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PREVIDENCIÁRIO
APLICADO ÀS
RELAÇÕES DE
TRABALHO:
Luciano Martinez:
@lucianomartinez10
LUCIANO MARTINEZ
Licença-maternidade Salário-maternidade
Readaptação Reabilitação
Esfera Esfera
securitária civil-
social trabalhista
• O texto constitucional é claro quanto à
possibilidade de cumulação de
benefícios previdenciários por acidente
do trabalho e de indenizações civis-
trabalhistas:
• Art. 7º. São direitos dos trabalhadores
urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
[...] XXVIII - seguro contra acidentes de
trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa
• O STF CONFIRMOU ESSE
POSICIONAMENTO:
• STF, Súmula 229. A indenização
acidentária não exclui a do direito
comum, em caso de dolo ou culpa grave
do empregador.
2ª) A reparação securitária social está
baseada na teoria da responsabilidade
objetiva, onde, a rigor, não se perquire
a culpa da vítima. O risco é o
elemento-base.
INTERRUPÇÃO DO
CONTRATO DE EMPREGO
A atuação previdenciária patronal:
a) As faltas ao serviço por doença e a
sistemática do abono:
i. A prorrogação da licença-maternidade
por força da Lei 11.770/2008, publicada
em 09 de setembro de 2008 - “Programa
Empresa Cidadã”.
ii.O salário-maternidade por adoção
iii. A assunção dos custos de salário-
maternidade nos casos em que a
segurada tem salários superiores ao teto
remuneratório no serviço público:
análise do art. 248 da CF-88.
iv) Fatos geradores da licença-
maternidade e do salário-maternidade.
LEI 11.770, 2008. EMPRESA CIDADÃ
e) A licença-maternidade, o salário-maternidade e
a estabilidade são concedidas em atenção à
gestante ou em atenção ao nascituro? Ver art.
201, II, da CF88.
A mulher que tem a gestação interrompida depois
da 23ª semana de gestação tem direito à licença-
maternidade, ao salário-maternidade e à
estabilidade residual?
IN 77/2015
Art. 343. [...]
§ 1º Considera-se fato gerador do salário-
maternidade, o parto, inclusive do
natimorto, o aborto não criminoso, a
adoção ou a guarda judicial para fins de
adoção.
[...]
§ 3º Para fins de concessão do salário-
maternidade, considera- se parto o evento
que gerou a certidão de nascimento ou
certidão de óbito da criança.
Mpv 871/2019
" Art. 71-D. O direito ao salário-maternidade
decairá se não for requerido em até cento e
oitenta dias da ocorrência do parto ou da
adoção, exceto na ocorrência de motivo de
força maior e ou caso fortuito, conforme
disposto no Regulamento." (NR)
CLT
Art. 392. A empregada gestante tem direito à
licença-maternidade de 120 (cento e vinte)
dias, sem prejuízo do emprego e do salário.
(Redação dada pela Lei nº 10.421, 15.4.2002)
§ 1º A empregada deve, mediante atestado
médico, notificar o seu empregador da data do
início do afastamento do emprego, que poderá
ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo) dia antes
do parto e ocorrência deste.
(Redação dada pela Lei nº 10.421, 15.4.2002).
[...]
Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver
guarda judicial para fins de adoção de criança
ou adolescente será concedida licença-
maternidade nos termos do art. 392 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017)
g) Salário-maternidade e extinção do contrato por
tempo determinado: a segurada que durante a
gestação foi contratada por tempo determinado terá
direito ao recebimento do salário-maternidade caso se
apresente como peticionária desempregada? É
relevante identificar quem não quis prosseguir com o
contrato por tempo determinado? Ver Memorando-
Circular Conjunto nº 44 /DIRBEN/PFE/INSS, haja vista
a decisão judicial proferida no Agravo de Instrumento
de nº 5055114-88.2017.4.04.0000/PR, que estendeu a
eficácia territorial da decisão na Ação Civil Pública nº
5041315-27.2017.4.04.7000/PR para todo o território
nacional.
k) Licença paternidade
LEI 11.770/2008
Art. 4o No período de prorrogação da licença-
maternidade e da licença-paternidade de que trata
esta Lei, a empregada e o empregado não poderão
exercer nenhuma atividade remunerada, e a criança
deverá ser mantida sob seus
cuidados. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
de 2016)
Parágrafo único. Em caso de descumprimento do
disposto no caput deste artigo, a empregada e o
empregado perderão o direito à
prorrogação. (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016)
LEI 8.213/91
Art. 71-C. A percepção do salário-maternidade,
inclusive o previsto no art. 71-B, está condicionada
ao afastamento do segurado do trabalho ou da
atividade desempenhada, sob pena de suspensão
do benefício. (Incluído pela Lei nº 12.873,
de 2013)
CLT
SUSPENSÃO DO
CONTRATO DE EMPREGO
PROTEGER EM FACE DO RISCO
DA “DOENÇA” OU DO RISCO
DA “INCAPACIDADE” ?
Art. 201. Os planos de previdência social,
mediante contribuição, atenderão, nos termos da
lei, a:
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez,
morte, incluídos os resultantes de acidentes do
.
trabalho, velhice e reclusão; (TEXTO ORIGINAL)
Acidente
Não
ocupacional
Ocupacional
.
Doença
Não
ocupacional
AMBOS SÃO BENEFÍCIOS
CUJA VERIFICAÇÃO DA
INCAPACIDADE SE DÁ POR
MEIO DE EXAME MÉDICO-
PERICIAL.
Art. 43
[...]
§ 1º A concessão de aposentadoria por
incapacidade permanente dependerá da
verificação da condição de incapacidade por meio
de exame
. médico-pericial a cargo da Perícia
Médica Federal, de modo que o segurado possa, às
suas expensas, ser acompanhado por médico de
sua confiança (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020).
Art. 71. O auxílio por incapacidade temporária
será devido ao segurado que, uma vez cumprido,
quando for o caso, o período de carência exigido,
ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a
sua atividade habitual por mais de quinze dias
consecutivos,
. conforme definido em avaliação
médico-pericial (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
AMBOS SÃO BENEFÍCIOS EM
RELAÇÃO AOS QUAIS HÁ
VEDAÇÃO DE CONCESSÃO
AO SEGURADO QUE SE
FILIAR JÁ PORTADOR DE
DOENÇA OU LESÃO.
Art. 71 [...]
§ 1º Não será devido auxílio por incapacidade
temporária ao segurado que se filiar ao RGPS já
portador de doença ou lesão invocada como causa
para a concessão do benefício, exceto quando a
incapacidade
. sobrevier por motivo de progressão
ou agravamento dessa doença ou lesão (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Art. 43 [...]
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era
portador ao filiar-se ao RGPS não lhe conferirá
direito à aposentadoria por incapacidade
permanente, exceto quando a incapacidade
sobrevier por motivo de progressão ou
agravamento dessa doença ou lesão (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
AMBOS SÃO BENEFÍCIOS
QUE EXIGEM O
CUMPRIMENTO DA MESMA
CARÊNCIA E QUE SE
SUBMETEM ÀS MESMAS
HIPÓTESES DE ISENÇÃO
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do
Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o
disposto no art. 30, depende dos seguintes
períodos de carência:
.I - doze contribuições mensais, nos casos de
auxílio por incapacidade temporária e
aposentadoria por incapacidade permanente;
e (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de
2020).
[...]
Art. 30. Independe de carência a concessão das
seguintes prestações:
[...]
III - auxílio por incapacidade temporária e
aposentadoria por incapacidade permanente nos
casos de acidente de qualquer natureza ou causa e
de. doença profissional ou do trabalho e nos casos
de segurado que, após filiar-se ao RGPS, seja
acometido de alguma das doenças ou afecções
especificadas em lista elaborada pelos Ministérios
da Saúde e da Economia, atualizada a cada três
anos, de acordo com os critérios de estigma,
deformação, mutilação, deficiência ou outro fator
que lhe confira especificidade e gravidade que
mereçam tratamento particularizado; (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
§ 1º Entende-se como acidente de qualquer natureza
ou causa aquele de origem traumática e por
exposição a agentes exógenos, físicos, químicos ou
biológicos, que acarrete lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda
ou a redução permanente ou temporária da
capacidade laborativa. (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
Art. 30. Independe de carência a concessão das
seguintes prestações:
[...]
§ 2º Até que seja elaborada a lista de doenças ou
afecções a que se refere o inciso III do caput,
independerá de carência a concessão de auxílio por
incapacidade
.
temporária e de aposentadoria por
incapacidade permanente ao segurado que, após
filiar-se ao RGPS, seja acometido por alguma das
seguintes doenças: (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
I - tuberculose ativa; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
II - hanseníase; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
III - alienação mental; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
IV - esclerose múltipla; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
V - hepatopatia grave; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
Art. 30. Independe de carência a concessão das seguintes
prestações: [...]
§ 2º [...]
VI - neoplasia maligna; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
VII - cegueira; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
VIII - .paralisia irreversível e incapacitante; (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
IX - cardiopatia grave; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
X - doença de Parkinson; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
XI - espondiloartrose anquilosante; (Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
XII - nefropatia grave; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
XIII - estado avançado da doença de Paget (osteíte
deformante); (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
XIV - síndrome da imunodeficiência adquirida (aids); ou
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
XV - contaminação por radiação, com base em conclusão da
medicina especializada. (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
.
Art. 27-A. Na hipótese de perda da qualidade de
segurado, para fins da concessão dos benefícios de
auxílio por incapacidade temporária, de
aposentadoria por incapacidade permanente, de
salário-maternidade e de auxílio-reclusão, as
.
contribuições anteriores à perda somente serão
computadas para fins de carência depois que o
segurado contar, a partir da nova filiação ao RGPS,
com metade do número de contribuições exigidas
para o cumprimento do período de carência
definido no art. 29. (Redação dada pelo Decreto
nº 10.410, de 2020).
Parágrafo único. Aplica-se o disposto
no caput ao segurado oriundo de regime próprio
de previdência social que se filiar ao Regime Geral
de Previdência Social após os prazos a que se
refere o inciso II do caput e o § 1º do art.
13. (Incluído pelo Decreto nº 5.545, de
2005)
AMBOS OS BENEFÍCIOS
DEPENDEM DA
IDENTIFICAÇÃO DO
SALÁRIO DE BENEFÍCIO
PARA SEREM CALCULADOS
Art. 31. Salário de benefício é o valor básico
utilizado para o cálculo da renda mensal dos
benefícios de prestação continuada, inclusive
aqueles regidos por normas especiais, exceto:
(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
.
.
Extensão da
incapacidade
MULTIPROFISSIONAL
(aposentadoria por
incapacidade
permanente)
PONTUAL – AUXÍLIO POR INCAPACIDADE
TEMPORÁRIA
.
Suscetibilidade
de reabilitação
NÃO EXISTE
(aposentadoria por
incapacidade
permanente)
AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA
Art. 32 [...]
§ 23. O auxílio por incapacidade temporária não poderá
exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários
de contribuição, inclusive no caso de remuneração variável,
ou, se não houver doze salários de contribuição, a média
aritmética simples dos salários de contribuição existentes,
observado o disposto no art. 33. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020).
Art.34 [...]
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º do art. 73, o salário de
benefício do auxílio por incapacidade temporária será
calculado com base na soma dos salários de contribuição
referentes às atividades para as quais o segurado seja
considerado incapacitado. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020).
APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE
Salário-maternidade Licença-maternidade
Benefício por incapacidade – auxílio por
incapacidade temporária ou Licença por incapacidade
aposentadoria por incapacidade
permanente
Reabilitação Readaptação
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
Terceira situação:
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
Quinta situação:
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
Quinta situação:
CF-88
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
Quinta situação:
EC-103/2019:
Art. 29. Até que entre em vigor lei que disponha
sobre o § 14 do art. 195 da Constituição Federal, o
segurado que, no somatório de remunerações
auferidas no período de 1 (um) mês, receber
remuneração inferior ao limite mínimo mensal do
salário de contribuição poderá:
I - complementar a sua contribuição, de forma a
alcançar o limite mínimo exigido;
II - utilizar o valor da contribuição que exceder o
limite mínimo de contribuição de uma competência
em outra; ou
III - agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo
de diferentes competências, para aproveitamento em
contribuições mínimas mensais.
Parágrafo único. Os ajustes de complementação ou
agrupamento de contribuições previstos nos incisos I,
II e III do caput somente poderão ser feitos ao longo
do mesmo ano civil.
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
Quinta situação:
Decreto 3.048/99
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
D. 3048/99 - DCB
Art. 78. O auxílio por incapacidade temporária cessa pela
recuperação da capacidade para o trabalho, pela concessão
de aposentadoria por incapacidade permanente ou, na
hipótese de o evento causador da redução da capacidade
laborativa ser o mesmo que gerou o auxílio por incapacidade
temporária, pela concessão do auxílio acidente. (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
§ 1º Sempre que possível, o ato de concessão ou de
reativação de auxílio por incapacidade temporária, judicial
ou administrativo, deverá estabelecer o prazo estimado
para a duração do benefício. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 2º Caso o prazo concedido para a recuperação se revele
insuficiente, o segurado poderá solicitar a sua prorrogação,
na forma estabelecida pelo INSS. (Redação dada
pelo Decreto nº 8.691, de 2016)
§ 3º A comunicação da concessão do auxílio por
incapacidade temporária conterá as informações
necessárias ao requerimento de sua
prorrogação. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
D. 3048/99 - DCB
Art. 78. [...]
§ 4º Caso não seja estabelecido o prazo de que trata o § 1º, o
benefício cessará após o prazo de cento e vinte dias, contado da
data de concessão ou de reativação do auxílio por incapacidade
temporária, exceto se o segurado requerer a sua prorrogação ao
INSS, observado o disposto no art. 79. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 5º O segurado que se considerar capaz antes do prazo
estabelecido pela Perícia Médica Federal no ato da concessão ou
da prorrogação do auxílio por incapacidade temporária somente
retornará ao trabalho após nova avaliação médico-
pericial. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 6º O segurado poderá desistir do requerimento de
prorrogação antes da realização do exame médico-pericial,
hipótese em que o benefício será mantido até a data da sua
desistência, desde que posterior à data de cessação estabelecida
pela Perícia Médica Federal. (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
§ 7º O segurado que não concordar com o resultado da
avaliação a que se refere o § 1º poderá apresentar, no prazo de
trinta dias, recurso da decisão proferida pela Perícia Médica
Federal perante o Conselho de Recursos da Previdência Social -
CRPS, cuja análise médico-pericial, se necessária, será feita por
perito médico federal diverso daquele que tenha realizado o
exame anterior. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário
Há alguma possibilidade?
ASSUNÇÃO
OPERÁRIA
Que ocorrerá quando o médico do
trabalho da empresa, no momento em
que realizar o exame de retorno,
divergir da conclusão do perito
médico do INSS que ofereceu a alta
previdenciária?
Os artigos 186, 187 e 927 do Código Civil disciplinam a responsabilidade civil, sendo
aplicados nesta justiça especializada por força do artigo 8º da CLT. Neles estão os
pressupostos da conduta omissiva ou comissiva, dolosa ou culposa do agente que cause
algum tipo de dano a direito de outrem, seja material ou moral. No caso do dano moral,
além dos artigos 11 e seguintes do CCB/02, a Constituição Federal, em seu artigo 5º, V e X,
assegura a indenização. Observa-se do acórdão regional que houve controvérsia quanto à
conclusão do INSS, que considerou a autora apta ao trabalho, e do médico do trabalho, em
sentido contrário. Não há dúvidas de que é da empresa a responsabilidade pela busca de
solução do conflito, principalmente para adotar todas as medidas cabíveis para o retorno
da autora, além de efetivar o pagamento dos salários da empregada até a solução da
pendência. Embora o TRT tenha reconhecido o direito da empregada ao pagamento de
salários e demais verbas no período de "limbo jurídico previdenciário", dando provimento
ao seu recurso ordinário no particular, entendeu que inexiste prova de qualquer prejuízo
de cunho moral sofrido pela autora em decorrência desse fato, indeferindo o pedido de
indenização por danos morais. No entanto, no presente caso o dano moral é in re
ipsa (pela força dos próprios atos), ou seja, independe da demonstração do abalo
psicológico sofrido pela vítima, exigindo-se apenas a prova dos fatos que balizaram o
pedido de indenização (a redução da capacidade laborativa e a inércia da ré para
solucionar o impasse). Nesse contexto, constato que os danos sofridos pela autora são
evidentes. Extrai-se da decisão regional que a reclamante ficou privada de auferir renda
por longo período (cerca de 7 meses), por estar na incerteza de seu retorno ao trabalho ou
ao benefício do INSS ("limbo jurídico judiciário"), sem que a empregadora tomasse
providências no sentido de resolver ou ao menos amenizar essa situação. Com efeito, as
experiências vividas pela autora (incerteza de seu retorno ao trabalho ou ao benefício do
INSS, incapacitada para o serviço e sem fonte de renda) trouxeram-lhe desequilíbrio
financeiro suficiente para, presumidamente, causar-lhe lesões por força dos próprios atos,
ferindo o princípio da dignidade da pessoa humana, insculpido no inciso III do artigo 1º, da
Constituição Federal. Precedentes. Assim sendo, diante da conduta ilícita da ré e do evento
danoso causado à autora, devido a indenização de ordem moral in casu . Recurso de
revista da autora conhecido por violação dos artigos 1º, III e 5º, X, da Constituição Federal
e 186 e 927 do Código Civil e provido. CONCLUSÃO: Agravo de instrumento da ré
conhecido e desprovido e Agravo de instrumento da autora conhecido e provido e Recurso
de revista da autora conhecido e provido" (ARR-1001493-86.2017.5.02.0076, 3ª Turma,
Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 29/05/2020).”
.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE
REVISTA - DESCABIMENTO. " LIMBO JURÍDICO
PREVIDENCIÁRIO". RECUSA DA EMPRESA EM
READMITIR O EMPREGADO CONSIDERADO APTO
PARA O RETORNO AO TRABALHO PELO INSS.
PAGAMENTO DE SALÁRIOS. Tendo o órgão
previdenciário considerado a reclamante apta para
o retorno ao trabalho, cabia à reclamada, julgando
que a empregada não reunia condições para
retornar às atividades antes exercidas, zelar pela
sua readaptação em função compatível com seu
atual estado de saúde. No entanto, ao não
permitir o retorno da autora, deixando de pagar os
salários a partir da alta médica dada pelo INSS, a
ré agiu de forma ilícita, o que motiva a
condenação. 2. CONSECTÁRIOS LEGAIS. FÉRIAS.
NÃO CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS PREVISTOS
NO ART. 896, § 1º- A, DA CLT. A transcrição de
trechos do acórdão, no início das razões do
recurso de revista, não atende ao disposto no art.
896, § 1°- A, da CLT. Agravo de instrumento
conhecido e desprovido " (AIRR-1000498-
14.2017.5.02.0322, 3ª Turma, Relator Ministro
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT
02/10/2020).
“SALÁRIOS DO PERÍODO ENTRE A CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO E O EFETIVO RETORNO AO TRABALHO.
EMPREGADO REPUTADO APTO PARA O TRABALHO PELA
PREVIDÊNCIA SOCIAL E CONSIDERADO INAPTO AO
EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES PELA EMPRESA. IMPEDIMENTO DE
RETORNO .
O Tribunal Regional, soberano na análise do conjunto fático-
probatório, registrou que a ré obstou o retorno do autor,
considerado apto ao trabalho pelo INSS. Consignou ainda, a
inércia da agravante em readaptar o empregado em função
compatível com seu estado de saúde, deixando-o sem
remuneração. Com base nessas premissas, manteve a
sentença que condenou a ré ao pagamento dos salários
referentes ao período de "limbo previdenciário". A decisão
amolda-se perfeitamente à jurisprudência dominante do TST,
visto que, no caso de alta previdenciária, cabe ao
empregador permitir o retorno do empregado, promovendo
sua readaptação quando houver necessidade. Precedentes.
Agravo conhecido e não provido. RESPONSABILIDADE CIVIL
DO EMPREGADOR. DANOS MORAIS CAUSADOS AO
EMPREGADO. "LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO". DANOS
MORAIS. VALOR DA INDENIZAÇÃO. TÍQUETE ALIMENTAÇÃO.
Inviável o conhecimento do recurso de revista, uma vez que
não observadas as restrições impostas no artigo 896, § 9º, da
CLT. Agravo conhecido e não provido" (Ag-AIRR-1513-
73.2016.5.17.0121, 7ª Turma, Relator Ministro Claudio
Mascarenhas Brandao, DEJT 04/09/2020).
"AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO
DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº
13.015/2014 E ANTERIOR À LEI Nº 13.467/2017 . 1.
PRELIMINARES DE NULIDADE POR NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E CERCEAMENTO DO
DIREITO DE DEFESA. NÃO CONFIGURAÇÃO. 2.
PRELIMINAR DE JULGAMENTO EXTRA PETITA. NÃO
CONFIGURAÇÃO. 3. FGTS. PRESCRIÇÃO TRINTENÁRIA.
SÚMULA 362/TST. 4. ALTA PREVIDENCIÁRIA.
ENCERRAMENTO DA SUSPENSÃO CONTRATUAL.
RECUSA INJUSTIFICADA DA EMPREGADORA EM
ACEITAR O TRABALHO OBREIRO. LIMBO
PREVIDENCIÁRIO. PAGAMENTO DOS SALÁRIOS.
CABIMENTO.
A percepção do auxílio-acidente não resulta
incompatível com o direito do empregado ao retorno
ao trabalho (cessada a suspensão contratual), uma vez
que esse benefício ostenta natureza indenizatória (não
substituindo o salário, como o auxílio-doença), e, nos
moldes do art. 86 da Lei nº 8.213/91, " será concedido,
como indenização, ao segurado quando, após
consolidação das lesões decorrentes de acidente de
qualquer natureza, resultarem sequelas que
impliquem redução da capacidade para o trabalho que
habitualmente exercia ". CONTINUA...
CONTINUA...
Autor
Túlio Gadêlha - PDT/PE
Apresentação
17/12/2019
Ementa: Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para
dispor sobre a responsabilidade do empregador pelo pagamento de
salários após a cessação ou o indeferimento do benefício
previdenciário a seu empregado e estabelecer a competência da
Justiça do Trabalho para as ações que objetivem o esclarecimento
da questão relativa à aptidão ou à inaptidão para o trabalho e a
condenação ao pagamento do salário ou do benefício
previdenciário, na hipótese de divergência entre a conclusão da
perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o
exame médico realizado por conta do empregador.
O PL 6526/2019, do deputado
federal Túlio Gadêlha (PDT/PE)
ALTERAÇÃO DO
CONTRATO DE EMPREGO
Alteração de função por conta de
incapacidade laborativa parcial”
a) Distinções entre “cargo”,
“função” e “tarefa”
b) Reabilitação profissional
c) Readaptação funcional: o dever
de acomodação razoável.
CESSAÇÃO DO
CONTRATO DE EMPREGO
1) O afastamento por incapacidade e a
possibilidade de cessação do vínculo de
emprego: a superação de um mito.
2) Os obstáculos opostos pelas entidades
sindicais para homologação de cessações
de vínculo de empregados que estejam
em fruição de benefícios por
incapacidade. A solução produzida pela
ação de suprimento de consentimento
negado (Ver MALLET, Estêvão. Outorga
judicial do consentimento negado pelo
sindicato. In: Temas de Direito do
Trabalho. São Paulo: LTr, 1998, p. 107-124)
3) Os contratos por tempo determinado e a
ocorrência de acidente do trabalho
durante o seu transcurso: soluções
homogeneizadas pela jurisprudência: ver
súmula 378, III, do TST.
4) A ocorrência de acidentes do trabalho no
transcurso do aviso prévio: uma análise
da Súmula 371 do TST.
6) A aposentadoria por invalidez e a
manutenção ilimitada do vínculo de
emprego:
a) Uma crítica à anacrônica Súmula 217
do STF:
Súmula 217: Tem direito de retornar ao emprego,
ou ser indenizado em caso de recusa do
empregador, o aposentado que recupera a
capacidade de trabalho dentro de cinco anos, a
contar da aposentadoria, que se torna definitiva
após esse prazo.
b) Uma análise criteriosa da Sumula 160
do TST:
Súmula nº 160 do TST. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20
e 21.11.2003. Cancelada a aposentadoria por
invalidez, mesmo após cinco anos, o trabalhador
terá direito de retornar ao emprego, facultado,
porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da
lei (ex-Prejulgado nº 37).
EFEITOS DOS BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS NO
CONTRATO DE
EMPREGO:
A PROTEÇÃO EM FACE DO
ACIDENTE DO TRABALHO -
ESTABILIDADE E GARANTIA DE
EMPREGO
A COMPENSAÇÃO NORMATIVA
E JURISPRUDENCIAL DA
SITUAÇÃO DO ACIDENTADO DO
TRABALHO
➢Cômputo do período de
afastamento por acidente do
trabalho para fins de indenização e
estabilidade – ART. 4º CLT
➢Manutenção dos depósitos do
FGTS para os trabalhadores em
licença acidentária - §5º do art. 15
da Lei 8.036/90
➢Desconsideração do período de
afastamento por acidente do
trabalho para a contagem de férias
até o limite de seis meses
➢A manutenção do plano de saúde
➢A estabilidade do acidentado do
trabalho
Cômputo do período de afastamento
por acidente do trabalho para fins de
indenização e estabilidade – ART. 4º CLT
Art. 4º - Considera-se como de serviço
efetivo o período em que o empregado
esteja à disposição do empregador,
aguardando ou executando ordens, salvo
disposição especial expressamente
consignada.
§ 1º Computar-se-ão, na contagem de
tempo de serviço, para efeito de
indenização e estabilidade, os períodos
em que o empregado estiver afastado do
trabalho prestando serviço militar e por
motivo de acidente do
trabalho. (Redação dada pela Lei
nº 13.467, de 2017)
Manutenção dos depósitos do FGTS para os
trabalhadores em licença acidentária - §5º do art.
15 da Lei 8.036/90
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os
empregadores ficam obrigados a depositar, até o
dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária
vinculada, a importância correspondente a 8 (oito)
por cento da remuneração paga ou devida, no
mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na
remuneração as parcelas de que tratam os arts.
457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se
refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com
as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto
de 1965. (Vide Lei nº 13.189, de 2015)
§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo
é obrigatório nos casos de afastamento para
prestação do serviço militar obrigatório e licença
por acidente do trabalho. (Incluído pela Lei
nº 9.711, de 1998)
Desconsideração do período de
afastamento por acidente do trabalho
para a contagem de férias até o limite
de seis meses
Art. 131 - Não será considerada falta ao
serviço, para os efeitos do artigo anterior, a
ausência do
empregado: (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
[...]
III - por motivo de acidente do trabalho ou
enfermidade atestada pelo Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese
do inciso IV do art. 133; (Redação
dada pela Lei nº 8.726, de 5.11.1993)
A manutenção do plano de saúde
Súmula nº 440 do TST
AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO.
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
SUSPENSÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO. RECONHECIMENTO DO
DIREITO À MANUTENÇÃO DE PLANO DE
SAÚDE OU DE ASSISTÊNCIA MÉDICA -
Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26
e 27.09.2012
Assegura-se o direito à manutenção de
plano de saúde ou de assistência médica
oferecido pela empresa ao empregado,
não obstante suspenso o contrato de
trabalho em virtude de auxílio-doença
acidentário ou de aposentadoria por
invalidez.
Estabilidade do
acidentado do
trabalho:
Art. 118. O segurado que sofreu
acidente do trabalho tem garantida,
pelo prazo mínimo de doze meses, a
manutenção do seu contrato de
trabalho na empresa, após a
cessação do auxílio-doença
acidentário, independentemente de
percepção de auxílio-acidente.
Súmula 378 do TST
LEI 8.213/91
ART. 18
§ 2º O aposentado pelo Regime Geral de
Previdência Social–RGPS que permanecer
em atividade sujeita a este Regime, ou a
ele retornar, não fará jus a prestação
alguma da Previdência Social em
decorrência do exercício dessa atividade,
exceto ao salário-família e à reabilitação
profissional, quando
empregado. (Redação dada pela
Lei nº 9.528, de 1997)
OJ 177 DA SDI-1. APOSENTADORIA
ESPONTÂNEA. EFEITOS (cancelada) -
DJ 30.10.2006
A aposentadoria espontânea extingue o
contrato de trabalho, mesmo quando o
empregado continua a trabalhar na
empresa após a concessão do benefício
previdenciário. Assim sendo, indevida a
multa de 40% do FGTS em relação ao
período anterior à aposentadoria.
Histórico: Redação original - Inserida em
08.11.2000
Art. 201
.............................
Lei 8.213/91
Art. 57. [...]
§ 8º Aplica-se o disposto no art.
46 ao segurado aposentado
nos termos deste artigo que
continuar no exercício de
atividade ou operação que o
sujeite aos agentes nocivos
constantes da relação referida
no art. 58 desta Lei (Incluído
pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)