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CONSTRUÇÃO CIVIL
AULA 3

Prof. André Ricardo Cansian

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CONVERSA INICIAL

Seria muito difícil indicar qual das atribuições do engenheiro é a mais importante, mas certamente

o planejamento está no topo, seja qual for a função desse profissional na construção civil.

Vimos, anteriormente, a importância do planejamento para a execução de obras. Estudamos ainda


uma sequência lógica para o trabalho com edificações, com ênfase no sistema construtivo convencional.
A seguir, vamos ver como organizar e apresentar essa sequência, expondo cada uma das etapas que

definimos como as principais. O plano gráfico, o cronograma de obra, deverá ser compreendido em
detalhes, pois a partir dele veremos as obras por dentro, iniciando com as necessidades que antecedem
a construção em si, apresentadas nesta aula, para depois fazer um estudo etapa por etapa.

Na cadeira de construção civil, a análise de cada divisão das edificações parte do ponto de vista da

execução de obra. É igualmente importante que o acadêmico tenha em mente que estamos falando do
dia a dia do engenheiro construtor, em termos de matérias fáticas, para que todos possam visualizar
cada atividade apresentada.

TEMA 1 – CRONOGRAMA DE OBRA

“O planejamento constitui a primeira função administrativa e define objetivos para o futuro, bem

como decide sobre os recursos e competências necessários para alcançá-los adequadamente”


(Chiavenato, 2011). No caso do planejamento de execução de uma obra, temos de considerar a evolução
da construção, no caso a sequência lógica construtiva no sistema convencional, já apresentada. A forma
de trabalhar esse planejamento graficamente, mostrando quando têm início e quando terminam as

etapas da construção, propondo uma sequência e uma interrelação lógica entre cada uma, é o que
chamamos de cronograma.

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A elaboração do cronograma de obras deve expressar visualmente o plano de execução, elencando


os serviços que compõem a construção e estabelecendo períodos de realização, para que o engenheiro
possa programar, acompanhar e controlar a obra. Obviamente, a duração dos serviços depende do
tamanho da edificação e da disponibilidade de insumos (materiais, mão de obra e equipamentos) para a
execução. Nesta fase de estudos, esses prazos serão convencionados. Posteriormente, com um estudo

individual, o acadêmico poderá estimar a duração de todas as etapas principais das obras.

Não podemos perder o foco quando lidamos com os objetivos do cronograma de obras, ligados ao
acompanhamento físico da construção (posteriormente veremos o cronograma físico-financeiro):

antever o prazo total de execução da obra;


efetuar a programação de compras e a recepção de materiais conforme a fase de execução;
contratar a mão de obra; e
controlar a produtividade da mão de obra.

Existem diversas formas e ferramentas para organizar, sequenciar e apresentar essas atividades.
Vamos trabalhar com o diagrama de Gantt, muito utilizado em obras, dada a sua simplicidade de leitura
e entendimento. Esse modelo serve de base para softwares como MS Project, Evop, Primus-K, entre
outros.

1.1 SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES

A sequência de atividades de uma obra, seja para construir ou reformar, depende de cada
edificação e do escopo da contratação dos serviços. Para fins de aprendizagem, utilizaremos o sistema

construtivo mais utilizado no Brasil, sem deixar de fora os métodos que vem surgindo como tendências,
sendo mais utilizados em outros países, como construções a seco e modulares.

Repassaremos conhecimentos anteriores, com alguns ajustes para um melhor entendimento e


adequação dos gráficos que seguem:

1. serviços preliminares;
2. canteiro de obras;
3. locação da obra;

4. fundações;
5. elétrica e hidráulica – infraestrutura e acabamentos;

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6. fundações;
7. pilares, vigas superiores e laje (se houver);
8. alvenaria de vedação;
9. cobertura – telhado (estrutura e telhas);
10. revestimentos internos e externos – argamassados (chapisco, emboço e reboco);
11. revestimentos cerâmicos (pisos cerâmicos e azulejos);
12. revestimentos em madeira, granitos ou outros;
13. esquadrias – portas e janelas;

14. gesso – forro, sancas, detalhes (se houver);


15. elétrica e hidráulica – tomadas, interruptores, luminárias, louças, metais, outros detalhes e
acabamentos de elétrica e hidráulica;
16. pintura; e
17. áreas externas – muro, paisagismo, calçadas, piscina, diversos conforme projeto.

Essa sequência de atividades pode (e deve) aumentar, conforme a necessidade de controles do


cronograma de cada obra. Por exemplo, nos revestimentos argamassados, podemos subdividir as
tarefas em chapisco, emboço e reboco, aumentando a sequência de um para três itens na planilha. Com

isso, acompanhamos cada um dos serviços quanto ao cumprimento dos prazos e objetivos
anteriormente apresentados.

Vamos primeiramente entender a dinâmica do diagrama, chegando a 17 atividades, para


posteriormente, com o conhecimento técnico de cada serviço, desdobrá-las, subdividindo-as conforme a
execução. A apresentação dos modelos de diagramas a seguir certamente ajudará a esclarecer o tema
da montagem de cronogramas.

1.2 MODELO GRÁFICO PARA MONTAGEM DE CRONOGRAMA: DIAGRAMA DE


GANTT

Existem várias formas de montar um cronograma de obras. Vamos usar o diagrama de Gantt, que
consiste em um gráfico de barras, relacionando a atividade com o tempo de duração. Trata-se de um
dos recursos mais utilizados na área pela sua simplicidade, servindo como base para diversas outras
ferramentas de planejamento. Posteriormente, veremos o controle e o gerenciamento de obras, pois
ficam explícitos nesse tipo de cronograma o início e o final de cada etapa, a partir da relação visual entre
elas.

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Importante relembrar, nesta fase do estudo, que o cronograma de uma construção deve conter os
principais serviços, determinando o início de cada atividade, bem como a sua duração e término. A ideia
é que, através da simples observação do gráfico, seja possível entender o tempo de realização de cada
tarefa. Assim, com a sobreposição de cada etapa, temos o prazo total da execução.

Na Figura 1 vemos o diagrama. Nas colunas, temos a quantificação do período, e nas linhas as

tarefas (ou serviços) com as barras indicando as quantidades, que podem ser dadas em dias, como no
exemplo, ou semanas, meses e anos.

Figura 1 – Modelo gráfico Gantt

Vejamos agora, passo a passo, o segundo exemplo de diagrama, apresentado na Figura 2.

Figura 2 – Modelo de diagrama de Gantt.

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Vemos, no topo das colunas, o mês e o dia em que a semana começa (exemplo: Jan 11).
Abaixo, ainda nas colunas, os dias da semana de domingo a domingo. Cada quadrícula representa
um dia dessa semana.
As linhas serão preenchidas com as atividades. No exemplo, temos diferenciações por cores, que
podem representar equipes diferentes.

Neste diagrama (Figura 2), a atividade 1 se inicia em uma sexta-feira, com duração de 6 dias, e
encerra na quarta-feira da outra semana. A atividade 2 inicia na sequência, na quinta-feira da mesma
semana, com duração de dois dias completos, finalizando no sábado. A atividade 3 inicia juntamente

com a atividade 2, porém tem duração de 7 dias, encerrando na quinta-feira da outra semana. Assim,
podemos ver as diferentes tarefas que podem ocorrer, sucessiva e/ou paralelamente, por equipes
independentes.

Vamos inserir algumas atividades relacionadas às construções, com intervalos de tempos


diferentes. Assim, o diagrama passa a expor os períodos de execução de cada um, tornando-se um
cronograma de obra.

Note, no exemplo mostrado na Figura 3, que os períodos são organizados em meses e as tarefas
em colunas, com as barras determinando quando tem início e quando termina cada atividade.

Figura 3 – Modelo de cronograma de obra mensal

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O cronograma da figura mostra atividades mensalmente, com um panorama da execução, um


plano aberto, que evidencia o tempo total gasto em cada atividade visualizada no ano, por exemplo.
Note que, neste modelo, os serviços expostos são mostrados sem o dia de início. A estrutura, por
exemplo, inicia em meados de dezembro, quando as fundações estão no terço final de execução
(aproximadamente), sendo executada totalmente ao final do mês de abril. Ainda, concomitantemente à

estrutura da edificação, tem início o serviço de alvenaria, em meados de fevereiro, sendo finalizado em
meados de setembro.

O cronograma adotado depende do plano que o engenheiro quer apresentar. No caso da Figura 3,
trata-se de um plano menos detalhado, apresentado em meses. Nos anteriores, temos os dias em que
serão desenvolvidas as atividades. De qualquer modo, em todos os casos é importante apresentar o
começo e o fim de cada atividade.

Vamos acrescentar mais serviços que compõem uma edificação. Veremos, no exemplo a seguir, um
cronograma detalhado, com as atividades expostas semanalmente.

Esse tipo de programação de serviços, com as atividades executadas semana a semana, é muito
utilizado em canteiros de obras, pois, além do panorama com início e fim da construção (em meses), há
um controle posterior nas quatro semanas que compõem o mês, com detalhes de cada serviço.

Figura 4 – Modelo de cronograma de obras

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1.3 ELABORAÇÃO DO CRONOGRAMA FÍSICO DE UMA OBRA

Antes de elencar as 17 atividades previstas no início do tema, vamos destacar os principais pontos a
que os acadêmicos devem se atentar quando iniciam a elaboração do cronograma.

Cada obra, construção e reforma traz atividades específicas, dependendo do porte, do sistema
construtivo, dos tipos de ambientes e dos acabamentos. Utilizaremos, para fins acadêmicos e para
uma melhor compreensão uma construção com o sistema mais utilizado no Brasil, que
chamaremos de sistema construtivo convencional.

O diagrama de Gantt deve ser elaborado de acordo com os modelos apresentados, com a
descrição das atividades e dos períodos, indicando o início e o fim de cada tarefa. Essa notação
deve ser feita através de hachuras ou barras nas áreas de descrição da duração dos serviços,
conforme os exemplos, não sendo indicado qualquer escrita nesse campo do diagrama.
É preciso lembrar sempre, na elaboração do cronograma de obra, que ele deverá ser
compreendido por terceiros, ou seja, o plano proposto deve ser perfeitamente compreendido a

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partir da leitura do diagrama, por qualquer técnico que participar da construção.


Os serviços elencados podem ser executados de forma isolada ou simultaneamente. Na leitura do
cronograma, quando vemos as barras que indicam a duração dos serviços parcial ou totalmente
sobrepostas em paralelo, fica evidente que as atividades estão sendo executadas de forma
simultânea. Na prática, algumas atividades dependem de outras para que comecem de fato. Por
exemplo, os revestimentos: só podemos revestir uma parede depois de finalizar a alvenaria (no

mínimo parcialmente). Porém, normalmente uma construção é executada com serviços


simultâneos, o que indica, na leitura do cronograma, que equipes independentes realizam os
serviços.
As atividades devem seguir uma lógica de execução. Por exemplo: a pintura interna só deve ser
iniciada depois do telhado ter sido executado, evitando que o serviço seja danificado pela chuva.
Mesmo que o serviço possa ser realizado, o cronograma deve prever esse tipo de situação,
seguindo uma sequência lógica construtiva, como apresentamos anteriormente.
Obviamente, os prazos de execução dos serviços dependem do número de profissionais
envolvidos nas atividades elencadas. A leitura do cronograma, por essa ótica, também traz essa
informação. Períodos mais curtos evidenciam que há mais profissionais envolvidos. As barras de
prazo sobrepostas indicam equipes independentes em cada atividade, e assim por diante.
Nesse primeiro momento, vamos adotar prazos médios de execução de cada atividade
convencionados. Posteriormente, com a apresentação das atividades pormenorizadas e
compreendidas pelo acadêmico, podemos elaborar tecnicamente as durações de cada um dos
serviços. Nessa fase dos estudos, é fundamental que cada aluno tente visualizar os serviços e
raciocinar se há coerência entre os períodos de início e fim de cada atividade, e qual seria o
impacto no prazo total da obra.

A seguir, na Figura 5, vemos um modelo de cronograma com atividades elencadas, porém com a

duração dos serviços em branco. Vamos imaginar uma edificação residencial, de 100 m2, construída
sobre um lote de 20 x 20, com um bom padrão de acabamento (forro em gesso, bancadas em granito
nos banheiros e cozinha, e outros itens que trazem mais estética e conforto à residência). A partir dessas
informações, preencha os tempos de execução. Posteriormente, voltaremos a esse cronograma,
verificando se os prazos considerados nesse momento são condizentes com os períodos usualmente

estimados.

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O objetivo é que o acadêmico tente visualizar as atividades de acordo com o nível atual de
conhecimento e/ou pesquisar as atividades que compõem uma obra, considerando o modo como são
executados, os tempos médios de execução, os profissionais que fazem a execução, até chegar ao prazo

final de construção. Lembramos que esse conteúdo é essencialmente prático, físico; certamente, a
maioria dos futuros engenheiros já teve contato com algum dos serviços descritos no gráfico que deve
ser preenchido.

Posteriormente, vamos estabelecer uma comparação com outros cronogramas, elaborados a partir
das informações técnicas apresentadas, considerando o modo de execução de cada uma das atividades,
para elucidar o nível de conhecimento adquirido, estabelecendo ainda uma comparação com outros
modelos construtivos.

Figura 5 – Modelo de diário de obras: sequência construtiva lógica

CRONOGRAMA FÍSICO

Atividades mês 1 mês 2 mês 3 mês 4

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

Serviços preliminares

Canteiro de obras

Locação de obras

Fundações

Elétrica e hidráulica – infra/acab

Fundações

Estrutura (pilares, vigas e laje)

Alvenaria de vedação

Cobertura (estrutura e telhas)

Revestimentos argamassados

Revestimentos cerâmicos

Revestimentos granito/madeira/outro

Esquadrias (portas e janelas)

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Gesso (forro, parede, sanca)

Pintura

Serviços externos

TEMA 2 – PRÉVIA À CONSTRUÇÃO

A Construção Civil aborda as obras sob o ponto de vista da execução, da construção propriamente
dita. Esse viés implica que os projetos, arquitetônicos e complementares, são elaborados e aprovados
nos órgãos competentes. Igualmente, os terrenos serão adquiridos, livres e habilitados para receber as
construções propostas na matéria. Mesmo assim, vamos fazer uma abordagem dos tópicos que devem
ser analisados e compreendidos pelos engenheiros, antes da construção em si.

2.1 ESCOLHA DO TERRENO

Podemos construir qualquer edificação em qualquer terreno? Como eu faço para saber o que posso
construir em um determinado terreno?

A maioria das pessoas já deve ter notado que, nas suas cidades, algumas áreas apresentam
construções apenas residenciais, outros bairros são essencialmente industriais, enquanto no centro da
cidade prevalecem edificações comerciais. Assim, os municípios, principalmente em suas áreas urbanas,
são organizados por setores conforme o uso das edificações. Cada cidade tem seu plano de expansão e
direcionamento quanto ao uso de suas áreas, o que podemos chamar de plano piloto. Tais planos são
gerenciados pelos poderes executivo e legislativo de cada município, que criam leis de zoneamento,
sendo regidos por lei federal, com vinculação ao Ministério das Cidades, junto ao governo federal. Todas
as cidades apresentam lei de zoneamento, porém cada uma delas apresenta uma forma diferente de
consulta no órgão público. Em Curitiba, por exemplo, o documento recebe o nome de Guia Amarela,

podendo ser consultado on-line a partir da indicação fiscal constante no carnê de IPTU. Outros
municípios não apresentam consultas em sites. Solicita-se até 30 dias para a expedição do documento
de consulta.

Respondendo objetivamente aos questionamentos elencados, podemos afirmar que, antes de


qualquer construção, é preciso analisar junto à prefeitura municipal os tipos de obras permitidas no
terreno pretendido. Essa mesma consulta deverá trazer informações quanto ao uso de solo,

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permeabilidade, parâmetros construtivos, como quantidade máxima de metros quadrados a serem


construídos e altura da edificação, áreas de recuos frontais e laterais, além de outras informações,
conforme o direcionamento de cada local quanto a questões ambientais e de zoneamento.

2.2 PROJETOS

Uma das premissas para dar início à execução de uma edificação é estar de posse dos projetos, que
se configuram como “plano gráfico” da obra. Dimensões, áreas, espessuras e detalhamentos devem
constar nesses documentos, que servem de bases para o planejamento da construção.

O projeto arquitetônico servirá como base para a sequência, pois nele são elencados os objetivos
das edificações. Para a sua elaboração, além do uso do imóvel, o autor do projeto coletará as
informações pertinentes, identificando os ocupantes (moradores, funcionários, visitantes etc.), com
detalhes da ocupação (plantas, máquinas, equipamentos etc.), identificação das exigências e
necessidades dos usuários, além das condições a que a edificação será exposta. Quanto mais
informações coletadas, maior o nível de detalhamento do projeto, o que reflete em um maior número
de desenhos e informações, com consequente melhorias na etapa inicial, fundamental a qualquer

empreendimento.

A partir do projeto arquitetônico, são desenvolvidos os projetos complementares:

estrutural – infraestrutura (fundações) e superestrutura;


hidráulico – água fria, água quente, esgoto, águas pluviais e combate a incêndio;
elétrico;
lógica;
telefônico;
climatização; e
diversos – dependem do uso da edificação (residencial, comercial ou industrial).

Os projetos complementares são elaborados a partir do projeto arquitetônico. Não há como elencá-
los por grau de importância, pois todos são fundamentais para que os sistemas funcionem
perfeitamente na edificação. Para isso, os projetos precisam estar em harmonia, o que chamamos de
compatibilização de projetos. Isso implica analisar a integração dos projetos para que não haja
pilares no meio das salas, tubulações alinhadas em prumadas, entre outras situações que podem ser
resolvidas ainda nessa fase, de modo que não seja necessário solucionar problemas durante a execução.

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TEMA 3 – SERVIÇOS PRELIMINARES

Até aqui, ajustamos os itens apresentados como prévios à construção: terreno e projetos. Agora,
passamos à construção propriamente dita. Vamos tratar dos serviços preliminares e da preparação do
terreno, tarefa que deve ser realizada para que a edificação seja erguida conforme os projetos, o que
deve fazer parte do planejamento, pois implica considerável dispêndio de tempo e recursos.

Eventualmente, o acadêmico poderá encontrar na literatura, ou em contratos de prestação de


serviços (na prática), cronogramas com os serviços necessários à “chegada” da equipe à área da obra,
utilizando a nomenclatura de mobilização para compor os serviços preliminares. Este termo implica a
junção de todas as atividades e de seus respectivos custos, que antecedem o início dos serviços no
terreno. Em nosso planejamento, com a apresentação dos serviços que compõem a construção, as
atividades serão apresentadas separadamente.

Em nosso cronograma, a remoção da camada vegetal e o levantamento altimétrico para


terraplenagem serão tratados como serviços preliminares à construção. Vamos abordar a locação de
obras e a montagem do canteiro de obras, temas que poderiam ser tratados como serviços
preliminares, em temas separados, por conta do aprofundamento que entendemos necessário.

3.1 LIMPEZA E REMOÇÃO DE CAMADA VEGETAL DO TERRENO

Veja, na Figura 6, um terreno que ilustra as necessidades iniciais para construção de uma edificação.

Figura 6 – Terreno ou lote onde será executada uma edificação

Crédito: Pixel to the people / Shutterstock.

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Na preparação inicial dos terrenos para receber uma construção, comumente é preciso efetivar a
remoção da camada vegetal. Seja manual ou mecanicamente, deve ser feita a roçagem das áreas, com
eventuais retiradas de arbustos, removendo materiais orgânicos que ficariam sob a edificação. Caso
exista a necessidade de cortar árvores, é preciso consultar órgãos relacionados ao meio ambiente do
estado, para obter as devidas licenças nos órgãos competentes.

Observe na Figura 6 a área passível de construção. Além de um gramado, há algumas árvores. Com
a devida autorização para cortes e podas, deve-se efetuar o destocamento, que é a eliminação de
troncos e raízes, observando ainda as que restam no entorno da edificação, verificando se as raízes não
vão atingir (mesmo que futuramente) os alicerces do prédio, de modo a evitar problemas futuros.

3.2 LEVANTAMENTO ALTIMÉTRICO E NIVELAMENTO DO TERRENO

Terrenos normalmente apresentam desníveis, de maior ou menor monta, apontados em projetos


planialtimétricos, através de curvas de níveis ou cortes, ou em projetos arquitetônicos simplesmente
notados em cotas.

A verificação in loco, em caso de terrenos maiores ou desníveis mais relevantes, deve ser efetuada
por topógrafos, com a utilização de equipamentos especializados. Terrenos ou lotes urbanos (como o
exemplo da Figura 6) normalmente utilizam mangueira de nível para apurações e posterior
nivelamento. Esse instrumento não é tão preciso quanto os equipamentos topográficos, mas é
suficiente, principalmente quando é possível contar, por exemplo, com referências de edificações
vizinhas, calçadas ou ruas.

O método da mangueira de nível é simples, porém eficiente. A maioria dos pedreiros o conhece e o
utiliza para o nivelamento de pisos, revestimentos cerâmicos (azulejo), entre outros elementos que
requerem verificações verticais, como instalação de esquadrias (portas e janelas). Consiste na utilização
de uma mangueira transparente, que permite a visualização da água, sem a presença de bolhas de ar.
Utilizando o princípio dos vasos comunicantes, é possível estabelecer um nível, verificando a diferença
apontada nas alturas anotadas nos pontos de referências ou nas balizas colocadas para o procedimento,
conforme a figura a seguir.

Figura 7 – Processo de mangueira de nível

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Crédito: Jefferson Schnaider.

Para facilitar a medição, podemos partir do nível d'água em uma determinada altura "h" em uma
das balizas, que será descontada na medida encontrada na segunda baliza “H”. Fazemos isso para que
não seja necessário colocar o nível d'água diretamente no ponto zero (próximo do terreno), o que
dificultaria a leitura, resultando em uma medição ruim. O desnível é obtido pela diferença entre “H” e “h”
(Milito, 2009, p. 11).

3.3 OUTROS SERVIÇOS PRELIMINARES

Logo na entrada da equipe na área onde será construída a edificação, apontamos outras
providências iniciais:

verificações, medição do terreno e confronto das divisas conforme o projeto;


vistoria de áreas e construções vizinhas, analisando as possíveis interferências da obra na
vizinhança e no inverso, antevendo e evitando eventuais prejuízos;
instalações provisórias de água e energia, solicitando os serviços às concessionárias e preparando
os pontos de recepção, ou com base em outras soluções, como geradores de energia e captação
e/ou importação de água limpa; e
providências de segurança, fechamento da área, de modo a evitar acesso de terceiros não
autorizados durante a execução.

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TEMA 4 – LOCAÇÃO DE OBRA

A locação da obra é o início da transposição do projeto para o terreno. As medidas constantes nas
plantas arquitetônicas ou dos projetos complementares devem ser rigorosamente, e antecipadamente,
locados nas áreas de construção, bem como os elementos como sapatas, estacas, paredes e outros serão
previamente apontadas nas posições indicadas. A palavra que define o tema que entraremos agora é
rigor. O engenheiro deve acompanhar essa etapa da obra com muita atenção, com os projetos

atualizados consigo. Obviamente, em todas as etapas exige-se a minucia por parte do profissional,
porém na locação da obra se define a abertura da construção e um erro pode causar prejuízos de toda
ordem.

Não invadiremos a área da topografia que evolui em alta velocidade tecnologicamente, se


utilizando de equipamentos de alta precisão. Teodolitos, estação total e drones vem sendo utilizados
para efetuar a locação de obras de grande porte ou alinhamentos mais complexos relacionados a relevo
ou perímetros de terenos muito irregulares.

Figura 8 – Teodolito: levantamento de pontos

Crédito: Studio Images / Shutterstock.

Figura 9 – Drone utilizado na demarcação de áreas

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Crédito: DisobeyArt / Shutterstock.

Apresentaremos métodos para obras menores, sem apoio de equipamentos, mas que trazem uma
precisão adequada, sem erros de alinhamentos. Tais métodos podem ser realizados por uma equipe de
obra convencional (mestre de obra, pedreiros e serventes) e com base em materiais disponíveis em um
canteiro de obras (mangueira de nível, régua, fio de prumo e trena).

Importante salientar que os métodos apresentados, se utilizados em áreas maiores, podem gerar

erros de marcações e dimensionamentos equivocados, sendo indicado o apoio de um topógrafo.

4.1 REFERÊNCIA PARA ALINHAMENTO

A premissa para a locação de uma obra é partir de um ponto de referência em relação ao qual a
edificação deve estar alinhada. Vamos utilizar como exemplo o terreno da Figura 6. A área apresenta
edificações vizinhas? Rua ou calçada frontais? Qual a indicação desses elementos no projeto de
implantação da obra? A ideia é que algum dos pontos citados sirva de referência, para que a edificação
seja paralela ou perpendicular a eles, ou ainda a outro elemento que possa fazer esse mesmo papel de
referência. Assim, a partir dele damos início à locação da obra. Neste momento, você deve estar
perguntando: e se não houver nenhum ponto de referência para fazer o alinhamento? A resposta é:
sempre há, mesmo que seja necessário considerar o posicionamento do sol. Não esqueça que nesta aula
vamos apresentar métodos para a locação de obras de menor porte, em sua maioria em áreas urbanas.

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Além do posicionamento horizontal, é preciso locar a obra verticalmente, posicionando-a em


relação a uma outra referência quanto ao nível. Neste caso, nos projetos arquitetônicos há notação do
“nível 0” (normalmente as ruas frontais) e dos níveis dos pisos nas áreas de construção – ou seja, o
usual é que o arruamento sirva como referência. Também podem ser utilizadas as cotas fornecidas pela
própria prefeitura.

Encontramos na literatura esse ponto de referência como alinhamento mestre.

4.2 MÉTODOS DE LOCAÇÃO

Para a execução da locação em obras de pequeno porte, é preciso contar com o apoio,
independentemente do método empregado, de pedreiro e/ou carpinteiro e servente. Além disso, os
seguintes materiais e ferramentas são essenciais:

trena;
nível de bolha;
mangueira de nível;
fio de nylon;
martelo;
serrote (ou serra circular);
pincel;
caibros (espessura em polegadas, normalmente 3”x3” ou 3”x4”);
ripas (espessura em polegadas, normalmente 1”x1” ou 1”x2”);
tábuas (espessura usual 2,5 cm e largura usual 20 cm); e
tinta.

Os métodos servem para locar diversos elementos, como paredes, estacas e blocos. O engenheiro
também deverá estar de posse dos seguintes projetos:

arquitetônico – implantação e paredes


fundações – sapatas e/ou estacas
estruturas – pilares e vigas
detalhamento em projetos – como recuos, aberturas e escadas

4.2.1 PROCESSO DE CAVALETES


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Consiste em transpor as dimensões dos projetos para o terreno, por meio de pregos cravados em
cavaletes distribuídos e alinhados previamente, além de linhas de nylon esticadas nos pregos nas
posições das cotas, conforme a figura a seguir.

Figura 10 – Processo dos cavaletes

Crédito: Eliane Ramos.

Note que existe certa fragilidade neste modelo, pela função de possibilidade de um deslocamento
dos cavaletes durante as atividades da obra. Batidas durante a passagem de materiais e pessoas podem
alterar as dimensões marcadas pelos fios. Na Figura 11, vemos o cavalete em detalhe, constituído em

madeira, cravada no solo com uma travessa pregada sobre ela. O fio de nylon deve ser fixado com
cuidado com relação ao nível e ao prumo.

Figura 11 – Cavalete de madeira

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Crédito: Jefferson Schnaider.

4.2.1 GABARITO OU PROCESSO DA TABEIRA

Neste método, pontaletes (normalmente feitos de caibros 3” x 3”) são fixados no solo, com medidas
perimetrais extraídas dos projetos e travessas (normalmente com tábuas de 20 cm de largura) fixadas e
niveladas no pontaletes em torno da construção.

Figura 12 – Gabarito de obra

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Crédito: Jefferson Schnaider.

Para o perfeito alinhamento entre os pontos, de modo a garantir a perpendicularidade entre as


travessas, é possível utilizar, nas execuções das quinas, um triangulo retângulo com lados de 4 metros e
3 metros, com hipotenusa de 5 metros, ajustando um esquadro perfeito entre as tábuas. Os
alinhamentos, conforme observamos na Figura 12, são determinados pelos fios de nylon esticados nos
pregos cravados nas tábuas, com as distâncias indicadas pelas cotas dos projetos. Em cada linha, será
transportado um eixo da construção.

Para a identificação dos elementos que devem ser construídos, é importante marcar nas tábuas os
números e as letras indicadas em projetos (tipo: P11, pilar 11 do projeto estrutural). As linhas
determinam os eixos dos elementos.

Esse processo de locação é muito utilizado em construções de pequeno e médio portes, pela
facilidade de montagem e desmontagem, e também por conta da maior estabilidade em caso de
choques durante os processos construtivos.

4.3 CUIDADOS E VERIFICAÇÕES NAS LOCAÇÕES

Independentemente do método aplicado, além do rigor nas medições para a perfeita transposição
das cotas de projetos para o terreno, o engenheiro deve ter alguns outros cuidados com as verificações

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a serem realizadas na locação das obras.

Padronização: utilizar caibros e ripas para a confecção de pontaletes, devidamente cortados em


tamanhos padronizados. Quando fixados, devem respeitar um distanciamento de 1,5 metros dos
pontos a serem marcados, para que os trabalhos sejam realizados no entorno.
Esquadro, nível e prumo: a perfeita utilização dessas ferramentas garante que as marcações
estejam situadas em suas posições corretas. O engenheiro deve saber utilizá-las, acompanhando
todo o processo para que não haja falha nos procedimentos.
Deslocamentos das marcações: muita atenção, principalmente no processo de cavaletes, para
que não haja deslocamento de elementos em madeiras, pregos e linhas, alterando as marcações
que transcrevem as cotas dos projetos durantes as atividades na obra. O acesso a equipamentos

deve ser previsto, mesmo que haja a necessidade de desmontar e remontar as marcações.
Marcações: a precisão será sempre dada em mm (milímetros); salvo indicações específicas, as
marcações serão sempre no eixo (centro) dos elementos locados.
Projetos atualizados: o engenheiro deve certificar-se de que está de posse dos projetos
atualizados, verificando se há revisões ou alterações, de modo a evitar marcações erradas na
construção.

TEMA 5 – CANTEIRO DE OBRAS

Iniciamos este tema apresentado conceitos de normas que devem ser compreendidos, em conjunto
com as condições em que os canteiros devem ser executados.

NBR 12284 NB 1367 – Áreas de Vivência em Canteiros de Obras: define “Conjunto de áreas
destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo em áreas de
vivência”.
A NR 18 – Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção: conceitua
“Área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma
obra”.

Note que ambas as definições tratam o canteiro como apoio às atividades relacionadas com as
obras. Ou seja, independentemente do tipo de construção, seja qual for o sistema construtivo, a área
deve ser concebida de modo individual. Cada obra terá um canteiro conforme o porte e o planejamento
de trabalho. O canteiro de obras deve ser planejado e projetado com base nas premissas da construção,

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levando em consideração a área total do terreno, o dimensionamento previsto das equipes atuantes, as
máquinas e os equipamentos previstos, os materiais que serão empregados e o cronograma físico da
obra, que ditará a sequência construtiva e os prazos de cada serviço.

5.1 VERIFICAÇÕES INICIAIS PARA A EXECUÇÃO DO CANTEIRO

O canteiro de obras é representado pela disposição dos materiais e dos equipamentos que serão
utilizados, de modo a facilitar o transporte (de material) e o trânsito de veículos, máquinas e
funcionários, evitando desperdícios de matéria-prima e de tempo (Cunha, 2017). Para executá-lo, na
posição em que as expectativas sejam correspondidas, devem ser realizadas algumas verificações
preliminares.

Locação da obra: o canteiro deve estar posicionado no terreno, em área que não interfira na
locação da obra. Também é preciso verificar antecipadamente as condições topográficas da área,
entendendo que a movimentação de terra está finalizada.
Vias de acesso ao canteiro: no planejamento do canteiro da obra, é importante identificar por
onde chegam os materiais, principalmente os que necessitam de espaço para armazenamento,
analisando como transitarão internamente, e por onde os resíduos serão descartados. As vias de
acesso e as vias internas das obras devem ser meticulosamente calculadas, pois se constituem

como um fator preponderante para a produtividade.


Redes, elétrica e hidráulica: é preciso prever os pontos de água e energia. O projeto do canteiro
deve contemplar todos os equipamentos que serão utilizados, sejam relacionados à produção ou à
infraestrutura do canteiro, assim como os pontos de água e esgoto.
Atendimento à NR 18: esta norma determina diversos fatores, principalmente relacionado a
áreas de vivência e de infraestrutura, que sempre devem ser respeitados. Os números de
sanitários e chuveiros, além das necessidades de outras áreas, estão descritos na NR18, devendo
sempre ser respeitados.

5.2 FATORES MOTIVACIONAIS PARA A INSTALAÇÃO DO CANTEIRO

Descritas as premissas para a elaboração do projeto do canteiro de obras e as verificações


preliminares, precisamos ter foco nos objetivos do canteiro de obra. Para tanto, vamos elencar os fatores
que motivam o plano da área de trabalho, pormenorizando-os.

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Impedir a ociosidade de equipamentos e mão de obra: os equipamentos e insumos devem


estar dispostos em canteiros próximos aos locais em que serão utilizados, com a finalidade de
diminuir ao máximo os tempos de reabastecimentos, bem como os deslocamentos internos, que
geram custos financeiros e retardam os tempos de atividades.
Racionalizar e organizar as atividades e o uso dos espaços: o projeto do canteiro deve ser

elaborado em acordo com a sequência de atividades previstas – cronograma físico e financeiro da


obra. Por exemplo, o planejamento de compras e a recepção dos materiais apresentam uma
sequência programada, uma vez que não seria viável que todos os materiais chegassem ao
mesmo tempo no canteiro. Eles devem chegar proporcionalmente à necessidade de uso,
considerando ainda a sua recepção e o armazenamento na obra. Esse tipo de racionalidade e
organização são essenciais em um projeto de canteiro de obras.
Minimizar interferências: as obras, principalmente as urbanas, causam interferências no entorno
e vice-versa. No planejamento do canteiro, além do cumprimento das leis vigentes quanto às
perturbações de ruído, transportes, resíduos, entre outros fatores, é preciso ter o cuidado de
antever problemas relacionados à segurança do trabalho e à segurança da obra como um todo.
Considera-se aqui o fechamento com tapumes, pois qualquer pessoa que entre na área de
construção passa a ser responsabilidade do engenheiro. É preciso pensar ainda em questões
relacionadas à vizinhança e em medidas preventivas que fazem parte do projeto de canteiro.

5.3 ELEMENTOS DO CANTEIRO DE OBRAS

Conforme o conceito apresentado inicialmente neste tema, cada canteiro de obras tem elementos
próprios, conforme a construção, obedecendo os requisitos apresentados até o momento. Alguns se
constituem como obrigatoriedades legais ou normativas, enquanto outros estão ligados à produtividade
e/ou a características ambientais das áreas laborais.

Elementos de produção devem atender às questões de segurança do trabalho, previstas na NR 18,


tais como: central de concreto, central de argamassa, central de carpintaria, central de aço, e outras áreas
relacionadas com armazenamento e execução dos serviços.

Analise o layout da Figura 13, que considera os elementos de infraestrutura e as áreas de


convivência.

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Figura 13 – Layout de canteiro de obras

Fonte: Guia de engenharia, 2021.

Refeitório, sanitários, vestiários, alojamento, escritório, oficina, ambulatório, entre outras áreas para
o atendimento a equipe de obra, podem ser detalhados para que sejam igualmente atendidos os
requisitos de norma e de melhorias no ambiente. A seguir, nas Figuras 14 e 15, você confere exemplos
de layouts de áreas de infraestrutura e vivência.

Figura 14 – Detalhe de áreas de canteiro de obras

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Fonte: Canteiro, 2021.

Figura 15 – Layout área de vivência

Fonte: Canteiro, 2021.

FINALIZANDO

O planejamento de uma construção é o início do caminho do engenheiro. A elaboração do


cronograma físico de uma obra leva à necessidade de que todos os fatores capazes de interferir na
execução sejam elencados. Além dos conhecimentos técnicos, o profissional que encabeça a execução
deve antever as situações capazes de gerar qualquer tipo de prejuízo à construção.

A sequência lógica e o diagrama de Gantt, utilizados para a elaboração do cronograma, fazem parte
do cotidiano do engenheiro civil que atua diretamente na construção, considerando os serviços
componentes que foram dissecados nesta aula. Em cada linha que forma o diagrama, existe a
necessidade de nos aprofundarmos para conhecer a atividade, mesmo antes do início da construção.

Ao longo da aula, trabalhamos as condições prévias à construção e os serviços iniciais (locação da


obra e canteiro de obra) em detalhes, com modelos que devem ser seguidos. Futuramente, vamos
continuar a estudar os serviços que integram as edificações, sempre a partir da ótica do construtor.

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REFERÊNCIAS

CANTEIRO. Disponível em: <https://canteiro.com.br/>. Acesso em: 7 nov. 2021

CHIAVENATO, I. Administração para não administradores: a gestão de negócios ao alcance de


todos. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2011.

CUNHA, A. et al. Construção Civil Porto Alegre: Sagah, 2017.

GUIA DE ENGENHARIA. Disponível em: <https://www.guiadaengenharia.com/>. Acesso em: 7 nov.

2021.

MILITO, J. A. Técnicas de construção civil. Campinas: PUC Campinas, 2009. Apostila.

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