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▶ O texto tem como objetivo delimitar a ideia de psicanálise aplicada a fim de tomá-la
junto ao campo da Saúde Mental.
▶ Conferência XXXIV: defender a posição da psicanálise junto ao campo científico,
diferindo-a da Psiquiatria. A partir de tal posicionamento seria possível pensar a sua
aplicação. “As aplicações da Psicanálise são sempre confirmações dela”.
▶ Dados estatísticos de sucesso terapêutico não são referências para a validação da
psicanálise, e sim a partir do exame da própria experiência do indivíduo.
▶ A psicanálise “é um método entre muitos, embora seja, para dizer a verdade, primus
inter pares”.
SOBRE A PSICANÁLISE APLICADA
▶ Retomada de uma psicanálise didática para recobrir a falha que impera na formação do
psicanalista. Pregnância narcísica entre os analistas. Eliminar o status de imponência.
▶ Distancia os analistas de uma formação que não nega o real em jogo, nem a responsabilidade
do psicanalista com sua própria formação.
▶ Não basta apenas reconhecer tal falha e se comprometer em romper com ela, “é por
intermédio de sua hiância que ele pode ser posto em ação, e o é toda vez que se encontra o
meio de utilizá-la”.
▶ Deve-se responder por sua própria formação a partir da constatação desta falha.
▶ Como efeito, tem-se a psicanálise como experiência original, “levando ao ponto em que nela
figure a finitude que permite ao a posteriori recolher o efeito radical do tempo”.
▶ Efeito da diferenciação da psicanálise de uma terapêutica.
SOBRE A PSICANÁLISE APLICADA
transferência
interpretação
SOBRE A PSICANÁLISE APLICADA
▶ Desafio: não repetir as condições que colocam o psicótico como objeto de gozo do
Outro.
▶ O psicótico convoca quem o escuta a esta repetição, e cabe ao analista recusar este
lugar, não ocupando o lugar de Outro gozador e procurando sim um lugar vazio de
gozo, o “secretário do alienado”.
▶ Haveria o silêncio do analista na recusa a esse lugar de gozo, mas ao mesmo tempo a
manutenção do laço analítico, o que permite ao sujeito construir suas respostas ao
enigma pulsional.
▶ O saber está do lado do sujeito, e não do analista. Não há exercício de poder nessa
clínica.
SOBRE A PSICANÁLISE APLICADA
▶ O texto vai além da psicanálise aplicada na clínica da psicose e busca pensar sobre a
clínica ampliada na Saúde Mental. Recorrendo à metáfora bélica:
• Política: a proposta antimanicomial demanda de quem trabalha neste campo uma
posição política que, por sua vez, não parece ser a falta-a-ser, mas sim a aposta na
destruição do manicômio enquanto dispositivo simbólico de controle social.
• Estratégia: a transferência ganha novas formatações com as equipes
multiprofissionais, pois assim ela fica diluída no trabalho institucional.
• Tática: a construção de um lugar de interpretação se dá a partir de novos dispositivos
de intervenção, como as visitas domiciliares, as oficinas, as reuniões ou assembleias
coletivas.
O QUE É A PRÁTICA ENTRE VÁRIOS?
▶ Uma prática primus inter pares, uma possibilidade de pulverizar saberes.
▶ Estratégia clínica inventada e sustentada por Antonio Di Ciaccia e seus colaboradores.
▶ Psicanálise aplicada numa instituição chamada Antenne 110 para crianças autistas e
psicóticas nos anos 90 na Bélgica.
▶ Demonstrar um axioma de Lacan de que as crianças autistas estão inscritas na
linguagem.
▶ Impasses: acontecimentos repetitivos se davam como formas desreguladas de gozo,
convocando a uma intervenção da equipe.
▶ Havia o risco de alguém ocupar o lugar de Outro, de mestre detentor do saber sobre o
sujeito, este destituído de sua posição e tratado como objeto de gozo – o que produz a
repetição do gozo.
O QUE É A PRÁTICA ENTRE VÁRIOS?
Outras práticas
▶ Situação em que o sujeito convoca o Outro a sustentar algo que ele próprio sabe
ser insustentável, mas não pode enunciar.
▶ Tentativa de barrar esse Outro que domina o seu corpo como o de um bebê, o
que faz dele um objeto de gozo.
▶ Gozo que aprisiona, tornando mãe e filho inseparáveis.
▶ Lugar deslocado de ter um filho de papel para um filho que sofre a perda do pai.
▶ A foto e a repetição era um artifício para se apresentar ao Outro, o que ele deixa
de precisar.
▶ Passa a montar uma peça no CAPS com personagens que ele cria, e a equipe
anota, como secretários, suas palavras.
OBRIGADA!
▶ Referência bibliográfica:
Figueiredo, A.C. e cols. A prática entre vários: uma aplicação da psicanálise
ao trabalho em equipe na atenção psicossocial em Psicanalisar Hoje, Rio de
Janeiro, Contra Capa, 2006