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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

TEMA 6: PLANEAMENTO DE PROJECTOS

Disciplina: Investigação Operacional Carga horária: 5 H/Semana


Cursos: Engenharia Electrica
Ano/Semestre: 4º Ano/ 1 º Semestre Docentes: Dr. Dinis Simbe
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1. Introdução
Um projecto é um conjunto de actividades relacionadas que devem ser executadas em
determinada ordem antes que a tarefa inteira seja completa, para satisfazer um conjunto
de objectivos organizacionais.
Algumas das características de um projecto são:
 Cada projecto tem um objectivo singular;
 Um projecto tem vida limitada: tempo e recursos são limitados;
 Utiliza recursos e tem custos;
 Objectivo fundamental: completar “a tempo” com menos custos;
A gestão de projectos pode ser definida como planear, dirigir e controlar recursos
(pessoas, equipamentos, materiais) para satisfazer as restrições técnicas de custo e de
tempo do projecto.
Sendo assim, podemos distinguir três funções principais de um projecto: função
planeamento, execução e controle.
1. Planeamento: identificação e caracterização dos objectivos, das actividades,
recursos disponíveis e outras necessidades a reunir para realizar o projecto;
2. Execução: realização das diferentes actividades, operações pré – definidas e o seu
respectivo acompanhamento;
3. Controle: identificação e análise dos desvios relativamente ao planeado,
desencadear medidas correctas no projecto, podendo estas levar a modificações na
forma de realização do projecto ou não.
Para assegurar correctamente a realização dessas funções é necessário:
 Definir de maneira bem precisa o projecto;
 Designar em seguida um responsável do projecto ao qual será prestada
informação da evolução do mesmo e que deverá tomar as decisões importantes;
 Analisar o projecto por grupos de operações para ter uma ideia relativamente
precisa de acordo e de todas as ramificações do projecto;
 Detalhar os diferentes grupos de operações, indicando o momento e a duração em
que cada grupo terá a sua actuação;
 Avaliar os custos por actividades e do projecto em geral;
 Realizar controlos periódicos para verificar se o sistema não está sofrendo desvios
e tomar decisões correctas se tal ocorrer.
Para cada projecto, é necessário definir um conjunto de objectivos, i.é, o melhor
programa de utilização dos recursos de modo a satisfazer o melhor possível as
necessidades dos clientes desde os meios humanos, materiais, financeiros até ao prazo
planeado. Para estabelecer este programa será necessário ter em conta um conjunto de
factores aos quais a empresa ou organização está submetida no quadro da sua política de
produção ou prestação de serviços, tais como:
 Minimização de todos tipos de stock;
 Minimização dos custos;
 Diminuição do comprimento dos prazos das operações;
 Tornar o produto acabado de melhor qualidade em maior quantidade;
 Plena utilização dos recursos, etc.;
Como a correlação de certos elementos é contraditória, torna-se necessário o seu
balanceamento para deliberar o programa com menos riscos.
Para organizar e gerir as diferentes fazes de um projecto, torna-se necessário usar uma
representação gráfica através de diferentes métodos.
1.1. Tipos básicos de representação de projectos
A visualização gráfica de um projecto é muito importante para facilitar o seu
planeamento e controle. Há três tipos básicos de diagramas utilizados para representação
de projectos: diagrama de Gantt ou de barras; redes com actividades nas setas ou arcos e
redes com actividades nos nós.
Entende-se por rede de planeamento de um projecto, a uma representação gráfica de
actividades, na qual deve se evidenciar a sequência lógica dessas actividades e suas
interdependências, tendo como fim alcançar um determinado objectivo.
1. Actividade – e a execução efectiva de uma operação, consumindo tempo e/ou
recurso;
1. Evento – é constituído de marcos que caracterizam determinados instantes de um
projecto, não consumindo tempo nem recurso. Por exemplo início de uma
actividade.
a) Rede com actividades nos arcos ou método Americano
C
2 4
G
A
D
6
1

F
B 3 5
E

b) Rede com actividades nos nós ou método Francês


A C G

Fim

Inicio D

F
B E

Figura 1. Representação de redes de planeamento e controle de projectos (a) e (b).

Obs. O método americano é o mais usado para o planeamento do que o método Francês
c) Diagrama de Gantt

A técnica mais antiga e simples de programação temporal dos projectos é o diagrama de


barras ou gráfico de Gantt O método de Gantt, consiste em determinar a melhor maneira
de posicionar as diferentes tarefas de um projecto a executar num determinado período
em função:
I. Da duração de cada actividade;
II. Das relações de precedência entre as actividades;
III. Dos prazos a respeitar;
IV. Das capacidades e recursos disponíveis, etc.
Para explicar a construção do gráfico de Gantt, escolhemos por exemplo um projecto que
deve ser realizado com as seguintes actividades tabeladas.

Actividade Duração em dias Actividade precedente


A 3 -
B 6 A
C 3 B,D
D 7 A
E 5 D

O diagrama de Gantt apresenta-se sob a forma de um gráfico de barras horizontais, onde


cada coluna representa uma unidades de tempo e cada linha, uma actividade a realizar; o
comprimento de cada linha ou barra corresponde a duração da actividade.
Feb 2003 Mar 2003
ID Nome inicio Fim Duracao
24 25 26 27 28 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

1 E 3/10/2003 3/14/2003 5d

2 D 2/27/2003 3/7/2003 7d

3 C 3/10/2003 3/12/2003 3d

4 B 2/27/2003 3/6/2003 6d

5 A 2/24/2003 2/26/2003 3d

Actividade Critica Actividade Folga

Figura 2. Representação de um diagrama de Gantt.


A duração total do projecto é calculada somando os tempos das actividades que não
possuem folga. Para este caso, somamos os tempos das actividades A, D e E enquanto
que B e C são actividades com folga, portanto DT = 3+7+5 = 15 dias.
2. Conceito de folga de uma actividade
O diagrama de Gantt permite visualizar a evolução de um projecto e determinar a sua
duração global, podendo-se identificar as folgas existentes nas diferentes actividades.
Uma folga corresponde ao tempo de atraso que se pode considerar relativamente a uma
actividade sem que tal conduza ao aumento da duração global do projecto. As folgas são
os elementos de flexibilidade, pois permitem à empresa perder algum tempo sem afectar
o andamento normal do projecto.
1. Folga total ou global: representa o atraso máximo que uma actividade pode ter,
sem que isso comprometa o atraso do projecto.
2. Folga livre: representa o máximo atraso que uma actividade pode ter sem que
ocorra atraso nas suas actividades sucessivas.
Por outro lado, o diagrama clássico de Gantt, consiste em representar as operações ou
actividades fazendo – as iniciar o mais cedo possível “escalonamento da data mais cedo”
ou iniciar as operações na dada mais tarde possível “escalonamento da data mais tarde”.
Pode-se igualmente encurtar os prazos, utilizando a técnica da sobreposição que consiste
em fazer iniciar uma operação antes que a precedente esteja terminada ou realizar
algumas operações em paralelo para diminuir o tempo global de realização do projecto.
Exemplo 1. A empresa G. Duval, possui entre as suas diferentes actividades, uma
actividade de concepção/ fabricação de motas de neve. Para responder as evoluções do
mercado a empresa acaba de conceber um novo modelo de mota que conta colocar à
venda durante o próximo inverno. As actividades a serem realizadas estão apresentadas
no quadro.
Descrição das actividades Actividade precedentes Duração em dias
A – corte dos elementos dos chassis; - 2
B – montagem do motor; - 1
C – montagem, chassis, motor, cabina; E, B, H 1
D – colocação de pára-brisas, volante, etc; C 2
E – Furação, soldadura do chassis; A 1
F – verificação do funcionamento; E, B, H 2
G – ensaio do motor; D, F 1
H – preparação da cabina e acessórios. - 3

Resolução
Se a fabricação iniciar no dia 3 de Outubro devido a razões de disponibilidade de
matéria-prima e componentes, e efectuarmos o escalonamento da data mais cedo,
obtemos um diagrama de Gantt diferente do diagrama para um escalonamento da data
mais tarde, mas com a mesma duração em termos do tempo de realização do projecto, 7
dias.
Feb 2003 Mar 2003
ID Nome inicio Fim D uracao Feveriro 2003
24 25 26 27 28 1 2 3 4 5 6

1 H 2/24/2003 2/26/2003 3d

2 G 3/4/2003 3/4/2003 1d

3 F 2/27/2003 2/28/2003 2d

4 E 2/26/2003 2/26/2003 1d

5 D 2/28/2003 3/3/2003 2d

6 C 2/27/2003 2/27/2003 1d

7 B 2/24/2003 2/24/2003 1d

8 A 2/24/2003 2/25/2003 2d

CC: A-E-C-D-G OU CC: H-C-D-G

Escalonamento da data mais cedo.

Feb 2003 Mar 2003


ID Nome inicio Fim Duracao Feveriro 2003
24 25 26 27 28 1 2 3 4 5 6

1 H 2/25/2003 2/27/2003 3d

2 G 3/5/2003 3/5/2003 1d

3 F 3/3/2003 3/4/2003 2d

4 E 2/27/2003 2/27/2003 1d

5 D 3/3/2003 3/4/2003 2d

6 C 2/28/2003 2/28/2003 1d

7 B 2/27/2003 2/27/2003 1d
A
8 2/25/2003 2/26/2003 2d

CC: A-E-C-D-G OU CC: H-C-D-G

Escalonamento da data mais tarde (começar pela actividade G).


Nos dois diagramas, enquanto no escalonamento da data mais cedo começamos com as
actividades que não têm precedências A, B, H e depois representamos as outras conforme
a lógica como elas se relacionam, no escalonamento da data mais tarde, começa-se pelas
actividades que não são precedentes G e depois D e F e assim em diante.

Conclusão
O principal interesse na utilização do gráfico de Gantt reside na sua simplicidade de
construção, apresentação e compreensão. Trata-se de uma ferramenta que permite
visualizar a evolução da solução de um problema. Permite tomar em consideração as
limitações modernas do “Just – in - time” através da sobreposição de tarefas e o
escalonamento da data mais tarde. Por outro lado, existem numerosos “softwares”
recentes que integram a técnica Gantt, contudo a sua aplicação torna-se difícil quando o
número de actividades aumenta consideravelmente.

Exemplo 2. Uma empresa tem o projecto de preparação de um curso de curta duração,


para isso organizou as actividades que estão na tabela abaixo. Os tempos de realização
das actividades estão em semanas.
Actividades Descrição Duração Actividades
(semanas) precedentes
A Fazer a concepção do curso e anúncios; 2 -
B Identificar docentes potenciais; 1 -
C Organizar a documentação informativa; 3 -
D Enviar publicidade e fichas de inscrição; 4 A
E Confirmar disponibilidade dos docentes; 2 B
F Seleccionar docentes; 1 C, E
G Acusar a recepção das inscrições; 2 D
H Seleccionar material para o curso; 1 F
J Preparar material de ensino; 3 G, H
K Preparar instalações para o curso 1 G

a) Represente a rede de planeamento do projecto com actividades nos arcos;


b) Faça o diagrama de Gantt e indique as actividades que têm folga, as que não têm
folga e a duração total do projecto.

Resolução
a)
2 D
G
5 7
K
A

B
1 3 X 8

C E J
H
F 6 7
4

b)
Feb 2003 Mar 2003
ID Nome INICIO FIM sem
24 25 26 27 28 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 k 3/6/2003 3/6/2003 1d
2 j 3/6/2003 3/10/2003 3d
3 H 2/28/2003 2/28/2003 1d
4 G 3/4/2003 3/5/2003 2d
5 F 2/27/2003 2/27/2003 1d
6 E 2/25/2003 2/26/2003 2d
7 D 2/26/2003 3/3/2003 4d
8 C 2/24/2003 2/26/2003 3d
9 B 2/24/2003 2/24/2003 1d
10 A 2/24/2003 CC: A-D-G-J
2/25/2003 2d

Actividades sem folga: A – D – G – J, duração total = 11 semanas;


Actividades com folga: B; C; E; F; H; e K.
3. O Método PERT – CPM
Entre os métodos de planeamento e controle de projectos o método CPM (Critical Path
Method – método de caminho crítico), e as suas extensões, é aquele que com mais
sucesso tem sido aplicado. O método CPM, foi desenvolvido por Kelley, J.E. e Walker,
M.R.(1957) no decurso de um projecto interno de DuPont de Nemours e foi inicialmente
aplicado no projecto da construção de uma indústria química, mais tarde veio a ser
utilizado no planeamento e controlo de operações de manutenção.
Em paralelo com os trabalhos de Kelley e Walker a marinha dos Estados Unidos,
desenvolveu a partir de 1958 o método PERT (Program Evaluation and Review
Technique – técnica de avaliação e revisão de programas). Este método foi inicialmente
utilizado no planeamento e controle do programa de mísseis Plaris.
Na prática, as técnicas CPM e PERT são bastante semelhantes e em geral são conhecidas
como métodos PERT – CPM. Ainda que o método PERT pretende sobretudo evidenciar
as ligações existentes entre as diferentes actividades de um projecto e definir claramente
a noção de “caminho crítico”, constituído pelas actividades na ordem em que elas podem
ocorrer, onde o grafo é fundamental nos conceitos de acontecimento e actividade.
O método CPM, procura um equilíbrio entre o custo da operação e a data da conclusão do
projecto, dando uma atenção especial aos constrangimentos de tempo sobre o aumento
e/ou diminuição da produção e recursos para encontrar a duração da execução do projecto
ou algumas das suas tarefas e o custo adicional e/ou reduzido provocado pelo aumento ou
diminuição desses elementos.
4. Metodologia da construção das redes PERT - CPM
Uma rede PERT – CPM ou grafo, é uma representação gráfica de um projecto,
apresentando a sequência lógica das actividades e as suas interdependências, tendo por
fim alcançar um objectivo. Como foi apresentado na figura 1, uma rede PERT – CPM
tem um início e um fim, e ainda composta por um conjunto de actividades, duração de
cada actividade representada por um tempo em dias, semanas, meses, anos, etc., e o nome
da actividade. Por exemplo a figura abaixo é uma rede PERT – CPM.

5
F=13
E=8
D=4

A=5 B=9
1 2 4 6 7 8
H=6 I=8

X=0
C=7 G=12

Figura. Representação de uma rede PERT – CPM.


Para nos situar quanto ao tratamento dos elementos componentes da rede PERT-CPM
consideremos alguns conceitos associados a sua representação gráfica:
a) Uma rede PERT-CPM possui um único ponto de partida e um único ponto de
chegada;
b) Uma actividade ou operação é representada por uma única seta
c) Os diagramas que se seguem, resumem as diversas situações que iremos encontrar
dentro do nosso tratamento das redes PERT – CPM.
d) Sejam A, B, C, D, E, F, G, H, I e X actividades de um projecto:

1. H e I são actividades sucessivas.


H I
1 2 3

2. B, C e D são actividades simultâneas ou paralelas e divergentes


2
B

C
1 3

3. F e G são paralelas e convergentes, elas antecedem a mesma actividade C.


4
F

C
6 7
G

4. Consideremos a seguinte rede completa composta por 5 actividades:

2 C 4 E
A

5
1

3 D
B

Nesta rede PERT – CPM, temos A e B são paralelas divergentes, C sucede A, D e E são
paralelas e convergentes.
Suponhamos que foi acrescida a condição suplementar A antecede D ou melhor a
actividade D não poderá começar antes da actividade A estar concluída. Neste caso, cria-
se uma actividade fictícia com uma duração nula, cujo objectivo é de alertar os que
implementam este projecto a condição colocada. No nosso contexto todas actividades
fictícias serão denotadas por x.
2 C 4 E
A

5
1 X

3 D
B

Ainda dentro da metodologia da construção das redes PERT-CPM deve-se:


 Identificar cada actividade a realizar no projecto;
 Decompor o projecto em actividades elementares se necessário;
 Determinar a sequência das actividades e construir a rede reflectindo as relações
de precedência e simultaneidade entre as actividades;
 Calcular estimativas de tempo para cada actividade e introduzir na rede.

Entre muitas regras citadas para a construção das redes PERT-CPM salientam-se:
1. Respeitar as precedências;
2. As setas indicam apenas as precedências lógicas, não tendo significado o seu
cumprimento;
3. A referência dos acontecimentos não deve ser duplicada;
4. Entre dois acontecimentos não deve existir mais de uma actividade, excepto nos casos
em que é necessário usar a representação de uma actividade fictícia;
5. Quer acontecimentos quer as actividades devem estar ordenados para permitir um
bom acompanhamento do projecto;
6. A rede deve ter apenas um acontecimento do primeiro nível (estado sem sucessor) e
um acontecimento do último nível (estado sem antecessor), digamos por meta e
partida respectivamente.

5. Construção e ordenamento das redes


Exemplo 3. Considere um projecto constituído pelas seguintes actividades:
1. B sucede a D e tem que estar terminada antes de C;
2. C, sucede a B e E;
3. D, realiza-se ao mesmo tempo que A e ambas sucedem a F;
4. E, sucede a A e G e precede a C;
5. F, precede todas as actividades;
6. G, sucede a D e tem que estar concluída antes de E;
7. H é última actividade do projecto e começa depois de C.

a) Construa o grafo correspondente a rede PERT- CPM do projecto em curso.


b) Faça o ordenamento das actividades por níveis.
Resolução:
a) Construção da rede PERT – CPM
3
B
D
C H
F G 5 6 7
1 2
A E
4

b) Para ordenar o grafo é necessário seguir os passos:


1. Representar a matriz das adjacências do grafo, colocando 1 sempre que houver
um arco de ligação entre dois nós segundo a orientação.
2. Obter os valores dos Vi que correspondem as somas das ligações ao longo da
linha da matriz;
3. O nó que não tiver o seu sucessor sai da matriz, em seguida repete-se a soma
para os nós restantes até em diante.
4. O nível 1 corresponde ao nó sem antecessor e o último é o nó sem sucessor.
5. Desenhar o novo grafo da rede PERT – CPM com todas as actividades
ordenadas.
Matriz das adjacências
1 2 3 4 5 6 7 vo v1 v2 v3 v4 v5
1 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0
2 0 0 1 1 0 0 0 2 2 2 2 0 -
3 0 0 0 1 1 0 0 2 1 1 0 - -
4 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 0 - -
5 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 - - -
6 0 0 0 0 0 0 1 1 0 - - - -
7 0 0 0 0 0 0 0 0 - - - - -

7 6 5 3, 4 2 1
O novo grafo ordenada é:
3 B
D
5 C 6 H 7

1 F 2 G E
A
4
nível 1 nível 2 nível 3 nível 4 nível 5 nível 6

Exemplo 4. Suponhamos que um projecto pode ser descomposto em actividades, e sejam


conhecidas as relações das actividades da seguinte forma.

C H

A D

B G

Ordene o grafo por níveis dos seus nós ou vértices.


1 Resolução

A B C D E F G H vo v1 v2 v3 v4
A 0 1 1 1 1 0 0 0 4 4 4 3 0
B 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 - -
C 0 0 0 0 0 1 0 1 2 1 1 0 -
D 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 0 -
E 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 -
F 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 - -
G 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 - - -
H 0 0 0 0 0 0 0 0 0 - - - -

H
A D G

Nivel 1 Nivel 2 Nivel 3 Nivel 4 Nivel 5


Repare que nas duas situações preocupamo-nos por ordenar as actividades (caso 1), os
nós (caso 2). Na prática estes cenários são equivalentes, pois ordenar a sequência como
aparecem as actividades corresponde a colocar a lógica como elas vão ser realizadas
6. Conceito e Cálculo do Caminho Crítico
6.1. O factor tempo: método CPM
A principal distinção entre CPM e PERT é a utilização da estatística neste último. Para o
caso presente são necessários os seguintes passos para desenvolver e resolver uma rede
CPM.
1. Identificar cada actividade a realizar no projecto;
2. Determinar a sequência das actividades e construir uma rede reflectindo as relações
de precedência;
3. Apurar as estimativas de tempo para cada actividade;
4. Determinar o caminho crítico
Intuitivamente vamos, considerar a seguinte rede CPM e calculemos todos os
cumprimentos desde o evento inicial até ao evento final.

Actividade Duração (semanas) Actividade anterior


A 4 -
B 6 -
C 5 A, B
D 6 B
E 6 A, B
F 8 C, D
G 6 B

3
E6
A4
C5
F8
X0 4 5
1
D6

B6 G6
2

Somando os tempos de todas as rotas temos:


Rota 1: A – E = 4+6 = 10 semanas
Rota 2: A – C – F = 4+5+8 = 17 semanas
Rota 3: B – D – F = 6+6+8 = 20 semanas;
Rota 4: B – G = 12 semanas
Usando o que foi exposto no diagrama de Gantt, a duração total do projecto é
determinada pelas actividades B – D – F, sendo igual a 20 semanas e estas constituem as
actividades críticas.
Portanto o caminho crítico:
 É o caminho mais longo (demorado) que liga o nó início ao nó fim;
 Determina a duração possível do projecto;
 É constituído pelas actividades críticas.
Como o caminho crítico é determinado pelas actividades com folga zero, para chegar ao
tempo de folga é necessário calcular quatro valores de tempo para cada actividade:
 Tempo de início mais cedo (IC) – o tempo mais cedo possível para que possa
começar uma actividade (ES -Earlest Start Time).;
 Tempo de fim mais cedo (FC) – o tempo de início mais cedo mais o tempo
necessário para completar a actividade (EF- Earlest Finish Time);
 Tempo de início mais tarde (IT) – o tempo mais tarde que uma actividade pode
começar sem atrasar o projecto (LS-Latest Start Time)
 Tempo de fim mais tarde (FT) – o tempo mais tarde que uma actividade pode
terminar sem atrasar o projecto (LF-Latest Finish Time)
Exemplo 5. Considere o seguinte projecto com as durações das actividades.

Actividade Duração Actividade anterior


A 5 -
B 10 A
C 4 A
D 2 B
E 9 B
F 2 C, D
G 2 E, F
H 5 G

a) Construir a rede PERT - CPM


b) Determinar as datas de início mais cedo e mais tarde bem como as datas de fim mais
cedo e mais tarde de todas as actividades do projecto e apresente estes resultados
numa tabela.
Resolução: a)
3
B10
E9
G2 H5
1 2 D2 5 6 7
A5
C4
F2

b) Calculo das datas mais cedo – procedimento progressivo: FC = IC + dij


5|15
3
15|24
0|0 B10
E9
0|5 H5
D2 G2
1 2 5 6 7
A5 24|26 26|31
C4 15|17
IC|FC
17|19
5|9 4 F2

c) Calculo das datas mais tarde – procedimento regressivo: IT = FT- dij


5|15
3
15|24 IT|FT
B10
0|5 E9
G2 H5
1 2 D2 5 6 7
A5 24|26 26|31
C4 20|22
31|31
22|24
18|22 F2
4

Importa escrever duas regras para o preenchimento das datas na rede:


Regra 1: No procedimento progressivo, quando temos duas ou mais actividades
convergentes a actividade seguinte leva o IC de maior valor absoluto. Na situação
anterior a actividade F tem IC = max(9;17) = 17, para nó inicial, IC = FC
Regra 2: No procedimento regressivo, quando temos duas ou mais actividades que
divergem num mesmo evento a actividade anterior leva o valor de IT que tiver o menor
valor absoluto. Na situação anterior a actividade B toma o FT = min(15, 20) = 15 que
corresponde IT mínimo. No nó terminal, FT = IT.
1. A folga total (FT ou S = Slack) – é calculada pela diferença entre a data mais tarde e
a data mais cedo do começo ou fim de uma actividade. Todas as actividades com
folga total nula pertencem ao caminho crítico. FT(Xij) = IT – IC =FT - FC
2. Folga livre (FL) - caracteriza a margem do atraso que a actividade (xi,xj) pode ter
sem afectar a data mais cedo do início de qualquer outra actividade. Esta margem
calcula-se pela diferença entre a data mais cedo da(s) actividade(s) que sucede(m)
imediatamente a (xi,xj), e a data mais cedo em que a actividade (xi,xj) poderia
terminar.
A informação calculada nos diagramas anteriores pode ser colocada numa única tabela:

Estados Actividades dij IC FC IT FT FT=IT-IC FL CC

1, 2 A 5 0 5 0 5 0 - A
2, 3 2 B 10 5 15 5 15 0 - B
2, 4 C 4 5 9 18 22 13 8 -
3, 4 D 2 15 17 20 22 5 0 -
3, 5 E 9 15 24 15 24 0 - E
4, 5 F 2 17 19 22 24 5 5 -
5, 6 G 2 24 26 24 26 0 - G
6, 7 H 5 26 31 26 31 0 - H

O caminho crítico é formado pelos arcos de ligação A – B –E – G - H


EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1 Um projecto é caracterizado pelas seguintes actividades e durações em semanas de cada
actividade.

Actividade Actividade anterior Duração


A C 3
B H 1
C - 2
D B 5
E F, H 4
F - 6
G E 2
H - 5
I A, F, H, J 4
J B 5
a) Usando o gráfico de GANTT, apresente a sequência das actividades.
b) Qual é a duração total do projecto e o caminho crítico.

2 Considere um projecto cujas actividades se encontram caracterizadas pela seguinte


tabela.

Actividade Actividade anterior Duração (semanas)


A - 5
B - 4
C A,B 4
D A,B 4
E B 2
F D,E 2
G C,F 6
H D,E 4
I G,H 5
a) Apresente o diagrama de Gantt correspondente ao projecto.
b) Determine o caminho crítico e a duração total do projecto.
c) Qual é a folga total da actividade H.

3. Relativamente a um projecto, que se pretende controlar aplicando o método


PERT/CPM são conhecidos os seguintes dados.

Actividade Actividade imediatamente anterior Duração (dias)


A - 2
B A 4
C A 3
D B, C 2
E A 4
F D, E 6
G C 6
H F, G 3
I H 4
a) Apresente o gráfico da GANTT e calcule a duração total do projecto.
b) Desenhe a rede PERT – CPM indicando as actividades nos arcos.
c) Calcule o caminho crítico e compare o resultado com o obtido na alínea (a).
4: Considere o problema de calendarizar um conjunto de actividades interdependentes
caracterizadas pela informação apresentada na tabela seguinte.

Actividade Actividade anterior m a b


A - 3 2 4
B - 12 10 20
C - 5 4 12
D A 4 2 6
E B 3 3 3
F C 4 3 5
G C 10 8 18
H D, E, F 3 2 4
a) Calcule os tempos esperados e a variância de cada actividade.
b) Desenhe a rede PERT – CPM e coloque os tempos esperados nos arcos das
actividades.
c) Determine o caminho crítico do projecto. (Use os nós para destacar os tempos de
início e fim das actividades).

5. A Ventoinha Eléctrica é uma companhia que faz instalações de ventoinhas e outros


equipamentos eléctricos em construções residenciais. John Zuckerman está afectado para
determinar o tempo necessário para terminar uma instalação. A lista de actividades e os
seus tempos em dias, estão apresentados na tabela.

Actividade a m b Actividade precedente


A 3 6 8 -
B 2 4 4 -
C 1 2 3 -
D 6 7 8 C
E 2 4 6 B, D
F 6 10 14 A, E
G 1 2 4 A, E
H 3 6 9 F
I 10 11 12 G
J 14 16 20 C
K 2 8 10 H,I
a) Determine os tempos esperados e a variância para cada actividade.
b) Encontre a duração total do projecto, o caminho crítico, não se esquecendo de
indicar IC, FC, IT, FT e a folga para cada actividade.

6: Considere um projecto com as seguintes características.


Actividade Actividade imediatamente anterior Duração (dias)
A C, D 3
B E, F 4
C I 3
D G, H 2
E G, H 3
F J 4
G I 2
H J 5
I - 3
J - 4
a) Construir a rede PERT – CPM
b) Determine o caminho crítico tomado os nós como pontos onde as actividades
iníciam e terminam.

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