Você está na página 1de 7

1

SUPERVISIONAR EQUIPAS DE TRABALHO

(1º Resultado de aprendizagem)

PLANIFICAÇÃO DE EMPREITADAS ELÉCTRICAS

A planificação de empreitadas eléctricas é uma das actividades que


compõem a actividade mais genérica normalmente designada por preparação
e controlo de obras de electricidade.

Planear empreitadas é realizar um “plano” de actividades e indexá-las ao


calendário.

Na realidade, é decompor a empreitada em “tarefas” ou “actividades”


elementares e definir para cada uma, datas de início e fim e folgas de
realização.

Controlar o planificado da empreitada é retirar da obra em curso,


informação que permita actualizar sucessivamente os planos em vigor e,
fornecer informação útil para o futuro desenvolvimento dos trabalhos.

OBJECTIVOS DA PLANIFICAÇÃO

1º Listar todas as tarefas

2º Determinar a duração das tarefas

3º Identificar o encadeamento das tarefas

4º Estipular para cada tarefa

 Mão-de-obra necessária
 Equipamento necessário
 Custos ou facturação associados
2

DETERMINAÇÃO DOS OBJECTIVOS DA PLANIFICAÇÃO


Listagem e duração das tarefas
A listagem de tarefas é a decomposição da empreitada em
“actividades” elementares.

A listagem de tarefas faz-se a vários níveis segundo uma estrutura


piramidal em que o número de actividades vai sucessivamente
crescendo e a unidade de duração diminuindo.

Usualmente consideramos os seguintes níveis:


Nível 1 – programa global: unidade mês
Nível 2 – Planeamento ao nível das artes: unidade semana
Nível 3 – Planeamento de pormenor: unidade dia
Nível 4- Planeamento específico – detalhe

A listagem de tarefas é feita com base no orçamento da empreitada


mas não é necessariamente coincidente com este. Deverá ser mais
simples e agrupar todas as tarefas organicamente semelhantes ou que
sejam realizadas ao mesmo tempo. A individualização excessiva
complica o plano de trabalhos.

Ex. 1: Empreitada: Execução duma instalação eléctrica dum prédio


residencial com 3 pisos.

Prazo de execução 5 meses (20 semanas)

Nível 1 – Geral (5 meses)

 Tubagem
 Enfiamentos
 Electrificação e ligações
 Acabamentos (aparelhagem e candeeiros)
 Ensaios finais

Nível 2 – Tubagem

 Todos os pisos (10 semanas)


3

Nível 3 – Enfiamentos

 1º piso (2 semanas)
 2º piso(2 semanas)
 3º piso (2 semanas)

Nível 4 – Electrificação e ligações

 1º piso (4 dias)
 2º piso (4 dias)
 3º piso (4dias)

Nível 5 –Acabamentos

 1º piso (2 dias)
 2º piso (2 dias)
 3º piso (2dias)

Nível 5 –Ensaios finais

 Todos os pisos (2 dias)

ENCADEAMENTO DE TAREFAS

Todas as tarefas têm entre si uma ligação qualquer tipo.

A ligação mais corrente e perceptível é a ligação física (associada à


impossibilidade física) mas podem existir outros tipos de ligação tais como:

- segurança; - programáticas;

- meios (financeiros, mão-de-obra, equipamentos).

As tarefas podem estar ligadas entre si de 4 formas:

Fim – Início (A tarefa B inicia-se desde que a tarefa A esteja concluída)

B
4

Fim – Fim (O fim da tarefa B devera ocorrer x unidades de tempo após o


fim da tarefa A)
A

Início – Início (A tarefa B inicia-se desde que a tarefa A esteja realizada a


X%)

X % de A

Início -Fim (O conjunto das tarefas A e B dura até D unidades de tempo)

Algumas técnicas de planificação só admitem ligações de tipo fim-início

sendo necessário transformar todas as ligações em ligações desse tipo.

CAMINHO CRÍTICO NO PLANO DE TRABALHOS

O caminho crítico consiste na sequência de atividades que representa o


caminho mais longo de um projeto.

Em síntese, é a menor duração possível para o que projeto seja finalizado


completando todas as suas atividades.

Outra forma de definir é dizer que é o caminho que possui folga total igual a
zero.
5

Em um projeto, a maior parte das atividades possui relação de dependência


umas com as outras.

Isto é, quando a “atividade A” for concluída, a “atividade B” se inicia e,


posteriormente, a “atividade C”, e assim por diante.

Acontece que, em muitos projetos, vários são os caminhos possíveis


(sequência de atividades) até que o projeto seja executado em sua
totalidade.

E o caminho crítico é aquele dito mais longo, ou seja, aquele cujas durações
das atividades somadas equivalem ao prazo total do projeto.

Dessa forma, se alguma atividade do caminho crítico sofrer atraso, o


projeto inteiro sofrerá consequências. Contudo, caso uma atividade de um
caminho não-crítico atrasar, não há problema, pois entre elas há uma folga
que pode absorver esse atraso.
6

No exemplo acima, o cálculo seria realizado da seguinte forma, para cada um


dos caminhos:

 A,B,E,G = 3+1+4+6 = 14
 A,C,E,G = 3+2+4+6 = 15
 A,D,F,G = 3+3+5+6 = 17
Observando todos os caminhos possíveis, descobrimos que, neste caso, o
Caminho Crítico é A,D,F,G. Para todos os demais caminhos há folga.

FOLGAS NUMA EMPEITADA

Folgas são períodos (geralmente dias) que as atividades de um caminho não-


crítico podem atrasar sem afetar o cronograma. Qual a folga dos caminhos
que encontramos acima?

 A,B,E,G = 3+1+4+6 = 14 – 17 (do caminho crítico) = 3 dias


 A,C,E,G = 3+2+4+6 = 15 – 17 (do caminho crítico) = 2 dias
Com isso, conclui-se que nesse caminhos podemos atrasar tarefas em até 3
e 2 dias respectivamente.

Uma observação importante é que apenas atividades que não participam do


caminho crítico possuem folga.

ACTIVIDADES CRÍTICAS

Actividade crítica, é considerada uma folga nula pois a actividade não pode
ser atrasada sem atrasar todo o plano de trabalhos.

A sequência de actividades críticas é denominada de “caminho crítico”.

Actividade crítica de pouca duração – é aquela que apresenta uma duração

igual ou inferior a 1dia. Estas actividades podem potenciar riscos de atrasos

no plano de trabalhos, uma vez que estas são de rápida execução e por sua

vez não existem folgas significativas que possam minorar os possíveis

atrasos que possam ocorrer.


7

Actividade com folga reduzida – é a actividade que com um aumento de

sub-produção não tem poder de resposta por parte da equipa afecta, não

permitindo recuperação dos atrasos.

Actividade de longa duração – é aquela que apresenta uma duração igual ou

superior a 50 dias. O incumprimento desta actividade no prazo estipulado

trará impactos significativos, nas actividades seguintes, pois os atrasos não

são passíveis de recuperações.

DURAÇÃO DAS TAREFAS

Para estimar quanto tempo o trabalho levará para ser concluído, usa-se dois
métodos:

 Definir o esforço necessário para realizar o trabalho;


 Definir a duração.
Esforço, é a quantidade de horas de trabalho que, os técnicos irão executar
determinada atividade. Conhecendo o número de horas que serão
necessárias, há condições de determinar a duração da atividade, isto é o
período de tempo que a atividade demorará a realizar desde o início até a
sua conclusão.

Para estimar o esforço com maior precisão, leva-se em consideração alguns


factores, como:

 Os recursos disponíveis para realizar a actividade;


 A disponibilidade dos recursos;
 Períodos de ociosidade (fins de semana, feriados e férias contratuais);
 Quantidade de horas diárias trabalhadas.

Você também pode gostar