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CONSTRUÇÃO CIVIL
AULA 3
CONVERSA INICIAL
Seria muito difícil indicar qual das atribuições do engenheiro é a mais importante, mas certamente
o planejamento está no topo, seja qual for a função desse profissional na construção civil.
definimos como as principais. O plano gráfico, o cronograma de obra, deverá ser compreendido em
detalhes, pois a partir dele veremos as obras por dentro, iniciando com as necessidades que antecedem
a construção em si, apresentadas nesta aula, para depois fazer um estudo etapa por etapa.
Na cadeira de construção civil, a análise de cada divisão das edificações parte do ponto de vista da
execução de obra. É igualmente importante que o acadêmico tenha em mente que estamos falando do
dia a dia do engenheiro construtor, em termos de matérias fáticas, para que todos possam visualizar
cada atividade apresentada.
“O planejamento constitui a primeira função administrativa e define objetivos para o futuro, bem
etapas da construção, propondo uma sequência e uma interrelação lógica entre cada uma, é o que
chamamos de cronograma.
individual, o acadêmico poderá estimar a duração de todas as etapas principais das obras.
Não podemos perder o foco quando lidamos com os objetivos do cronograma de obras, ligados ao
acompanhamento físico da construção (posteriormente veremos o cronograma físico-financeiro):
Existem diversas formas e ferramentas para organizar, sequenciar e apresentar essas atividades.
Vamos trabalhar com o diagrama de Gantt, muito utilizado em obras, dada a sua simplicidade de leitura
e entendimento. Esse modelo serve de base para softwares como MS Project, Evop, Primus-K, entre
outros.
A sequência de atividades de uma obra, seja para construir ou reformar, depende de cada
edificação e do escopo da contratação dos serviços. Para fins de aprendizagem, utilizaremos o sistema
construtivo mais utilizado no Brasil, sem deixar de fora os métodos que vem surgindo como tendências,
sendo mais utilizados em outros países, como construções a seco e modulares.
1. serviços preliminares;
2. canteiro de obras;
3. locação da obra;
4. fundações;
5. elétrica e hidráulica – infraestrutura e acabamentos;
6. fundações;
7. pilares, vigas superiores e laje (se houver);
8. alvenaria de vedação;
9. cobertura – telhado (estrutura e telhas);
10. revestimentos internos e externos – argamassados (chapisco, emboço e reboco);
11. revestimentos cerâmicos (pisos cerâmicos e azulejos);
12. revestimentos em madeira, granitos ou outros;
13. esquadrias – portas e janelas;
isso, acompanhamos cada um dos serviços quanto ao cumprimento dos prazos e objetivos
anteriormente apresentados.
Existem várias formas de montar um cronograma de obras. Vamos usar o diagrama de Gantt, que
consiste em um gráfico de barras, relacionando a atividade com o tempo de duração. Trata-se de um
dos recursos mais utilizados na área pela sua simplicidade, servindo como base para diversas outras
ferramentas de planejamento. Posteriormente, veremos o controle e o gerenciamento de obras, pois
ficam explícitos nesse tipo de cronograma o início e o final de cada etapa, a partir da relação visual entre
elas.
Importante relembrar, nesta fase do estudo, que o cronograma de uma construção deve conter os
principais serviços, determinando o início de cada atividade, bem como a sua duração e término. A ideia
é que, através da simples observação do gráfico, seja possível entender o tempo de realização de cada
tarefa. Assim, com a sobreposição de cada etapa, temos o prazo total da execução.
Na Figura 1 vemos o diagrama. Nas colunas, temos a quantificação do período, e nas linhas as
tarefas (ou serviços) com as barras indicando as quantidades, que podem ser dadas em dias, como no
exemplo, ou semanas, meses e anos.
Vemos, no topo das colunas, o mês e o dia em que a semana começa (exemplo: Jan 11).
Abaixo, ainda nas colunas, os dias da semana de domingo a domingo. Cada quadrícula representa
um dia dessa semana.
As linhas serão preenchidas com as atividades. No exemplo, temos diferenciações por cores, que
podem representar equipes diferentes.
Neste diagrama (Figura 2), a atividade 1 se inicia em uma sexta-feira, com duração de 6 dias, e
encerra na quarta-feira da outra semana. A atividade 2 inicia na sequência, na quinta-feira da mesma
semana, com duração de dois dias completos, finalizando no sábado. A atividade 3 inicia juntamente
com a atividade 2, porém tem duração de 7 dias, encerrando na quinta-feira da outra semana. Assim,
podemos ver as diferentes tarefas que podem ocorrer, sucessiva e/ou paralelamente, por equipes
independentes.
Note, no exemplo mostrado na Figura 3, que os períodos são organizados em meses e as tarefas
em colunas, com as barras determinando quando tem início e quando termina cada atividade.
estrutura da edificação, tem início o serviço de alvenaria, em meados de fevereiro, sendo finalizado em
meados de setembro.
O cronograma adotado depende do plano que o engenheiro quer apresentar. No caso da Figura 3,
trata-se de um plano menos detalhado, apresentado em meses. Nos anteriores, temos os dias em que
serão desenvolvidas as atividades. De qualquer modo, em todos os casos é importante apresentar o
começo e o fim de cada atividade.
Vamos acrescentar mais serviços que compõem uma edificação. Veremos, no exemplo a seguir, um
cronograma detalhado, com as atividades expostas semanalmente.
Esse tipo de programação de serviços, com as atividades executadas semana a semana, é muito
utilizado em canteiros de obras, pois, além do panorama com início e fim da construção (em meses), há
um controle posterior nas quatro semanas que compõem o mês, com detalhes de cada serviço.
Antes de elencar as 17 atividades previstas no início do tema, vamos destacar os principais pontos a
que os acadêmicos devem se atentar quando iniciam a elaboração do cronograma.
Cada obra, construção e reforma traz atividades específicas, dependendo do porte, do sistema
construtivo, dos tipos de ambientes e dos acabamentos. Utilizaremos, para fins acadêmicos e para
uma melhor compreensão uma construção com o sistema mais utilizado no Brasil, que
chamaremos de sistema construtivo convencional.
O diagrama de Gantt deve ser elaborado de acordo com os modelos apresentados, com a
descrição das atividades e dos períodos, indicando o início e o fim de cada tarefa. Essa notação
deve ser feita através de hachuras ou barras nas áreas de descrição da duração dos serviços,
conforme os exemplos, não sendo indicado qualquer escrita nesse campo do diagrama.
É preciso lembrar sempre, na elaboração do cronograma de obra, que ele deverá ser
compreendido por terceiros, ou seja, o plano proposto deve ser perfeitamente compreendido a
A seguir, na Figura 5, vemos um modelo de cronograma com atividades elencadas, porém com a
duração dos serviços em branco. Vamos imaginar uma edificação residencial, de 100 m2, construída
sobre um lote de 20 x 20, com um bom padrão de acabamento (forro em gesso, bancadas em granito
nos banheiros e cozinha, e outros itens que trazem mais estética e conforto à residência). A partir dessas
informações, preencha os tempos de execução. Posteriormente, voltaremos a esse cronograma,
verificando se os prazos considerados nesse momento são condizentes com os períodos usualmente
estimados.
O objetivo é que o acadêmico tente visualizar as atividades de acordo com o nível atual de
conhecimento e/ou pesquisar as atividades que compõem uma obra, considerando o modo como são
executados, os tempos médios de execução, os profissionais que fazem a execução, até chegar ao prazo
final de construção. Lembramos que esse conteúdo é essencialmente prático, físico; certamente, a
maioria dos futuros engenheiros já teve contato com algum dos serviços descritos no gráfico que deve
ser preenchido.
Posteriormente, vamos estabelecer uma comparação com outros cronogramas, elaborados a partir
das informações técnicas apresentadas, considerando o modo de execução de cada uma das atividades,
para elucidar o nível de conhecimento adquirido, estabelecendo ainda uma comparação com outros
modelos construtivos.
CRONOGRAMA FÍSICO
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Serviços preliminares
Canteiro de obras
Locação de obras
Fundações
Fundações
Alvenaria de vedação
Revestimentos argamassados
Revestimentos cerâmicos
Revestimentos granito/madeira/outro
Pintura
Serviços externos
A Construção Civil aborda as obras sob o ponto de vista da execução, da construção propriamente
dita. Esse viés implica que os projetos, arquitetônicos e complementares, são elaborados e aprovados
nos órgãos competentes. Igualmente, os terrenos serão adquiridos, livres e habilitados para receber as
construções propostas na matéria. Mesmo assim, vamos fazer uma abordagem dos tópicos que devem
ser analisados e compreendidos pelos engenheiros, antes da construção em si.
Podemos construir qualquer edificação em qualquer terreno? Como eu faço para saber o que posso
construir em um determinado terreno?
A maioria das pessoas já deve ter notado que, nas suas cidades, algumas áreas apresentam
construções apenas residenciais, outros bairros são essencialmente industriais, enquanto no centro da
cidade prevalecem edificações comerciais. Assim, os municípios, principalmente em suas áreas urbanas,
são organizados por setores conforme o uso das edificações. Cada cidade tem seu plano de expansão e
direcionamento quanto ao uso de suas áreas, o que podemos chamar de plano piloto. Tais planos são
gerenciados pelos poderes executivo e legislativo de cada município, que criam leis de zoneamento,
sendo regidos por lei federal, com vinculação ao Ministério das Cidades, junto ao governo federal. Todas
as cidades apresentam lei de zoneamento, porém cada uma delas apresenta uma forma diferente de
consulta no órgão público. Em Curitiba, por exemplo, o documento recebe o nome de Guia Amarela,
podendo ser consultado on-line a partir da indicação fiscal constante no carnê de IPTU. Outros
municípios não apresentam consultas em sites. Solicita-se até 30 dias para a expedição do documento
de consulta.
2.2 PROJETOS
Uma das premissas para dar início à execução de uma edificação é estar de posse dos projetos, que
se configuram como “plano gráfico” da obra. Dimensões, áreas, espessuras e detalhamentos devem
constar nesses documentos, que servem de bases para o planejamento da construção.
O projeto arquitetônico servirá como base para a sequência, pois nele são elencados os objetivos
das edificações. Para a sua elaboração, além do uso do imóvel, o autor do projeto coletará as
informações pertinentes, identificando os ocupantes (moradores, funcionários, visitantes etc.), com
detalhes da ocupação (plantas, máquinas, equipamentos etc.), identificação das exigências e
necessidades dos usuários, além das condições a que a edificação será exposta. Quanto mais
informações coletadas, maior o nível de detalhamento do projeto, o que reflete em um maior número
de desenhos e informações, com consequente melhorias na etapa inicial, fundamental a qualquer
empreendimento.
Os projetos complementares são elaborados a partir do projeto arquitetônico. Não há como elencá-
los por grau de importância, pois todos são fundamentais para que os sistemas funcionem
perfeitamente na edificação. Para isso, os projetos precisam estar em harmonia, o que chamamos de
compatibilização de projetos. Isso implica analisar a integração dos projetos para que não haja
pilares no meio das salas, tubulações alinhadas em prumadas, entre outras situações que podem ser
resolvidas ainda nessa fase, de modo que não seja necessário solucionar problemas durante a execução.
Até aqui, ajustamos os itens apresentados como prévios à construção: terreno e projetos. Agora,
passamos à construção propriamente dita. Vamos tratar dos serviços preliminares e da preparação do
terreno, tarefa que deve ser realizada para que a edificação seja erguida conforme os projetos, o que
deve fazer parte do planejamento, pois implica considerável dispêndio de tempo e recursos.
Veja, na Figura 6, um terreno que ilustra as necessidades iniciais para construção de uma edificação.
Na preparação inicial dos terrenos para receber uma construção, comumente é preciso efetivar a
remoção da camada vegetal. Seja manual ou mecanicamente, deve ser feita a roçagem das áreas, com
eventuais retiradas de arbustos, removendo materiais orgânicos que ficariam sob a edificação. Caso
exista a necessidade de cortar árvores, é preciso consultar órgãos relacionados ao meio ambiente do
estado, para obter as devidas licenças nos órgãos competentes.
Observe na Figura 6 a área passível de construção. Além de um gramado, há algumas árvores. Com
a devida autorização para cortes e podas, deve-se efetuar o destocamento, que é a eliminação de
troncos e raízes, observando ainda as que restam no entorno da edificação, verificando se as raízes não
vão atingir (mesmo que futuramente) os alicerces do prédio, de modo a evitar problemas futuros.
A verificação in loco, em caso de terrenos maiores ou desníveis mais relevantes, deve ser efetuada
por topógrafos, com a utilização de equipamentos especializados. Terrenos ou lotes urbanos (como o
exemplo da Figura 6) normalmente utilizam mangueira de nível para apurações e posterior
nivelamento. Esse instrumento não é tão preciso quanto os equipamentos topográficos, mas é
suficiente, principalmente quando é possível contar, por exemplo, com referências de edificações
vizinhas, calçadas ou ruas.
O método da mangueira de nível é simples, porém eficiente. A maioria dos pedreiros o conhece e o
utiliza para o nivelamento de pisos, revestimentos cerâmicos (azulejo), entre outros elementos que
requerem verificações verticais, como instalação de esquadrias (portas e janelas). Consiste na utilização
de uma mangueira transparente, que permite a visualização da água, sem a presença de bolhas de ar.
Utilizando o princípio dos vasos comunicantes, é possível estabelecer um nível, verificando a diferença
apontada nas alturas anotadas nos pontos de referências ou nas balizas colocadas para o procedimento,
conforme a figura a seguir.
Para facilitar a medição, podemos partir do nível d'água em uma determinada altura "h" em uma
das balizas, que será descontada na medida encontrada na segunda baliza “H”. Fazemos isso para que
não seja necessário colocar o nível d'água diretamente no ponto zero (próximo do terreno), o que
dificultaria a leitura, resultando em uma medição ruim. O desnível é obtido pela diferença entre “H” e “h”
(Milito, 2009, p. 11).
Logo na entrada da equipe na área onde será construída a edificação, apontamos outras
providências iniciais:
A locação da obra é o início da transposição do projeto para o terreno. As medidas constantes nas
plantas arquitetônicas ou dos projetos complementares devem ser rigorosamente, e antecipadamente,
locados nas áreas de construção, bem como os elementos como sapatas, estacas, paredes e outros serão
previamente apontadas nas posições indicadas. A palavra que define o tema que entraremos agora é
rigor. O engenheiro deve acompanhar essa etapa da obra com muita atenção, com os projetos
atualizados consigo. Obviamente, em todas as etapas exige-se a minucia por parte do profissional,
porém na locação da obra se define a abertura da construção e um erro pode causar prejuízos de toda
ordem.
Apresentaremos métodos para obras menores, sem apoio de equipamentos, mas que trazem uma
precisão adequada, sem erros de alinhamentos. Tais métodos podem ser realizados por uma equipe de
obra convencional (mestre de obra, pedreiros e serventes) e com base em materiais disponíveis em um
canteiro de obras (mangueira de nível, régua, fio de prumo e trena).
Importante salientar que os métodos apresentados, se utilizados em áreas maiores, podem gerar
A premissa para a locação de uma obra é partir de um ponto de referência em relação ao qual a
edificação deve estar alinhada. Vamos utilizar como exemplo o terreno da Figura 6. A área apresenta
edificações vizinhas? Rua ou calçada frontais? Qual a indicação desses elementos no projeto de
implantação da obra? A ideia é que algum dos pontos citados sirva de referência, para que a edificação
seja paralela ou perpendicular a eles, ou ainda a outro elemento que possa fazer esse mesmo papel de
referência. Assim, a partir dele damos início à locação da obra. Neste momento, você deve estar
perguntando: e se não houver nenhum ponto de referência para fazer o alinhamento? A resposta é:
sempre há, mesmo que seja necessário considerar o posicionamento do sol. Não esqueça que nesta aula
vamos apresentar métodos para a locação de obras de menor porte, em sua maioria em áreas urbanas.
Para a execução da locação em obras de pequeno porte, é preciso contar com o apoio,
independentemente do método empregado, de pedreiro e/ou carpinteiro e servente. Além disso, os
seguintes materiais e ferramentas são essenciais:
trena;
nível de bolha;
mangueira de nível;
fio de nylon;
martelo;
serrote (ou serra circular);
pincel;
caibros (espessura em polegadas, normalmente 3”x3” ou 3”x4”);
ripas (espessura em polegadas, normalmente 1”x1” ou 1”x2”);
tábuas (espessura usual 2,5 cm e largura usual 20 cm); e
tinta.
Os métodos servem para locar diversos elementos, como paredes, estacas e blocos. O engenheiro
também deverá estar de posse dos seguintes projetos:
Consiste em transpor as dimensões dos projetos para o terreno, por meio de pregos cravados em
cavaletes distribuídos e alinhados previamente, além de linhas de nylon esticadas nos pregos nas
posições das cotas, conforme a figura a seguir.
Note que existe certa fragilidade neste modelo, pela função de possibilidade de um deslocamento
dos cavaletes durante as atividades da obra. Batidas durante a passagem de materiais e pessoas podem
alterar as dimensões marcadas pelos fios. Na Figura 11, vemos o cavalete em detalhe, constituído em
madeira, cravada no solo com uma travessa pregada sobre ela. O fio de nylon deve ser fixado com
cuidado com relação ao nível e ao prumo.
Neste método, pontaletes (normalmente feitos de caibros 3” x 3”) são fixados no solo, com medidas
perimetrais extraídas dos projetos e travessas (normalmente com tábuas de 20 cm de largura) fixadas e
niveladas no pontaletes em torno da construção.
Para a identificação dos elementos que devem ser construídos, é importante marcar nas tábuas os
números e as letras indicadas em projetos (tipo: P11, pilar 11 do projeto estrutural). As linhas
determinam os eixos dos elementos.
Esse processo de locação é muito utilizado em construções de pequeno e médio portes, pela
facilidade de montagem e desmontagem, e também por conta da maior estabilidade em caso de
choques durante os processos construtivos.
Independentemente do método aplicado, além do rigor nas medições para a perfeita transposição
das cotas de projetos para o terreno, o engenheiro deve ter alguns outros cuidados com as verificações
deve ser previsto, mesmo que haja a necessidade de desmontar e remontar as marcações.
Marcações: a precisão será sempre dada em mm (milímetros); salvo indicações específicas, as
marcações serão sempre no eixo (centro) dos elementos locados.
Projetos atualizados: o engenheiro deve certificar-se de que está de posse dos projetos
atualizados, verificando se há revisões ou alterações, de modo a evitar marcações erradas na
construção.
Iniciamos este tema apresentado conceitos de normas que devem ser compreendidos, em conjunto
com as condições em que os canteiros devem ser executados.
NBR 12284 NB 1367 – Áreas de Vivência em Canteiros de Obras: define “Conjunto de áreas
destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo em áreas de
vivência”.
A NR 18 – Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção: conceitua
“Área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma
obra”.
Note que ambas as definições tratam o canteiro como apoio às atividades relacionadas com as
obras. Ou seja, independentemente do tipo de construção, seja qual for o sistema construtivo, a área
deve ser concebida de modo individual. Cada obra terá um canteiro conforme o porte e o planejamento
de trabalho. O canteiro de obras deve ser planejado e projetado com base nas premissas da construção,
levando em consideração a área total do terreno, o dimensionamento previsto das equipes atuantes, as
máquinas e os equipamentos previstos, os materiais que serão empregados e o cronograma físico da
obra, que ditará a sequência construtiva e os prazos de cada serviço.
O canteiro de obras é representado pela disposição dos materiais e dos equipamentos que serão
utilizados, de modo a facilitar o transporte (de material) e o trânsito de veículos, máquinas e
funcionários, evitando desperdícios de matéria-prima e de tempo (Cunha, 2017). Para executá-lo, na
posição em que as expectativas sejam correspondidas, devem ser realizadas algumas verificações
preliminares.
Locação da obra: o canteiro deve estar posicionado no terreno, em área que não interfira na
locação da obra. Também é preciso verificar antecipadamente as condições topográficas da área,
entendendo que a movimentação de terra está finalizada.
Vias de acesso ao canteiro: no planejamento do canteiro da obra, é importante identificar por
onde chegam os materiais, principalmente os que necessitam de espaço para armazenamento,
analisando como transitarão internamente, e por onde os resíduos serão descartados. As vias de
acesso e as vias internas das obras devem ser meticulosamente calculadas, pois se constituem
Conforme o conceito apresentado inicialmente neste tema, cada canteiro de obras tem elementos
próprios, conforme a construção, obedecendo os requisitos apresentados até o momento. Alguns se
constituem como obrigatoriedades legais ou normativas, enquanto outros estão ligados à produtividade
e/ou a características ambientais das áreas laborais.
Refeitório, sanitários, vestiários, alojamento, escritório, oficina, ambulatório, entre outras áreas para
o atendimento a equipe de obra, podem ser detalhados para que sejam igualmente atendidos os
requisitos de norma e de melhorias no ambiente. A seguir, nas Figuras 14 e 15, você confere exemplos
de layouts de áreas de infraestrutura e vivência.
FINALIZANDO
A sequência lógica e o diagrama de Gantt, utilizados para a elaboração do cronograma, fazem parte
do cotidiano do engenheiro civil que atua diretamente na construção, considerando os serviços
componentes que foram dissecados nesta aula. Em cada linha que forma o diagrama, existe a
necessidade de nos aprofundarmos para conhecer a atividade, mesmo antes do início da construção.
REFERÊNCIAS
2021.