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O pensamento metapsicológico de Sigmund Freud consiste em uma reflexão que busca

sistematizar os resultados da investigação psicanalítica e dar-lhes a forma de um sistema


coerente e conceitualmente sólido. A metapsicologia representa, assim, um trabalho de
demonstração, justificação e fundamentação das teses centrais da teoria psicanalítica. É a
partir de tal reflexão que podemos compreender qual seria, para Freud, a natureza dos
processos psíquicos, quais seriam as leis que regeriam o seu funcionamento e que
estariam na base de suas manifestações normais e patológicas.

O conceito de pulsão é uma energia intensa que conduz o organismo a um


objetivo. Possui como elementos: uma fonte, uma finalidade, uma pressão e um objeto . É
aquilo que designa o limite entre o somático e o psíquico, um conceito-limite ou conceito
fronteiriço que, por alguns aspectos, assemelhar-se-ia à noção de instinto, mas, que, por
outros, distinguir-se-ia radicalmente deste. A semelhança estaria na idéia de tendência ou
ímpeto a agir, isto é, genericamente falando, ambos os termos se prestariam a expressar
uma necessidade que compele o organismo em direção a alguma ação na realidade. Para
alguns, porém, a diferença seria radical (LAPLANCHE; PONTALIS, 2001). Ao contrário da
rigidez do comportamento que caracterizaria a ação imposta pelo instinto, cujo modelo
poderia ser o da ação sexual animal mais rigidamente orientada a objetos sexuais
específicos, pois seria desempenhada quase que exclusivamente em vista da reprodução,
o comportamento motivado pulsionalmente pode passar por caminhos os mais variados
até alcançar sua meta, que, no caso da pulsão sexual, não precisa ser, necessariamente,
a reprodução. Considerações etimológicas e análises pormenorizadas do uso desses
termos por parte de Freud revelam, porém, que essa diferença não se sustentaria
(HANNS, 2004; SOUZA, 2010).

De qualquer modo, como conceito composto, toda pulsão tem como fonte o somático,
expressa-se psiquicamente como uma pressão ou força constrangedora, e apresenta uma
meta específica, a satisfação, alcançada mediante algum objeto. É igualmente por essa
razão que se costuma dizer que o objeto da pulsão é um elemento intercambiável,
substituível, quer dizer, que, para alcançar sua meta, para obter satisfação, a pulsão pode
lançar mão dos mais diferentes objetos.

No que concerne ao inconsciente, para Freud ele não seria a parte mais profunda da
consciência, nem a que possui menos lógica, seria sim uma outra estrutura que se
distingue da consciência. Freud localiza o inconsciente não como um lugar anatômico,
mas um lugar psíquico, com conteúdo, mecanismos e uma energia específica. Assim
sendo, de acordo com o lugar que ocupa dentro do aparelho psíquico, o inconsciente só
pode ter acesso à consciência por meio do sistema Pré-consciente/Consciente.

Já no que tange ao conceito de recalque, tem-se que esse se destaca como um dos mais
importantes, tanto é verdade que Freud, afirma que “o recalcamento é o pilar fundamental
sobre o qual descansa o edifício da psicanálise”.

Busca repelir ou manter inconsciente os conteúdos ligados à pulsão. Ex.: fatos traumáticos
são esquecidos. O Em outras palavras, o recalque impede a passagem da imagem à
palavra, embora isso não elimine a representação, não destruindo a sua potência
significante. Em outros termos, o que o recalque opera não é a eliminação do inconsciente,
mas, ao contrário. Ele opera a sua constituição e este inconsciente, em parte constituído
pelo recalque. E então, continua insistindo no sentido de possibilitar uma satisfação da
pulsão.

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