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DIREITO

PREVIDENCIÁRIO
APLICADO ÀS
RELAÇÕES DE
TRABALHO:

Luciano Martinez:
@lucianomartinez10
LUCIANO MARTINEZ

JUIZ DO TRABALHO DESDE 1995

PROFESSOR ASSOCIADO I DE DIREITO DO TRABALHO E DA


SEGURIDADE SOCIAL DA UFBA

MESTRE E DOUTOR EM DIREITO PELA USP

PÓS-DOUTOR EM DIREITO PELA PUCRS

TITULAR DA CADEIRA 52 DA ACADEMIA BRASILEIRA DE


DIREITO DO TRABALHO

AUTOR DE OBRAS JURÍDICAS


Tudo em detalhes
RESPONSABILIDADE
TRABALHISTA
x
RESPONSABILIDADE
PREVIDENCIÁRIA:
a metáfora das estradas
paralelas
Instituto trabalhista Instituto
previdenciário

Licença-maternidade Salário-maternidade

Licença por incapacidade Benefícios por incapacidade

Salário-enfermidade (15 primeiros Período de espera


dias para segurados empregados)

Readaptação Reabilitação

Exame de retorno Alta previdenciária


Aptidão/ inaptidão Capacidade/incapacidade

Tempo de serviço Tempo de contribuição

Suspensão do contrato de emprego Manutenção da qualidade de


segurado e período de graça

Responsabilidade civil-trabalhista Responsabilidade securitária


do empregador social da previdência social

Demandas na Justiça Comum –


Demandas na Justiça do Trabalho, varas de acidente do trabalho, se
se o evento foi acidentário. o evento foi acidentário; ou
varas federais, se o evento foi
não acidentário.
Pensionamento por morte, baseado Pensão por morte
no disposto no artigo 948, II, do
Código Civil.

Pensionamento por defeito, Auxílio-acidente


baseado no disposto no artigo
950, do Código Civil.
Esferas das
responsabilidades

Esfera Esfera
securitária civil-
social trabalhista
• O texto constitucional é claro quanto à
possibilidade de cumulação de
benefícios previdenciários por acidente
do trabalho e de indenizações civis-
trabalhistas:
• Art. 7º. São direitos dos trabalhadores
urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
[...] XXVIII - seguro contra acidentes de
trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa
• O STF CONFIRMOU ESSE
POSICIONAMENTO:
• STF, Súmula 229. A indenização
acidentária não exclui a do direito
comum, em caso de dolo ou culpa grave
do empregador.
2ª) A reparação securitária social está
baseada na teoria da responsabilidade
objetiva, onde, a rigor, não se perquire
a culpa da vítima. O risco é o
elemento-base.

3ª) A reparação civil-trabalhista está, em


regra, baseada na teoria da
responsabilidade subjetiva, onde a
culpa do empregador é significativa,
salvo nos casos em que a lei
expressamente admite a irrelevância da
culpabilidade (exemplo: parágrafo
único do art. 927 do Código Civil). A
culpa é o elemento-base.
Nexo e enfoques
securitário social e
reparatório civil (i)
Reparação
securitária Reparação civil

A) Caráter social A) Caráter individual,


em regra
B) Responsabilidade
objetiva B) Responsabilidade
subjetiva, em regra
C) São concedidas
prestações C) São concedidas
alimentares para indenizações
garantir reparatórias ou
sobrevivência digna compensatórias
D) É garantida pela D) É paga pelo
Estado lesante dentro dos
limites de sua
potência financeira
ou econômica
Nexo e enfoques
securitário social e
reparatório civil (ii)
Nexo na reparação Nexo na reparação
securitária social : civil-trabalhista:
 A) causalidade  A) causalidade
direta: pelo exercício direta: pelo exercício
de trabalho em favor de trabalho em favor
do empregador. do empregador.
 B) concausalidade  B) concausalidade
antecedente, antecedente,
simultânea ou simultânea ou
superveniente: basta superveniente : há
o trabalho ser uma uma tendência
das causas do dano. jurisprudencial e
 C) causalidade doutrinária de
indireta: por considerar-se a
circunstâncias concausalidade
oblíquas, desde que o trabalho
extralaborais (ato de seja causa eficiente
terceiro, caso fortuito, e influente
força maior e no  C) causalidade
trajeto) indireta: não
caracterizam a rigor
nexo causal.
EFEITOS DOS BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS NO
CONTRATO DE
EMPREGO:

INTERRUPÇÃO DO
CONTRATO DE EMPREGO
A atuação previdenciária patronal:
a) As faltas ao serviço por doença e a
sistemática do abono:

i. Aplica-se o § 2º do art. 6º da Lei


605/49 ou a § 3° do art. 60 da Lei
8.213/91? Súmula 15 do TST ou
Súmula 282 do TST?
ii. É lícita a anotação de faltas ao serviço
por doença ou acidente na CTPS?
iii. A problemática da anotação do CID
nos atestados médicos: proteção à
intimidade do empregado versus
evidência das recidivas e
demonstração do NTEP
LEI 605/49

Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado,


o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior,
cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.
§ 1º São motivos justificados:
a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação
das Leis do Trabalho;
b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da
administração do estabelecimento;
c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do
empregador, não tenha havido trabalho;
d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do
seu casamento;
e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho;
f) a doença do empregado, devidamente comprovada.

§ 2º A doença será comprovada mediante atestado de médico da


instituição da previdência social a que estiver filiado o empregado, e,
na falta deste e sucessivamente, de médico do Serviço Social do
Comércio ou da Indústria; de médico da empresa ou por ela
designado; de médico a serviço de representação federal, estadual ou
municipal incumbido de assuntos de higiene ou de saúde pública; ou
não existindo estes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua
escolha. (Redação dada pela Lei nº 2.761, de 26.4.56)

§ 3º Nas empresas em que vigorar regime de trabalho reduzido, a


freqüência exigida corresponderá ao número de dias em que o
empregado tiver de trabalhar.

§ 4º Durante período de emergência em saúde pública decorrente da


Covid-19, a imposição de isolamento dispensará o empregado da
comprovação de doença por 7 (sete) dias. (Incluído pela Lei nº 14.128,
de 2021)

§ 5º No caso de imposição de isolamento em razão da Covid-19, o


trabalhador poderá apresentar como justificativa válida, no oitavo dia
de afastamento, além do disposto neste artigo, documento de unidade
de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) ou documento eletrônico
regulamentado pelo Ministério da Saúde. (Incluído pela Lei nº 14.128,
de 2021)
LEI 8213/91

Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado


empregado a contar do décimo sexto dia do
afastamento da atividade, e, no caso dos demais
segurados, a contar da data do início da
incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.
(Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

§ 1º Quando requerido por segurado afastado da


atividade por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio-
doença será devido a contar da data da entrada do
requerimento. [...]

§ 3o Durante os primeiros quinze dias consecutivos


ao do afastamento da atividade por motivo de
doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado
empregado o seu salário integral.
(Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

§ 4º A empresa que dispuser de serviço médico,


próprio ou em convênio, terá a seu cargo o exame
médico e o abono das faltas correpondentes ao
período referido no § 3º, somente devendo
encaminhar o segurado à perícia médica da
Previdência Social quando a incapacidade
ultrapassar 15 (quinze) dias.
Súmula nº 15 do TST
ATESTADO MÉDICO (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A justificação da ausência do empregado
motivada por doença, para a percepção do
salário-enfermidade e da remuneração do
repouso semanal, deve observar a ordem
preferencial dos atestados médicos
estabelecida em lei.

Súmula nº 282 do TST


ABONO DE FALTAS. SERVIÇO MÉDICO
DA EMPRESA (mantida) - Res. 121/2003,
DJ 19, 20 e 21.11.2003
Ao serviço médico da empresa ou ao
mantido por esta última mediante convênio
compete abonar os primeiros 15 (quinze)
dias de ausência ao trabalho.
CLT

Art. 29. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias


úteis para anotar na CTPS, em relação aos
trabalhadores que admitir, a data de admissão, a
remuneração e as condições especiais, se houver,
facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou
eletrônico, conforme instruções a serem expedidas
pelo Ministério da Economia. (Redação dada
pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 1º As anotações concernentes à remuneração
devem especificar o salário, qualquer que seja sua
forma de pagamento, seja êle em dinheiro ou em
utilidades, bem como a estimativa da gorjeta.
§ 2º - As anotações na Carteira de Trabalho e
Previdência Social serão feitas: (Redação
dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
a) na data-base; (Redação dada pela Lei
nº 7.855, de 24.10.1989)
b) a qualquer tempo, por solicitação do
trabalhador; (Redação dada pela Lei nº
7.855, de 24.10.1989)
c) no caso de rescisão contratual;
ou (Redação dada pela Lei nº 7.855, de
24.10.1989)
d) necessidade de comprovação perante a
Previdência Social. (Redação dada pela
Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
A exigência do CID para justificar faltas e
atrasos, por si só, viola o direito
fundamental à intimidade e à privacidade?

Em 2015, no julgamento do RO-480-


32.2014.5.12.0000, pelo voto prevalente da
Presidência, a SDC decidiu que o empregador deve
ter conhecimento da doença que acomete o
empregado para saber se ela inviabiliza o tipo de
atividade desempenhada por ele.
Recentemente, em 2019, no julgamento do RO-
213-66.2017.5.08.0000 , a SDC passou a entender,
por maioria, que a exigência do CID para justificar
faltas e atrasos, por si só, violava o direito
fundamental à intimidade e à privacidade, na linha
de duas resoluções do Conselho Federal de
Medicina (CFM): a Resolução 1.658/2002, que trata
da presunção de veracidade do atestado e da
necessidade de anuência do paciente para a
informação do CID, e a Resolução 1.819/2007, que
veda ao médico o preenchimento dos campos
referentes ao CID nas guias de consulta e
solicitação de exames das operadoras de planos de
saúde.
b) Período de espera:

i. Que é período de espera?


ii.Os quinze primeiros dias ou “salário-
enfermidade”: os segurados
empregados são destinatários
exclusivos? Os segurados empregados
domésticos têm também direito a esta
vantagem?
iii. O período de espera e a recidiva da
doença: análise da sistemática à luz do
art. 75 do Decreto 3.048/99.
LEI 8213/91 - PERIODO DE ESPERA:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que,


havendo cumprido, quando for o caso, o período de
carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de
15 (quinze) dias consecutivos.
[...]
Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado
empregado a contar do décimo sexto dia do
afastamento da atividade, e, no caso dos demais
segurados, a contar da data do início da incapacidade e
enquanto ele permanecer incapaz. (Redação
dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
§ 1º Quando requerido por segurado afastado da
atividade por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio-doença
será devido a contar da data da entrada do
requerimento.
§ 3o Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao
do afastamento da atividade por motivo de doença,
incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o
seu salário integral. (Redação Dada pela
Lei nº 9.876, de 26.11.99)
§ 4º A empresa que dispuser de serviço médico, próprio
ou em convênio, terá a seu cargo o exame médico e o
abono das faltas correspondentes ao período referido
no § 3º, somente devendo encaminhar o segurado à
perícia médica da Previdência Social quando a
incapacidade ultrapassar 15 (quinze) dias.
DECRET0 3048/99 - SALÁRIO-
ENFERMIDADE.

Art. 75. Durante os primeiros quinze dias consecutivos de afastamento da


atividade por motivo de incapacidade temporária, compete à empresa
pagar o salário ao segurado empregado. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 1º Cabe à empresa que dispuser de serviço médico próprio ou em
convênio o exame médico e o abono das faltas correspondentes aos
primeiros quinze dias de afastamento.
§ 2º Quando a incapacidade ultrapassar o período de quinze dias
consecutivos, o segurado será encaminhado ao INSS para avaliação
médico-pericial. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 3º Se concedido novo benefício decorrente do mesmo motivo que gerou
a incapacidade no prazo de sessenta dias, contado da data da cessação
do benefício anterior, a empresa ficará desobrigada do pagamento relativo
aos quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício
anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o
caso. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 4º Se o segurado empregado, por motivo de incapacidade, afastar-se do
trabalho durante o período de quinze dias, retornar à atividade no décimo
sexto dia e voltar a se afastar no prazo de sessenta dias, contado da data
de seu retorno, em decorrência do mesmo motivo que gerou a
incapacidade, este fará jus ao auxílio por incapacidade temporária a partir
da data do novo afastamento. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
§ 5º Na hipótese prevista no § 4º, se o retorno à atividade tiver ocorrido
antes do período de quinze dias do afastamento, o segurado fará jus ao
auxílio por incapacidade temporária a partir do dia seguinte ao que
completar aquele período. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
§ 6º Na impossibilidade de realização do exame médico-pericial inicial
antes do término do período de recuperação indicado pelo médico
assistente em documentação, o empregado é autorizado a retornar ao
trabalho no dia seguinte à data indicada pelo médico assistente, mantida a
necessidade de comparecimento do segurado à perícia na data
agendada. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
c) Licença maternidade: a necessária e
nem sempre esclarecida diferença
entre licença-maternidade e salário-
maternidade. As problemáticas
decorrentes da indistinção:

i. A prorrogação da licença-maternidade
por força da Lei 11.770/2008, publicada
em 09 de setembro de 2008 - “Programa
Empresa Cidadã”.
ii.O salário-maternidade por adoção
iii. A assunção dos custos de salário-
maternidade nos casos em que a
segurada tem salários superiores ao teto
remuneratório no serviço público:
análise do art. 248 da CF-88.
iv) Fatos geradores da licença-
maternidade e do salário-maternidade.
LEI 11.770, 2008. EMPRESA CIDADÃ

Art. 1º É instituído o Programa Empresa Cidadã,


destinado a prorrogar:
I - por 60 (sessenta) dias a duração da licença-
maternidade prevista no inciso XVIII do caput do art.
7º da Constituição Federal;
II - por 15 (quinze) dias a duração da licença-
paternidade, nos termos desta Lei, além dos 5
(cinco) dias estabelecidos no § 1º do art. 10 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias.

§ 1º A prorrogação de que trata este artigo:


I - será garantida à empregada da pessoa jurídica
que aderir ao Programa, desde que a empregada a
requeira até o final do primeiro mês após o parto, e
será concedida imediatamente após a fruição da
licença-maternidade de que trata o inciso XVIII
do caput do art. 7º da Constituição Federal;
II - será garantida ao empregado da pessoa jurídica
que aderir ao Programa, desde que o empregado a
requeira no prazo de 2 (dois) dias úteis após o parto
e comprove participação em programa ou atividade
de orientação sobre paternidade responsável.
§ 2º A prorrogação será garantida, na mesma
proporção, à empregada e ao empregado que
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção
de criança.
Salário maternidade para adotantes.

Art. 71-A. À segurada da Previdência Social


que adotar ou obtiver guarda judicial para fins
de adoção de criança é devido salário-
maternidade pelo período de 120 (cento e
vinte) dias, se a criança tiver até 1(um) ano de
idade, de 60 (sessenta) dias, se a criança tiver
entre 1 (um) e 4 (quatro) anos de idade, e de
30 (trinta) dias, se a criança tiver de 4 (quatro)
a 8 (oito) anos de idade. (Incluído pela
Lei nº 10.421, de 15.4.2002)

Art. 71-A. À segurada da Previdência Social


que adotar ou obtiver guarda judicial para fins
de adoção de criança é devido salário-
maternidade pelo período de cento e vinte
dias. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 619, de 2013)

Art. 71-A. Ao segurado ou segurada da


Previdência Social que adotar ou obtiver
guarda judicial para fins de adoção de criança é
devido salário-maternidade pelo período de 120
(cento e vinte) dias. (Redação dada pela Lei nº
12.873, de 2013)
Salário maternidade; limite de valor.
Constituição Federal de 1988

Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer


título, pelo órgão responsável pelo regime
geral de previdência social, ainda que à
conta do Tesouro Nacional, e os não
sujeitos ao limite máximo de valor fixado
para os benefícios concedidos por esse
regime observarão os limites fixados no art.
37, XI. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
d) A estabilidade diante de situações de
maternidade afetiva (adoção)?

e) A licença-maternidade, o salário-maternidade e
a estabilidade são concedidas em atenção à
gestante ou em atenção ao nascituro? Ver art.
201, II, da CF88.
A mulher que tem a gestação interrompida depois
da 23ª semana de gestação tem direito à licença-
maternidade, ao salário-maternidade e à
estabilidade residual?

f) É possível a invocação posterior da


licença-maternidade (por exemplo, por
adoção ou guarda para fins de adoção não
necessariamente comunicada ao
empregador): Se positiva a resposta, até
quanto tempo depois do fato gerador é
possível invocar a concessão da licença-
maternidade?
CLT
Art. 391-A. A confirmação do estado de
gravidez advindo no curso do contrato de
trabalho, ainda que durante o prazo do
aviso prévio trabalhado ou indenizado,
garante à empregada gestante a
estabilidade provisória prevista na
alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das
Disposições Constitucionais
Transitórias. (Incluído pela
Lei nº 12.812, de 2013)
Parágrafo único. O disposto
no caput deste artigo aplica-se ao
empregado adotante ao qual tenha sido
concedida guarda provisória para fins de
adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017)
IN 77/2015

Art. 201. A previdência social será


organizada sob a forma de regime geral, de
caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá,
nos termos da lei, a: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
[...]
II - proteção à maternidade, especialmente
à gestante; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
IN 45/2010
Art. 294. [...]
§ 1º O parto é considerado como fato
gerador do salário-maternidade, bem como
o aborto espontâneo, a adoção ou a guarda
judicial para fins de adoção.
[...]
§ 3º Para fins de concessão do salário-
maternidade, considera-se parto o evento
ocorrido a partir da vigésima terceira
semana (sexto mês) de gestação, inclusive
em caso de natimorto.

IN 77/2015
Art. 343. [...]
§ 1º Considera-se fato gerador do salário-
maternidade, o parto, inclusive do
natimorto, o aborto não criminoso, a
adoção ou a guarda judicial para fins de
adoção.
[...]
§ 3º Para fins de concessão do salário-
maternidade, considera- se parto o evento
que gerou a certidão de nascimento ou
certidão de óbito da criança.
Mpv 871/2019
" Art. 71-D. O direito ao salário-maternidade
decairá se não for requerido em até cento e
oitenta dias da ocorrência do parto ou da
adoção, exceto na ocorrência de motivo de
força maior e ou caso fortuito, conforme
disposto no Regulamento." (NR)

CLT
Art. 392. A empregada gestante tem direito à
licença-maternidade de 120 (cento e vinte)
dias, sem prejuízo do emprego e do salário.
(Redação dada pela Lei nº 10.421, 15.4.2002)
§ 1º A empregada deve, mediante atestado
médico, notificar o seu empregador da data do
início do afastamento do emprego, que poderá
ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo) dia antes
do parto e ocorrência deste.
(Redação dada pela Lei nº 10.421, 15.4.2002).
[...]
Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver
guarda judicial para fins de adoção de criança
ou adolescente será concedida licença-
maternidade nos termos do art. 392 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017)
g) Salário-maternidade e extinção do contrato por
tempo determinado: a segurada que durante a
gestação foi contratada por tempo determinado terá
direito ao recebimento do salário-maternidade caso se
apresente como peticionária desempregada? É
relevante identificar quem não quis prosseguir com o
contrato por tempo determinado? Ver Memorando-
Circular Conjunto nº 44 /DIRBEN/PFE/INSS, haja vista
a decisão judicial proferida no Agravo de Instrumento
de nº 5055114-88.2017.4.04.0000/PR, que estendeu a
eficácia territorial da decisão na Ação Civil Pública nº
5041315-27.2017.4.04.7000/PR para todo o território
nacional.

h) Uma empregada foi contratada e desligada sem


justa causa em dois contratos de emprego sucessivos,
que tiveram, respectivamente, a duração de um e de
dois meses. Findo o segundo contrato, a empregada
constatou estar grávida desde o transcurso do
primeiro ajuste contratual. Qual dos dois
empregadores estaria obrigado à reintegração ou ao
pagamento da indenização decorrente do período de
estabilidade?
Memorando-Circular Conjunto nº 44
/DIRBEN/PFE/INSS

A decisão judicial proferida com deferimento de


tutela provisória em sede de Agravo de Instrumento
de nº 5055114-88.2017.4.04.0000/PR, estabeleceu
que, na Ação Civil Pública nº 5041315-
27.2017.4.04.7000, em trâmite na 17ª Vara Federal
de Curitiba/PR, que determinou ao INSS “conceder
o benefício de salário-maternidade às gestantes
desempregadas no curso da gravidez, preenchidos
os demais requisitos ao benefício, pagando-os
diretamente”, afastando-se o entendimento de
que o pagamento do benefício seria de
responsabilidade da empresa nos casos de
gestantes demitidas “sem justa causa” ou em
razão do encerramento da vigência de contrato
por tempo determinado, de que trata o art. 97 do
Regulamento da Previdência Social-RPS, aprovado
pelo Decreto nº 3.048/99, deve abranger todo
território nacional, alcançando todas as Agências da
Previdência Social - APS. 2. Em razão da decisão,
na análise dos requerimentos de benefício de
saláriomaternidade, realizados a partir de
27/09/2017, as APS de todo o território nacional
deverão observar as orientações constantes neste
Memorando-Circular Conjunto
i) A empregada pode trabalhar durante o período
da licença-maternidade? Ela pode firmar novo
contrato de emprego nesse ínterim? E trabalho
autônomo pode ser realizado no período? Há
falar-se, em casos tais, em direito fundamental
ao trabalho (art. 5º, XIII, da CF-88)? Analisar
situação contida na Lei 11770/2008 e no art. 139
da CLT.

j) Diante da admissão de empregadas com menos de


cinco meses após o parto haverá estabilidade? Há
obrigatoriedade de garantia da licença-maternidade e
do salário-maternidade? A proteção oferecida pela lei
é à gestante ou à parida? A ciência do empregador
seria importante para determinar a estabilidade?

k) Licença paternidade

l) A estabilidade dada aos detentores da guarda de


mãe falecida: Lei Complementar n. 146, de 25 de
junho de 2014, com vigência a partir da data de
sua publicação.

m) Pode-se falar em extensão da licença-


maternidade ou do salário-maternidade , por analogia
às disposições contidas na Lei Complementar n. 146,
de 25 de junho de 2014, em favor de quem, não
sendo marido ou companheiro, assuma a guarda
do menor órfão?
CF-88
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;

LEI 11.770/2008
Art. 4o No período de prorrogação da licença-
maternidade e da licença-paternidade de que trata
esta Lei, a empregada e o empregado não poderão
exercer nenhuma atividade remunerada, e a criança
deverá ser mantida sob seus
cuidados. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
de 2016)
Parágrafo único. Em caso de descumprimento do
disposto no caput deste artigo, a empregada e o
empregado perderão o direito à
prorrogação. (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016)

LEI 8.213/91
Art. 71-C. A percepção do salário-maternidade,
inclusive o previsto no art. 71-B, está condicionada
ao afastamento do segurado do trabalho ou da
atividade desempenhada, sob pena de suspensão
do benefício. (Incluído pela Lei nº 12.873,
de 2013)
CLT

Art. 392-B. Em caso de morte da genitora,


é assegurado ao cônjuge ou companheiro
empregado o gozo de licença por todo o
período da licença-maternidade ou pelo
tempo restante a que teria direito a mãe,
exceto no caso de falecimento do filho ou
de seu
abandono. (Redação dada
pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)

Art. 392-C. Aplica-se, no que couber, o


disposto no art. 392-A e 392-B ao
empregado que adotar ou obtiver guarda
judicial para fins de
adoção. (Incluído pela Lei nº
12.873, de 2013)
LEI COMPLEMENTAR Nº 146, DE 25 DE
JUNHO DE 2014
Estende a estabilidade provisória prevista
na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato
das Disposições Constitucionais
Transitórias à trabalhadora gestante, nos
casos de morte desta, a quem detiver a
guarda de seu filho.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço


saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

Art. 1o O direito prescrito na alínea b do


inciso II do art. 10 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, nos casos em
que ocorrer o falecimento da genitora, será
assegurado a quem detiver a guarda do
seu filho.

Art. 2o Esta Lei Complementar entra em


vigor na data de sua publicação.
Brasília, 25 de junho de 2014; 193o da
Independência e 126o da República.
DILMA ROUSSEFF
n) A maternidade afetiva e as conquistas
trazidas pela Lei 13.509/2017

Art. 391-A, CLT. A confirmação do estado de gravidez


advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que
durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou
indenizado, garante à empregada gestante a
estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II
do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias. (Incluído pela Lei nº
12.812, de 2013)

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo


aplica-se ao empregado adotante ao qual tenha sido
concedida guarda provisória para fins de adoção.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 392-A, CLT. À empregada que adotar ou obtiver


guarda judicial para fins de adoção de criança ou
adolescente será concedida licença-maternidade nos
termos do art. 392 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)

Art. 396, CLT. Para amamentar seu filho, inclusive se


advindo de adoção, até que este complete 6 (seis)
meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada
de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de meia
hora cada um. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017)
EFEITOS DOS BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS NO
CONTRATO DE
EMPREGO:

SUSPENSÃO DO
CONTRATO DE EMPREGO
PROTEGER EM FACE DO RISCO
DA “DOENÇA” OU DO RISCO
DA “INCAPACIDADE” ?
Art. 201. Os planos de previdência social,
mediante contribuição, atenderão, nos termos da
lei, a:
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez,
morte, incluídos os resultantes de acidentes do
.
trabalho, velhice e reclusão; (TEXTO ORIGINAL)

Art. 201. A previdência social será organizada sob


a forma do Regime Geral de Previdência Social, de
caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei,
a: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez,
morte e idade avançada (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - cobertura dos eventos de incapacidade
temporária ou permanente para o trabalho e
idade avançada (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
Auxílio por
incapacidade
temporária
(antigo auxílio-
BENEFÍCIOS
.
doença)
POR
INCAPACIDA
DE Aposentadoria
por
incapacidade
permanente
(antiga
aposentadoria
por invalidez)
PONTOS DE SEMELHANÇA
ENTRE OS BENEFÍCIOS POR
INCAPACIDADE
AMBOS SÃO BENEFÍCIOS
QUE COBREM O RISCO DA
“INCAPACIDADE”
Art. 71. O auxílio por incapacidade temporária
será devido ao segurado que, uma vez cumprido,
quando for o caso, o período de carência exigido,
ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a
sua atividade habitual por mais de quinze dias
consecutivos,
. conforme definido em avaliação
médico-pericial. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
Art. 43. A aposentadoria por incapacidade
permanente, uma vez cumprido o período de
carência exigido, quando for o caso, será devida ao
segurado que, em gozo ou não de auxílio por
incapacidade temporária, for considerado incapaz
para. o trabalho e insuscetível de reabilitação para
o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, que lhe será paga enquanto
permanecer nessa condição. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020).

§ 1º A concessão de aposentadoria por


incapacidade permanente dependerá da
verificação da condição de incapacidade por meio
de exame médico-pericial a cargo da Perícia
Médica Federal, de modo que o segurado possa, às
suas expensas, ser acompanhado por médico de
sua confiança. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020).
AMBOS COMPARTILHAM A
MESMA ETIOLOGIA
doença
BENEFÍCIOS
.
POR
INCAPACIDA
DE
acidente
Art. 30.
[...]
§ 1º Entende-se como ACIDENTE de qualquer
natureza ou causa aquele de origem traumática e
por exposição a agentes exógenos, físicos,
químicos ou biológicos, que acarrete lesão
.
corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou a redução permanente ou
temporária da capacidade laborativa. (Incluído
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 2º Até que seja elaborada a lista de DOENÇAS


OU AFECÇÕES a que se refere o inciso III do caput,
independerá de carência a concessão de auxílio
por incapacidade temporária e de aposentadoria
por incapacidade permanente ao segurado que,
após filiar-se ao RGPS, seja acometido por alguma
das seguintes doenças: (Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020) [...]
Ocupacional
.

Acidente

Não
ocupacional
Ocupacional
.

Doença

Não
ocupacional
AMBOS SÃO BENEFÍCIOS
CUJA VERIFICAÇÃO DA
INCAPACIDADE SE DÁ POR
MEIO DE EXAME MÉDICO-
PERICIAL.
Art. 43
[...]
§ 1º A concessão de aposentadoria por
incapacidade permanente dependerá da
verificação da condição de incapacidade por meio
de exame
. médico-pericial a cargo da Perícia
Médica Federal, de modo que o segurado possa, às
suas expensas, ser acompanhado por médico de
sua confiança (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020).
Art. 71. O auxílio por incapacidade temporária
será devido ao segurado que, uma vez cumprido,
quando for o caso, o período de carência exigido,
ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a
sua atividade habitual por mais de quinze dias
consecutivos,
. conforme definido em avaliação
médico-pericial (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
AMBOS SÃO BENEFÍCIOS EM
RELAÇÃO AOS QUAIS HÁ
VEDAÇÃO DE CONCESSÃO
AO SEGURADO QUE SE
FILIAR JÁ PORTADOR DE
DOENÇA OU LESÃO.
Art. 71 [...]
§ 1º Não será devido auxílio por incapacidade
temporária ao segurado que se filiar ao RGPS já
portador de doença ou lesão invocada como causa
para a concessão do benefício, exceto quando a
incapacidade
. sobrevier por motivo de progressão
ou agravamento dessa doença ou lesão (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

Art. 43 [...]
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era
portador ao filiar-se ao RGPS não lhe conferirá
direito à aposentadoria por incapacidade
permanente, exceto quando a incapacidade
sobrevier por motivo de progressão ou
agravamento dessa doença ou lesão (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
AMBOS SÃO BENEFÍCIOS
QUE EXIGEM O
CUMPRIMENTO DA MESMA
CARÊNCIA E QUE SE
SUBMETEM ÀS MESMAS
HIPÓTESES DE ISENÇÃO
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do
Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o
disposto no art. 30, depende dos seguintes
períodos de carência:
.I - doze contribuições mensais, nos casos de
auxílio por incapacidade temporária e
aposentadoria por incapacidade permanente;
e (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de
2020).
[...]
Art. 30. Independe de carência a concessão das
seguintes prestações:
[...]
III - auxílio por incapacidade temporária e
aposentadoria por incapacidade permanente nos
casos de acidente de qualquer natureza ou causa e
de. doença profissional ou do trabalho e nos casos
de segurado que, após filiar-se ao RGPS, seja
acometido de alguma das doenças ou afecções
especificadas em lista elaborada pelos Ministérios
da Saúde e da Economia, atualizada a cada três
anos, de acordo com os critérios de estigma,
deformação, mutilação, deficiência ou outro fator
que lhe confira especificidade e gravidade que
mereçam tratamento particularizado; (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
§ 1º Entende-se como acidente de qualquer natureza
ou causa aquele de origem traumática e por
exposição a agentes exógenos, físicos, químicos ou
biológicos, que acarrete lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda
ou a redução permanente ou temporária da
capacidade laborativa. (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
Art. 30. Independe de carência a concessão das
seguintes prestações:
[...]
§ 2º Até que seja elaborada a lista de doenças ou
afecções a que se refere o inciso III do caput,
independerá de carência a concessão de auxílio por
incapacidade
.
temporária e de aposentadoria por
incapacidade permanente ao segurado que, após
filiar-se ao RGPS, seja acometido por alguma das
seguintes doenças: (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
I - tuberculose ativa; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
II - hanseníase; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
III - alienação mental; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
IV - esclerose múltipla; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
V - hepatopatia grave; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
Art. 30. Independe de carência a concessão das seguintes
prestações: [...]
§ 2º [...]
VI - neoplasia maligna; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
VII - cegueira; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
VIII - .paralisia irreversível e incapacitante; (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
IX - cardiopatia grave; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
X - doença de Parkinson; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
XI - espondiloartrose anquilosante; (Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
XII - nefropatia grave; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
XIII - estado avançado da doença de Paget (osteíte
deformante); (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
XIV - síndrome da imunodeficiência adquirida (aids); ou
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
XV - contaminação por radiação, com base em conclusão da
medicina especializada. (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
.
Art. 27-A. Na hipótese de perda da qualidade de
segurado, para fins da concessão dos benefícios de
auxílio por incapacidade temporária, de
aposentadoria por incapacidade permanente, de
salário-maternidade e de auxílio-reclusão, as
.
contribuições anteriores à perda somente serão
computadas para fins de carência depois que o
segurado contar, a partir da nova filiação ao RGPS,
com metade do número de contribuições exigidas
para o cumprimento do período de carência
definido no art. 29. (Redação dada pelo Decreto
nº 10.410, de 2020).
Parágrafo único. Aplica-se o disposto
no caput ao segurado oriundo de regime próprio
de previdência social que se filiar ao Regime Geral
de Previdência Social após os prazos a que se
refere o inciso II do caput e o § 1º do art.
13. (Incluído pelo Decreto nº 5.545, de
2005)
AMBOS OS BENEFÍCIOS
DEPENDEM DA
IDENTIFICAÇÃO DO
SALÁRIO DE BENEFÍCIO
PARA SEREM CALCULADOS
Art. 31. Salário de benefício é o valor básico
utilizado para o cálculo da renda mensal dos
benefícios de prestação continuada, inclusive
aqueles regidos por normas especiais, exceto:
(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
.

I - o salário-família; (Incluído pelo Decreto nº


10.410, de 2020)
II - a pensão por morte; (Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
III - o salário-maternidade; (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
IV - o auxílio-reclusão; e (Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
V - os demais benefícios previstos em legislação
especial. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
Art. 32. O salário de benefício a ser utilizado para
o cálculo dos benefícios de que trata este
Regulamento, inclusive aqueles previstos em
acordo internacional, consiste no resultado da
média aritmética simples dos salários de
.
contribuição e das remunerações adotadas como
base para contribuições a regime próprio de
previdência social ou como base para
contribuições decorrentes das atividades militares
de que tratam os art. 42 e art. 142 da Constituição,
considerados para a concessão do benefício,
atualizados monetariamente, correspondentes a
cem por cento do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da
contribuição, se posterior a essa competência.
(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
[...]
§ 3º O valor do salário de benefício não será
inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao
limite máximo do salário-de-contribuição na data
de início do benefício.
Art. 32.
[...]
§ 6º Se, no período básico de cálculo, o segurado
tiver recebido benefício por incapacidade,
considerar-se-á como salário-de-contribuição, no
.
período, o salário-de-benefício que serviu de base
para o cálculo da renda mensal, reajustado nas
mesmas épocas e nas mesmas bases dos
benefícios em geral, não podendo ser inferior ao
salário mínimo nem superior ao limite máximo do
salário-de-contribuição.
[...]
§ 8º Para fins de apuração do salário-de-benefício
de qualquer aposentadoria precedida de auxílio-
acidente, o valor mensal deste será somado ao
salário-de-contribuição antes da aplicação da
correção a que se refere o art. 33, não podendo o
total apurado ser superior ao limite máximo do
salário-de-contribuição.
Art. 32.
[...]
§ 23. O auxílio por incapacidade temporária não
poderá exceder a média aritmética simples dos
últimos doze salários de contribuição, inclusive no
caso . de remuneração variável, ou, se não houver
doze salários de contribuição, a média aritmética
simples dos salários de contribuição existentes,
observado o disposto no art. 33. (Redação dada
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Art. 34. O salário de benefício do segurado que
contribuir em razão de atividades concomitantes
será calculado com base na soma dos salários de
contribuição das atividades exercidas na data do
requerimento ou do óbito ou no período básico
de .cálculo, observado o disposto no art. 32
(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
[...]
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º do art. 73, o
salário de benefício do auxílio por incapacidade
temporária será calculado com base na soma dos
salários de contribuição referentes às atividades
para as quais o segurado seja considerado
incapacitado. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020).
AMBOS OS BENEFÍCIOS
EXIGEM A SUPERAÇÃO DE
UM “PERÍODO DE ESPERA”
PARA QUE A INCAPACIDADE
SEJA JURÍDICAMENTE
RELEVANTE
Art. 71. O auxílio por incapacidade temporária será
devido ao segurado que, uma vez cumprido, quando for
o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado
para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por
mais de quinze dias consecutivos, conforme definido
em .avaliação médico-pericial. (Redação dada
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Art. 44. A aposentadoria por incapacidade permanente
será devida a partir do dia imediato ao da cessação do
auxílio por incapacidade temporária, ressalvado o
disposto no § 1º, e consistirá em renda mensal
decorrente da aplicação dos seguintes percentuais
incidentes sobre o salário de benefício, definido na
forma do disposto no art. 32 [...]
§ 1º Na hipótese de a perícia médica inicial concluir
pela existência de incapacidade total e definitiva para o
trabalho, a aposentadoria por incapacidade permanente
será devida: (Redação dada pelo Decreto nº 10.410,
de 2020).
. segurado empregado a contar do décimo sexto
I - ao
dia do afastamento da atividade ou a partir da data da
entrada do requerimento, se entre o afastamento e a
entrada do requerimento decorrerem mais de trinta
dias; e (Redação dada pelo Decreto nº 3.265,
de 1999)
II - ao segurado empregado doméstico, contribuinte
individual, trabalhador avulso, especial ou facultativo, a
contar da data do início da incapacidade ou da data da
entrada do requerimento, se entre essas datas
decorrerem mais de trinta dias (Redação dada pelo
Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 2º Durante os primeiros quinze dias de afastamento
consecutivos da atividade por motivo de invalidez,
caberá à empresa pagar ao segurado empregado o
salário. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
Art. 75. Durante os primeiros quinze dias consecutivos
de afastamento da atividade por motivo de
incapacidade temporária, compete à empresa pagar o
salário ao segurado empregado (Redação dada
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 1º. Cabe à empresa que dispuser de serviço médico
próprio ou em convênio o exame médico e o abono das
faltas correspondentes aos primeiros quinze dias de
afastamento.
§ 2º Quando a incapacidade ultrapassar o período de
quinze dias consecutivos, o segurado será encaminhado
ao INSS para avaliação médico-pericial (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 3º Se concedido novo benefício decorrente do mesmo
motivo que gerou a incapacidade no prazo de sessenta
dias, contado da data da cessação do benefício anterior,
a empresa ficará desobrigada do pagamento relativo aos
quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o
benefício anterior e descontando-se os dias trabalhados,
se for o caso. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
Art. 75.
[...]
§ 4º Se o segurado empregado, por motivo de
incapacidade, afastar-se do trabalho durante o período
de quinze dias, retornar à atividade no décimo sexto dia
e voltar a se afastar no prazo de sessenta dias, contado
da data de seu retorno, em decorrência do mesmo
motivo que gerou a incapacidade, este fará jus ao auxílio
por incapacidade temporária a partir da data do novo
afastamento. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
§ 5º Na hipótese prevista no § 4º, se o retorno à
.
atividade tiver ocorrido antes do período de quinze dias
do afastamento, o segurado fará jus ao auxílio por
incapacidade temporária a partir do dia seguinte ao que
completar aquele período. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 6º Na impossibilidade de realização do exame
médico-pericial inicial antes do término do período de
recuperação indicado pelo médico assistente em
documentação, o empregado é autorizado a retornar ao
trabalho no dia seguinte à data indicada pelo médico
assistente, mantida a necessidade de comparecimento
do segurado à perícia na data
agendada. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
EM QUALQUER UM DOS
BENEFÍCIOS POR
INCAPACIDADE A EMPRESA
TEM ACESSO ÀS DECISÕES
ADMINISTRATIVAS DOS
BENEFÍCIOS PEDIDOS POR
SEUS EMPREGADOS.
Art. 76-A. É facultado à empresa protocolar
requerimento de auxílio-doença ou
documento dele originário de seu empregado
ou de contribuinte individual a ela vinculado
ou a seu serviço, na forma estabelecida pelo
INSS. (Incluído pelo Decreto nº
5.699, de 2006)
Parágrafo único. A empresa que adotar o
procedimento previsto no caput terá acesso
às decisões administrativas a ele relativas.
(Incluído pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
(Revogado pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

Art. 76-A. É facultado à empresa protocolar


requerimento de auxílio por incapacidade
temporária ou documento dele originário de
seu empregado ou de contribuinte individual
a ela vinculado ou a seu serviço, na forma
estabelecida pelo INSS. (Redação dada
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Art. 76-B. A empresa terá acesso às
decisões administrativas de benefícios
requeridos por seus empregados,
resguardadas as informações
consideradas sigilosas, na forma
estabelecida em ato do INSS (Incluído
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
EM AMBOS OS BENEFÍCIOS A
MANUTENÇÃO DEPENDE
DE EXAME MÉDICO A
CARGO DA PERÍCIA MÉDICA
FEDERAL, PROCESSO DE
REABILITAÇÃO
PROFISSIONAL A CARGO
DO INSS E TRATAMENTO
DISPENSADO
GRATUITAMENTE
Art. 77. O segurado em gozo de auxílio por
incapacidade temporária concedido judicial
ou administrativamente está obrigado,
independentemente de sua idade e sob pena
de suspensão do benefício, a submeter-se a
exame médico a cargo da Perícia Médica
Federal, processo de reabilitação profissional
a cargo do INSS e tratamento dispensado
gratuitamente, exceto o cirúrgico e a
transfusão de sangue, que são
facultativos. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
Art. 77-A. O segurado em gozo de auxílio por
incapacidade temporária concedido judicial
ou administrativamente poderá ser
convocado a qualquer tempo para avaliação
das condições que ensejaram sua concessão
ou manutenção. (Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
Art. 46. O segurado aposentado por
incapacidade permanente poderá ser
convocado a qualquer momento para avaliação
das condições que ensejaram o afastamento ou
a aposentadoria, concedida judicial ou
administrativamente, sem prejuízo do disposto
no § 1º e sob pena de suspensão do
benefício. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020).
§ 1º Observado o disposto no caput, o
aposentado por incapacidade permanente fica
obrigado, sob pena de suspensão do
pagamento do benefício, a submeter-se a
exame médico-pericial pela Perícia Médica
Federal, a processo de reabilitação profissional
a cargo do INSS e a tratamento dispensado
gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão
de sangue, que são facultativos. (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
PONTOS DE
DESSEMELHANÇA ENTRE
OS BENEFÍCIOS POR
INCAPACIDADE
EXTENSÃO DA
INCAPACIDADE
PONTUAL
(auxílio por
incapacidade
temporária)

.
Extensão da
incapacidade

MULTIPROFISSIONAL
(aposentadoria por
incapacidade
permanente)
PONTUAL – AUXÍLIO POR INCAPACIDADE
TEMPORÁRIA

Art. 73. O auxílio por incapacidade temporária do


segurado que exercer mais de uma atividade
abrangida pela previdência social será devido
mesmo no caso de incapacidade apenas para o
exercício de uma delas, hipótese em que o
segurado deverá informar a Perícia Médica Federal
a respeito de todas as atividades que estiver
.
exercendo (Redação dada pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)

§ 1º Na hipótese prevista neste artigo, o auxílio


por incapacidade temporária será concedido em
relação à atividade para a qual o segurado estiver
incapacitado, consideradas para fins de carência
somente as contribuições relativas a essa
atividade. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
§ 2º Se nas várias atividades o segurado exercer a
mesma profissão, será exigido de imediato o
afastamento de todas.
§ 3º Constatada durante o recebimento do auxílio por
incapacidade temporária concedido nos termos do
disposto neste artigo a incapacidade do segurado para
cada uma das demais atividades, o valor do benefício
deverá ser revisto com base nos salários de contribuição
de cada uma das atividades, observado o disposto nos
incisos I ao III do caput do art. 72 (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 4º Na hipótese prevista no § 1º, o valor do auxílio por
incapacidade temporária poderá ser inferior ao salário-
mínimo,. desde que, se somado às demais remunerações
recebidas, resulte em valor superior ao salário-mínimo
(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 5º O segurado que, durante o gozo do auxílio por
incapacidade temporária, vier a exercer atividade
remunerada que lhe garanta a subsistência poderá ter o
benefício cancelado a partir do retorno à atividade,
observado o disposto no art. 179. (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 6º Na hipótese prevista no § 5º, caso a atividade
remunerada exercida seja diversa daquela que gerou o
benefício, deverá ser verificada a incapacidade para cada
uma das atividades exercidas, observado o disposto no
caput e nos § 1º, § 2º e § 3º. (Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
Art. 74. Quando o segurado que exercer mais de uma
atividade for considerado definitivamente
incapacitado para uma delas, o auxílio por
incapacidade temporária deverá ser mantido
.
indefinidamente, hipótese em que não caberá a
concessão de aposentadoria por incapacidade
permanente enquanto a incapacidade não se estender
às demais atividades. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020)

Parágrafo único. Na situação prevista no caput, o


segurado somente poderá transferir-se das demais
atividades que exerce após o conhecimento da
reavaliação médico-pericial.
MULTIPROFISSIONAL – APOSENTADORIA POR
INCAPACIDADE PERMANENTE

Art. 43. A aposentadoria por incapacidade


permanente, uma vez cumprido o período de
carência exigido, quando for o caso, será devida ao
.
segurado que, em gozo ou não de auxílio por
incapacidade temporária, for considerado incapaz
para o trabalho e insuscetível de reabilitação para
o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, que lhe será paga enquanto
permanecer nessa condição. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020).
SUSCETIBILIDADE DE
REABILITAÇÃO
EXISTE
(auxílio por
incapacidade
temporária)

.
Suscetibilidade
de reabilitação

NÃO EXISTE
(aposentadoria por
incapacidade
permanente)
AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA

Art. 79. O segurado em gozo de auxílio por incapacidade


temporária insuscetível de recuperação para sua
atividade habitual deverá submeter-se a processo de
.
reabilitação profissional para o exercício de outra
atividade. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
§ 1º O benefício a que se refere o caput será mantido
até que o segurado seja considerado reabilitado para o
desempenho de atividade que lhe garanta a subsistência
ou, quando considerado não recuperável, seja
aposentado por incapacidade
permanente. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
§ 2º A alteração das atribuições e responsabilidades do
segurado compatíveis com a limitação que tenha sofrido
em sua capacidade física ou mental não configura desvio
de cargo ou função do segurado reabilitado ou que
estiver em processo de reabilitação profissional a cargo
do INSS. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE:

Art. 43. A aposentadoria por incapacidade permanente,


uma vez cumprido o período de carência exigido,
quando. for o caso, será devida ao segurado que, em
gozo ou não de auxílio por incapacidade temporária, for
considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de
reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, que lhe será paga enquanto
permanecer nessa condição. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020).
A RENDA MENSAL DO
BENEFÍCIO
AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA

Art. 72. O auxílio por incapacidade temporária consiste em


renda mensal correspondente a noventa e um por cento do
salário de benefício definido na forma prevista no art. 32 e será
devido: (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de
2020) .

Art. 32 [...]
§ 23. O auxílio por incapacidade temporária não poderá
exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários
de contribuição, inclusive no caso de remuneração variável,
ou, se não houver doze salários de contribuição, a média
aritmética simples dos salários de contribuição existentes,
observado o disposto no art. 33. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020).
Art.34 [...]
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º do art. 73, o salário de
benefício do auxílio por incapacidade temporária será
calculado com base na soma dos salários de contribuição
referentes às atividades para as quais o segurado seja
considerado incapacitado. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020).
APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE

Art. 44. A aposentadoria por incapacidade permanente será


devida a partir do dia imediato ao da cessação do auxílio por
incapacidade temporária, ressalvado o disposto no § 1º, e
consistirá em renda mensal decorrente da aplicação dos
seguintes
. percentuais incidentes sobre o salário de benefício,
definido na forma do disposto no art. 32: (Redação dada
pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

I - sessenta por cento, com acréscimo de dois pontos


percentuais para cada ano de contribuição que exceder o
tempo de vinte anos de contribuição, para os homens, ou
quinze anos de contribuição, para as mulheres; ou (Incluído
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

II - cem por cento, quando a aposentadoria decorrer


de:(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
a) acidente de trabalho; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
b) doença profissional; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
c) doença do trabalho. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
A INCAPACIDADE ENTRE O TRABALHISTA E O
PREVIDENCIÁRIO: A METÁFORA DAS
ESTRADAS PARALELAS
Instituto previdenciário Instituto trabalhista

Não trabalho Trabalho

Salário-maternidade Licença-maternidade
Benefício por incapacidade – auxílio por
incapacidade temporária ou Licença por incapacidade
aposentadoria por incapacidade
permanente

Período de espera Salário-enfermidade (15 primeiros dias


para segurados empregados)

Reabilitação Readaptação

Alta previdenciária Exame de retorno


Capacidade/incapacidade Aptidão/ inaptidão

Tempo de contribuição Tempo de serviço

Responsabilidade securitária social da Responsabilidade civil-trabalhista do


previdência social empregador

Demandas na Justiça Comum – varas de Demandas na Justiça do Trabalho, se o


acidente do trabalho, se o evento foi evento foi acidentário.
acidentário; ou varas federais, se o
evento foi não acidentário.

Pensão por morte Pensionamento por morte, baseado no


disposto no artigo 948, II, do Código
Civil.

Auxílio-acidente Pensionamento por defeito, baseado


no disposto no artigo 950, do Código
Civil.
A MÉTAFORA DAS PORTAS NO CORREDOR...
A METÁFORA DO EMPAREDAMENTO
Etimologia

É importante lembrar que a palavra “limbo”


provém do latim limbus, que se pode traduzir
como orla, debrum, margem ou franja.
Compreenda-se que há nesse vocábulo uma
clara ideia de posicionamento do
empregado/segurado num ponto
supostamente esquecido e não protegido.

A ideia de ‘esquecimento’ provém da


concepção católica de limbo, que é um lugar
fora dos limites do céu, no qual se vive de
forma esquecida, sem a visão plena da
eternidade. Dizer, portanto, que alguém está
no “limbo” equivale afirmar que essa pessoa
foi ‘esquecida’ e que vive uma insustentável
situação na qual não encontrou arrimo nem no
salário nem no benefício previdenciário.
O limbo entre as proteções
trabalhista e previdenciária

Uma (re)leitura do art. 476 da CLT e a


identificação das espécies de limbo
previdenciário

CLT, Art. 476 - Em caso de seguro-doença ou


auxílio-enfermidade, o empregado é
considerado em licença não remunerada,
durante o prazo desse benefício.
Anote-se que não há falar-se em perda da
qualidade de segurado durante o tempo em
que o segurado está discutindo
administrativamente ou judicialmente a sua
eventual incapacidade durante as situações
de limbo previdenciário – veja-se Súmula 74
da TN:
TNU, SÚMULA 74. DOU 22/05/2013. O prazo
de prescrição fica suspenso pela formulação
de requerimento administrativo e volta a
correr pelo saldo remanescente após a
ciência da decisão administrativa final.
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

Primeira situação: A suspensão dos contratos de


emprego dos que, embora incapacitados, não
cumpriram a carência exigida para a fruição de
auxílio por incapacidade temporária (antigo
auxílio-doença) ou aposentadoria por
incapacidade permanente (antiga aposentadoria
por invalidez) e não estavam inseridos em
nenhuma situação que lhes garantia a isenção
do cumprimento de carência (é o que acontece
com eventos não acidentários ou com doenças
não constantes da lista interministerial, a
exemplo de meningite).
Cabe questionar se será ou não iniciada a contagem do prazo para a
perda da qualidade de segurado contra quem está em licença não
remunerada e sem receber benefício por incapacidade em
decorrência do descumprimento da carência.
Veja-se, em contraponto, o dispositivo constante do art. 13, II, segunda
parte, do Decreto 3048/99 e o que consta da Súmula 26 da AGU.
SÚMULA Nº 26, DE 9 DE JUNHO DE 2008
Publicada no DOU, Seção 1, de 10/06; 11/06 e 12/06/2008.
"Para a concessão de benefício por incapacidade, não será considerada
a perda da qualidade de segurado decorrente da própria moléstia
incapacitante”.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

Segunda situação: A suspensão dos contratos de


emprego dos que se filiaram ao RGPS já incapacitados
(incapacidade preexistente) e, por isso, não fruem de
benefício por incapacidade.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

Terceira situação: A suspensão dos contratos de


emprego dos que, depois de terem recebido o salário-
enfermidade, se mantêm na espera (que pode ser longa,
especialmente em tempo de greve) para a realização do
exame médico pericial inicial (código AX1).

A partir do 16º dia o empregado está com o contrato de


emprego suspenso e a violação aí é do INSS com um tempo
dilatado para a realização da AX1. Não há vestígio de
responsabilidade patronal, mas apenas da autarquia
previdenciária.

.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

Terceira situação:

A quem cabe o pedido do auxílio por incapacidade


temporária depois dos quinze primeiros dias de
incapacidade? Ao empregado ou ao
empregador? Há norma que cuide dessa
procedimentalidade?

E se for superado o prazo de quinze dias para o


requerimento do benefício por incapacidade? O
que acontecerá?
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

Quarta situação: A suspensão do auxílio por


incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) se o
segurado negar-se ao submetimento do programa de
reabilitação:

O art. 62 da Lei n. 8.213/91 (com nova redação dada pela


Lei n. 13.457/2017) é, aliás, bem claro no sentido de que
“o segurado em gozo de auxílio por incapacidade
temporária (antigo auxílio-doença), insuscetível de
recuperação para sua atividade habitual, DEVERÁ
submeter-se a processo de reabilitação profissional para
o exercício de outra atividade”.

.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

O parágrafo único acrescenta que o auxílio por


incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) será
mantido até que o segurado

(a) seja considerado reabilitado para o desempenho de


atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando
considerado não recuperável,
(b) seja aposentado por invalidez. Sobre a obrigatoriedade
do submetimento ao programa de reabilitação, cabe ainda
referir o conteúdo do art.101 da já referida Lei n. 8.213/92,
segundo o qual “o segurado em gozo de auxílio-doença,
aposentadoria por invalidez e o pensionista inválido estão
obrigados, sob pena de suspensão do benefício, a
submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social,
processo de reabilitação profissional por ela prescrito e
custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o
cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos”.

Assim, se o INSS encaminhar o segurado para o programa


de reabilitação e ele não quiser se submeter, será o seu
benefício por incapacidade suspenso. Tal situação o
colocará numa especial situação de limbo previdenciário,
pois privado tanto da relação jurídica trabalhista quanto da
relação jurídica previdenciária.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

Quinta situação:

A situação dos empregados que não cumpriram o


comando do §14 do art. 195 da CF-88, tampouco do art.
29 da EC 103, de 2019, nem mesmo do art. 19-E do
Decreto 3.048/99.

.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

Quinta situação:

CF-88

Art. 195 [...] § 14. O segurado somente terá reconhecida como


tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência
Social a competência cuja contribuição seja igual ou
superior à contribuição mínima mensal exigida para sua
categoria, assegurado o agrupamento de
contribuições. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

Quinta situação:
EC-103/2019:
Art. 29. Até que entre em vigor lei que disponha
sobre o § 14 do art. 195 da Constituição Federal, o
segurado que, no somatório de remunerações
auferidas no período de 1 (um) mês, receber
remuneração inferior ao limite mínimo mensal do
salário de contribuição poderá:
I - complementar a sua contribuição, de forma a
alcançar o limite mínimo exigido;
II - utilizar o valor da contribuição que exceder o
limite mínimo de contribuição de uma competência
em outra; ou
III - agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo
de diferentes competências, para aproveitamento em
contribuições mínimas mensais.
Parágrafo único. Os ajustes de complementação ou
agrupamento de contribuições previstos nos incisos I,
II e III do caput somente poderão ser feitos ao longo
do mesmo ano civil.

.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

Quinta situação:
Decreto 3.048/99

Art. 19-E. A partir de 13 de novembro de 2019, para


fins de aquisição e manutenção da qualidade de
segurado, de carência, de tempo de contribuição e
de cálculo do salário de benefício exigidos para o
reconhecimento do direito aos benefícios do RGPS e
para fins de contagem recíproca, somente serão
consideradas as competências cujo salário de
contribuição seja igual ou superior ao limite mínimo
mensal do salário de contribuição. (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)

.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

Sexta situação: A suspensão dos contratos de emprego


dos que, em face da alta previdenciária, não são
considerados aptos ao trabalho no exame de retorno.

Quando o INSS declara a existência de capacidade laborativa


haverá a cessação da suspensão do contrato de
emprego? A data de cessação do benefício (DCB) é
imediata?

O empregado, então, é obrigado a fazer o exame de retorno?


Ele tem o dever de reapresentar-se ao empregador? E se
não o fizer?

O empregador tem o dever de promover a adaptação


razoável?

.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

IN 77/2015 – ALTA PROGRAMADA

Art. 304. O INSS poderá estabelecer, mediante avaliação médico-


pericial, o prazo suficiente para a recuperação da capacidade para o
trabalho do segurado.
§ 1º Na análise médico-pericial deverá ser fixada a data do início da
doença - DID e a data do início da incapacidade - DII, devendo a
decisão ser fundamentada a partir de dados clínicos objetivos,
exames complementares, comprovante de internação
hospitalar,atestados de tratamento ambulatorial, entre outros
elementos,conforme o caso, sendo que os critérios utilizados para
fixação dessas datas deverão ficar consignados no relatório de
conclusão do exame.
§2º Caso o prazo fixado para a recuperação da capacidade para o
seu trabalho ou para a sua atividade habitual se revele insuficiente,
o segurado poderá:
I - nos quinze dias que antecederem a DCB, solicitar a realização de
nova perícia médica por meio de pedido de prorrogação- PP;
II - após a DCB, solicitar pedido de reconsideração - PR,observado o
disposto no § 3º do art. 303, até trinta dias depois do prazo fixado,
cuja perícia poderá ser realizada pelo mesmo profissional
responsável pela avaliação anterior; ou
III - no prazo de trinta dias da ciência da decisão, interpor recurso à
JRPS.
.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

D. 3048/99 - DCB
Art. 78. O auxílio por incapacidade temporária cessa pela
recuperação da capacidade para o trabalho, pela concessão
de aposentadoria por incapacidade permanente ou, na
hipótese de o evento causador da redução da capacidade
laborativa ser o mesmo que gerou o auxílio por incapacidade
temporária, pela concessão do auxílio acidente. (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
§ 1º Sempre que possível, o ato de concessão ou de
reativação de auxílio por incapacidade temporária, judicial
ou administrativo, deverá estabelecer o prazo estimado
para a duração do benefício. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 2º Caso o prazo concedido para a recuperação se revele
insuficiente, o segurado poderá solicitar a sua prorrogação,
na forma estabelecida pelo INSS. (Redação dada
pelo Decreto nº 8.691, de 2016)
§ 3º A comunicação da concessão do auxílio por
incapacidade temporária conterá as informações
necessárias ao requerimento de sua
prorrogação. (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

D. 3048/99 - DCB
Art. 78. [...]
§ 4º Caso não seja estabelecido o prazo de que trata o § 1º, o
benefício cessará após o prazo de cento e vinte dias, contado da
data de concessão ou de reativação do auxílio por incapacidade
temporária, exceto se o segurado requerer a sua prorrogação ao
INSS, observado o disposto no art. 79. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 5º O segurado que se considerar capaz antes do prazo
estabelecido pela Perícia Médica Federal no ato da concessão ou
da prorrogação do auxílio por incapacidade temporária somente
retornará ao trabalho após nova avaliação médico-
pericial. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 6º O segurado poderá desistir do requerimento de
prorrogação antes da realização do exame médico-pericial,
hipótese em que o benefício será mantido até a data da sua
desistência, desde que posterior à data de cessação estabelecida
pela Perícia Médica Federal. (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
§ 7º O segurado que não concordar com o resultado da
avaliação a que se refere o § 1º poderá apresentar, no prazo de
trinta dias, recurso da decisão proferida pela Perícia Médica
Federal perante o Conselho de Recursos da Previdência Social -
CRPS, cuja análise médico-pericial, se necessária, será feita por
perito médico federal diverso daquele que tenha realizado o
exame anterior. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

IN 77/2015 – INDEFERIMENTO DE PERÍCIA INICIAL E DE PP –


PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

Art. 305. No caso de indeferimento de perícia inicial (AX1) e PP,


poderá ser solicitado PR ou interposto recurso à JR/CRPS no prazo
de até trinta dias, contados da comunicação da conclusão contrária.
§1º O PR será apreciado por meio de novo exame médico pericial
em face da apresentação de novos elementos por parte do
segurado, podendo ser realizado por qualquer perito médico,
inclusive o responsável pela avaliação anterior.
§ 2º O prazo para apresentação do PR é de até trinta dias,contados:
I - da data de realização do exame de conclusão contrária,nos casos
de perícia inicial;
II - do dia seguinte à Data da Cessação do Benefício - DCB,ressalvada
a existência de PP não atendido ou negado; e
III - da data da realização do exame da decisão contrária doP P.
§ 3º Não caberá solicitação de novo PR em benefício no qualjá
tenha ocorrido outro PR.
§ 4º No caso de indeferimento do PR poderá ser interpostorecurso à
JR/CRPS no prazo de até trinta dias, contados da comunicação da
conclusão contrária.

.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015


(ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA).

DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO


Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à
igualdade de oportunidades com as demais pessoas e
não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
§ 1º Considera-se discriminação em razão da
deficiência toda forma de distinção, restrição ou
exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito
ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o
reconhecimento ou o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais de pessoa com deficiência,
incluindo a recusa de adaptações
razoáveis e de fornecimento de tecnologias
assistivas.
§ 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à
fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa.

.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

A readaptação deve ser feita sem prejuízo da remuneração


anterior?

EMENTA READAPTAÇÃO. PRINCÍPIO DA


IRREDUTIBILIDADE SALARIAL. O princípio da
irredutibilidade salarial veda a diminuição do
salário do trabalhador, inclusive quando ele é
designado para realizar outras atribuições em
decorrência de readaptação profissional em
função compatível com a limitação em sua
capacidade laboral. No caso em tela, a questão é
agravada pelo fato de que o autor sofreu acidente
de trabalho e teve de ser readaptado em razão da
própria conduta omissiva da ré em preservar a
saúde do trabalhador, sendo assegurada,
portanto, a remuneração da função anterior e
não daquela que ele passou a exercer. (TRT da 4ª
Região, 3ª Turma, 0020625-88.2015.5.04.0003
RO, em 17/04/2017, Juiz Convocado Luis Carlos
Pinto Gastal).

.
Situações de limbo trabalhista e
previdenciário

O empregador pode operar uma readaptação


meramente preventiva?
Sim. Mesmo que o empregado seja considerado capaz
para o retorno as atividades e apto para o exercício
de suas ocupações, o empregador poderá,
proativamente, readaptá-lo para evitar, pela
inadequação do local de trabalho, a progressão de
doenças ou a agudização de lesões.

Nesse sentido, veja-se o art. 104 do Decreto 3.048/99:


Art. 104 [...] § 4º Não dará ensejo ao benefício a que se
refere este artigo o caso:
I - que apresente danos funcionais ou redução da
capacidade funcional sem repercussão na
capacidade laborativa; e
II - de mudança de função, mediante readaptação
profissional promovida pela empresa, como
medida preventiva, em decorrência de
inadequação do local de trabalho.
Assunção de
responsabilidades:

1ª situação: quando, no exame de retorno,


ASSUNÇÃO o empregado concorda com a alta
previdenciária do INSS, mas apenas o
PATRONAL patrão dela diverge.

2ª situação: quando, no exame de retorno,


empregado e patrão divergem da alta
previdenciária do INSS.

Há alguma possibilidade?
ASSUNÇÃO
OPERÁRIA
Que ocorrerá quando o médico do
trabalho da empresa, no momento em
que realizar o exame de retorno,
divergir da conclusão do perito
médico do INSS que ofereceu a alta
previdenciária?

Antes de qualquer consideração, é importante dizer


que essa divergência é possível, tanto sob o ponto
de vista legal quando sob o aspecto ético.
O Parecer CFM nº 02/13 é claro nesse sentido ao
dispor que
“Não há conflito ético quando ocorrer divergência de
entendimento entre o médico do Trabalho e o
perito médico do INSS. Em caso de indeferimento
do pedido de benefício previdenciário junto ao INSS
e o médico do Trabalho entender que o segurado
encontra-se incapacitado, deve o médico elaborar
relatório médico fundamentado e encaminhar o
trabalhador para perícia médica de recurso”.
A despeito de possível, a divergência do médico do
trabalho fará com que o empregado fique à
disposição da empresa, enquanto procurar a
revisão da decisão administrativa do INSS...
Isso mesmo. Com o término da concessão do
benefício previdenciário por incapacidade, o
contrato de emprego não mais estará suspenso
(artigos 467, CLT e 63 da Lei n.º 8.213/91). Ele
retomará a plena vigência, ainda que o empregado
esteja apenas à disposição do empregador (artigo
4º, CLT).
Esse é o entendimento encontrável em muitas
decisões dos tribunais trabalhistas, sendo
importante citar, a título ilustrativo, a Súmula
TRT5 n. 31. Veja-se o texto da referida Súmula,
mas se atente para o fato de que o nome do
benefício por incapacidade mudou, desde a
publicação da Emenda Constitucional n. 103, de
2019, e do Decreto n. 10.410, de 2020, de “auxílio-
doença” para “auxílio por incapacidade
temporária”:
"SÚMULA TRT5 nº 31. ALTA MÉDICA
CONCEDIDA A EMPREGADO PELA
PREVIDÊNCIA SOCIAL E NEGADA POR
MÉDICO DA EMPRESA. RESPONSABILIDADE
DO EMPREGADOR PELO PAGAMENTO DOS
SALÁRIOS DO PERÍODO POSTERIOR À
CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA
ACIDENTÁRIO. O empregador não pode criar
óbice ao regresso do empregado para o
trabalho e, muito menos suspender o
pagamento dos salários, perpetuando esse
estado de indefinição da vida profissional do
seu empregado. Isto porque, a rigor, do
ponto de vista técnico, não existe o
chamado "limbo jurídico", uma vez que,
com o término da concessão do benefício
previdenciário - auxílio-doença acidentário -
, o contrato de trabalho não está mais
suspenso (artigos 467, CLT e 63 da Lei n.º
8.213/91), volta à plena vigência, ainda que
o empregado esteja apenas à disposição do
empregador (artigo 4º, CLT), cujo tempo
nessa condição deve ser remunerado como
se estivesse, efetivamente, trabalhando,
segundo norma preconizada pelo artigo 4º
da Consolidação das Leis do Trabalho."
OUTRA DECISÃO NO MESMO SENTIDO:
EMENTA: BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.
ALTA MÉDICA. RECUSA DA EMPRESA EM
ASSEGURAR A VOLTA AO TRABALHO.
SALÁRIOS DEVIDOS. O afastamento com
percepção do auxílio doença é hipótese de
suspensão do contrato de trabalho.Todavia,
para que tal ocorra, faz-se necessária a
efetiva percepção do benefício pelo
trabalhador. Com a alta médica pelo INSS, o
empregador tem o dever de receber o
empregado de volta e passar-lhe serviços,
readaptando-o se for o caso. Ao não fazê-lo,
ainda que respaldado por parecer médico,
assumiu o risco de tal conduta, de modo
que a reclamante desde aquele momento
permaneceu à disposição da empresa no
aguardo de ordens (art. 4º, CLT). Assim,
deve o demandado responder pelo
pagamento dos salários do período. Recurso
da reclamante ao qual se dá provimento no
particular (PROCESSO nº 1002907-
18.2016.5.02.0606 (RO) - RELATOR:
RICARDO ARTUR COSTA E TRIGUEIROS)
Não há falar-se, portanto, em situação
de “limbo”, pois a expectativa é a de
que o empregador receberá o
empregado e, se necessário, procederá
eventual readaptação funcional.
E se empregado não se apresentar para
o trabalho após alta, não se
configurará o limbo previdenciário?

Há possibilidade de o empregador não


saber que o empregado teve alta
previdenciária?
E o que o empregador deve fazer tão
logo sabe que o empregado teve alta
previdenciária? Ele deve convocá-lo
para o exame de retorno? Seria
aplicável aqui a súmula 32 do TST?
Súmula nº 32 do TST
ABANDONO DE EMPREGO (nova
redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
Presume-se o abandono de emprego
se o trabalhador não retornar ao
serviço no prazo de 30 (trinta) dias
após a cessação do benefício
previdenciário nem justificar o motivo
de não o fazer.
Em contraponto, veja a decisão a seguir exposta:

Processo – PJe: 0011000-15.2015.5.03.0114 — Acórdão


em 30/01/2018 e RR em 07/02/2018
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região

O chamado limbo previdenciário se dá quando o


trabalhador recebe alta médica do INSS e o empregador,
mediante conclusão médica que atesta sua incapacidade
laborativa, se recusa a reencaminhar o empregado de
volta às suas atividades. Em casos assim, a Justiça do
Trabalho tem condenado os empregadores a pagarem os
salários enquanto o trabalhador não consegue novo
período de afastamento junto ao órgão previdenciário.
Mas e se o empregado não se apresenta para trabalhar
após a alta médica dada pelo INSS? No entender do juiz
convocado Hélder Vasconcelos Guimarães, nesse caso, a
indenização não se torna efetivamente devida por não
configurar o limbo previdenciário. Sob esse fundamento,
a 5ª Turma do TRT mineiro, acompanhando voto do
relator, reformou decisão de 1º grau que condenou a
empregadora, uma rede de drogarias da capital mineira,
ao pagamento dos salários vencidos desde a data da alta
previdenciária.
No caso, o julgador constatou que a trabalhadora, mesmo com
inúmeros problemas de saúde, especialmente psiquiátricos,
recebeu, durante longo período, o benefício previdenciário por
doença comum. Recorreu das altas médicas recebidas pela
autarquia federal e obteve prorrogação dos benefícios.
Como observou, ela deixou de trabalhar de forma motivada, mas
nunca esteve inserida no chamado limbo previdenciário, que
se traduz na negativa da empresa de receber de volta o
empregado após alta médica do INSS. Isso porque a
empregada, embora tenha sido considerada apta pelo INSS,
nunca se apresentou à empresa para o retorno ao trabalho.
Ademais, a própria mãe da empregada contou que sua filha
não tinha condições de retorno, o que ficou confirmado
integralmente pelos relatos médicos e pelo laudo produzido,
no qual a perita confirmou que ela passa 70% do tempo diário
acamada.
“A situação é bastante triste e complicada, mas certamente que a
empregadora não tem que assumir qualquer responsabilidade
pelo ocorrido, mormente por salários de uma empregada que
não lhe presta serviços mais”, expressou-se o desembargador,
esclarecendo que, se a empregada não tem condições de
trabalhar, o que, pelo laudo pericial, é certeiro, cabe a ela
buscar seus direitos na Justiça Federal em face do INSS, a fim
de receber o benefício previdenciário por doença comum.
Mas, como ressaltou, a lei não lhe garante, em nenhum
momento, o recebimento de salários. O relator ainda
acrescentou que a empresa, conhecedora da situação precária
da trabalhadora, praticou todos os atos que pudessem ajudá-la
junto ao INSS.
Nesse contexto, o juiz convocado concluiu não ter havido recusa
ao retorno às atividades por ato único e exclusivo empresário,
mas em decorrência dos longos afastamentos, recursos
administrativos e falta efetiva de condições físicas e mentais
para tanto. Assim, a seu ver, a drogaria não causou nenhum
dano que pudesse ensejar o pagamento de indenizações,
transformadas em salários vencidos e vincendos, ou mesmo o
acolhimento da rescisão indireta do vínculo de emprego.
Assim, entendeu que, como a trabalhadora não mais prestou
serviços para a empregadora a partir de junho de 2015,
independentemente do motivo da ausência, não tem direito
ao pagamento de salários e nem de gratificações natalinas
futuras e vencidas.
Por esses fundamentos, o desembargador absolveu a empresa da
condenação que lhe foi imposta, entendimento que foi
acompanhado pelos demais julgadores da Turma. Foi
interposto recurso de revista, ainda pendente de análise de
admissibilidade.
DANO MORAL EM SITUAÇÃO DE
LIMBO PREVIDENCIÁRIO

“LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO TRABALHISTA.


RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELOS SALÁRIOS E
DEMAIS VANTAGENS DECORRENTES DO VINCULO DE
EMPREGO. DANO À MORAL. Após a alta médica do INSS, a
suspensão do pacto laboral deixa de existir, voltando o
contrato em tela a produzir todos os seus efeitos. Se o
empregador impede o retorno ao labor, deve tal situação ser
vista como se o empregado estivesse à disposição da empresa
esperando ordens, onde o tempo de trabalho deve ser
contado e os salários e demais vantagens decorrentes o
vinculo de emprego quitados pelo empregador, nos termos do
art. 4º da CLT. Além disso, o mero fato de ensejar ao
trabalhador a famosa situação de “limbo jurídico
previdenciário trabalhista” – quando o empregado recebe alta
do INSS, porém ainda está inapto para o labor segundo a
empresa – configura o dano à moral, posto que o trabalhador
fica à mercê da própria sorte, sem meios para a própria
sobrevivência e de seus dependentes”. (TRT/02, Proc. n.º
00018981120135020261, 5ª Turma, Des. Rel. Maurílio de
Paiva Dias, 09/03/2015).
RECURSO DE REVISTA DO AUTOR. INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS.PRÁTICA DE ATO ILÍCITO. ARTIGO 476
DA CLT.

1. O fato que justifica a condenação em indenização por


danos morais não é a boa ou a má fé na conduta da
empresa, mas sim o cometimento de ato ilícito. 2. A
empresa tinha o dever de reintegrar o autor assim
que foi comunicada da alta previdenciária, e o fato de
existirem laudos informando a suposta inaptidão da
empregada não a exime do seu dever legal. 3.
Praticado o ato ilícito, este provocou inúmeros
transtornos ao empregado, dentre eles o fato de ter
permanecido sem os salários garantidores de sua
subsistência. Trata-se de dano in re ipsa que
prescinde de prova. 4. Nesse contexto,
necessário se faz a reforma da decisão para conhecer
e prover a revista, restabelecendo a sentença que
condenou a empresa em indenização por danos
morais. Recurso de revista conhecido e provido.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SÚMULA 297/TST.
Inviável a admissibilidade do recurso de revista, tendo
em vista a absoluta falta de prequestionamento.
Incidência da Súmula 297/TST. Recurso de revista não
conhecido" (RR-76-70.2013.5.03.0095, 2ª Turma,
Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT
09/05/2019)”.
RECURSO DE REVISTA DA AUTORA. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. "LIMBO JURÍDICO
PREVIDENCIÁRIO". ALTA PREVIDENCIÁRIA. RECUSA, PELA EMPREGADORA, DE RETORNO
DA EMPREGADA AO TRABALHO. AUSÊNCIA DE PERCEBIMENTO DE CONTRAPRESTAÇÃO
PECUNIÁRIA. OFENSA À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.

Os artigos 186, 187 e 927 do Código Civil disciplinam a responsabilidade civil, sendo
aplicados nesta justiça especializada por força do artigo 8º da CLT. Neles estão os
pressupostos da conduta omissiva ou comissiva, dolosa ou culposa do agente que cause
algum tipo de dano a direito de outrem, seja material ou moral. No caso do dano moral,
além dos artigos 11 e seguintes do CCB/02, a Constituição Federal, em seu artigo 5º, V e X,
assegura a indenização. Observa-se do acórdão regional que houve controvérsia quanto à
conclusão do INSS, que considerou a autora apta ao trabalho, e do médico do trabalho, em
sentido contrário. Não há dúvidas de que é da empresa a responsabilidade pela busca de
solução do conflito, principalmente para adotar todas as medidas cabíveis para o retorno
da autora, além de efetivar o pagamento dos salários da empregada até a solução da
pendência. Embora o TRT tenha reconhecido o direito da empregada ao pagamento de
salários e demais verbas no período de "limbo jurídico previdenciário", dando provimento
ao seu recurso ordinário no particular, entendeu que inexiste prova de qualquer prejuízo
de cunho moral sofrido pela autora em decorrência desse fato, indeferindo o pedido de
indenização por danos morais. No entanto, no presente caso o dano moral é in re
ipsa (pela força dos próprios atos), ou seja, independe da demonstração do abalo
psicológico sofrido pela vítima, exigindo-se apenas a prova dos fatos que balizaram o
pedido de indenização (a redução da capacidade laborativa e a inércia da ré para
solucionar o impasse). Nesse contexto, constato que os danos sofridos pela autora são
evidentes. Extrai-se da decisão regional que a reclamante ficou privada de auferir renda
por longo período (cerca de 7 meses), por estar na incerteza de seu retorno ao trabalho ou
ao benefício do INSS ("limbo jurídico judiciário"), sem que a empregadora tomasse
providências no sentido de resolver ou ao menos amenizar essa situação. Com efeito, as
experiências vividas pela autora (incerteza de seu retorno ao trabalho ou ao benefício do
INSS, incapacitada para o serviço e sem fonte de renda) trouxeram-lhe desequilíbrio
financeiro suficiente para, presumidamente, causar-lhe lesões por força dos próprios atos,
ferindo o princípio da dignidade da pessoa humana, insculpido no inciso III do artigo 1º, da
Constituição Federal. Precedentes. Assim sendo, diante da conduta ilícita da ré e do evento
danoso causado à autora, devido a indenização de ordem moral in casu . Recurso de
revista da autora conhecido por violação dos artigos 1º, III e 5º, X, da Constituição Federal
e 186 e 927 do Código Civil e provido. CONCLUSÃO: Agravo de instrumento da ré
conhecido e desprovido e Agravo de instrumento da autora conhecido e provido e Recurso
de revista da autora conhecido e provido" (ARR-1001493-86.2017.5.02.0076, 3ª Turma,
Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 29/05/2020).”

.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE
REVISTA - DESCABIMENTO. " LIMBO JURÍDICO
PREVIDENCIÁRIO". RECUSA DA EMPRESA EM
READMITIR O EMPREGADO CONSIDERADO APTO
PARA O RETORNO AO TRABALHO PELO INSS.
PAGAMENTO DE SALÁRIOS. Tendo o órgão
previdenciário considerado a reclamante apta para
o retorno ao trabalho, cabia à reclamada, julgando
que a empregada não reunia condições para
retornar às atividades antes exercidas, zelar pela
sua readaptação em função compatível com seu
atual estado de saúde. No entanto, ao não
permitir o retorno da autora, deixando de pagar os
salários a partir da alta médica dada pelo INSS, a
ré agiu de forma ilícita, o que motiva a
condenação. 2. CONSECTÁRIOS LEGAIS. FÉRIAS.
NÃO CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS PREVISTOS
NO ART. 896, § 1º- A, DA CLT. A transcrição de
trechos do acórdão, no início das razões do
recurso de revista, não atende ao disposto no art.
896, § 1°- A, da CLT. Agravo de instrumento
conhecido e desprovido " (AIRR-1000498-
14.2017.5.02.0322, 3ª Turma, Relator Ministro
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT
02/10/2020).
“SALÁRIOS DO PERÍODO ENTRE A CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO E O EFETIVO RETORNO AO TRABALHO.
EMPREGADO REPUTADO APTO PARA O TRABALHO PELA
PREVIDÊNCIA SOCIAL E CONSIDERADO INAPTO AO
EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES PELA EMPRESA. IMPEDIMENTO DE
RETORNO .
O Tribunal Regional, soberano na análise do conjunto fático-
probatório, registrou que a ré obstou o retorno do autor,
considerado apto ao trabalho pelo INSS. Consignou ainda, a
inércia da agravante em readaptar o empregado em função
compatível com seu estado de saúde, deixando-o sem
remuneração. Com base nessas premissas, manteve a
sentença que condenou a ré ao pagamento dos salários
referentes ao período de "limbo previdenciário". A decisão
amolda-se perfeitamente à jurisprudência dominante do TST,
visto que, no caso de alta previdenciária, cabe ao
empregador permitir o retorno do empregado, promovendo
sua readaptação quando houver necessidade. Precedentes.
Agravo conhecido e não provido. RESPONSABILIDADE CIVIL
DO EMPREGADOR. DANOS MORAIS CAUSADOS AO
EMPREGADO. "LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO". DANOS
MORAIS. VALOR DA INDENIZAÇÃO. TÍQUETE ALIMENTAÇÃO.
Inviável o conhecimento do recurso de revista, uma vez que
não observadas as restrições impostas no artigo 896, § 9º, da
CLT. Agravo conhecido e não provido" (Ag-AIRR-1513-
73.2016.5.17.0121, 7ª Turma, Relator Ministro Claudio
Mascarenhas Brandao, DEJT 04/09/2020).
"AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO
DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº
13.015/2014 E ANTERIOR À LEI Nº 13.467/2017 . 1.
PRELIMINARES DE NULIDADE POR NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E CERCEAMENTO DO
DIREITO DE DEFESA. NÃO CONFIGURAÇÃO. 2.
PRELIMINAR DE JULGAMENTO EXTRA PETITA. NÃO
CONFIGURAÇÃO. 3. FGTS. PRESCRIÇÃO TRINTENÁRIA.
SÚMULA 362/TST. 4. ALTA PREVIDENCIÁRIA.
ENCERRAMENTO DA SUSPENSÃO CONTRATUAL.
RECUSA INJUSTIFICADA DA EMPREGADORA EM
ACEITAR O TRABALHO OBREIRO. LIMBO
PREVIDENCIÁRIO. PAGAMENTO DOS SALÁRIOS.
CABIMENTO.
A percepção do auxílio-acidente não resulta
incompatível com o direito do empregado ao retorno
ao trabalho (cessada a suspensão contratual), uma vez
que esse benefício ostenta natureza indenizatória (não
substituindo o salário, como o auxílio-doença), e, nos
moldes do art. 86 da Lei nº 8.213/91, " será concedido,
como indenização, ao segurado quando, após
consolidação das lesões decorrentes de acidente de
qualquer natureza, resultarem sequelas que
impliquem redução da capacidade para o trabalho que
habitualmente exercia ". CONTINUA...
CONTINUA...

Na hipótese , o TRT registrou que a comunicação de


resultado de exame médico emitida pelo INSS era de ciência
da Reclamada, pois ela anexou aos autos o referido
documento, que consistia em " certificado de capacidade" e
atestava a incapacidade laboral do Autor somente até
02/08/2000. Extrai-se, ainda, da decisão recorrida, que o "
Reclamante foi readaptado na função de eletricista pela
própria reclamada, durante a percepção do auxílio doença,
no ano 2000 (03/08/2000) ", contudo, a Reclamada não
convocou o Obreiro para efetivamente laborar, pois,
conforme admite nas razões do recurso de revista, o
Reclamante continuava inapto.
Verifica-se, portanto, que o Autor foi colocado em um "limbo
jurídico-previdenciário", ante o fim do benefício
previdenciário consistente no auxílio-doença, o consequente
término da suspensão contratual (art. 476 da CLT) e a recusa
da Reclamada em proceder ao retorno imediato do obreiro
aos serviços por considerá-lo inapto para o trabalho. Reitere-
se que a Reclamada obstaculizou o retorno do Reclamante ao
trabalho, por considerá-lo inapto, deixando-o, portanto, à
própria sorte, sem a percepção de benefício previdenciário.
Logo, como anteriormente ressaltado, competia à
Reclamada, após a alta concedida pelo INSS, e diante da
controvérsia existente em relação à possibilidade de retorno
às funções antes desempenhadas, reinserir o Reclamante em
atividade compatível com suas condições de saúde. Assim,
permanecendo o vínculo empregatício, é da Reclamada a
responsabilidade pelo pagamento dos salários após a alta
médica conferida pelo INSS e o posterior restabelecimento
do benefício . Logo, a decisão agravada foi proferida em
estrita observância às normas processuais (art. 557, caput ,
do CPC/1973; arts. 14 e 932, IV, "a ", do CPC/2015), razão
pela qual é insuscetível de reforma ou reconsideração .
Agravo desprovido" (Ag-AIRR-191-60.2016.5.17.0010, 3ª
Turma, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado, DEJT
26/06/2020).
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA -
DESCABIMENTO. 1. RECUSA DA EMPRESA EM READMITIR O
EMPREGADO CONSIDERADO APTO PARA O RETORNO AO
TRABALHO PELO INSS. PAGAMENTO DE SALÁRIOS. Tendo o
órgão previdenciário considerado a reclamante apta para o
retorno ao trabalho, cabia ao reclamado, julgando que a
empregada não reunia condições para retornar às
atividades antes exercidas, zelar pela sua readaptação em
função compatível com seu atual estado de saúde. No
entanto, ao não permitir o retorno da autora, deixando de
pagar os salários a partir da alta médica dada pelo INSS, o
réu agiu de forma ilícita, o que motiva a condenação. 2.
FORMA DE DISSOLUÇÃO CONTRATUAL. VÍCIO DE
CONSENTIMENTO. A valoração dos meios de prova
ofertados pela parte constitui prerrogativa do julgador,
pelo princípio da persuasão racional (art. 371 do CPC).
Assim, não há que se falar em equívoco quanto às regras
de distribuição do ônus da prova, quando o julgador,
confrontando o acervo instrutório dos autos, reputa
comprovados os fatos constitutivos do direito postulado. 3.
"LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO". SUPRESSÃO
SALARIAL. ATO ILÍCITO. DANO MORAL . CONFIGURAÇÃO. A
configuração do dano moral, segundo dispõe o art. 186 do
CCB, pressupõe a existência de conduta ilícita do pretenso
ofensor, a qual, conforme quadro descrito no acórdão
regional, restou demonstrada. Agravo de instrumento
conhecido e desprovido" (AIRR-1001614-
45.2016.5.02.0466, 3ª Turma, Relator Ministro Alberto Luiz
Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 06/03/2020).
O trabalho em sacrifício

E se o empregado, apesar de entender-se


incapaz para o trabalho, retornar às
suas atividades para, com sacrifício de
sua saúde, manter seu sustento durante
o tempo necessário ao processamento
do seu recurso administrativo contra o
órgão previdenciário? Isso será
entendido como um ato incompatível
com a sua alegação de incapacidade
laboral?
Ver também Súmula 72 da TNU: “É possível
o recebimento de benefício por
incapacidade durante período em que
houve exercício de atividade
remunerada quando comprovado que o
segurado estava incapaz para as
atividades habituais na época em que
trabalhou”.
A Primeira Seção do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) decidiu afetar os Recursos
Especiais 1.786.590 e 1.788.700, de
relatoria do ministro Herman Benjamin,
para julgamento pelo sistema dos recursos
repetitivos.

Cadastrada como Tema 1.013 na página de


repetitivos no portal do STJ, a questão
submetida a julgamento está assim
resumida: "Possibilidade de recebimento
de benefício por incapacidade do Regime
Geral de Previdência Social de caráter
substitutivo da renda (auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez) concedido
judicialmente em período de abrangência
concomitante ao que o segurado estava
trabalhando e aguardando o deferimento
do benefício".
• Tese Firmada: No período entre o
indeferimento administrativo e a
efetiva implantação de auxílio-doença
ou de aposentadoria por invalidez,
mediante decisão judicial, o segurado
do RPGS tem direito ao recebimento
conjunto das rendas do trabalho
exercido, ainda que incompatível com
sua incapacidade laboral, e do
respectivo benefício previdenciário
pago retroativamente.
• Afetação na sessão eletrônica STJ
iniciada em 15/5/2019 e finalizada em
21/5/2019 (Primeira Seção).
Limbo trabalhista e
despedida indireta
“CESSAÇÃO DO AUXÍLIO DOENÇA - EMPREGADO
CONSIDERADO INAPTO POR MÉDICO DA EMPRESA -
IMPEDIMENTO DE RETORNO AO TRABALHO - "LIMBO
TRABALHISTA PREVIDENCIÁRIO" - RESCISÃO INDIRETA
CONFIGURADA. Não se pode admitir que o empregado
seja colocado no denominado "limbo jurídico
previdenciário trabalhista", situação na qual não recebe
mais o benefício previdenciário, tampouco os salários.
Aplica-se ao caso o princípio da continuidade do vínculo
empregatício e considerando que o empregador, por
expressa disposição legal é aquele assume os riscos da
atividade econômica (art. 2º, da CLT) e, ainda o disposto
no artigo 4º, da CLT, o empregador deve arcar com o
pagamento dos salários do respectivo período de
afastamento. A recusa do empregador em aceitar o
retorno de empregada considerada apta pelo INSS
constitui falta grave, de modo a ensejar a rescisão
indireta, uma vez que a laborista se viu,
indefinidamente, sem qualquer fonte de sustento.” (TRT-
3 - RO: 02280201300903004 0002280-
54.2013.5.03.0009, Relator: Marcio Flavio Salem Vidigal,
Quinta Turma, Data de Publicação: 31/08/2015)
O PL 6526/2019, do deputado
federal Túlio Gadêlha (PDT/PE)
O PL 6526/2019, do deputado
federal Túlio Gadêlha (PDT/PE)

Autor
Túlio Gadêlha - PDT/PE
Apresentação
17/12/2019
Ementa: Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para
dispor sobre a responsabilidade do empregador pelo pagamento de
salários após a cessação ou o indeferimento do benefício
previdenciário a seu empregado e estabelecer a competência da
Justiça do Trabalho para as ações que objetivem o esclarecimento
da questão relativa à aptidão ou à inaptidão para o trabalho e a
condenação ao pagamento do salário ou do benefício
previdenciário, na hipótese de divergência entre a conclusão da
perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o
exame médico realizado por conta do empregador.
O PL 6526/2019, do deputado
federal Túlio Gadêlha (PDT/PE)

“Art. 476. ......................................................................................


Parágrafo único. Em caso de indeferimento ou cessação de um
dos benefícios previdenciários previstos na alínea “a” ou na
alínea “e” do inciso I do art. 18 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de
1991, por conclusão do INSS pela capacidade do segurado para
o trabalho, o empregador, ainda que o exame médico realizado
por sua conta ateste a inaptidão do empregado para o trabalho,
deverá manter o pagamento dos salários, exceto se houver
recusa deliberada e injustificada do empregado em assumir a
função anteriormente exercida ou aquela para a qual tenha sido
readaptado.” (NR)
O PL 6526/2019, do deputado
federal Túlio Gadêlha (PDT/PE)
“Art. 643-A. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar a ação
ajuizada pelo empregado em face do INSS e do empregador,
conjuntamente, com objetivo de esclarecer a questão relativa à
aptidão ou à inaptidão para o trabalho e obter o pagamento de
salário ou de um dos benefícios previdenciários previstos na alínea
“a” ou na alínea “e” do inciso I do art. 18 da Lei nº 8.213, de 24 de
julho de 1991, na hipótese em que o INSS houver indeferido ou
cessado o benefício, por considerar o segurado capaz para o
trabalho, e o exame médico realizado por conta do empregador tiver
atestado incapacidade.

§ 1º Compete também à Justiça do Trabalho processar e julgar a


ação ajuizada pelo empregador em face do INSS e do empregado,
com o objetivo de esclarecer a mesma questão referida no caput
deste artigo e pleitear que o INSS conceda ao empregado um dos
benefícios previdenciários previstos na alínea “a” ou na alínea “e”
do inciso I do art. 18 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
O PL 6526/2019, do deputado
federal Túlio Gadêlha (PDT/PE)

§ 2º No curso do processo, observadas as condições específicas do


caso concreto, poderá o juízo conceder tutela provisória para
determinar que o empregador promova o pagamento dos salários
ao empregado ou que o INSS conceda ou restabeleça o benefício
previdenciário.

§ 3º Constatada pelo juízo a aptidão para o trabalho, o empregador


será condenado a:
I – pagar ao empregado os salários e as demais vantagens previstas
em lei, normas coletivas ou contrato individual devidos durante o
período de afastamento, deduzindo-se os valores que
eventualmente tiverem sido pagos pelo INSS no mesmo período a
título de benefício previdenciário previsto na alínea “a” ou na alínea
“e” do inciso I do art. 18 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991; e
O PL 6526/2019, do deputado
federal Túlio Gadêlha (PDT/PE)

II – ressarcir ao INSS os valores que eventualmente tiverem sido


pagos por este em razão de tutela provisória que tenha sido
revogada. § 4º Constatada pelo juízo a inaptidão para o trabalho,
será determinada a concessão ou o restabelecimento do benefício
previdenciário.
O PL 6526/2019, do deputado
federal Túlio Gadêlha (PDT/PE)

§ 5º Na hipótese prevista no § 4º deste artigo, o empregador


poderá compensar os salários que eventualmente tenha pago ao
trabalhador, observado o disposto no art. 248 da Constituição
Federal, quando do recolhimento das contribuições incidentes
sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados,
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço.
EFEITOS DOS BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS NO
CONTRATO DE
EMPREGO:

ALTERAÇÃO DO
CONTRATO DE EMPREGO
Alteração de função por conta de
incapacidade laborativa parcial”
a) Distinções entre “cargo”,
“função” e “tarefa”
b) Reabilitação profissional
c) Readaptação funcional: o dever
de acomodação razoável.

A “invalidez permanente” no serviço


público para tarefas próprias de um
determinado cargo e as dificuldades
(ou impossibilidades) de readaptação.
A reforma da previdência 2019.
Pec 06/2019

• Art. 37. ...............................


• ...................................................
• § 13. O servidor público titular de
cargo efetivo poderá ser readaptado
para exercício de cargo cujas
atribuições e responsabilidades sejam
compatíveis com a limitação que
tenha sofrido em sua capacidade
física ou mental, enquanto
permanecer nesta condição, desde
que possua a habilitação e o nível de
escolaridade exigidos para o cargo de
destino, mantida a remuneração do
cargo de origem.
Pec 06/2019

Art. 40. ...............................


§ 1º O servidor abrangido por regime
próprio de previdência social será
aposentado:.............................................
......
I - por incapacidade permanente para o
trabalho, no cargo em que estiver
investido, quando insuscetível de
readaptação, hipótese em que será
obrigatória a realização de avaliações
periódicas para verificação da
continuidade das condições que
ensejaram a concessão da
aposentadoria, na forma de lei do
respectivo ente federativo;
EFEITOS DOS BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS NO
CONTRATO DE
EMPREGO:

CESSAÇÃO DO
CONTRATO DE EMPREGO
1) O afastamento por incapacidade e a
possibilidade de cessação do vínculo de
emprego: a superação de um mito.
2) Os obstáculos opostos pelas entidades
sindicais para homologação de cessações
de vínculo de empregados que estejam
em fruição de benefícios por
incapacidade. A solução produzida pela
ação de suprimento de consentimento
negado (Ver MALLET, Estêvão. Outorga
judicial do consentimento negado pelo
sindicato. In: Temas de Direito do
Trabalho. São Paulo: LTr, 1998, p. 107-124)
3) Os contratos por tempo determinado e a
ocorrência de acidente do trabalho
durante o seu transcurso: soluções
homogeneizadas pela jurisprudência: ver
súmula 378, III, do TST.
4) A ocorrência de acidentes do trabalho no
transcurso do aviso prévio: uma análise
da Súmula 371 do TST.
6) A aposentadoria por invalidez e a
manutenção ilimitada do vínculo de
emprego:
a) Uma crítica à anacrônica Súmula 217
do STF:
Súmula 217: Tem direito de retornar ao emprego,
ou ser indenizado em caso de recusa do
empregador, o aposentado que recupera a
capacidade de trabalho dentro de cinco anos, a
contar da aposentadoria, que se torna definitiva
após esse prazo.
b) Uma análise criteriosa da Sumula 160
do TST:
Súmula nº 160 do TST. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20
e 21.11.2003. Cancelada a aposentadoria por
invalidez, mesmo após cinco anos, o trabalhador
terá direito de retornar ao emprego, facultado,
porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da
lei (ex-Prejulgado nº 37).
EFEITOS DOS BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS NO
CONTRATO DE
EMPREGO:

A PROTEÇÃO EM FACE DO
ACIDENTE DO TRABALHO -
ESTABILIDADE E GARANTIA DE
EMPREGO
A COMPENSAÇÃO NORMATIVA
E JURISPRUDENCIAL DA
SITUAÇÃO DO ACIDENTADO DO
TRABALHO
➢Cômputo do período de
afastamento por acidente do
trabalho para fins de indenização e
estabilidade – ART. 4º CLT
➢Manutenção dos depósitos do
FGTS para os trabalhadores em
licença acidentária - §5º do art. 15
da Lei 8.036/90
➢Desconsideração do período de
afastamento por acidente do
trabalho para a contagem de férias
até o limite de seis meses
➢A manutenção do plano de saúde
➢A estabilidade do acidentado do
trabalho
Cômputo do período de afastamento
por acidente do trabalho para fins de
indenização e estabilidade – ART. 4º CLT
Art. 4º - Considera-se como de serviço
efetivo o período em que o empregado
esteja à disposição do empregador,
aguardando ou executando ordens, salvo
disposição especial expressamente
consignada.
§ 1º Computar-se-ão, na contagem de
tempo de serviço, para efeito de
indenização e estabilidade, os períodos
em que o empregado estiver afastado do
trabalho prestando serviço militar e por
motivo de acidente do
trabalho. (Redação dada pela Lei
nº 13.467, de 2017)
Manutenção dos depósitos do FGTS para os
trabalhadores em licença acidentária - §5º do art.
15 da Lei 8.036/90
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os
empregadores ficam obrigados a depositar, até o
dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária
vinculada, a importância correspondente a 8 (oito)
por cento da remuneração paga ou devida, no
mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na
remuneração as parcelas de que tratam os arts.
457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se
refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com
as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto
de 1965. (Vide Lei nº 13.189, de 2015)
§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo
é obrigatório nos casos de afastamento para
prestação do serviço militar obrigatório e licença
por acidente do trabalho. (Incluído pela Lei
nº 9.711, de 1998)
Desconsideração do período de
afastamento por acidente do trabalho
para a contagem de férias até o limite
de seis meses
Art. 131 - Não será considerada falta ao
serviço, para os efeitos do artigo anterior, a
ausência do
empregado: (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
[...]
III - por motivo de acidente do trabalho ou
enfermidade atestada pelo Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese
do inciso IV do art. 133; (Redação
dada pela Lei nº 8.726, de 5.11.1993)
A manutenção do plano de saúde
Súmula nº 440 do TST
AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO.
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
SUSPENSÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO. RECONHECIMENTO DO
DIREITO À MANUTENÇÃO DE PLANO DE
SAÚDE OU DE ASSISTÊNCIA MÉDICA -
Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26
e 27.09.2012
Assegura-se o direito à manutenção de
plano de saúde ou de assistência médica
oferecido pela empresa ao empregado,
não obstante suspenso o contrato de
trabalho em virtude de auxílio-doença
acidentário ou de aposentadoria por
invalidez.
Estabilidade do
acidentado do
trabalho:
Art. 118. O segurado que sofreu
acidente do trabalho tem garantida,
pelo prazo mínimo de doze meses, a
manutenção do seu contrato de
trabalho na empresa, após a
cessação do auxílio-doença
acidentário, independentemente de
percepção de auxílio-acidente.
Súmula 378 do TST

Súmula nº 378 do TST


ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO
TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991. (inserido
item III) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e
27.09.2012

I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que


assegura o direito à estabilidade provisória por período de
12 meses após a cessação do auxílio-doença ao
empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida
em 01.10.1997)
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o
afastamento superior a 15 dias e a conseqüente
percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se
constatada, após a despedida, doença profissional que
guarde relação de causalidade com a execução do
contrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da
SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
III – O empregado submetido a contrato de trabalho por
tempo determinado goza da garantia provisória de
emprego decorrente de acidente de trabalho prevista
no n no art. 118 da Lei nº 8.213/91.
Questões sobre a
estabilidade
acidentária i
a) Trata-se de situação de estabilidade ou
de garantia de emprego em sentido
estrito?
b) Somente o “segurado que sofreu
acidente do trabalho” é destinatário dessa
proteção?
c) A proteção é estendida ao segurado
que se afastou do trabalho e a ele
retornou em virtude de “aposentadoria
por invalidez acidentária”?
d) Essa garantia de emprego socorre
os servidores públicos temporários
exercentes de cargos em comissão? Eles
teriam direito a indenização caso não
pudessem ser preservados no cargo em
comissão?
Questões sobre a
estabilidade
acidentária ii
e) A estabilidade prevista no art. 118
da Lei n. 8.213/91 sempre pressupõe o
recebimento do auxílio-doença
acidentário (B-91)?
f) A estabilidade prevista no art. 118
da Lei n. 8.213/91 pressupõe a existência
de contrato de trabalho por tempo
indeterminado? Ver a nova redação da
Súmula 378, III, do TST.
g) A proteção genérica oferecida pela
Lei 9.029/95 para aqueles que, não
fruindo da estabilidade prevista no art.
118 da Lei 8.213/91, são despedidos tão
logo recebida a alta previdenciária pelo
INSS.
A APOSENTADORIA E A
VOLTA AO TRABALHO
1. A volta ao trabalho por parte dos
espontaneamente aposentados.
2. A tributação sobre os rendimentos do
trabalho prestado pelos
espontaneamente aposentados
3. Os efeitos decorrentes da
aposentadoria espontânea e o
posicionamento jurisprudencial sobre
a matéria: ver OJ’s 177 e 361 da SDI-
1 do TST.
4. Os benefícios previdenciários
possíveis e as razões jurídicas para as
restrições impostas aos
espontaneamente aposentados que
voltam a trabalhar
LEI 8212/91
ART. 12
§ 4º O aposentado pelo Regime Geral de
Previdência Social-RGPS que estiver
exercendo ou que voltar a exercer atividade
abrangida por este Regime é segurado
obrigatório em relação a essa atividade,
ficando sujeito às contribuições de que
trata esta Lei, para fins de custeio da
Seguridade Social. (Incluído pela
Lei nº 9.032, de 28.4.95).

LEI 8.213/91
ART. 18
§ 2º O aposentado pelo Regime Geral de
Previdência Social–RGPS que permanecer
em atividade sujeita a este Regime, ou a
ele retornar, não fará jus a prestação
alguma da Previdência Social em
decorrência do exercício dessa atividade,
exceto ao salário-família e à reabilitação
profissional, quando
empregado. (Redação dada pela
Lei nº 9.528, de 1997)
OJ 177 DA SDI-1. APOSENTADORIA
ESPONTÂNEA. EFEITOS (cancelada) -
DJ 30.10.2006
A aposentadoria espontânea extingue o
contrato de trabalho, mesmo quando o
empregado continua a trabalhar na
empresa após a concessão do benefício
previdenciário. Assim sendo, indevida a
multa de 40% do FGTS em relação ao
período anterior à aposentadoria.
Histórico: Redação original - Inserida em
08.11.2000

OJ 361 DA SDI-1. APOSENTADORIA


ESPONTÂNEA. UNICIDADE DO
CONTRATO DE TRABALHO. MULTA DE
40% DO FGTS SOBRE TODO O
PERÍODO (DJ 20, 21 E 23.05.2008)
A aposentadoria espontânea não é causa
de extinção do contrato de trabalho se o
empregado permanece prestando serviços
ao empregador após a jubilação. Assim,
por ocasião da sua dispensa imotivada, o
empregado tem direito à multa de 40% do
FGTS sobre a totalidade dos depósitos
efetuados no curso do pacto laboral.
EC 103/2019

Art. 37. ...............................


...................................................
§ 14. A aposentadoria concedida com a
utilização de tempo de contribuição
decorrente de cargo, emprego ou função
pública, inclusive do Regime Geral de
Previdência Social, acarretará o
rompimento do vínculo que gerou o
referido tempo de contribuição.

Art. 201
.............................

§ 16. Os empregados dos consórcios


públicos, das empresas públicas, das
sociedades de economia mista e das suas
subsidiárias serão aposentados
compulsoriamente, observado o
cumprimento do tempo mínimo de
contribuição, ao atingir a idade máxima de
que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na
forma estabelecida em lei.”(NR)
As restrições aos beneficiários da
aposentadoria especial: A
aquisição da aposentadoria
especial é causa extintiva do
contrato de emprego?

Lei 8.213/91
Art. 57. [...]
§ 8º Aplica-se o disposto no art.
46 ao segurado aposentado
nos termos deste artigo que
continuar no exercício de
atividade ou operação que o
sujeite aos agentes nocivos
constantes da relação referida
no art. 58 desta Lei (Incluído
pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)

Tema 709, STF.


Tema 709, STF.
I) É constitucional a vedação de
continuidade da percepção de
aposentadoria especial se o
beneficiário permanece laborando
em atividade especial ou a ela
retorna, seja essa atividade especial
aquela que ensejou a aposentação
precoce ou não.
II) Nas hipóteses em que o segurado
solicitar a aposentadoria e continuar
a exercer o labor especial, a data de
início do benefício será a data de
entrada do requerimento,
remontando a esse marco, inclusive,
os efeitos financeiros. Efetivada,
contudo, seja na via administrativa,
seja na judicial a implantação do
benefício, uma vez verificado o
retorno ao labor nocivo ou sua
continuidade, cessará o o
pagamento do benefício
previdenciário em questão.
Luciano Martinez:
@lucianomartinez10

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