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FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS

DE CONSELHEIRO LAFAIETE
ENGENHARIA CIVIL

JESSICA FERREIRA NOGUEIRA

ORÇAMENTO E PLANEJAMENTO DE OBRAS

Conselheiro Lafaiete
2023

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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – EAP formato em árvore ..............................................................................7
Figura 2- EAP em formato
analítico...............................................................................8
Figura 3 – EAP em mapa mental.................................................................................8
Figura 4 -Exemplo de Diagrama de PERT-COM........................................................10
Figura 5 – Linha de balanço de um condomínio de casas.........................................11

LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Quadro de sequenciação..........................................................................9

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Benefícios do
planejamento.........................................................................5
Tabela 2 – Níveis de planejamento e seus objetivos....................................................7

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................4
2. DESENVOLVIMENTO.......................................................................................5
2.1. A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO................................................5
2.2. OS OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO.................................................5
2.3. OS NÍVEIS DE PLANEJAMENTO..........................................................6
2.4. O ROTEIRO DO PLANEJAMENTO.......................................................7
2.5. A VANTAGEM DA REALIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO......................9
2.6. OS TIPO DE PLANEJAMENTO...........................................................10
2.7. AS FERRAMENTAS DISPONIVEIS QUE AUXILIAM NO
PLANEJAMENTO.................................................................................11
2.8. OS SOFTWARES DISPONIVEIS QUE AUXILIAM NO
PLANEJAMENTO................................................................................11

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INTRODUÇÃO
A globalização, o nível elevado de exigência dos clientes, o crescimento exponencial
da competitividade e a alta demanda do melhor custo benefício, fez com que as
empresas valorizassem cada vez mais o processo de controle e planejamento de
obras, uma vez que a deficiência em tais ferramentas é uma das principais causas
de atrasos na entrega na obra, desperdícios e perdas.

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2. Desenvolvimento

2.1 A importância do planejamento

O planejamento na construção civil é de suma importância, melhor dizendo


essencial. Planejar a obra exige elevado conhecimento da construção a ser
executada mostrando assim eficiência na condução das etapas do trabalho e
garantindo a realização da obra dentro dos fatores desejados, assim como
gera também inúmeros benefícios, demonstrados na Tabela 1.

Tabela 1 – Benefícios do planejamento

Fonte: Mattos (2010)

Realizando-se o planejamento da obra corretamente o responsável técnico


acompanha o andamento das etapas pré definidas, podendo comparar a fase
atual da obra com o que foi anteriormente determinado, conseguindo assim
tomar medidas necessárias diante de imprevistos ou desvios do planejamento
inicial.

2.2 Os objetivos do planejamento

O planejamento de obras possui como principais objetivos assegurar rapidez


e diminuição de custos conciliando sempre com qualidade na obra em toda
sua execução, visando assim um maior lucro. É nele que ocorre a avaliação
do projeto da construção diante de todos seus aspectos importantes com o
intuito de otimizar tempo e custo.
Segundo Tommelein (1992), um bom planejamento deve atingir dois principais
objetivos sendo eles objetivos de alto nível e objetivos de baixo nível. Nos
objetivos de alto nível é ressaltado a necessidade de oferecer aos
trabalhadores da obra boas condições de trabalho gerando assim uma
motivação nos mesmos. Outro ponto citado nos objetivos de alto nível é que
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se deve manter o canteiro de obras organizado, criando um aspecto visual de
limpeza e maior confiabilidade. Já nos objetivos de baixo nível Tommelein
(1992) cita a diminuição de manuseio de materiais assim como evitar bloqueio
no movimento de materiais e equipamentos, também diminuir o tempo de
movimentação de materiais.
Por meio do planejamento o gestor consegue tomar decisões como adiar
serviços, locações de equipamentos, controlar recursos etc, tendo assim
prazo no cronograma da obra conseguindo adequar o tempo-custo diante de
alguma situação.

2.3 Os níveis de planejamento

O planejamento pode ser realizado em todos os níveis gerenciais da


organização e ele varia diante da incerteza do processo produtivo, podendo
ser dividido em três níveis hierárquicos segundo Mendes Junior (1999), sendo
eles:
 Planejamento a longo prazo, é onde se inicia tudo, como definição das
metas da obra, especificação de início e fim da mesma, fluxo de caixa,
porém é o nível menos detalhado, devido as incerteza e imprevistos
que podem ocorrer ao longo da obra. Esse nível de planejamento
percorre todo o ciclo de vida da construção;
 Planejamento a médio prazo é responsável por criar metas para que as
ações determinadas no planejamento a longo prazo sejam executadas,
avaliando também os riscos para que se monitore a execução das
mesmas e elimine quaisquer empecilhos na execução. Esse nível de
planejamento faz ligação dos objetivos definidos no planejamento de
longo prazo com as atividades definidas no planejamento de curto
prazo;
 Planejamento de curto prazo é onde deve ocorrer o acompanhamento
da rotina do empreendimento a fim de garantir a execução de todas as
tarefas específicas. É detalhado, devendo conter a especificação das
atividades, os responsáveis pela execução das mesmas, prazos,
custos. É nesse planejamento que são estabelecidos cronogramas da
obra e planos de ações. Para Mattos (2010) é a curto prazo que a
programação operacional da obra é baseada gerando o cronograma
físico da obra fundamental para o acompanhamento das atividades da
obra.
A Tabela 2 mostra de forma resumida e simples os níveis de planejamento e seus
objetivos.

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Tabela 2 – Níveis de planejamento e seus objetivos

Fonte: Bedin (2021)

2.4 O roteiro do planejamento


O roteiro do planejamento segue passos bem estabelecidos, sendo cada passo
complementado pelo anterior. Mattos (2010) especifica os passos do roteiro do
planejamento como:
 Identificação das atividades, que se constitui do conjunto de atividades que
conterão no cronograma da obra. Tal passo exige bastante cuidado pois se
não for considerado algum serviço, futuramente haverá problemas com
atrasos na obra. A elaboração da Estrutura Analítica do Projeto (EAP), que
pode ser apresentada de diversas maneiras, como em formato de árvore,
analítico e mapa mental é a melhor forma de identificar as atividades, pois
nessa estrutura divide a obra em trabalhos menores, de forma hierárquica. As
Figuras 1,2 e 3 mostram exemplos de EAP.

Figura 1 – EAP formato em árvore

Fonte: Mattos (2010)

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Figura 2- EAP em formato analítico

Fonte: Mattos (2010)

Figura 3 – EAP em mapa mental

Fonte: Mattos (2010)

 Definição das durações. Toda atividade definida no cronograma precisa ter


estipulado o tempo em que ela leva para ser executada. Esse tempo está
relacionado com três fatores, a quantidade de serviço, a produtividade e a
quantidade de recursos destinados a atividade. Algumas atividades possuem
duração fixa, como por exemplo a cura do concreto, já outras dependem do
número de trabalhadores designados a uma função;
 Definição da prececência. A precedência é a correlação das atividades, a
sequencia das mesmas. Cada atividade possui suas predecessoras, que são
as atividades que necessitam ser executadas anterior a outra. O Quadro 1
denominado quadro de sequenciação define a precedência.

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Quadro 1 – Quadro de sequenciação

Fonte: Mattos (2010)

 Montagem do diagrama de redes. Rede é denominado o conjunto de


atividades que são interligadas, logo o diagrama de redes é a representação
da rede possibilitando o entendimento do projeto como um fluxo de
atividades. Existem dois métodos mais usuais para a montagem do diagrama
de redes, sendo eles o método das flechas e o método dos blocos. No
método das flechas, as atividades são simbolizadas pelas flechas, setas,
cada flecha sai de uma atividade e termina em outra. Já no método dos
blocos cada atividade é simbolizada por blocos que são ligados por setas,
demonstrando sua correlação.
 Identificação do caminho crítico. Com a elaboração do diagrama a próxima
etapa passa a ser cálculos na rede a fim de definir a duração total da obra. A
ordem das atividades que possuir o maior tempo é o que estabelece o prazo
da obra. O caminho dado por essas atividades é denominado caminho crítico.
Monitorar as atividades do caminho crítico é uma das funções principais do
gestor da obra.
 Geração do cronograma. Por fim, tendo elaborado o diagrama de redes e
identificado o caminho critico, elabora-se o cronograma físico da obra.
Segundo Mattos (2010) ele mostra de forma clara a posição de cada atividade
ao longo do tempo, conseguindo assim tomar medidas como monitorar
atrasos e replanejar a obra. O cronograma é considerado a ferramenta mais
importante do planejamento, é o calendário da obra.

2.5 A vantagem da realização do planejamento

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Diante dos diversos imprevistos notados durante a execução de uma obra
como mão de obra desqualificada, situações climáticas, carência de material
adequado, nota-se o crescimento da preocupação dos gestores em observar
se a execução da obra esta andando lado a lado com o planejamento, uma
vez que um bom planejamento na maioria das vezes é sinal de um bom
andamento do projeto.
“O planejamento de uma obra significa a execução de trabalhos e preparação
para qualquer empreendimento segundo o roteiro, métodos determinados
com objetivo e bases técnicas definidas” (XAVIER, 2008, P. 07).
A principal vantagem de se realizar o planejamento é conseguir prever todas
as etapas do trabalho a ser realizado, podendo assim otimizar custo em
algumas atividades, prever ou conseguir agir de forma rápida diante de algum
imprevisto, tornando a obra mais produtiva e por conseguinte mais lucrativa.

2.6 Os tipos de planejamento


Existem diversos métodos de planejamento e controle para a construção civil, entre
eles o Diagrama de Barras ou Gráfico de Gantt e o Diagrama PERT-CPM, são os
principais (LOSSO; ARAÚJO, 1995).
O gráfico de Gantt foi desenvolvido em 1917 pelo engenheiro Henry Gantt, ele
demonstra o progresso das etapas do projeto. As barras sobre o eixo horizontal da
barra representam os intervalos de tempo de cada atividade executada na obra. A
eficiência do projeto leva como referência a medição entre o tempo decorrido e o
nível de conclusão da atividade e por meio do diagrama de Gantt toma-se conclusão
quanto o custo e prazo da obra.
O Diagrama PERT-CPM (Program Evaluation and Review Technique — Critical
Path Method) representa a ordem de execução das atividades. Através dele é
possível identificar as atividades críticas, que são as que se caso atrasarem
resultará no atraso de toda a obra. Diante a identificação de algum atraso, o gestor
poderá analisar formas de modificar seus recursos disponíveis em atividades não
críticas nas atividades consideradas críticas, podendo ser a obtenção de mais
materiais ou contratação de mão de obra.
Figura 4 -Exemplo de Diagrama de PERT-CPM

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Fonte: Suryakanta (2015).

2.7 As ferramentas disponíveis que auxiliam no planejamento


Com os avanços tecnológicos e a necessidade de se otimizar tempo, é encontrado
no meio digital diversas ferramentas disponíveis que auxiliam diretamente no
planejamento de uma obra, como aplicativos para gerenciamento de tarefas como o
Trello e Slack, eles possibilitam a organização das tarefas a serem cumpridas,
definindo prioridades e o acompanhamento da realização das atividades. Outra
ferramenta importante é a gestão de documentos, na atualidade a melhor opção é o
armazenamento na nuvem, permitindo ter uma área segura para gerenciar, guardar
e compartilhar documentos importantes relacionados a obra.
O gráfico de Gantt e o diagrama de PERT-COM citados anteriormente também
fazem parte do grupo de ferramentas que são grandes aliadas ao planejamento.
Outra ferramenta muito utilizada, principalmente em construções que seja
necessária a realização de atividades repetitivas, como a construção de um edifício
de vários pavimentos é a Linha de balanço. Segundo Pinheiro (2022) a vantagem
dessa ferramenta é conseguir aproveitar o trabalho repetitivo exigido na construção
para obter maior produtividade. A linha de balanço exibe o ritmo em que as
atividades estão sendo executadas, o local de sua execução e o período. A Figura 5
mostra um exemplo de linha de balanço.
Figura 5 – Linha de balanço de um condomínio de casas

Fonte: Pinheiro (2022).

Na linha de balanço cada cor representa uma atividade que será executada, na
Figura 5, por exemplo, a cor verde representa as fundações, a azul a coberta. O eixo
x representa o tempo de execução das atividades e o eixo y os locais onde cada
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atividade esta acontecendo, no exemplo da Figura 5 no caso são as casas a serem
construídas.
2.8 Os softwares disponíveis que auxiliam no planejamento
Os cronogramas e ferramentas que auxiliam no planejamento da obra podem ser
desenvolvidos por softwares como o MS Project, Veja Obra, Orçafascio entre outros.
O MS Project possibilita a elaboração do cronograma da obra podendo incluir EAP
de atividades, de recursos, identificar o caminho crítico da obra, definir prazos, criar
o gráfico de Gantt. Segundo Paixão (2017) as principais vantagens de se utilizar o
MS Project são a otimização de projetos, pois permite um melhor gerenciamento,
também possibilita um maior controle dos custos, pois calcula os gastos de acordo
com o andamento da obra, a identificação do caminho crítico automaticamente
permitindo o melhor acompanhamento da obra diante desse parâmetro, a prevenção
de riscos pois o software calcula a probabilidade de riscos na obra gerando então a
previsibilidade e a oportunidade de resolução do problema.
Outro software bastante usual é o Veja Obra, o mesmo oferece uma interface
simples de ser usada e possui integração com a nuvem, gerando maior
acessibilidade. Ele possui 10 módulos para controle dos processos, sendo eles o
Overview, cronogramas, tarefas, financeiro, diário, arquivos, álbuns, mensagens,
contatos e câmeras. O Veja Obra possui 5 principais funcionalidades a gestão de
atividades que permite a organização das atividades, gestão de custos que calcula
os custos da obra de acordo com cada atividade e fases planejadas no cronograma,
acompanhamento e controle de atividades o software permite acompanhar e
controlar as atividades no canteiro de obra o que ajuda a identificar imprevistos de
forma rápida, ele também permite o compartilhamento de informações em tempo
real funcionalidade que permite que cada colaborador tenha acesso as informações
compartilhadas quanto ao andamento da obra, por fim o Veja Obra garante uma
melhor organização de todos arquivos importantes da obra, como plantas, contratos,
notas fiscais.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras. São Paulo: Pini, 2010.
MENDES Jr., R.; HEINECK, Luiz Fernando M. Dados básicos para programação de
edifícios com linha de balanço: estudo de caso. In: ENCONTRO NACIONAL DE
TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO QUALIDADE NO PROCESSO
CONSTRUTIVO. Florianópolis, SC. Artigo técnico, 1998, p. 687-695.
TOMMELEIN, I.D. Construction site layout using blackboard reasoning with layered
knowledge. In: ALLEN, Robert H. (Ed.). Expert systems for civil engineers:
knowledge representation. New York: ASCE, 1992.
XAVIER, Ivan. Orçamento planejamento e custos de obras, FUPAM Fundação para
pesquisa ambiental. disponível em:
https://pt.slideshare.net/wilsonaparecidogomes/18042010- 190858.
https://www.araujoengenheiros.com.br/planejamento-obras-construcao-civil
https://www.prevision.com.br/blog/software-para-construcao-civil/
https://www.prevision.com.br/blog/software-para-construcao-civil/

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