTIVIDADES Gestão Preparar Preparar Preparar Preparar a Servir


do projecto a sala a sopa o prato sobremesa o jantar

4. SUB-ACTIVIDADES Limpar Decorar Arrumar os pratos


CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
Apresentação do projecto como lista de actividades

Lista de tarefas Tipo


001 Início do projecto Acontecimentos / marcos
002 Determinação das necessidades de equipamento Actividades / marcos
003 Selecção do fornecedor Actividades / marcos
004 Redesign das novas instalações Actividades / marcos
005 Transformação das instalações Actividades / marcos
006 Escolha do sistema de automação Actividades / marcos
007 Encomenda do sistema Actividades / marcos
008 Instalação do sistema Actividades / marcos
009 Instalação da biblioteca completa Acontecimento
010 Treino de operadores Actividade
011 Teste do sistema Actividade
012 Sistema completo Acontecimento
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
ORGANIGRAMA TÉCNICO DO PROJECTO

No primeiro organigrama, o projecto é apresentado sob forma gráfica.

No segundo, o projecto é apresentado como forma de uma listagem de actividades.

A segunda representação, embora comum, não é aconselhável por não permitir


definir os níveis de controlo.

O projecto apresentado acima sob forma de lista é um projecto de automação de uma


biblioteca. Para além das actividades / tarefas, apresentam-se acontecimentos ou
marcos (milestones), pontos de referência do processo sequencial que constitui o
projecto
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
1.10 SEQUÊNCIA DE EXECUÇÃO, DURAÇÃO DAS ACTIVIDADES E FIXAÇÃO DOS
RECURSOS FINANCEIROS
Após se elaborar o organigrama técnico e se ter preenchido a folha de tarefas com
todas as tarefas do projecto, há que estabelecer a sequência de execução das
actividades.
Actividades Actividades
precedentes
(imediata)
A Escolha do sistema de automação
B Determinação das necessidades de equipamento
C Obtenção de propostas de fornecedores A,B
D Selecção do fornecedor C
E Redesign das instalações B
F Encomenda do sistema D
G Transformação das instalações p/ adequá-las ao E, F
novo equipamento
H Instalação do sistema E, F
I Treino dos operadores H, G
J Experiência I
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS

As actividades precedentes são as que têm de estar terminadas antes do início da


actividade procedente.

No exemplo, as actividades A e B podem ser iniciadas em qualquer momento, pois não


dependem de nenhuma outra actividade, mas a actividade C não pode iniciar antes de
A e da B estarem terminadas.

As actividades precedentes permitem identificar a sequência de realização das


actividades do projecto.

A partir da sequência lógica das actividades pode-se construir um gráfico que


represente as ligações entre as actividades.

Esse gráfico chama-se rede PERT/CPM.


PERT – Programe Evaluation and Review Method
CPM – Critical Path Method
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS

Estabelecida a sequência de execução das tarefas e admitindo que não houve


esquecimento de uma actividade imprescindível à execução do projecto, inicia-se a
estimação do tempo necessário para executar cada uma das actividades.

Como o tempo necessário para executar a tarefa depende dos recursos afectos à tarefa
(homens e máquinas) a estimação do tempo e dos recursos faz-se simultâneamente.
-Mapa de carregamento de recursos

Recurso Activi- Homem/hora Custo Custos Custos Custos


dade horário variáveis fixos total

A unidade de medida pode ser homem/hora, homem/dia ou homem/mês conforme a


natureza da afectação.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS

Continuando com o ex, extimando a duração da execução das tarefas e ignorando por
agora a afectação dos recursos subjacentes, ter-se-ia:
Tempo de duração das actividades
Actividade Duração em dias
A 3
B 2
C 6
D 1
E 15
F 1
G 15
H 3
I 5
J 15
Com a sequência de actividades e a estimação da duração de cada actividade está-se
em condições de efectuar o planeamento de tempo do projecto, contudo, antes há que
definir alguns conceitos básicos sobre redes.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE REDES PERT/CPM

Actividade
Uma actividade é um conjunto de tarefas consumidoras de tempo e de recursos.

As actividades são definidas por acontecimentos ou marcos que demarcam o início,


meio e fim da acção.

A sequência das actividades é representada graficamente através de redes.

As actividades fictícias podem ser usadas quando se tem vários acontecimentos no


início da rede A, B, C, e se pretende ter apenas um.

As redes são representações gráficas dos projectos, nas quais se identificam as


actividades e as suas inter-relações.

Na rede o tempo decorre da esquerda para a direita.


CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE REDES PERT/CPM

Existem dois tipos de rede:


1. Redes do tipo (i,j) (actividades no vector); as activdades representam-se por
setas e os acontecimentos por círculos
2. Redes do tipo Xi (actividade no nó)

3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

São constituidas por actividades, acontecimentos e relações de interdependência. As


actividades representam-se por setas e os acontecimentos por círculos. As relações de
interdependência são designadas pela descrição representada sobre a seta ou
alternativamente pelos nós de origem e destino da actividade.
A 2
Exemplo: 1 2 Actividades: A, B
B Duração: 2, 1
3
1
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS

E
B 2 6 9
H
1
A C D F G I J
3 4 5 7 8 10 11

Vejamos a rede do tipo (i,j) para o exemplo que temos vindo a estudar.

•Os acontecimentos são definidos por círculos e as actividades por setas.


•O sentido e duração das actividades está indicado nas setas.
•O acontecimento no início de uma actividade é o nó precedente, também designado
cauda.
•O nó de conclusão da actividade é o nó sucedente, também designado cabeça.
•Na rede, a cauda de uma actividade depende da cabeça da actividade precedente.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

A representação dos acontecimentos e actividades é gerida por uma regra de


dependência que exige que uma actividade que dependa de uma outra é mostrada
emergindo da cabeça da actividade de que depende.
No exemplo acima, a actividade D depende de C. Esta regra de dependência fixa duas
propriedades da rede:

1. Um acontecimento não está realizado enquanto todas as actividades que


conduzem a ele não estejam completas.
2. Nenhuma actividade pode iniciar-se até que o acontecimento da sua cauda
esteja realizado

Concluindo:
Nenhuma actividade pode iniciar-se até que todas as actividades precedentes na
mesma cadeia estejam completas.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Dois erros de lógica podem ocorrer ao traçar uma rede do tipo (i,j):

1. Enlaçamento (looping).
O erro de enlaçamento ocorre quando a dependência sequencial das
actividades é circular.
Exemplo: 2 3

Quando aparece o erro de enlaçamento a lógica subjacente deve estar errada,


pelo que a construção da rede deve ser revista.

2. Actividade pendurada (dangling).


CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

2. Actividade pendurada (dangling).


O erro da actividade pendurada aparece quando uma actividade não tem
sequência.
G H I
Exemplo: 7 8 9
J

10
A relação 8-10 é uma relação pendura. Os erros lógicos apresentados são óbvios
quando vistos isoladamente, mas numa rede complexa podem passar despercebidos.

Na rede, as linhas a ponteado descrevem actividades fictícias (dummy activities).


As actividades fictícias são actividades características das redes do tipo (i,j) que não
necessitam de utilizar recursos, mas necessitam de tempo.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

A regra geral sobre as actividades fictícias, é a de que a rede deve ser desenvolvida
sempre que possível sem actividades fictícias.
Existem 3 tipos de actividades fictícias:
1. Actividades fictícias de identidade
2. Actividades fictícias lógicas
3. Actividades fictícias de trânsito de tempo.

1. Actividades fictícias de identidade


Actividades fictícias de identidade são utilizadas quando duas actividades têm os
mesmos nós de partida e chegada.

Exemplo:
Na preparação de um café utiliza-se água a ferver e café em pó. Para representar
estas actividades temos no slide a seguir:
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)
Água a ferver
Água + Café
1 2 3

Café
Um gráfico como apresentado acima provoca confusão. Para se evitar a confusão,
constrói-se uma actividades fictícia que pode apresentar-se da seguinte forma:
Água quente
2

1 Café 3 Água + Café


Ou alternativamente:
Água quente 2

Café Água + Café


1 3
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3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)
2. Actividades fictícias lógicas
Considere-se a seguinte situação:
– Actividade K depende da actividade A
– Actividade L depende da actividade A e B

A dependência parece ser graficamente a seguinte:


A K
10

B L

Há um erro de lógica no esquema, dado a actividade L depender de facto de A e B,


mas a actividade K só depender de A e no gráfico parece depender de A e B. O gráfico
seguinte resolve o erro. A 10 K

B 10
L

3. Actividades fictícias de trânsito de tempo


CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Tempo de duração do projecto

A duração de uma actividade é o tempo consumido na sua execução. Deverá ser


escolhida a unidade mais conveniente: hora, dia de trabalho, dia de calendário,
semana, mês, etc.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Tempo de duração do projecto

Identifica-se em cada um dos módulos dois tempos diferentes:

1) Tempo de começo mais cedo (Tempo de início mais cedo) - CIi

Calcular para cada acontecimento i, o respectivo Tempo (ou Data) de ocorrência mais
cedo CIi: o instante mais cedo no tempo em que o acontecimento pode ocorrer (para
isso todas as actividades que o precedem devem estar concluídas).

D  duração das actividades


CI  cedo início
CC  cedo conclusão
CI = CC – D CC = CI + D D = CC - CI
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Tempo de duração do projecto

1) Tempo de começo mais cedo (Tempo de início mais cedo) - CIi

A data mais cedo de início de uma actividade iniciada num determinado nó é igual ao
maior valor da data mais cedo de finalização de entre todas as actividades que entram
no nó.

Determina-se a data mais cedo de início de uma actividade e a data mais cedo de
conclusão de uma actividade a partir de um procedimento no sentido do início para o
fim da rede.

Para o acontecimento inicial (que designamos por acontecimento i), CIi terá o valor
nulo
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Tempo de duração do projecto

2) Tempo de acabamento mais tarde (Tarde conclusão TC)

Na segunda fase do cálculo determina-se para cada acontecimento i, o respectivo


Tempo de acabamento mais tarde, o instante mais tarde do tempo em que pode
ocorrer sem afectar a duração total do projecto.

TC  tarde conclusão
TI  tarde início
TI = TC – D TC = TI + D

A data mais tarde de conclusão de uma actividade que entra num dado nó é igual ao
menor valor das datas de mais tarde início de todas as actividades que deixam esse nó.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Tempo de duração do projecto

• Determina-se a data mais tarde de conclusão de uma actividade e a data mais tarde
de início de uma actividade, a partir de um procedimento no sentido de fim para o
início da rede.

• Nesta fase do cálculo retrocede-se na rede pelos diversos percursos (sempre no


sentido inverso aos dos respectivos arcos orientados) até ao acontecimento i,
começando-se no último acontecimento do projecto (n) e subtraindo-se
sucessivamente as durações das actividades - TC é o menor dos valores assim
calculados.

• Portanto, na primeira fase são calculados os tempos-mais-cedo avançando-se na rede


desde o inicio até ao fim, e na segunda os tempos-mais-tarde retrocedendo-se a partir
do último acontecimento até chegar ao primeiro.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Tempos de Inicio e de Conclusão das Actividades

Realizados os cálculos atrás descritos, torna-se possível definir para cada actividade (i,
j) quatro valores de instantes no tempo, dois relacionados com o respectivo início e
dois com a conclusão:

i) Tempo-de-início-mais-cedo CIij
É o instante mais cedo no tempo em que todas as actividades que precedem a
considerada podem estar completas

ii) Tempo-de-conclusão-mais-cedo (CC)


É o instante mais cedo no tempo em que pode estar completa a actividade,
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Tempos de Inicio e de Conclusão das Actividades

iii) Tempo-de-conclusão-mais-tarde (TCij)


É o instante mais tarde no tempo em que poderá terminar a actividade sem que haja
atraso no tempo total de execução do projecto,

iv) Tempo-de-inicio-mais-tarde ( TI)


É o instante mais tarde no tempo em que poderá ter inicio a actividade sem que haja
atraso no tempo total de execução do projecto,
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

O Caminho Crítico
O conjunto de actividade do modulo inicial ao final de duração mais longa, que
determina a duração do projecto.

Estas actividades têm uma particularidade, a sua folga é zero (0), um atraso numa das
actividades que o compõem implica um atraso da duração do projecto.

Sij = TIj –CIij  folga total, FT

A folga define-se como o período de tempo que uma actividade pode ser atrasada ou
adiantada sem afectar a conclusão do projecto.

O caminho crítico é o caminho que liga as actividades críticas, i.e., as actividades em


que um atraso numa, origina um atraso na data de finalização do projecto.

Cada actividade deste caminho é crítica para se atingir a meta do projecto


CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

A folga total das actividades do caminho crítico é nula.

Folga Livre
É o valor máximo que uma actividade pode ser atrasada sem afectar as datas de inicio
das actividades seguintes.

Folga Independente
É o valor máximo de que uma actividade pode ser atrasada sem afectar as datas de
inicio das actividades seguintes quando todas actividades anteriores tiverem
terminado tão tarde quando possível.

Folga de Segurança
É o valor máximo de que uma actividade pode ser atrasada sem afectar a duração
total do projecto quando todas actividades anteriores tiverem terminado tão tarde
quanto possível. É uma das folgas mais úteis quando se pretende escalonar uma
actividade particular, pois permite que sejam atrasadas as actividades seguintes sem
afectar T.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Importância das folgas

A folga total identifica o caminho crítico e, portanto, as actividades que mais precisam
de ser controladas.

Mas todas as folgas são importantes para se decidir quando é que cada actividade
deve estar terminada. Elas dão uma ideia da flexibilidade de escalonamento
disponivel, aumentando muito a utilidade dos tempos-de-inicio e tempos-de-
conclusão mais cedo e mais tarde das actividades individuais.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Cálculos no sentido normal das actividades

A data de início mais cedo

A data de início mais cedo de uma actividade é a última data de início mais tarde da
actividade precedente – o caminho mais longo determina o quanto mais cedo pode a
actividade subsequente começa.

• Quando duas ou mais actividades precedem uma outra, a data mais cedo que a
actividade final pode ser iniciada é a maior duração das actividades que a precedem

• O tempo determinado para o fim ou evento final é a data mais cedo do projecto
expresso em dias úteis.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Cálculo no sentido inverso das actividades

O cálculo inverso é feito através da rede para calcular as datas de início e de término
mais tarde de cada actividade na rede.

• Quando efectuamos os cálculos no sentido inverso das actividades, devemos utilizar o


menor valor das TI das actividades precedentes

• Quando duas ou mais actividades sucedem uma terceira, o mais tarde que a tarefa
anterior pode ser cumprida é o menor dos tempos.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Consideremos o projecto de automação


E 15
B 2 2 6
3
9
H
1
3A C D F G I J
3 6 4 1 5 1 7 15 8 5 10 15 11

Regra 1: Estimação da data de mais cedo início (CI)

A data mais cedo de início de uma actividade iniciada num determinado nó é igual ao
maior valor da data mais cedo de finalização de entre todas as actividades que
entram no nó.
Determina-se a data mais cedo de início de uma actividade e a data mais cedo de
conclusão de uma actividade a partir de um procedimento no sentido do início para o
fim da rede.
CC = CI + D => CI = CC - D
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Consideremos o projecto de automação


E 15
B (0,2)2 (2,17)
6
3
9
H
2 (2,2) (17,17) (17,20) (17,17)
1
3 A 6C D 1 F 1 G 15 I 5 J 15
(0,3) 3 (3,9) 4 (9,10) 5 (10,11) 7 (17,32) 8 (32,37) 10 (37,52) 11
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Consideremos o projecto deE automação


B 2 15 6 9
2 H 3
1
A C D F G I J
3 3 11
4 5 7 8 10
6 1 1 15 5 15
Regra 2: Estimação da data de mais tarde conclusão de uma actividade (TI)

• A data mais tarde de conclusão de uma actividade que entra num dado nó é igual ao
menor valor das datas de mais tarde início de todas as actividades que deixam esse
nó.
• Determina-se a data mais tarde de conclusão de uma actividade e a data mais tarde
de início de uma actividade, a partir de um procedimento no sentido do fim para o
início da rede.
TI = TC - D
• CC da última actividade, actividade J = 52 dias. Por definição o CCj = TCj
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Consideremos o projecto deEautomação


B 2 6 9
15
(0,2) (2,17) H 3
1
2A (2,2) C D (17,17)
F (29,32)
G (32,32)
I J
3 3 6 4 1 5 1 7 15 8 5 10 15 11

(6,9) (9,15) (15,16) (16,17) (17,32) (32,37) (37,52)


CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

Determinação do caminho crítico

Determinados o CI, CC, Ti e TC pode-se calcular as folgas que identificam o


caminho crítico.
Nº Descrição Duração CI CC Ti TC TI-CI Caminho
Actividade Folga Crítico
1-3 A 0 3 6 9 6
3
1-2 B 2 0 2 0 2 0 *
3-4 C 6 3 9 9 15 6
4-5 D 1 9 10 15 16 6
2-6 E 15 2 17 2 17 0 *
5-7 F 1 10 11 16 17 6
7-8 G 15 17 32 17 32 0 *
7-9 H 3 17 20 29 32 12
8-10 I 5 32 37 32 37 0 *
10-11 J 15 37 52 37 52 0 *
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

A gestão do tempo do projecto concentra-se no controlo das actividades críticas.

As actividades críticas não possuem folgas, se forem adiadas induzem a atrasos no


período terminal do projecto.

Em termos de gestão do tempo, a gestão das actividades sub-críticas é pouco importante,


só quando consideramos os custos é que se torna importante o seu controle.

O tempo total de duração do projecto são 52 unidades de tempo.


CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
3.4.1 Redes do tipo (i,j) (activity on arrow)

O tempo máximo disponível que uma actividade possui para ser implementada define-se
por TC-CI.

P. ex. Actividade C possui o tempo máximo disponível de: (15-3) = 12.

Como o tempo necessário para implementar a actividade (duração) é de 6, a actividade


pode ser atrasada ou antecipada em 6 = 12 - 6 unidades de tempo.

Qualquer atraso ou antecipação superior a 6 altera o caminho crítico e o tempo total da


duração do projecto. Esse valor é designado folga total.

O Tempo Total de Duração do projecto TTD, é o menor período de tempo em que o


projecto pode ser completado, sendo determinado por uma sequência de actividades
designada por caminho crítico.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
Folga de início de actividade (tail slack) é a diferença entre o CI e TI de uma
actividade no nó de início dessa actividade.

Folga de fim de actividade (head slack) é a diferença entre CI e TI de uma


actividade no nó de fim dessa actividade.

Folga total de uma actividade pode decompor-se em folga livre e folga


independente.

9 D 10
4 5
16 17
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS
(CI, CC)
(9,10) D(1) F(1) (10,11)
4 5 7
(15,16) (16,17)
(TI,TC)

TC no nó de cabeça = 17
CI do nó de cauda = 9
Diferença =8
Duração =1
Folga total =7

A actividade D pode ser atrasada ou adiantada 7 unidades de tempo sem alterar o


caminho crítico ou o tempo total de duração do projecto.

A importância de se conhecer as folgas depende da utilização a dar à informação.


Por exemplo, se se pretende reduzir o esforço de uma actividade não crítica,
aumentando a sua duração e reduzindo a utilização de recursos nessa actividade,
pode-se usar a folga “independente” sem replanear a rede.
CAPÍTULO V: PLANEAMENTO DE PROJECTOS

FIM

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