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MÓDULO 3 – DADOS DE ENTRADA

EAP – ESTRUTURA ANALÍTICA DO PROJETO – IDENTIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES

Desmembramento do projeto em pacotes de trabalho e atividades menores. Ou seja, é um


desmembramento do projeto/ do todo em pacotes de trabalho progressivamente menores, decomposição
top-down.

Cada nível representa um detalhamento do escopo do nível imediatamente acima.

Exemplos de EAP’s para construção de uma casa:

Até onde decompor a EAP?

Regra de Ouro: É aconselhável decompor até um grau em que as atividades tenham uma duração maior do
que um dia e menor do que 10 dias (1 dia < duração < 10 dias). O indicado é não trabalhar com atividades
com duração em hora ou com duração superior aos 10 dias.

- Se a atividade do cronograma possui duração menor que 1 dia, deve ser feita a fusão de atividades;

- Se a atividade possuir duração maior que 10 dias, deve ser feito o desmembramento dessa atividade em
pacotes menores (por lote, por fase, por setor, etc.)

Algumas especificações técnicas têm as seguintes definições:

 Duração mínima = 1dia;


 Duração máxima = 2x periodicidade do acompanhamento.

A maneira de montar a EAP determina a maneira como o cronograma será acompanhado durante a obra.

PROPRIEDADES DA EAP

- Os níveis inferiores da EAP devem perfazer 100% do escopo do projeto;


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- Uma mesma atividade não pode estar em mais de um ramo (evitar a duplicidade de atividades);

- As atividades precisam ser mensuráveis e delegáveis a um responsável;

- Novas atividades surgem de alterações de projeto e serviços novos incluídos na obra.

Dica: A EAP deve conter todos os serviços da obra. Por exemplo, se ainda não existe o projeto de paisagismo,
porém este serviço consta no contrato, deve ser inserida na EAP mesmo que com uma duração arbitrada,
pois esse serviço será revisto a medida em que for disponibilizado o projeto, EAP em ondas sucessivas.

VERIFICAÇÃO DA EAP

Verificar sempre se a EAP engloba o escopo total, ou seja, verificar se não existe algum serviço implícito,
dentro de outra tarefa, que possa gerar alguma dúvida para a produção.

BENEFÍCIOS DA EAP

- É uma estrutura que cria uma matriz de trabalho lógica e ordenada;

- Facilita a interação entre o orçamento e o planejamento. Uma boa EAP é feita antes de se orçar a obra,
pois o orçamento já começa com a mesma hierarquização de tarefas para posteriormente lançar no
planejamento;

- A EAP facilita a verificação/revisão por outros profissionais;

- Facilita a localização de uma atividade em um cronograma extenso;

- Facilita a introdução de novas atividades.

DURAÇÃO DAS ATIVIDADES

- Quantidade de dias (ou horas, ou semanas) de trabalho (úteis) que a atividade leva para ser executada. Dias
úteis ≠ dias corridos.

- Adotar inicialmente o dia em jornada normal (sem hora extra, sem turno da noite).

Dica: Não faça o cronograma tendo o prazo total em mente. Monte o cronograma e só então compare com o
prazo que seu cliente lhe deu.
MÓDULO 3 – DADOS DE ENTRADA

Exemplo 1

Serviço: alvenaria (informações coletadas do orçamento)

- Quantidade de serviço = 160 m²

- Produtividade = 10 m²/dia

- Duração? 16 diárias de pedreiro.

Se forem alocados 4 pedreiros para o serviço, esta será executada em 4 dias.

Exemplo 2

- Assentamento de 1200 m² de porcelanato;

- Produtividade do pedreiro = 2 m²/h;

- Jornada = 8 h/dia;

- Equipe = 5 pedreiros.

- Duração? 15 dias.

Exemplo 3

- Assentamento de 1600 m² de cerâmica;

- Produtividade do pedreiro = 2 m²/h;

- Jornada = 8 h/dia;

- Duração = 10 dias;

- Equipe? 10 pedreiros.

Obra estruturada com DURAÇÃO IMPOSTA pelo planejador

- Necessidade de cumprir um prazo dado;

- Ocorre geralmente em obras prediais onde se pretende a implantação de um ciclo previamente


estabelecido (duração de um dado serviço por pavimento, por exemplo).

- A equipe é calculada em função da duração imposta.

Obra estruturada com EQUIPE IMPOSTA pelo planejador

- O planejador impõe o tamanho da equipe;

- Ocorre normalmente quando já se tem uma equipe formada (equipe mobilizada na obra)

- A restrição é a quantidade de recursos (mão-de-obra, equipamentos/maquinários)

- Duração calculada em função do tamanho da equipe.


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CONCLUSÃO:

Atenção! em muitas obras a equipe é definida sem qualquer relação com a duração da atividade. Isto é um
erro!

DURAÇÕES VIA COMPOSIÇÕES DE CUSTO

- Para extrair a produtividade da tabela de composições utilizaremos o inverso do índice. Para a


produtividade do armador, por exemplo, utilizaremos 1 / (0,08 h/Kg) = 12,5 kg/h.

Exemplo 2 de Composição do SINAPI:

- A produtividade da atividade de um pedreiro é 1 / (0,418 h/m²) = 2,4 m²/h.

- A proporção entre ajudante e pedreiro é de 0,5 ajudante para 1 pedreiros, ou seja, de 1 ajudante para 2
pedreiros.

Exemplo 3: Serviço de escavação, unidade m³.

- Produtividade da escavadeira = 1 / 0,018 = 55 m³/h;

- Proporção de caminhões por escavadeira = 0,072 / 0,018 = 4 caminhões por escavadeira;

- Proporção de serventes por escavadeira = 0,036 / 0,018 = 2 serventes por escavadeira.

FONTES DE CONSULTA DE PRODUTIVIDADES

- SINAPI (Caixa econômica);


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- SICRO (DNIT);

- ORSE;

- TCPO (fonte privada)

Dica: As construtoras podem elaborar suas próprias composições de custos dos serviços, mais próximas das
realidades dos seus projetos, baseadas nas produtividades praticadas.

FATORES DE ALTERAÇÃO DAS COMPOSIÇÕES

- Condições climáticas;

- Condições locais (exemplo a produtividade de levantamento de alvenaria de um muro linear é maior do que
a de alvenaria de um apartamento com vários recortes, aberturas etc.);

- Qualidade do projeto;

- Logística (atrasos na entrega de material afetam o prazo do serviço, ou seja, afeta a produtividade);

- Experiência;

- Grau de supervisão;

- Treinamento;

- Motivação.

CONCLUSÃO

O planejador precisa se preocupar em usar produtividades realistas. Para isso, ele deve consultar colegas e
dados de obras similares.

PRECEDÂNCIA / SEQUENCIAÇÃO

Fase 1: Primeiramente, antes do cronograma, deve ser definido o Plano de ataque da obra seguindo os
seguintes procedimentos:

- Fluxo de trabalho;

- Metodologia;

- Meios de produção;

- Produtividades;

- Acesso às frentes

Dica: Trazer encarregado, mestre de obras, subempreiteiros. É importante que todos os envolvidos entendam
e torçam para que o cronograma seja exequível e confiável.
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 Dependência mandatória (hard logic) – Pra iniciar uma tarefa, outra precisa ser concluída.

- Exemplo: armação >> concretagem; cravação da estaca >> bloco de coroamento;

 Dependência preferencial (soft logic) – Uma tarefa pode depender da outra por conveniência, ou
seja, uma tarefa não depende da finalização de outra para se iniciar.

- Exemplo: alvenaria do 1° andar >> alvenaria do 2° andar; revestimento de fachada frontal >> fachada
lateral.

Dica: É um erro de elaboração fazer o “loop” ou circularidade.

1 - Erro de circularidade "loop".

Fase 2 – Elaboração do cronograma.

CONCLUSÃO

A receita para um bom planejamento envolve vários setores da empresa (trazer o cronograma para a mesa).
Portanto, consultar pessoas experientes é uma prática que pode implicar na elaboração e aprovação do
cronograma. Antes da finalização do cronograma, trazer o mesmo para a mesa para validação do plano de
ataque.

TIPOS DE LIGAÇÕES/VÍNCULOS/DEPENDÊNCIAS ENTRE AS ATIVIDADES

- Ligação Término-início (TI): Default do MS-Project e mais comum nos projetos;

2 - Ex: Escavação >> montagem da fôrma. 3 - Ex: concretagem >> desforma.


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- Ligação início-Início (II)

4 -pintura de parede >> pintura das esquadrias. 5 - Ex: Alvenaria do pavimento >> chapisco do pavimento

- Ligação Término-Término: São bem menos comuns de ocorrer.

- Ligação Início-Término (IT): Bem menos comum de ocorrer.

Dica: Não abuse muito de ligações com defasagem ou II, TT e IT. Quanto mais detalhado for o cronograma,
maior será a ocorrência de vínculos TI.

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