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Opção Lacaniana, nº 13, 1995, p. 20-38 facebook.

com/lacanempdf

INTERPRETAÇÃO: AS �SPOSTAS _QO AN�I�TA_


. } . ' . . . .

COLETTE:SoiER (Paris)·
l . '.· ;·,;

· tema ' ' '


Seminário realizado sob os auspícios da Seção São Paulo, em momento edificante do processo de fo�ação da Escola Brasilclra.dc Psicanálise do campo Fre�diano. A''ln��ção.; como,
inseriu a nova Tucola da AMP no debate preparatório do próximo Encontro lnternacíonal. · · ' : · · ''' · ,
.
. ·• . . ,
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01/11/94 Suspensão de quê? Da solução, e o fai todo Ô t��p·o·q�r


sçj;�. necessário e o faz r�pétiqvame.i;ite;. para q�,e q:
Co/ette Soler:
·· ·' ·· ' ·
LuíJi, Carlos Nogueira: a�alisante elabore a resposta últinia�2•
- Gostaria de agradecer, inicialmente, essa oportunidade
que a Diretoria da Seção São Paulo me dá, de .coordenar. . . . _,
esta mesa de abertura do seminário de Colette Soler so- O senhor deu-me a oportunidade de novamente me:
. bre a interpretação: "As respostas do analista". . ouvir com uma distância de dez anos. Gos�iia, de reto-
. · Queria dizer a Colette Soler que nos encontramos em : · mar um ponto, mas vou fazê-lo durante_ a apresentação :
. situação privilegiada e muito interessante, recordando que prevista. . , ...
· em 1987 estivemos juntos na Biblioteca Freudiana Brasi- · · Eu intitulei este seminário, "As respostas 'do analista".':(·: i
leira de São Paulo e pudemos, inclusive, passear pela· . Antes de mais nada gostaria de comentar estê título. Utili.:. :
Bienal de São Paulo. Justamente agora, temos de novo . zar o tema da resposta para falar dos poderes da interpre-·/
a Bienal. : tação já é tomar um partido Ó.a questão,.OU S!:!ja, .há nesse ; '.
.
Gostaria de propor a Co lette e a todos aqui a lem�. · título algo implícito que explicitaremos.. · .. •
brança do que encontrei - em fevereiro de 1984, portan� É claro que poderíamos tomar este título o.um nív�l de.o! ·,
to há 10 anos_ - cm um texto de Colette Soler sobre a evidência, que é o nivel dos preconceito� comuns nfÍes\: e
interpretação, publicado em La Lettre Mensuelle n 2 27, e poderíamos entender· que falamos da resposta do ànalis-'; ·
editado posteriormente pela Manantial, em uin livro que, ta, já que o candidato analisando se dirige ao analista.: No : ·
tem por título Ato e inte,pretação, onde são incluídos · preconceito comum o ordenamento temporal é o se�in�· ,
textos de outros autores.. Neste texto, Colette Soler escre- te: no tempo 1 existe a questão ou a dema,nda,:eno tem-'.
.
ve o seguinte: �A psica�áli�e não opera como ciência do po 2, a resposta a esse endereçamento. É � temporalidade : .
objeto, mas o objeto está presente de outra �aneira. na. aparente da fala. Na realidade é mais complicado pela .:: •
.. interpretação, como eqyívoco. Se apontarmos ao objeto · razão que vamos desenvolver num primeiro tempo, a sa- : .
. a partir do saber - come!> no discurso univer�itário -, que ber, que a respostaé_.�nte.nor_ à p��!.1� '--�-.ê�.91,.�':JPQ.§fª::· · ·
· recurso fica ao infeliz tapturado neste lugar? Latir. Seu mente Õ··;��Íista s�be. · · · ·
· · ·
único recurso é produz�r-se como protesto, ou como sti- · · ··· N; -�.§trµ_�ra d�:::e;layi:a, ,!}esp_o�µ p[ÇYA.t���-�.91:)r(!_,a '.-'. ·
1
. jeito d ividído.]sJaj1_1_t�r r�t_ação queríão se faz em_ nom e· ..1?.�!fillJltª,_foi o que Lacari:'desenvolve� em se�texto uFpn'.' .:
.Qo saber, que se . faz _C()_ fo ineio dizer, e_ �t�. i���rpr�tação
_ _ _ · ção e campo da palávra e da linguagem" 3 e deforma mais ·
. .
s9mo. equívoca diz res _ei_to ao objeto c�us�, mas 11ão estrutural no texto "Variantes d� tratamento_'.padrão"'i; A ' .·
fala dele, não predic?, nada acerca dele• 1 • tese nessa época era "n�2_.h� p-1\ayi:_�_.s�m_r��?st?,_:�
·A interpretação é uma resposta, cujo efeito é antes qu.� s!gnifica que a mensagem n,ãQ_ �_2__e!1unci!122.-dª-gµ�:--,.
de tudo suspender a resposta. Em outras palavras, certa�, _ !�-q�J�!�, a_mensªg�m çla_palª-"Y!<':.����U(r��Qs�::d..Q_/ ·'
mente se liga ao objeto, mas enq�anto esvaziado de evi- -· Outro. É um enunciado, enquanto a resposta'seleciona o .· :
.
dência. [,. ,]Em relação a esse desejo como incógnita, como -;��-·;entido. Lacan escreve essa ·estrutura elem'entar. da)
x, a interpretação que, certamente, aponta a solução, palavra com o seu gráfico elementar, bem· co.nhe�idot' ·: f


. opera, no entanto, atrayés de um fei
·. e to de suspensão. Não vamos insistir nesse ponto que pensamos ser no-
•• !

20
ª
J.��tflI�â�mi�âl�ia)dai�sp8:ta na estrutura da pala- õ'ta é forma de evocar que 1á o nd�2 ���!��㺠é ��2s� .,
a a a el . d lingu gem, e Ya- SÍVe� esta é _a _r:_é!Sp_()Sta'-dOJ�3J1_que.. fa z.:��!!1-qti_�,-�_Qe r-: (0
tf���j1����-s.r: :;�e�� i�?ÍStl, �v e_ - a
::;'fmost l�T.?� fª�t?àr:nente com�ma frase tirada do texto _gunta se t�p_r09?�i.. �!:1-.��j_;J��laJ a �_e Jala ndo_ele_s�se0 G
i)I){;o��e�pf.s�erei?, rdató�o ª.7 Daniel Lagache"5 . ond� -r_ry�u�� �_r:ia_a _me��-CQ!�a..d1zer,. falaQdo_e , d��en::. t(
\}Làcin)embia opqu�: ele chama ;de marcas das respostas �olvendo uma caqeia _sig!!µiçap�e., :a _c9pJ.! laçã o__�n��-os... :
g{{:que':ffoiam)pbd�to��s,�faiendó'id� grito do sujeito um significantes da cadeia supre a relação ausente. Em ou-' •
{}�pe'Íó?e� rlêssé;pa}âgrafo que i1e utiliza a • expressão' �a. . . ·tras palav�, _.umaJ�l.1.ção�<J�..significante� .supre_ a.. ��13,:-�_:'

- ;1 . . -·- -· : '.� - . ·_;:· -.-


f · i\ tespb�tiitóda. ·põderosa,., Poderíàmos formulá-la dizendo yl_Q._s�._E, afinàl de contas foi o que Freud descobriu.� •
/1:l que/1àÚ��p_6�-�ier0duz k metáf9ra primeira do grit� . e . · Assim, se tomarm�_ i���-�_g})jveIA_a_p�la_y_ra,1-<l.�.}i�s.�a{�

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:'.\, l'i'·; ,�ft�it_{_��1r�jf ;t'·
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. elo . , · ., · ·· . 1 Resposta
. . ' ' ,
_g�Ql _OU_do_discµrsp, _nas_tr�����turaS a �esposta _prece- .
_de_a �gunta.. ·
Agora - far�mos um .pequeno· desenvolvimento p·ara· .
, ,1. · -· , · · .-.gnto .
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pai·
1

i>' Xt:�;,, :'j .. ·-� \ , :f·. • ii? . · mostrar simplesmente que, o d ispositivo inventado
.:·;{�;.-'itl�t:1,:i · : 5f..'. s1;;i } :. . , ·; . . { -:"- . . Freud, o dispositivo analítico, do quàl Lacan diz que seu .
))iit:, Tràtá��e,ao giito'•p_rimeiro, cto·gritq primordial. de nos- real toca o: real, pressupõe e. -implica. que a resposta é .
,lJfrrtâ'glliaffi:qtié téntà'r'.reéncohtrar através, das ;técnicas . fictício para ,estigmatizar as posições do candidato ana-•:. . •
:\f1o:J&;}iittiâ'.Ímehtéfalando.;É o;.�er que algumas pessoas · anterior'à pergunta. Se inventar�qs um pequeno diálogo·: ·
yão a
Jt�� -��?f:��í {��q�i ·�s?�oi 1º lado de nosso. futuro lisando e dó analista, no d ispositivo freudiano o sujeitei,
\}:,SUJe1to barrado e!do)ado;oposto;'do Outro, encontra-se a_ · candidato, chega com uma questão, ou melhor, . chega";: ·
o''. :
i .
-)!) :Jj-�p�{tif]�;qbat:[cib grito}àz úm apelo. No fundo, é essa a . numa P?sição de questionanfnto , pois está chocado por'; '.
:.
, ·\ , :. ·:!f�r,!lt�1l9.b.lf
' tMor:iÜ:>nme�: do grito. ' }( . . algo .do :real. que encontrou, quer se trate de um encontro ' :
�r q�f as m��cas dª�!�§I?_<?��-��11. . · contingente, . como · no Homem dos Ratos,· por exemplo, t, ):
1 �
l ;{
,'J:/'ª . evoc!te �escl�i:_�ç_�çom.9_:.:�(!Q9.9_.�ergida?_ P elo traço · ou. da constância d e um sin�ma. Far-lhe-íamos, então,
·
�}tsigriilleâ.fi��})biztquéessis rrla.!.cas �<:.!���-�.Y.�_i:nL�-���ali� . q
uma pergunta desdobrada: que há? Será que podere- t�
;-��,$.t.9;ti�l�P.$[ffi:����em'.p:9JQCO��f.i�ri �.,_()
t q�e � -��P��- . mos fazer algo? Com estas p�rgurttas o ana lisando . inter� � �
·
'._ ��;�::j.,_, �� �]_,.; ,·�-::-:-:> ., ;'��i-.' : ,i:;. ·, . �;·>· ' · >
, '.g:Jãs- \ e�êiit'à:s:{P,erêtbe_nms·· �quLqüê..a _ _i:espqs� .
_é anterior e pela o ·âna
' ------··· - -
l ista
. . . Que respond� \o _a�alista? Como podere-. } 1
. . , ., . • .. . ! . ' . " �
r {se;ffiscreve,.no reaL.!�l,. ,_;.: ,,,:< •,, :, 17 mos formular o espírito daqu�le ,qúe responde? . , :; · .· -� ir
· -
I
,l�i!��Iª�
�- l�b'êmfi�tre�'tmÍi'd�{ d i��rso � r�spost�•:encon� . Se o}stá re cebendo, a resposta implícita é sim, Aque"'. }
l:j; .. ª
-��r� ci:1;1.a�a : foca is º ém eu rex.to · : 1e qüêm se pergu nta poderá saber º eu que tenho? � f
l �Tª � � � �
,pag a e me1 de�1cadas - o Outra vêz a resposta é sim. Aquele que pergunta quererá i; �
f
s
t-��:'.������i��.iT��� :\�l �� : a
�-iB':1�f�l�J;.cfia,��i��. �nçã<;> d_a r��posta. Nao, so reafinna . saber se/ si�1ação po de mu�ar. A resposta d o ana lista J

t
f'.�qu�fl/.r�fpô/61 '�':1j:,rf#ieitâ\ . anteri6r a qualquer pergunta, . ainda é sim.· E uma resposta�de_promessa, promessa. que f :1
·,��eit�.:�(���irife:- é a�pg��t�_ql!�estin:l�l�-.�-. .12!�é _fof��!�<li���essa riament�i mas)ev� _a:pens;;._AJi�l j

í'�
ãs Lacan- dizja em' seu texto. "A direção do tratamento", •O t.i
[�i:r�r.1;;�e,����:�PJ,l:'=?�sj�e?J:.o.r:�al�no
., .·,,,r8?��!�::!���?-s_t�;:a���4� �����:- ª·-���E9.S!�-d�.
.��!1�1do .f<?.rt�:�C>}<!,rrr1_0 __� . . a·h alista : promete , a felicid ade;.; Para o que pergunta 'no
�'�:d��nqs/à,fQrfi1µl\hqêj��Y.e aJ ,:·· e ri_qu � nto_}_inp�s�;xeJ:: É a início, ·ele mesmo responde sim. Mas em seguida a se.:. ;; !
!;J1êéleb'rê J6rm0fai�ríãô:há"relação isexual". . ;_ gunda resposta ê uma demanda que ele faz: "diga, fale" . . f; 1
1
�!.ft};;t'E�;i}�lli}E_-_��t�itiaj�la_âpéfgunta a. .ser reproduzida. _ A reg�a funciona como _demand;i._para _que _o analisando . � :
( ;�üaVê' �i!�t1hl?_[yid�nt�fuenk é a. _qt1estão 9,as rela:.
..
_[�li�em_re�içõ�s .. :E . neste__ níxel,_(impo�anie.. obseJY.;r,
,
V t.
s n e0 à e . Daí o entrel�ç�mertt9
�i ��,g� �, a: ._ -4-�.0irle,rn��- .JnQ.lh r -���g �� ��J.!!_ic�__�f!lPlic:a._elJl g1:1�_a_resposta já e�tá ali;:._q�� : � - ­
�:i.d,às-fóim.úlasYque:J;acan .utiliza: como é que o homem e a o texto an alisando talvez não contenh�_a_i:esposta com- i :

y
pl�c;;- .
que
't'.�§�tgêf''á�fr,eptódÜzein? É'o que àco ntece, eles se. repro-:
. ma;, -Õs . ele;�nt;s- ·d;--�������a. A reg� ;�;liti�-[ .
''.f.��,��/e'fà: pêrgii�ta:insiste:· o que atrai um para o outro supõe· i�is29s� _ ;;ii::e;çritâ�n60inc;onsciente.. çom.o_t
).:�!ài,'.§q�qu� ch?guêin {copulaçãp? A respostà é: repro� . E�_5.p_ost a · ã.. . eer�':_l!.lta�qu �� t ã.?__c�l.9�aqa_ peJ.o .J u jeit9 J):C? j
+ (d} z�â.of:rpergu �ta, Ôu seja, falando . Falando e pergun-
'.f

, mo merito em que ali chegou. Àquele que s e dirige ao \'


I }f?d�se , fomo O ; homem e a· mulher se reproduzem. E


-;naÜsta-:-�"omo- sujeito suposto interpretar: o analista res- �
1111,i'- :;-
21
•.
1
ponde: você é o sujeito qu detém o texto.
·
·util_iza no texto "A direção do tratamento", querendo se
Temos que observar que o analisando recorre à inter- · . · referir à política da análise, que domina tanto a �tratêgia
pret�ção, o que é muito sensível na clínica ana lítica. A · ql,lanto a tâtica8• E retoma uma afirmação não idê�tica,
expectativa da interpretação não é uma expectativa qual- porém análoga, em "L'Étourdit", evocando os Jogos

há um aspecto da transferênciª-que é repetição, há o que ��de é completa, só � . 2.reciso s�rvir"."s�_ .Qel_�§ O'}QÇS.QP; ·
quer, não se dirige ao Outro da repetição. Sem dúvida, homofônicos: •todos os golpes são permitidos•9, -��(- : ·

Lacan chama de desdobramento da pessoa do analista . .Yi�;�9Q4� _cpn�ê� ·Pª�- a finalidade, e>µ_seja, U�er.dad��
através da transferência. Sem dúvida, as �guras do Outro Já Ü窷·ÇQ�P!�ta, _ porém J.imitada, . sujeitá a u�_ fJ..P�l�dade_
são, em parte, transferidas para o analista. Ma�� �:i_cpecta: !��!f.i_tjyª 1•• •
1
. tiva da interpretação não é a da respo_sta cio Outro. E · : Gostaria de observar, entre parênteses, que a questão ,
piuiÇo evidente que quando o sujeito espera uma _inter- . 4a lib�rdade da interpretaçã(? não foi levantada somente :
_pretação, espera que lhe _ digam o que ele é, o que elt:! . por Lacari , mas foi exa�inada explicitamente por Freud .
gu_�f,. ? quei quer em seu inconsciente, ,.e . não o que <> _ ; em seu 'texto "Construções em análise" 10• Aí_ Freud re�- :
Q_��� quer de_le. ponde a: um alguém imaginário que_ · faz uma objeção, :
Gostaria de lembrar aqui uma notação fundamental · .-urria pessoa hostil à psicanálise, que acusa· o .in,térprete •
de Lacan que se en:con'.tra em "A direção do tratamento". de . arbitrário, de se dar liberdade arbitrária. Todó o ai;tigo • ·

risco
Depois de ter referido· justamente a transferência como de Freud, entre outras coisas, é para explicar que, em ··
repetiÇ�O, diz: � é pelo _ qu_e. _(!.__ �Uj� itQ _ ifl1p!,!ta .de ...$�r (se�. . realidade, este não existe. É a questã�- de saber O: .·
que . .��tá e11_1: .9���o)ugar) para o analista que é p�ível º· . que é restrito pela liberdade interpretativa . · · .
?.-�cance da interpretação-7 . O que significa, de modo mui- �oderia repetir aqui . o que já falei · em uma: palestra 1
to �i;ro, que a re�pos�a esperada. da �flt�mi:e.taç�Q.nãq t dl.Í"rante o Encontro Internacional, em j�lho, de 1994 em :" ·
da
�sp�r,ada do Outr�, dÔ-ÕÜtrÔ . lntimaçãp da palavra. Paris: a ordem dos três Encontros lntern�d�nais. dá ;uma 1
.
� 9_éH�po�itivo implicª _ em . trê$. respostas do analist�. . certa luz à questão. Falamos: prlmeiro das · e�tratégi� �; . , ::·;
- .
Primeiro; a promessa; segundo, a . den1ª9��Lde _gJzer; e__ transferência, do ·que se ·encontra na ·entrada da psicaná�i \
te;ceiro, a interpretação. lise. Em · seguida, falamos das conclusões dq_ tra�m�nto, 1 ·. .- . .
-: �-É certo que a interpretaçã o só pode vir se a demanda o .que está no fim da a�álise . E, no pro,ximo E,nco�fC9 : · ·
de dizer tiver sido satisfeita em parte, ou seja, se o anali- vamos falar da interpretação; ou seja, que faz çom que· (. o
sanda tiver produzido duas associações, um:, texto a ser · se passe do início para o fir�1: . . : . · _ .(. . :f- \
interpretado. E é por isso q9e..9 grobl�ma da eQ!!11._da_em_. Poderíamos formular:· não háJim,de �nálise :·�em� que '. ·,
.
_aJlfili�-�--t e_�_ prjº1C;!i ro.J.ugar- o_. de_ _obter.. a p(od µ_ção _ d<?,.> - a : inte rpretação tenha oi?era�o. A inte9?I.��o;b. .côn�Ui :;
·
texto, a prome��a ,;ião .!;>ª��--
---- · - . ... . - .
·
· .
ção .da. _ç.9nclusão - é o que . faz com que. ·.
.Laéan:diga: . -
o· ;
Isso n�s leva � um terceto �esenvolvimento que con- ,�������� -�: u.n:i P.���:i�<\9��-!�.m.. .a c:>po�?-��a�� de res� '. · :
1

. .
s1ste em d1zer.:.3JQ.t�rp.reJél-ÇfO .e. a respos.�. q1,1� . na estt:ti.:- P_?n9er,_-_amda , o nao diálogo tem seu lurute: na �terpre- ;
�QQ ..4iªJ9g9_?,t1;!Ht lç2,J�_Q� . aj µs_ta_r-s�_ à _r�s PQ�ta an"'. . tação, a mesma idéia de, que_Q. .úoiçq_ p!�c� i!9 que . pod��
J�Jj9r: à_ pergunta, . s e . e QJ.p_� !l� ª - em fa z�r _ap? re�t! r es t � . · !�SP.QncJ�!.��. :V!�ª é. . o.Jot�rpr.ete_ªoª-11§��..!;Isso é � mesmo.·
. que dizer que todos procuram um analista, mes�o quan- :
�l2_ · C2�t� '.
E aqui gostaria de apr veitar para fazer - alguns co- do não se dirigem a um, o que se percebe bem pa expe­
mentários sobrellJ!���- _qa. __iIJJerp_r��çã9-'- Como sa- _riência dos sujeitos que �ofrem e1 na· verdade, tçdos .têm : . .
.
bem, Lacan evocou o termo "liberdade" a respeito da a aflição de encontrar um Outro que responda; daí as . ··
1
interpretação, observando que, dentro do dispositivo, o . paqcões que se desenvolvem em torno da figura patema,·

i_
analista é livre nas interpretações, que nada parece limitá- · no sujeito histérico, que passa a viçla inteira esperando :
lo · no • que resolve dizer ou não. Porém,� libe��E�- qu e o pai diga alguma coisa de pesb, e sujeitp .ob�es-: ll:º
..Q!2.seh'.a, . eº_çont_ra-se a�ra� no 1_1.ívet _tá,tico;-ou.seja,_QQ._. sivo de outra mane ira, que , finalmente,· possa falar ,com l -r

. .
__njvel_çla escolha das fónp\!las;• d9s fi1:9!Il�.flt.Q�• .c_la_quanti�- ele. Ora, como sabe�os,· o pai riãá responde ! Dit a :i�éia '.
�-�-€:-�_tc::_ç;m; el� estâ no nível da tática, implica em : de Lacan; "o único que tein a oportunid��e de �JX?nder :
qüe ela seja dominada pela política, expressão que Lacan é o :analista". E aqui vemf como Laca�, � caute�9so:não ; '. ,: (

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22
l&il/zD!iJIJWIWP&hNIR\i i
�d�f;ii:!R :.�i, i , . . ? . . .
f'�:é Certeza;, rião ' é:�e�ro, m�-��_!,�o_ql!e_ t�n1 _a��-a.�.c�_é �-permitindo-lhe que se tranquilize um pouco. Pala.:. .
. . vras tipo: isso passa . . _. . isso acontece com todo mundo ..: .
�' /l2'. i ritéuir�tê'�:: :, }aí'i; . ,: :: ' ...
ct,:�:t,E'a resp6sta'êS�]J!<#.L$e a to,marmos no sentido forte . isso oti ·aquilo:;_.Sã9_significações já_pJOntas no discurso :
f �: gt��!�/
}if éáqüelá �u�::lcapça· � ���PQ�!<!_g9_�llt-ª que _para .r�1tau r.ar_e_colmatar_Uilla _l?recha . E. o_ qu�..c���?:!:1!9§_,
.

l;·.�:. :.?�
. '
. .
I·. i. .º.·. . . . :.·.u p1re;' - · .pela qual se forlJ!aǪQ_d_q_ps icoterapeuta_�justamente _ adqu i rir_algu:;,
1 1

.. 1.': arante . 0..- ea1 . t .


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·. . ��ig�gtcaç_?e�s_1:_1p!���!!� r!=!JJá__proo�s_.Jnfelizmente, .
Q}i)· ))P.ód�rrto�:'. nô�,iperguntar se não estaríamos hipnotiza- colocamos a contribuição da psicanálise, Acreditamos que,: :
foi:�o��f é:õf#dj�fpbdestas' intervê,nções do analista, suas . ·· por exemplo, levando em conta a psicanálise, isso
.
. .
talvez
i,��xêlaínâçõêJ; su�s pequenas frases, até mesmo 'seus res- ocorra porque o sujeito teve um pai insuficien te oú �ma:, .
Bilmóiígo�{à�l"��tern �Jândô, cdmo essas intervenções, . mãe demasiado possessiva ou · castradora,.�!g1:1iflca.çQe�:. ·
.. .
pqhé:�ii&1ià�nõ� ' '
' flt"( lf. • ..,.,.� f' , ,* \� f � . ' •
pârecêxh
' '
tão sirilplezinhas, podem cum- ��n.:ão v_alem _ lJ}ais ou�melhor_que a_ significação..;de:J- ;
,

f1prii. uma\função�,tão'.decisiva� levando em conta a tese de . •· �entar ). '.'..!�.9-E����---�J?.�iS.<?!.1:.!:a.Pi3:. �9-�s_is_t�.. em .ro,d?(.}


.. i\ I

�!.1J!á'c�."s°tfêrntda�1 afcau�â de urii· fim de análise? É justa- .. em círci.dos m(p_a r:te__ i nfe.riQ��s>_g�á�<:.?.. .?.<: �.can. �E , _p.o; '
����lí�fb,gu�ft�rt'tg/ COiocàr nbte-�emi_�_�!!_�_E.,C?._�O 'se· ajtJ�. . �ar__�as sig1_1ifi01,ç9.es _ �qm_falha$__�o. lugar_ do _Outro �da:.;; .· �.
�\'f,Uttlf�-:ülteNeilçõ'bs�fuodescls dcf anal ista Com a . finalida-. . .. ... -para
�@_Q.u�I}is, signif.iç_�ç�es restaurar_�_f.alp.a. E. é. por. isso . ' . ",, �i .
:••·r. . . ·' é�" ·dii/,V.s·�·::ló!·· ·1:,l.ll,\ •h·o-'va' : · •.
. .. , .· ------·
1 uca·ie ocnc��!.1...- � an�-��.:.::
i, .c1ii.. .· . ( \? ' i , . '., · , que d isSemós então : todos são te�P!.Y!'.'!.S ,_��cet� �J-��-r:J· ( .
. ·
E�fántêsrâWsêgtiit·adiihte; • vâmos ressaltar o que _está .· :, Qrete_OÜ� �re fe ljmQ�,-�xç��q_o_R�.i�f.!�.�is_ta;. _l�_§_pg rj_ ·�: .
_il�tõ;{êJ�:: tj�ê�ilib. Q;fatõ áêifmª.m�t9.ful!�i_ónamên� _i��o_q�e 'Lacan diz��� -�-1_� o_r:ç�go_ da _humanid ac!_e_:Não f f
�.��-ª-�.Ê.fr�.. .
'r, "�icôtêrá'' ·fa\e1:''�sidíf!.:iHset/É ��rdade quer existe uma • si�l�Sfi}�O!� P9r JÍS_ar_�_ou���.?!sa, não yisa restaura rj ': ?
cfá�'.1�tb1' ré\Wçí0-1l�.R�J1.c\fu:_cl_a__d.i.f . tanto por ser desumano, no sentido banal da pala"."ra, �. )
s i
($�!��l�S���W��l[ igs �ê!,e1p �Je � · i�n � é\� i?a t- .�� if� eiz..� ..�9..��1flr
ia · ps r�k�� ·
á is n õ as §_ã 1 é�_das .mesmas sig nifk.ª -- tt .;
t a u cos, ma5; co?:1 f l s2:s_e,J?.��!:):t�\..obter ..o_qu�J.a,0tt}.chama;em s eu texto �. \ Í
�l�����-Í,��11;\��tp ,�!ei�?.� �r p� t1
s u c a os : ?'Et�ur�it ll,�tJ�_ef�_i!o_q1:!�)iã9 é 1_e__s,ig�ifi�a ção;�nj�s.-f1·} :)
�J���!�f�!tf��fti��i�1� �t�mi� oJci :: li�� �
�lç�_f1nã1iârd��la��;P��çp_��r.ªRia ; ser�ere E!_OCU r�� ·. _gye s im :d�_si]Jv�sfi..9_WR,Ql_qgi��
���iÇ' Q����tl��®j��.t9..,_,9ua��o o sujeitó se ;<1,irige a ·· . · Gostaria ressaltar o tenno ,;"subversão' . Tratamos d:
r;.9-,s . {�0- . -f�1
O. 1
ttum��psi j, "alquê�té porque sua divisão foi afetada/e por assim de 'obtêr um efei to inverso' da psicoterapia.· Restau- f 1 '.
r�f.l�!����f��!frj::���'�tevº :t · \t · '·.: · , } • '. \r ·, · < •
: -,/i,sf n�� , l(J.�v.isã�\ !l\_" . {1�t
êsic��ªl_is ��-é a_cl�e_�id,?J�_�l.� . ra r as sig�i ficaçõ es qu er dize:, res;�urar .ª s� � ra do f an- �
tasma ._Arll_lud�_!!Ç?l,_gue._a_ ps1caoal1S�V'.1Sa...e_JUStam�:1}���

�psic'tfteíit1' iâ,'.�eritâ rês�U��, â' b���- ª.!?�la�� gg_s�j ei:·.�. �efei to__ g_�s.e.pafaçã9_entre_ o..sujeito -�_o_qbje_�? A�J ,

�::�ó'fet�O�ê d�s�Jrili��idâ;\Assim�:Uin sujéito pode m�it� de ��r um_����º ?e_�Jg�Tijçãç{i:Q,:I'rãfa::S�êle_ pn:>duzi(u__m_ ;; !


.
iií' ! . ,Evidetitement�l·tudo isso .só éxiste porque a . divisão . · fantasma ., Trata-se, portanto, de um efeito n.iu��() _dist�t:J.te.. ; :

i'::�m!s�t�ttr/l�t;·que Là�r(chifua pOSiÇãO do , "eu nã o ·.· �e ito, pcir ass im dJ.��JlOVO , sem abusar do_t«:!_�o :noy9..:_, i ;
[�;'.r���?ithg,1ê��c{�, lógi1 d�:fantasma"12, sendcüµa� Mas podemos-falar em-�jeitonovo no;entido de�·· \ '•
·
j�;divisãb!â��bê���ló f��ªiJ!!a /Q��!:ldg_el(s.esHrige._a__ efeito_t_!ovo_p�-§�P.1lf.il.Ç_ã.9,J1a.Jr.cmtei ra_ �11tr� _oJuje ito_e_o_ _ :: .
}l!!!�l\· .,êsi�.; é tpõrg�\t�ll?.?:sê d<:>_faf!§ts�a J9i_at,alac;la, _�_;�-- _objetq;.. Voltaremos a isso mais arde. ···
[;�skot�l'áe�u� te��_féSta�urá���. �_simples. Isso me levou · . �orta to, concl ind º des tnvolvimento, q e que- 1 ·.
? � �. º A
u
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1d: d m mo 1e?to, " ornas todos ro dizer e qu _
e_ ps1canalt�e_ s�-: -1!.c ritra .a_n:ier e.das_resJ .
� �Jtf i��rf1f' n�. ld:d� 2 � � ? . s
P�!co���a �u�s: · � ? e preciso aprend i zado p ra ser · p st �-� ari��ist_a.:_PgrtantoJ º j P.s.1�a� altstas sao respo -:.
� f � � � � � : � �
fr psicotérapeuta\ :

ll uf �iz��;; b��esjf à tºs�a P?rta:Hesesp_erado, d�primi-:; ' . . dizia Laca� :m ��-��e.ru_r,<J_pela existência do _di�� �f'
. e 'evi_Qente; Supondç, . que um arrugo, ou . s���1.� nag_ apena_�_P_e.Ia posiç a_�..dp a,mc�ns_cie9-t_e, c9mo

. . totalmente.
(, r do;(a ;,be�Jdofabismo: ''nao aguento mais". O que faze- _curso anahtico, Jª que . . · _este d1scurso __d�pende
li{ m,qsfpize�osl e1tre!:: acolhemo�lo. É ª primeira tarefa _ d.� s�;;_ ��po�ta��- · \ ·
\;f dóJpiitc;,tirapê\ita�mrif seguida, o ' que fazemos, se hou · :. O analisando não é responsável pelo discurso arialíti-

\i ��B!i��i-:i�f '7
!,fvJf}téffipo?/Falãretiiôs'.um pouquinho com ele, para que co ; evidentemente ele tem u � trabalho a fazer e m ta l ·
liffdacle, ��-ri�_r�9.s. _dizer�.li1e. �lg���S. discurso, manter a :�stência m1sma .do discurso, porque .
: :��y�J:��_:q'-!_�ts.!��-P.�r_<?._bJ��ivoJhe da� um�..�ig().ifiça-: .. --��11te..r. oJ�ç9_;r naJit1 c9_ca9e a.9_'.a.�a_li� ta : . Isso mostra que
• r .· ·,:r r · {
1

23
li
o tema da i nterpre tação não é secundário ao do fim da "eu sonhei que", .ou "eu tenho uma idéia que nem q,
análise: Talvez fosse preciso ordenar as respostas possf- .. · dizer". Este é um analisando que espontaneamente <>.
.· veis, já que nem todas são possíveis. Elas só se colocam _ · tingue, de forma muito clara, sua proposição da afirma
· nos limites da estrutura . ção do valor de verdade, u m analisando que,��-
Quais são as respostas possíveis abertas pela estrutura · · _s_ig11i�cantes, dis�9.da ��E!'.9P.!19 qç, S.�\J�-P.�1,1§.ªIll�I}��
?i·
/
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se
·
do discurso, que este inclui a estrutura da · linguagem e · de seus significante�� As�oci:,içãQ.li:V.r.t. é J.JJll.i!Jalª.. P.l!R..
\, esta coloca ao trabalhar a palavra analítica? . ordem da asserção�. Talvez seja por isso que Lacan pode ·
Uma primeira pergunta seria talvez_Sp._Q�r se_a resp9s: dizer que, nq__ sonhq_ e na associaçãoJivr� 9 iQco,m.ç�.oi��
__t�l da análise visa _a_y<!r9�lde ou O �eal. _Para aprofundar ...se eJ.').COlltr; num ��t,ad�- de_ talv�z; �aqui há um jogo de
.
esta questão gostaria de citar a frase de "L'Étourclit" sobre palavras, cm francês ,péut-être pode ser ''talvez" ou então ;
a qual falei longamcnt7 cm Buenos Aires: _._Que se diga "pode ser" . -�"'i �e11�Lo o �n�l.isa ��<? ..��-�p._qQJLǪ.rg;!._9..;i� . . .
) .permanece csquecid_o [atrás ..do_ 9t�§�Qi_�,.__no qu��e Y._erc.f��e para o Outf9, Q analista.
,Ç9t1!<? se . distrib.uçm as pqssív.eis .res29s_� _49 an�Jis-

podemos escrever com �base no algoritmo da linguagem ,,-, veis. Ou � int�rv:enç�_o d<;> analista visa o :qu�.se encqµ� .
�ye• 1 �. �·o . que se.e>.UY�f, que é? E q signlficante. "O que...
� d i2:''. §e_ encontra_po· antQ do_ laçl9_ dq_ sig9ificadg. E . ta? Parece-me que existem três p_OQtQs .d.e alcance p9.�fa .

de Saussure; baseando nos naquele modelo, podemos -��a�o d� barra, "o q\1e � que se diz�,- e a, pri!ll�Í!cl f9�� .
!
�ç '.'_2 quç se_ diz" sãe> as significações, resultados da ca-
escrever "o que se ouvf . e "o que se di z":
<leia S 1 - S2 , mas tão longe quanto podemos ,desenvolvê- '.
s O q�e se ouve las, apenas recobrem o sujeito deixando� . �xd:uído ! do .; .· . .
.
} os ditos do analisando campo delas, isto é, o desenvolv�ento da.'.$ign�ção : .
· · faz com que se repita de · modo reit�rati�o a:Iqu�tãô{ �o : ·.· . · ·
.s O que se �iz

�;t
.

J
ue
E, nesse mesm<> text� , I.acan designa como substanti· · q A�':.�ca;o gramatic;úm�f quF f
va esta fórmula, _q ue ch�ma, os ditos do analisando. Po- . . gra�ática d�termina .�s s ignificações; :paq�D}.9,�}�ya��r �)\/

:f:
demos dizer que "o qu e se �iz11_e o. que tentamos alcan- . ·pergunta: "o que quer dizer?\ E pod�mo� essrev�-la;cles-: '�li :
· ' '
Q!'.. �-�9J�gis�ro dª y�!(Í_?._Q�.·- - ta forma: · f! -; . . 1 ·
Qual é a relação entre o analisando e a verdade do .. · ·
que ele diz? Pelo menos, qual é a relação prescrita pefa significàção // S x· ;'. . ,. . ,-} .
'i\' ,
= 'f· . · · ) '.;:·
, ,1 .•

= . s · · ;_:' ·: �-J ·
1
regra? Pede-se ao sujeito que associe livremente, ou seja, · • •, . . >L ,: ( , . ,. :,·

}>
: que suspe nda a questão da verdade, assim co.mo a ques- d.
tão do valor; ou, se quisermos, s�spenda a questão do · ', :;;f, .
. ·. . · · ( .;} .
valo r da verdade no que. diz, e fale sem se preocupar.se O desenvolvimeq�? da significaç�oJ�z .�C?Ill:,que{�e; t (;
o que está dizendo é verdadeiro, se é falso, se são boba- repita r�iterativamente: "o que .5e qiz",j�tra�s :ga �.Í.���,; {:f
·
gens. . . Enfim, .Q�di!P,Q�füt: q_l!� cJ.ig_:1.g�2-�eLfQi �_.i._ qµe . . ção, qo suj eito com�,,, des conhecido,,� , igü�,! : s�1,qu �s,�r'.!;: ;I{

lff
�l!°�Pé!ll�-�. �1!1 seu <füçµrso , a _dimen�;'!9_cg <!_fir111<!ç à9.:_ É· . .: . mos, podemos fazer ·com que �eja; e q�iva.J�n!$i·53id�jo.} Jif,{í
-�a.__qu�tªº- que . �ffil�!ª·-�J.<?gi��2 �.,.��-:��per .�e. a afir� · E é por isso que ''.g qyt! �� d_!z.� . �� j�\J.����r...�o.n#,d�11!:Pºj
.!!J�Ç�.<.?:��tá_iD,tema .n.a._ pr,gpo�iç�o, . ou se_�e as�escenta, à c;g_ip.Q..º p�óP�!º �'=1it!�2. ''.. Q q��- �-�.cltzJ., &9.
·
. b.�#�"®.;..
�g::, .�if
iie.;�º1J�;$ze�.;9Jtn;
.!!l. � �1�1.a , _J aqui podemos colocar em polêmica Frege, n.ific ações., é . 9. próprio sujeito. Lacari ev�)issó· qua,n.:. �i ;
.
Wittgenstein e outros, como Quine, que Lacan evocou rio . do
fala dq_ an;lJsa9go CQº:1º-ªimçi�

;J'/
A t rní",·o da
V\,JJ · n(";,..a•1,a'[zs'.J 4 •
, -...,.,_, f (:" ·que Se d1'z" ·e' O SUJ' e1'to ·. . . < · · • '.f ".' ': • •..;-."'·\> ' . !'·.'-':•.< ·. , · tL ,· : · • .·'. i···..:
• . : , . - ' /
.
j . , , , '. .1 j ' · .:<:;r'

.
f,I:•,... -, , · :\ ,. : ;', •

. . O psicanalista se encontra mais do lado de Frege, que · · .. Quando Lacan tenta d�finir o,ti-ia�,ma flaqll�l� :que is�
distingue o enunciado da proposição de sua afirmação, diz em todos _os ditos, ele odefin�;em ;primeiro lugar ; ;fr
.
·. ou seja, diferencia- o enunciado do valor de verdade. : . como elisão de significante, ou �eja, qu� é'. �ep�e��- ,, fü.
. p
Deixemos de lado esses debates propriamente lógicos, do pelo significante mas só pode ser defiQido: com,o s�n- . : :
. são apenas alusões: laterais. do "não significante"� E daí a idéia pa equivalência .�o .

• •
Observemos o analisando que diz: "eu note i que", ou · menos-uni, o significante · que está sempre faltando na
��l�l.
&�;tifõjt1ii��ib,*6rfió a�uelà p�ii:e'yazia que sJàch em ;_,!?imples;_. um_ exémploex:I:::�,::
freudiànp,· dos
::1
primórqios e . � :,
téan aoofüalcomo q ''plicado\ oJrei um
a d sua
1

: �::;:� �����::�·d; =! ��;a:\ :


�ª � �iti�tt;:;�,w��::
q

.··- 1�··ç_9�..� � 91..�.��.:.t�� �. � ·- . i:,::·9.ue .�r7p·· d faz c,onsiste em. rª�e.r ;a.; pa rece� u_ma me�f?ra
ei º u . ·l. \
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.. . . . . . .
. a. .· ..... · ou �eJa ,·que, . . a. v1a substitmdo para. ela o; . r
.\. ;1. a ' :<:' .JeitÕ;•·dQlt;u.jeíta:comoJnç9gmta;' que s� desloc · · . o medo das l0Jasjh
t

��� · .
''mf8 !ãlrtirrsô1�·· · "'··· aa�c�ndd=incógnitã.°-· T . \:·. �:�;--:�:.'· : t;:medo d� hôme'ni. sigrimê�nte;da 1o;a 't1nlia, toró.adô o'j
1 ���@m · o t
.
..��- • .• '. Jil,?'.t�r��ç�? '
.
e>t9µ�·
s� tS�gu_e · d��t°.(I)é- . . 'f:lugar. dp/significante '.'.hómeib;.,)Em vez de, \pensar/. quert
. , , ,. . 1 . ,};fffiiterpte�çã õ's_i@illg,.tjya�:nã.q_ri_�9!y��d_e__ . ::; tinha · Pf9blema� com . 6 o u� ·sexó,· tinha fo�ia de lojas: .� :;: ·
iÕ'��lil �à �gfü'.fi �ô sujeit6;:éla o deslQç..1:.•,Nª.9._sig�_ }Me táfo�a mui tÜ s i mple s e . rluiiio legíve l nh . exemp,l ói 1\'

· ·,. , · ���ç� ��_fJ:?.@�.e}im�� pãC? J)?<le'mos/esp7rar <:decifra�en�o,· a questão �o dfsejo sexua l do �ujeito per� f ·
'e··
'� . f1 ��is.e t: 'itilBld��.$..:�$-,@11.As_�e���L<i�l![lfiaL ..� freudia�o. quando Freud Pfbduziu essa operação\d� � �·
Hi
" 'f�];r!?If tl ,i
1
i a·;�_o ��j�itó. �;é �o.r ;�s�;,qu e · , ·man :ce� i�te i r�. A pe rgunta, "? q� e ela qu��" em sua
• ' 1� g�

.�:;,r.#�.ei�aff
. .
t� �
. . · . . • .. · · · ::!o,Selnlnárlq)1;. 0'!quatro conceitosfuru:la- . ,. relaçao com o. home m, pennanece mtacta. 02 m�oma.foi .1
J d{b��:t_�ui;!.@...
. .
. :t����.!!Ç��:<:9..�9-. �JgnF • .,· 1J_�çff�do,_d.
bfoz:s e:!.a . me. táfora,��ze�os._ap;_r�çer ,_a_ :5Jg�1.·:
�,êà��fa�tp�ffa_!tp!«:_��s$��r��san e:. ó�a _ igni;; .· . fi �ç_ã9 él�.!i.�a_[çbia . e_. o p roblema s e. _enco_ntra . inte i ro
. t nã s . c · . . t}·
I
F�ll.:�çã��� ��ro��z�;;��<>�;.s�SR'º���t.e.s. .�lq�;�l!�.l§. � �- ·. ��P:�e_9�_11.(>s ...9:_ que : qti e.r_�s�_(.s_uje ito?_ Não podern?�J '.f
:;���[�,���o:;�-)�� �4��4s�� :;c�p�lusão é a seg�unte_: Q.,, • dize: qu�el�. que1r� e;ttar os �o�ens, porq� e el: s6p�n- {
t .

.
l, :
F
��t����.fçl_aj!iterpre��!8.�iJ.1ca.�1ya_ é_9�.d<:_�e�ifra�, ..de. . · sa msso por mte�med 10 das loias, m�s tambem nao p?C1e- ·�• .� ·
po is nã� .é . ?
ª ª.
f
�i���e<1nt�.q��JestavaJalt�n�9__aq_s,u:� . mos d i��r que �ueira �e a pr�xi1?a r deles,
.
, ·;·.f. ...
:��· !��#q-���c�r.��'.
:;.�:;·:· jti,;�Q.. , :;T'1
<1
s. . ·.u. ·: se:�;.,n' e�º, . º�}.� }. ten· }•e : em seu. -�.1.�ç • � �: E :é . q.u e. po�� .f.az� ., Desta . ·���� .:.un�. a : :-ª"'r11e. n��g.�· . - .. �•:. }
.
u s r ª . ez m . � ...
.· ·
,lP,O.�:f�,:.
,·,·, �
· Q��f�lep�
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. . . . . . r que_a1· . m!�rp�t_aÇ�()__5._1gnifica�. _1�_c!f!<l�-º �mgnia do


· · . · ·. de. d1z�

. . �.u1 e1�<?.. .. _tá :ma 1s_v1vo do_qu e _null:_C?-1..·� i t


.:�!i±������b�?
. .· . . . . · . . . � . . _ _qu�. .�. ;1·.
.

· · . . · .. . . iÍiv fsá. �__n;i.e. · t4f.


e . · <?�:�-n:i��ff>El
. · . _pr :. : · R�r�e ��<;> .;.�í_a_ c.ess ídadeT d e_uma _ inte rp
o b s ne · r�tação
.

;cÍ:��z:�!Jii�:�s �a s�ifica_ção,_t�b.�����-°-� signifiçal).tes '.; ,Y,�.:�-�é� de_�9.:.tjt1_e_ s(! ;dii:, a�é . -�e u ma yer�ade, en_qua�-:- i: :; 0
.

ª11dº-ª�JgnUJ,�ção __�upl_�me�tar.Ja z.. t_o _ sign1��x!<?. ��__u ma c� deia_4�c.i:1 lada. Da i a Jo rmula_:. _?. f r ·::i')
).In}��r�����o�m
.
�!lJí� �.. .
q �- 4�Y.ia� d�sapare_çJ�?,-hO. . • 9�e_ dev�...s �r_int�rp· retadp_�. �?--' .�?_qs ditos; mas, segun.�. º �-f.; �
I
· i
:··.�• �� -�•e� �··- ;��;-.:,f�c:.:.�/..� ·::;·J_g:�.ifi�.
. . :. r,
.'.J. .. ,.re��qµ . . . _�.. A;Ete.m· os'.
. . ·. . �. ·:V. ôó\escre�ê-lo
.( i'. j:.>'i:etâção'
,•. "'1 '1 . , ' - .
·.
J •1
· · :um. · esquema bem simples desta mte r- . Laç_?.!_1
.. · . · . . .
.' · ' ' "' u,: ' . , :i,·,J •• ., •,,.;.•,(. . •
.' \·' '. '. •, ·
·

· ,, •
. . _,..:'.Q.9!�e.r�.
simplific ando a substitu ição . . O , · Abordaremos esse ponto ovame nte amanhã, mas.
.
. .
. . . · : .· · . . �.
·
·

.
• • :

:; Wri.: ('!i�.ii�;�(: ·I{t.':� ;/·. · (:1-)s,: .


f:;1'1�ifil'órifã\iyt\\. ;\�{\; ,\li-: ' ;:.; · }; . ) . .
.
.
. m e smo ass i m, gostaria . de fa zer alguma observação �obr� . f
' ){( , ·,}.;(: -;(�\ ·�( . tf ; ;: S
· ?.S di!OS. ��xlem�_ .s.<?m p_r� _ pe_t,gu l)ta r se _são verdad�J�o� . ;: '
. ou falsos, e ·então eles vão recai r sob a jurisd ição da ver- : :
:. \:t:\ . '.'.f.{{'.}k :: ;( . ,i:,. • . . . . . . . . :: . ·. . d3.de. o�-�â-mentira . E,. 'n o'ru�do, ; tese freudiana � .. '· .·
(/!f}:Lacàri !_éliz que;essa operação tem como resultado úm lacan iana, a tese da psicanálise .é: ..9_qu e há .de mais ver.. ,
ao
- - .
. . .
:-\1 · , 1. _,:- .) ·.. :) _ __., . . . .. ... . . . - · �·-·· ·- . . � � --·· . . . · -· - -
l ;:. , .) i .r:
;
; . ?( : - ' ·· . i:� .: . ;: , . ·. ·::.:, _ . f· _r
_ .

(: -�is nÍ\telélo slgnificado. A interpretação significativa , · <ladeiro nos ditos . é a mentira; se _ o suj�it�-diz -;;�� a�o..-,
>
_:
cil':cóirío\�ié: evidê: ncÍâ'·no Smninárto 11, visa r;�in�iú; ·i;;;i'o�ê°Üm<lÍtÕ d� q�;1 ·podemos .perguntat: ;e rdadeiro
--·�- �-:,, ·1 - . :-:·-· · · . .- .
. . , _, ' . . .. . ·;
_ : ._ . . ,. . · .

f ����J:if<?#iflà�;ão;i1��:.mai�1 a· �ig�i�cação �ue se percebe ou falso? A resposta é: falso, é a resposta d� Freud e a


..._....,---

, faz com que _ . resposta de Lacan. Usd o .exemplo 1 "eu amo", · não por :: ·
·

}�lém;�9!i.�.e�se.��i�.!��- ��1;1t�_,dii�r. E assim .


{ �.!1re@ sí�i���'?!�-�3.:���de>�Es�e é portanto o inte:. acaso, p6rque é com essa fórmula que o sujeito indica . ; .•
t��!�,��IP,re�ção.,-um . Jnt; res�e de de�ifração.::c Faze r su a con exão co m seu objeto de_ a mor ou de �esejo. E é ,, '
.
'. reaparecei;'6s ;significantes .'que. estavam no Inconsciente uma expressão, porta nto, qu e mobiliza a verdade a lém · • ·
}.�eref·;c�i�:la�o, foi5':_t1ma _m�_ns�gem decifrada · p:erma- da presença talvez do obj eto verdad eiro, sobretudo real; ·
;,: nec�31m�énigina/O que quer dizer isso? Que mesmo . ' · Portanto, hã três pontos passiveis .aos quais pode. .vi�
i . . . . ..

ª�
ttjfunclc ·Urrta)lgnffi��ção é·fo��fad�:· ��sm.��q�;nd9_ 0_ sar "umi1nterpreiãção:
·
. �!ggif1:._&�q�� aJ.�X s�en��?:. éJ�()!��.2.i.i.!ilusã9 �p.t re_ p . · · · · 1. ela �visà,· sob a · barra,· o significado; ou
.§..U.i!'!.i�p: er.1,��1!!9 . ��l}_�_Eg>�_S(;!ll�Ç�Qjignificante 'per- 2. aci�a barra faz aparecei: os si g nificantes qu<:!


' ���_sso � onze horas .da noite pode parece/ê�m� - esrnvam o_cu lt.os , ou

25
3. � � interpreta os ditos mas interpft:ta o dizer. ex-sistência•; assim temos uma definição exata , todo..
Aos ditos podemos �pre perguntar se s ão verda- � ª!!_��!��:: �O_II!O -�ig�!fica99 _o suje ito e o dizéL!��-'!�-
dc;iros ou falsos. � o dizei não pertence.. . ao. . -campo d. a ver: · _s ignific._aç�� 4� e,ç::-s.istên�i�. · ·
-· - - . - 1 - . - .
�de, não é nem verdadeiro, nem falso, é dito ou não. E Certamente é necessário percebermos um pouco me-
-- .. . , -- - - - · .

J> .•que se diga"; � (?U _ _ nãe> é. E, ao final de sua elabora ção . lhor a relação entre o dizer � o dito para aplicá•los · no
de longos anos, Lácan acaba considerando que . .�_..i�t�rc: . · · campo da psicanâlise. Primeiro observemos que 2._<!�!. �
.P_!��aç�oé �o n�ve l 90 dizer, _a i nterpretação.Ju ndamen-: . · est,âj1J.1pH�Q�.no(�!!_9s . . ���- qt,1!!J1a�j;1 JmtditQ.�p.recl� , · .
�2 .aqu�la que . tem efeitos d� estrutu_ra,_ �- pq9emos .v.er . . · _q�e.. ��ja prof�riQo, ê_�o.§.impl�s-�5$@:. �ç �-dito seml�
Jm�diatamente a relação entre o. dizer e a causa; ou seja, : Há uma· expressão em f rancês que talvez também ·
<.H��r.:
_9�����- -�l u.� g m di os
z . ��µ :l.IllO " , . podem f:i.zçr. _ duas p_ir- , . .. ex ista e m portugu ês ; 'dizemos �f�y_a �·S�O yai . \ '
sa!!!.Aft�:� .
.J.�l:1ntas: verdadeiro ou. falso? ou então, por: que é qu� _eie :· sem dizer", para dizer que uma coisa' é eviden�e; eJ�i /
�_· iz isso? Qual a causa .de que ele d iga_ is�9? . . ��_yiq�me. que. ..é i11�t i�_giz�:-.l a ;_� , �2-���(l!Q,.PJ�çig,_gizê<• .
- 1�;m��_mQ..s�m_.c:i.{�cert _Q__gi���- ��p!i�!:\q.���b���9-: ::Y,.'.:
<:��
. _ g;�.eo t S�!J. -����Q.� !raÇQ. Lacan o �fine ço�ÇJ!pl:m2:: Jf
,1

- .Q2/11/94 . -��pto_�e-��:-�:istª�tj�; iss-9. if!!pHgts�!!!á:19 n���i;�tu:j tf�i :


lçg!�a . espe.çífica, J: , se fizerm� u�� �leitt.!1'3: . 4º ·t�o {i ;
Colette Soler:
·. rn:
"L'Étourdit" poderemos reconhecer q�e essa estrutura 1.Q-� {V
Gostaria de ressaltar, agora, o que apenas lembrei na · gica é a mesma.da exce�o,· a mesma . .do _�ermo.qu.�...,�:-: 'l;, ;:
conclusão de ontem, a oposição entre os ditos e o dizer. cç>njµ_nto pa@_ c9��!!.H<1..cim91ªti•- ; :\ ; . · '. ·\ · ;
. ·. .�i.�J�-ªc;> Lt:'.\
s e
_O d.Jtog lo. ��Ij ��2 Q���IF.<?.S.l.li�!t�_Q s di tos � pt�§�.q- . . . ,,.Sã . · o esses todos·!l s desenvolvimentos do , inicio.. "::de (;;','
•. tam o sujeito, deixançlo.. sempr� algo �i-��r. ��s�e.. se�-�� · i'L'Etourdit", e pod�rri_ ser escritos de f orma ��mi�im.pl:es .j)�i;
e
' : • ·. .
.
.;_, . : :!! . , º'.' · .

a._
· ,· , . · ! ,· i{.\":'.:

. QQ...Q. �11j�çq]__ S�º1PJ� �g!lifi�.��.P.�ls>s sey�_·.Q!!:CJS , �feito._ S e representarmos a;série dos ditosido �ujeito; ·j�odere-.Jjy;
.49AJ!q , __e, ..11<:> �ntantQ,_ inc-9.m�_ns��v�t�!:ll__rélaç!º--ªº$� . _. mos colocar aqui · pontos :de_ suspe�ão .J>�Irid.icar ;1 �r:·t1{
. �-�-PfQP�i9.s d itos. . o "que se diga" � algo totalmente . sempre possível acre_�centar l)ffi ditOJ �is· :�/j; , ,\( . . i J >;
diferente dos ditos. Quando Lacan evoca�_qY.�$�Qig�", · ' :; . a;) ·1f· -':.ii . , : ,.: .i ·. iff1-
. �s�gn� l_lJr�y�s . d.este_ y��P.9. r:iQ. s��jUJ::t!!Y.Q1._CJ ..Y�� _<;.�_a.!E�:.·, série dos ditos do· suje,ito [ 1 1 1 ] i 'um çiizer [ 1 , 1 II�l - : : {{. .
re�gs ato de enunci�r._ Foi como terminamos ontem esse . ) .:s··.'::t ·
7-�'(''. :t ·t.
ponto, não é a mesma c�isa interrogar os ditos sobre sua . No fundo, _a es ��ra .ela �xcc;çã(?�prec is:i}çi{:� m,:��r�.:· ' .( · ·
verdade e inte rrogar o ato de dizer, por, que o sujeito diz; . ffi9 ql!e não seja �.��.rie para consti_�.í�l-� . n�º1 q?,nj��º:.J.J
. ao· invés. de se calar? �an_J!!l_n.t9}.1 .Q�ft11lr .�__.p,9ção de :Estrutura que lacan utiliza vãrias vezes,''. DUlS de forma j .
2�er no texto "L'Étoµrdit". Isso é muito important�pãrà'- . ' dife re i.:ite . _P a._� . p<>d��� iz�r t��os _9s :�1� .'é.
nós, porque. e l e s i�a.- ªJi:.i�1:..rpr� t�&�o_ç_q_[]!Q_':1m -�li�e �,_}lO · · · u.1!1 termo fora da sér�� que e:ons��i '.o copjui::3:to .,da s�*-'- . ,'
P.��.Ç�� �11.1:· rt '.
i

qual há o problema de saber através de que fórmulas ele . ·E , em "L'Étourdit" · . esse �1!J. é.. <> qu,e �can, e!?,Çf�Y., �. ,q)�O. ·: ; ·.
·' . , ; · · :. ,
será dito. "um dizer� . .
,º que significa "que se diga"? - questão levantada pelo _ . . : A
idéia é. de que ..t(?q9s �� d!�º�;: ;
· . :sie . 9.�:
_an:�us.�.:§o..) .
próprio Lacan. "Que_ ;;e. cliga". não pod� s�r po_sto em �Çl- .�Q.cop.tra1� o �e� u�.: riu� di�er, porqua.qt0Joçl9.� �$.$.<!�-; .
..1J�a, mas podemos perguQtar o que signifj.ca, � será �ma . . cfü9s__9ize� 5.emp re � . .mesma coi�a; . ç9.is;(�t.a .que �9.. �. ) :
funn.i_ ele .. tratar o clii;�r._ �9-�2..signifi��t�,. visto que, no . .9..��Í.��to. Se devêssemos inscreve�\�j�il9. neste peque-. :; ·.
fundo, é som.ente ao .$.ig�ificante que pocl�º10§. pergm1t_a r :- no esquema,.��ria iri$_ç:ritq_ço�p u.�.�cmj_�tC?.Y�!Q, f2.1!19.: ; :
·
. g�al é seu significado. Rortanto, Lacan levanta esta per:-: , ·:2.. . . �o�j_unto v�_zio , que é uma
��-51<? · parte do · conjunto
· ·
gunta e a resp�mde. Q_9�z;�r _11�.9. te.m. ço019 s!gnifiç�d.Q a · dos elementos, os ditos.
.
verdade, nem o sujeito. : Lacan formula o significado do S-0
di��r de · ma�eira que, i�icialmerite, pode parecer enig_- · . O que.!J.1!��� a_int�rpre.ta��o é jus�!ll�tt! -����-�j�t!Q,.· · : :
l mática, dize n do qu e _(!le .JenJ. COf!19.. l?!g nJO.çªçiº ·1l..��;; · Se_ a _i1,1rerpre.�ção te�ta o_u e�perµne,g� .cJ�z;�f ���--�jei- : : .
-!�!êi:i c.i ;i,, p;i!;iyra J!s çr�t a . f om hífe..n__�-s i�t?r..1-ç i�: . E · t�,.9 __qu e .ele, _qu er �-��er, vai _se fl.!ªll_t�r. QP..niY.eLdo.,..ç_Qp� __ ; · ·
explic it>,: ,o_c_l iZl!f, � -�� i;iç:í_o _d_() <l_ Í7:õf é mom,ºto..cl_e _e recair sob o golpe, da recorrência de •o que quer
i!'!>tc>, l!I
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26
r�- .�4� r�i .�! t-
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iii4iihiilêiiüii&Rt/i8NM. �+
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i�!r�;�o -�V��- dos dit(?S, 3.0 d ito que_ ?_iz�!,_}�taç_a.�� intefP.r_�l?�.9.1..!_lãó ,·�- esqueçid�1 _lll�_S e_��_?_· j· :·
�íái·ca ·� @emos -mmbç!11l�rgl,lntac�o-.q�e_quer_ . contrário� traduzido em fórmula., • .
19tzer't'PO'rtarltot'.Sê 'gUiserinos g1Je' a i!i!�.fQ!:�-�-ç�d ��c�pe__ rGÕsrarla d� apÜ�r e;�a di;ti�ção dos termos na áná- . ;' �:
}\lesse'itlêsiíié!infiliitô!, é m:,�çJ::;o_qUe_ela .J�ça ��u�ro_o.utrO_: . l ise, s eguindo as indicações de Lacan. Vamos começar f :
. , : . H. . . . ··
J�lugar:tguêfse�refira>a9.9.iz�_r!; f iiJ. . . . · · . . pelo dizer do analisando, pois qu e_!_la a !_l!l_�e�_há_dQ_i_s _ { :
lJH�tü�_)!pergifrttãfqúe·:: aP.areê f muito cedo . .:É a se� · dizeres: dizer analisando, que constitui o CO.[ljll11to_qos . . j :. o
tg(fffitt:y�mê,�'tetliié�sso ,·ia esse
�.r. --V.-��=.·oJttf�t!t:\'- :_tif'.1 \'"*;_:,
1.- 1 �.o/'f�,i]
.r
:�dizer? E . aí precisamos
;1-\- .·
. . .
/i.:. ,
ditos ânalisancÍ�;-
.
' -
� � di z
. ------.· ..
e� cti:int�qJretaçã�· . : ,' . ( _
___ ., ______ _ _ _ _ __ ___ · - ·· ·-
·
. . .... . . .. .
. . • . -
> .· · ,
.
',j
;i_l'dlferenc1ar�•gue .se diga" como ato, que se expressa _pelo
. ·
. · LaCan, afirma que os ditos do· arialis_ando.:.,. p er�ite.rn · :'
�/vSooTe,,"qi:té'%e''tliga�; coffio fq_r.n.i-9!?1.,PoderíamÔs ter fót; �gy e_s� _i�fiJ! li� diZ�f,_demãn9 ,. ,mes�o·quando os ditos: . � ;
� :nií.i�1âo'fato;.ãe dizer?/ ?i :J, tt. não são emandas
d ..· : · · . .· . ·
- os da ass . iâção livre nem sempre j
;,:�fi��!.�t��n,U. \�àr!u\r{�xe!Ilpl·.:?>; .·para: mostrar! q.u.e._.e> · s�o dem.a�das. Entretandot tu�o d_qu_e_se. _di z numa. anã;,: ,' ;
.
j1
:��ffi,fena1, é�tê,filg'$_��-5_!<>--:-�:,êle a�vés���mJ?.�<?�_ lise com2brta, de 'acordo.com r-1can, a pen�s. Um dizer�o..; 1 .\
t .
,rceo1�in·1�1;·�e1:ó�a.e.@ lóg!�!;__ e\�refere o que chama , . �di����d�-���;���)�estiqUe��%���!_i1:1t�:rp_r��� . tac�ri
-�:l'�ê������7,l,f�e��iá�, Fr�ud:�unca enuri�iou� 'Não é utiliza a expressão textualmente, "demanda a mterpretat". '; ,,
Ll ·
l'
um)âito:;aei:Freud/fmàs de Laca!!l_q_�_e_9.L� Jór!1JJ!Ja_d_o · · 'i' Como$ partindo de tudo o ;�ue passa ·pela mente do

_.§1Fe}çcr@�ü11tf el��í�i�nte-n�-d!!º �_o_ i��º��-i�_r!_�e;��:.O.: . ànalisando é ele enunciá - at�umas coisas passam por · · :r .
f�
� dl��qL�é:��feu�di éfinfer�d8. a,_1,�rtir çl_aJ§ gica_qµ_e · tQ_ll}a. sua mente, mas não são enudciadas · - podemos· inferir � . �-
[���-!�?��?' �? �i�� i�c<?.f!S$!����;:.�-�-�-���i��-qu�!-���( · �ue seu dizer, é de . demanda?_Q -��e.f. �ª- d..e!n.a�d� �- inf�.: _
f.
r . . •. i :·
f;des����tesse;dtt_!) ,9.��-aj�.��;s.1s!���- { _':_}:: ·" ttt ��\J ) ', __r�.<,lg_R_�l�p-�cta_t1y3:_de.. �ran.��X�_Q9a ;_e ce�o que o su- 1 1

i�tift��f.: ,t��;?�i�i!�� ��. in�oq�ien�e desc?bertos po jeito a�so�ia, ::mas também é · certo qu0ai§; a�_sociaçqes ·.
.
e mo e r z ã te tadas po.r:u n:ia.expectat_1va.Ele pode : { ). .
(�r���.,re,:�:��,��1%�:� liim � � :_o�_ _��d!_�� __g��.f� . .·. J O_ ª!1!Ill�g��f- S1JS l)_ .
�i��se�t�1t°,�'.Vffi'�O�Ju�to?�;; ��sp_?n�_e_qu�s.e. tratª�g��tlm:· formular ym cert? numero de�sas e�p�ctat1va� mas, no i:, ·:
t�.1,J
u e · ndo
i�dizer:âe-,\Fre �+.e+��=�•�te r�-�-r.t1�/�Q_J!19.tn r1t_()_�l!l .q�ç .; fu � v����d,�:�· . _que p_ ���<::.�el t m1tar '. o_ d tzer_.�()_Il19,; e
,��ê��i�t�fób�}>tl_?!t,º-�i _
rião \h�/�<>I)_Ç!}9�,�t1riiª..f.Q�l11\1.la_ . _d�!_ll�ndaf�é infer{�fa a. pai:ti r_da�sf�cepções .d� transfe_rê�:·
jr:E�-cl�,���o;�eiios �té que Laca� a tenha produzido: a. · , · _c1a t_<!__quaLçqmeçam9s_a_captar'-qt1�s..e.,.trata_de__uma..pala:"� , '.,
o ra a a partir' das queixas, das censura�, dos � 7:
�t��,f,:��:d�éJi.��JJ1�'-���s_$�..'..�âs J�)��!:l�i . ��9.:i_����lo. .·· . y ?-�:q�� �9ª._É
woutr.i::J '-íLâcan;.,Trafü;.;se de um modelo de mterpretaçao e . desammos, daquele "ah, se eu soubesse que sena as- .
.
, .. ,. _� - ' :'. ' · _; ·,; , · i· . • . · _ .
· ., .· - .

;}a f6rmufa;C:'en:fon��..:P.º-Linf�rê_rida 0 e_nãQ p.9_r _e_q_uíyq:: , sim ... " que podemos inferir qu· , · no fundo, os ditos só
�:�o�Wafüo�Ivoltâr ares& qtiestâo ... ���f9r��l,,a ;. qu e Lacan . demandam. · . :
r .
it dá/comcr�8;
2 j
cli2er ide Freud", é · bem conhecida: "não há Lacan; em seu texto "Variant s do tratamento padrão", ·

\,t��ftl�tt! J: :::!;!-:;!;·!����:
. --- - · -.. ••• �
,:t_. , · : _ . ,_1 . , :_{',- _ ··· - - · - � · ·· · · · · · -� . ·
r , ,'.' . _ _ _ ., .· 1 -.. . . . -- --:- � - ·
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·
:J:-
1

i 1 · p 0 0
:! ���· _ , · �:::'iim��r:�::::;�:e1 :�: � �e: aª::ti:·d:-
i �dos cle�1"°6' d�z-�i.n �oi�tri:·�()�Í�h�-� nunca, os dois __db · ���� �ma'caiga difícÜ, e, .poriJso, 'podemos dize r que a
: sexo; .��p.9_dé_sér.Jrfferid9 :fri: i ··· · __ de.. . forma
-� -�-
legítima, "não há . transferência é preciso suportá-ia, Esta é a intimação do
. . .. ---·- -- - ···"' _ ;z� _ _ _c!�_!l1
d i r da a nda ,__especificado.� ���d� ��ie1t���ã o -;e�: �
(reláç���xual�. .
:: ,,J Há �mfroêess� chamado em ·francês "si, alars' I "se, ·. • clg_ 0 mesl!lO --�izer para todos._ A demanda, _conquant o
e,
(então", êin êspanhol "st, entonces'. Foi o título' que Lacan utiliza a palavra no singular, ela é específica de

.t .
\Jàcqués:Álain Miller.propôs para um seminário falado em · · cada sujeite>,.
( êspanhbl, fuas?realizado em Paris�ric9ntramo-nqs _na , P.�!��- -d isc_urso_ analisando. todo _ ele __um•,.d iscu�s_o:.
··'estru��d{:�L�ri��()��Se_há_QS dit9s doinconsciente,: e . .rn.?_da L Ontem l embrei a suspensão das ques tões da _ver- .
i, os ,há desde;Frêud/(9..s_.há_toçla _v�_z__que __um. anal i�aqdo ·. dade na associação livre, contudo não é some nte aí que
.
\assorj_ a.f então, nã.9)Jâ_telaçã<:>.$�Xt1ªLPortanto_�_a_ QSic�: . ela e�tá e sim também �?. �izer anali sando, que aqui tem_
.
' '.'nálise 'que éstabeleê:'e a' não relação sexual. Todos os su- a ver aqui com o modal, é um discurso de não asserção .
t leito1.tiitvez pãdeçi�-<l"i�so-;e� o sab�;- �'ê preciso que . --- --�Á.� -nív�fc1à ..gra m ática e ªº nível da língua , perce be- ·
i a �sic�riális: esteja1:1� para que se e_stabeleça o di �er. · mos b:m que__ne fl_l_t9:dos os_ discursos são assertiv,os .. Exi��-
. . ..


� '. ·: ;\Mu lto .b m ; O "� se �8?
e, ���� 1:��-
- e �-�qt1_��1 9 0 (!-- � . !e� _ d!scur�s !110cia1s, _a . o�dem,_por exemplo, o__coma11_:: ··
11 :

27
---- -·- . -- -- - -------
_tnum-se de discursos para pedir alguma coi.5a. O discur-. · .!_enta - �. !��!!!��!P._�(!J_�&!YQ: Sem dúvida,: podeqios falar
oo. 2 re22, o mscio - o ·ah. como eu gostaria que... • - Há urna questão sobre o tipo de enunciado que SU§:.
d
so modal se expres.sa muito bem, gramaticalmente, atra'." de .interpretações, no plural, considerá-las uma por vma.
vés , sobretudo, do modo subjuntivo, mas também atra� E sobre. as interpretações podem9s fazer muitas pergun­
vés do condicional e :do imperativo, s<?m exclusão ape- tas, · uma verdadeira clínica das interpre�ções: .em qµ�
· nas do modo indicatjvo._ Os modos gram4tkais são os momento elas ocorreram? _Em que oportunida9e? Qual o
1
que inscrevem � posi ão ou a atitu�edo Sl,ljeito CQQ1 re- seu estilo de produção? _rápidas comq umfaps<;> ou_:Iab�
1 _lação ao q\,le é enu_nciado pelo verbo; eis porque o con-. • riasas como uma construção? Exatas ou . inex�tas?; unia
, . junto do qiscurso ana _'sanda é modal . . . . ·.. · resposta rápida ou uma. explicação? Boa ou ·ruim? �emo7 , '
·
._A_i!1terpretação, poderíamos dizer, fa� p�sar do µ1ôdal rável ou desapercebida? '. , · .•
. para o assertivo. O dizer da interpretaçã9 é umdizer par"'. Em Buenos A.ir�s, afin�ei que Lacan rtos dá ·um.exem�
. Jicular, que Lacan define como o apofânticq da foterpre� . · pio dejnterpreta_çãQ..:.desapercebida . É ,cllrio��' ·espera- .
tação . 10 sentido. do termo. "apo(ân*o7 .9scU� entre...r�v�: : mos. que a interpre:tação provoqu� �uitasi ondas; cause
:lação e asserção. O logos apofanticos de Aristóteles _de- abundantes. efeitos, a tal ponto que �odes p<>ssam registr( . · :
signa as proposições assertivas, construídas no modo la, e, no entanto, ele .nos dá o exemplo _eia moça que ·
atributivo do tipo "S é P'', por exemplo ._Q apofªntico· sofre de atasia-abasia, que não.pode mais s� sustentar em .
_designa o assertivo, não oscila entre "�alve� sim, talvez .• · · suas pero.as. E, qua9do Lacan lhe diz, •bom; em suma, q ·
f
. não,", que é próprio do. discurso do. anali�ando, �ica:c· · apoio de seu pai l4e az falta•, ela consegué novamente . ·
.
. . m�nte. mocial. PQr outro lado há no ôisçuq;9 apofântico · utilizar as pernas; 'e iSso sém fazer. rtenhumaJigação entr� ··
_llm_ se_ntido de reyçlação. O verbo apofaino, em grego, o que lhe. foi dito.e o suspender do sintoma . . :}: · , . . / ·
significa fazer conhecer, fazer ver, mostrar; e apofansis é . Pod em9s também evoca� as ir;tterpr�tações invo� '
·
· uma declaração, que revela cat�goricamente, asserti., .. luntárias do analista, na medida em que tuêlo· �ele, '.algu>.
.
pp�
vamente. Em outras palavras, o ap9füntiço _çl11 inte.mr�ta�. ma� vezes, interpreta, at� mesmo o.seu hui:n,or:·qual e. su.i
· .qiante.,. , '\ .· ·· '
. ç�q é.o. qµ� completa o !U9dal do clize� �na.:l!sandq tj-ans_:: expressão dele? que cara, ele tem? ei�im
. for_m ,mdo:o em ass�_rçã9 e p9demos v�� qu� isso, . . a pró-:-. .P odemos fazer uma clínica bastante detalli,�da � até'
\ . pr�� a.�serção ; fica . c.i. . . . . · .
. rg9 __çl_o _ana. }!st�� ,· . . . • . divertida das ITTterpretações, mas é preciso :cç,l)s�guir .es: ·
. . • . ,, •. · . . 1. . : ·- '

· .· · · É aquela fa mos<!._��taç�o. analítiça, que podemos }em-· · tabelecer o. que faz çom . que· todas !;!l�s ·sejam iµterpreta"!
brar de várias maneiras, e. que pode ser formulada as�im: · .· ções, ,quédizer as tqrna inte_rpretaçq�s? Existe ª�..Ym certo .
.
Ao moc:lal para o assertivo, ou do modal para . 9 apofüntko; . paradoxo �ntt:.e . a afir�@<lê�que dizer: int�sriretativQ, . . o

_interpretativo? Na realidade não poderíamos· falar de . di� . . . venç��s i�rpr.��yyas.J�n.�J�rª.Q�S_:QQ.t La�.��-mum tra�
Existe aí uma · questão: quais são os ditos, sobretudo . é apofântico _e q_ estilo dos enunciados i.nte.mretàtivos. Há · '. ·
.
_O_S . ��-�n,�i!:3:.dOs que se p�e�ta� a �us�ent;ir um· dizer ,9._m CO_!tlrn§�.1!1���Q.8r:i..m:le. Sub_li11hC>,que tO�§- ª�jnter;> •

tos da interpretação; nq entanto, é desta forma que desig� · s,o comu_1A1_que mencionarei no fin�L • · . '. , . .
namos os enunciados interpretativos; mas, se quisermos . . . Partirei da pontuação, ·que Lacan · evocou como um .-. .
· ser rigorosos com as definições de Lacan, a)merpretação dos moçlos de interpretação.A...P..9ntuaçfo _gmte a sig- . '
é do dizer sem dito, que. se conecta . ao próprio . qizer nificação . .Pontuar um texto é decidir_de �\!.�§_ign.ificaçfui'._ ·
_a nalisando . ê intervir, marcando a presença de�ma' significação de-
Por que não há dito da interpre�ção� P o�que os ditQS terminada; s.io.terferir llilra detemtinar 'a significa�ã.o.. ,
_represeniaill semp�e U� sujeito e OS enunciaqos do illtér-: S)__fQ,:t_e, como OpQ$!Q _à pontl!açãoi_ecOrta as signifi,;:
_pretC i:ião representam o sujeito int�rpr�te; o que é dito · _saçõesJ�_�fü� u_�oi:t� . entalha-as. Um aspeçto da .. p�-
: numa •
.

interpretação . nãó1 é• sujeito analista.
• •
Lacan formu� . . tica que Lacan int;oduziu na psi�análise, que: consiste,
· la-o de modo bastante drástico, bastante forte, dizendo por exemplo, em interromper o paciente no meio da fra� ·
: q� e o an_aJi�t.1 se 1��_91<:!l��na, . se sµbtrai. de seu pr?prio . se, não é uma. pontuação, mas ao contrárió, é impedir a
. discurso, e ele ve .um 1 ponto comum entre o analista. e pontuação, interrompê-Jo no meio da sua f ras� o� .
Wittgenstein, que teri* sonhado com um d íscurso não- interrompê�lo assim que · coi:xieçar a frase.


interpretativo, que el lll1fasse radicalmente..aquele que fala. R�cort::t.!_<?� cortar, interrompendo .a int��_cionaJ�

28
O l'Of)l:"/l U.l ·J.\'1'/i'IU'Rf:'1;,ti_.:.fO
11 .,.:- : " i . . . · . ; .•
1 · ; .• . •
d��ttJ�téfu
Í��jtiê1"Af$ndêMéSàgfu'_ : Q��nto a_ Jss o · pr�dsamo:s
Úl)l �feitq_d�i:plexidad.ü_ dado � ato M enunciar_
d6:
·.
o
. o enigmà; um enundaqg·�m me�em, est�1...sat:uradQ.l ·;
1 :: . •· .·.· · •. _ . \'
�lêvar;emfcbrttâ· as?gtândês'dúerenças· individúaisf:Existein de ·· sentidO_P.O Lc!<:.(�[t9. �e_sig1J:iQcàç!Q:_�_O_:enigma, __a�i01.� '.' .

f. ;:·.
1 .
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· . p· �do \�� a · Pi?r}das· êo j:. · . jktll).i_çl�pr:.ts.�mífi<;a _ _o�a to. de.::�nu· ncia
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(1i1-r{t{tdá�rlf#íãfg�qi'â' dJ· ritíân�ts· ihdivíd1.1ais nãô . . corri: quê,:cohcebánios que todos veiculam o dizer da 'in- � .t
1

- "1· 't
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"' . , .su. . . s.· · , s. .p. e. c·. i . m. ente a . e. . . en e. a :, gn· 1caça.· o - . . sem dito· e sem prqQQS.!Ç�Q..; : · ·. ; : · · .. · .'..
1 · · . · · · · L·
'.�énfêm;;� ' tdtalmente aliviados·. ·-. · , ' o que todo� 'esses modos térfr eni ·corriúm?. ó 91.fo faz j t
_
�õü��t1&,1tõttifib, ·· ·

���1tifdfi1esstnêràl;:qJe:Jeriá1'biais o· êfeitd di perple- terpretação?i• ' . ' ( . . . . . ··. . . . . '


qué 1
• .' . .. t;
��fa!�1i;lfffi\tré1ttffd('noti:-s�e.fp 'córle sem · dóv1da_s� ·. . · Poderíamos colocar da f�Fª 'seguinte: estes 'módos: � ;
2 i
��#�'.�t!t�:�d�-.=:: �!::•· �:��.�;��:�:i�� ;��! Zrr:: \'
;\:,���.�pl�f�iss� ·�n,i'.��Rélatório d: Roma 1 7, com·. um pad'.' · · .: isso gue.:- o ana_tisa1199 b P$ Quando falávàmos _: a ,i ,
:lsenselO�fiã�seri�o:t�l)l·sui'fetuhd�sfa.Qe.,_ La:can deu um · . sendo: inbpdárlte; -���-��? dÍ'.?�1!99. nada :�; :�.liás,_é_pOc{ 1
.
ft�ntê)õfaf�eÍite _'�tivado.por.Dostoi�vski; aquele sujeito respeito .da . interpretàção, no qonselho, em Paris, algu ém ·
, tenêa�tâd�/êrtt pi5dJr explicar · toda a · significação· que _ .- lembrou 'a qúeixi.:arialisando: tvoéê não diz nada". Ouve­
?'ô'&1t8fü\YJki'. flnh[fpidl ele; t aiiãs'; Lllcan · obseIVa ·que , - ie isso muitâs'vezes e, · por is�o; .tomamos a frase "Você
:1Jss�té'x�'&ípiõ":fôírmémorávef pâfa de mesm�, ·em suâ não d iz ·nada", como título da� próximas jornadas da Es-
; !'�tóprla'pÍÍátità;Eie·;obs�rvâ' entãd-que a inte®QCâb, com . cola da Causa Freudiana sobre' a lnterpretaçâb.
' · ,.. '4 ' '· ·. ' · _ A : · :. ,· • _ / _ .,.._ . ._ · -,. · _ . _ -
' \> . . ' .
. • '
.� . . . :
.
• · --:-: -- . .- · .- - · .
?efeitó;(prê>du'ziu ;'.algo totálmente :diferente, ou seja, uin É neéessário situar de forma mais precisa este dizer nada. .
.- '.

; '. faOraJfua'�e parto: anât. Portântói 'é u m�Q.l!tmJip_o_de.Jn:.:


: �tçã�;(qdb scfPara ;º s1 do s�_e....:º��ç_e.r.taJ.9.r..� ci..e.iXª� ·.
: , '.'apârecé�''.;o Jiitervalo::com a $.SRe��w�_4.�Y..�LSll.fgirJ�.
.
Debate ':
i ·:ilgulfui,coisa; '.hesse '..caso, ô .qóe apârece é o fantasma anal.
Angelina Rara.ri:
. . -. .
___;;:__..;.--:-..:..i -- ' '. . .
: J,F{�8��in�âni:? :§ s reéenseanient�: , com o terceiro modo . · . . . . .
· -. .
·
( d�! iilt�ry1r,�·;1Í/usão/um en1J.nçi_aslo._qµ_e_p_actiçipú:l9-ªi� · · . ' Gostaria de ouvi.:la comentar a felação interpretação-
�:�1íciãl7f;:9Ü'&'deixâ�W.entendefs �ffi'fgnnu�at_çg.1�..d.e.i;jg1J��. . · . transferência na entrada ànálise. · · · . · · em
{ 'g\Je 1niósfry,'.·· Ç>bs�t'.Vemos que á alusão é um_t�n?P ;e�: .
,, . ,;

Leondrdo Ferrari:
_ · .
1: Ilii.im:;·'.�í:rifâ; IJ#is��gsicose e. à-��te�P!�.t-�_ç�9�g d�scu rso
taiusivõ\ci�fpsiê6tié°: é�:conheddo na clínica, ê um discur� •
·
quê sentido a interpretação é difer"ente . da tiquê, Em
�rt61lqü�:H�\igRiifgOfseni nomeáffo, sem enunciá-lo; é . .· tendo em'. vista que ambas são i.Im encontro cbm o real?
i;:i:íh{ ínâie�id�?o�tra •toisá;iPóderiamos até dizefque · é - . . '. - ... -
Yb'1'<:blê5fãbfl1c/l�edl}i J/. \ ·>, _ · , · · · · . •· '. · Dominique Touchon Ffngérmann:
�:·r·�WE:fêinôs';:em: s��Ü:t�. o eq�ívd�o� que reto.maiei mais ,; . Na entrada em análise; o artaiista intervém situando o .•
.�; &�de:\iEfü''iitiliz8: a"phiràlidaq(;!-99sj�nti�o.�;_a_p_Ql���mi�... - · dizer como demanda; demanda ·esta que p rovoca os . di-. . :
ff,;):Jj\\Pbôériâ1irit:fodi:izif/riestá série, embora Lacan não te- . tos do sujeito; A entrada em análise seriá o momento em
. .
;fAliã(�iitêíriid��àd\'rarità, dóis' modos que ele distingue . que a inteIVehção do analista se torparia interpretação,
4: êrrigeÜ'.· Séftiiriári�fo âvessc fda 'psit�nálise. citação e o nâ medidà em que ela visa e atinge um dizer. A questão . a . . '. · ·. . . · . . .
t:fü!f1g1N&}:,ilef .\i1\:CiH :(· L . \f . ;'.i
é: isso é üiri cálculo do analis ta? '
ColettéSder:
·it,/i,�tk'êi&çã<Pê�h�f�fe fsel!l.P.re:em ;iubliQ_hár ��g9 que foL
f,f t'iiunêiâdólnêWdisêúrsõ: an�li.i:mct& · É u_I!_i��ediinen_t:_6-_ ' ,' .
.�;gtie:"cô'rres'Qbtfâ�ata.m�.fü.e ·âo 'de col�L<}§pa§� Que · _ _ Temos.duas perguntas sobre a entrada em análise: � .
�diféretlça'.i��té)�nfrétúm�hprôposição�em aspas ·e: uma . pdmeira sobre interpretação e a transferência na entrá;;; a
íf2õ��p��irÂô�hlV'éÍ'·ilifprdposiçãó;hão há diferença, mas da e; a segunda, se a entrada ·em análise é o momen to eiri ,: ' :.
·
: !.st��Iitlhti�çã�,g�';rii\Ida':9.#rigo ise ÇQk>_ç_a.:_á.§_�R.ª�-t--é� que a i�terpretação deve inteIVfr. ' . , · J . ' · -· ft:,. ,j ·
'JmtidarlÇ;Mtb'íin1vet'tte·güenidiz· e__Qo r_que_gtz_.J>..ortanto ..é .� - : Conforme o · esquema da resposta anterior à perguntaf; . .
I
�@t8·9� a�\it?!�&�-ª�2.�lt!.ri.E9:Qi�jl,lnçã()_����9��nu_n.:: poderíamos pe�sar'que a inte..mr�lllçâ_q,__g_',J�Qg'igtE.:_:.· • .
·
-
i?11?·: \?:' ·ttt: . +t· · ·r( ;. :':··
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29
�,,�;�'s,w-4út%v./·rttff@@
wer .i::J'lc:1é:::. depci's e. ::-c.s'"e:.ê.à,, � re.<..:.:<l._de e . �--�_ã o q1:1_� dizer,_n.Q._���n�g, _ql.!.�-- ª-2.ª-f!:if dq .•.

f.m sua ..Proposição cie 67, Lacan diz: -No início está a sigajfü:� ç�g,__ pode passar um longo tempo descrevendo
do pen.o de �ís:a �'-�.sausa a tran..5ferência:_ �tg_ _�_II1_q1.:1� e��br�Aboc;�,jáj�§.tj _ip_gQ_ª'--PfQ.Ç.Ura o.,,_

transferência•, e acrescenta -e não é o caso aqui de nos o que está ocorrendo e, às vezes, de forma interminável, ·
se m colocar e1ri trabalho a sua questão .· Mas, à partir do
Do ponto de vista concreto_�s.�110_q�1e_ª_ofert.1 �malí: · mom_<:nto er:i1 qu� _�le30�a a .c�13-m {!Ye com� a. ;1
questionarmos sobre o que a condiciona�18•

t coodiçi9_na _a_ <:1�111.and;i _ ele ��ális<:� . é um problema . -ga��rar,3J,igqi(iç_�_çã,Q._en.tLQ.µ �_fil.ê!}�A entrada não· · • l
ica
que Freud, por ser o primeiro, o teria encontrado de for-· significa que vai haver término e nem q�e produzirá efei- . ;;í
ma única· na história da psicanálise, visto que a oferta tos, mas o sujeito iniciou, o sujeito entrou. Isso corre,§.{)(),t19e
i
anal ítica não existia antes de Freud. � certa form� p-0- _::i._ç9lo�r .Q_9esej9..-ª_Q::tlisan�9- �m _y��� é por isso que a .: ·
�os .4i��r__quG,J1_9{e!:!_;i__ d a intemre�_çªQ.__Ç<:>pd_i_çj9Qa , · · entrada em análise produz efeitos anti-depressivos, cóns- ' !í>íl
não diria a trnD.S.Í�r_ê_nciªJ..IlJ�S. 0 91min�o_para _ela. Funçla� ta tado� imediatamente e. que precedem qualquêr cura do . :: 1\
.!.!!..e_n.!�im�.vte a tran�fürênçia se motiY1UtP.artir _çlqJ_r.aç9, sintoma. ·
unário� .H� tra11sferê�cia desde_siue haja· o U:!n. do traço _
f1:
· .!:.'-1:'! �r.i_o.__qu_e, gey,içlo __à. estrutura daJinguag�m, faz.ªp_e�g . Manoel Barros da Motta:. . . /;
: Uma questão sibre. o valor da v�rda.de na psicanálise. · .,

_ dois, _que existe a.. t.r.al)5.f�rência, E aqui já podemos ver fin�l desta construção, apesar de que. Laéan diz: �eu, a · .?
J!.9-dois; .portam9"' _é..porqu.e , _no__c_amp() da_li11guagem, o
sujcilg_que fala cai.s.op_q_gt?_lp�_,qo _um, porque lheJa,.lta o Parece que a verdade ficou um pOuco desqualifica.da no· ;· ,ii

que���íy_�l corij�g_çà.f)_ç}o _µ,?!..�AQ. · verdade eu falo• . · · · · ?J;íi


d�is co��!çJ9n,t
_:i'.,.-·"°:.•'.·,r_
. '
a demanda. de transferência.
Acabo de dizer qu;--; t;;�sferência existe desde sem- .· Jo�ge Forbes: . · _; . :
· pre, não se iniciou na época de Freud com a: psicanálise. Há uma demanda que permanece apó� a análise.. Em
· , ,,
t)\
E, aliás, é por isso q ? e lacan evoc� sem contradição a que ela especificamente difere_ da ant�dór?

Pergunta:
transferência suscitad� por Sócrates, na época pr_é-cientí­
•;
.
: -�
{

fica, anterior à psicanâlise. A transferência existiu.desde


.

. �pre.para o� sereJ! fa!antes; . o .<I!!e não existiu desde


.
· .§�JPpr:e.foi a tr�nsferêlciaen�QI}�r�i}çlo g p$Jçanali:,rn_. _Foi soa que diz, Cleu te amo". .
Peço-lhe que retome a questão de que, ri1t�nf.é. �- pes-
·. · .
: . . ,' . -i · · i t:ri
· :. '..?l
. 8
:'.· J
· Pergunta:
Freud que produziu 4�sa boa oportunidade para nós.
·. · . . •
)?)
Isto está ligado à *gunda pergunta�uê seria _um
. . _Q_Q.IJ).�JJÇQ_ntro, .um..e : contro oportu nq , _ç2_r:itinge..n.1e _ _na Peço�lhe que comente a respeito do dito � do : di�(!r ·
�Qr!!i_�_q1:1� .P�.sfer�� ..nã o ter se_ga,çlQ .. A�_s im, a, __t.iqu,f � ��00.
/\j

·. seria-ª-p.Qs.5-í_b.ilidade e_encontrac1.1.tn__parce!fQ_�_pJ.l..:

: '.!�
.
çl�s.s.�.re�Q.Q.Qçl_�r....m.ªs..não..diria .qu.e_a . i m�rp1�JªÇ,�_9J9s.� :. Colette Soler: · !1 ·
_da_<>�9_e�__d.aJiqy�.Jsso pode s.er disc:utido mais tarde e.· Tudo o trabalho de Lacan parte de u mà exaltação da
ét
:�m
talvez possa se melhor explicado. · verdade, chegª-ndo ªté uma desvaloriZação. Então , o qu�
Quanto à pergunta sobre�� o n19mentq_da_ e.mraq:i. . sobra?2.9ue resta ·da verdade desgualificada no f'mal no ·.... iaj
.
. .�tn an@s� . é o I!!Qffi.�!'1J9. .Q� interP._��!_a_çãq,_<:1 resp9_5-ta,_é · · · �nsin9_çl�-��!1? Rt::s1ª_suajujeiçào_à]Q�_a,:®_sejª,._qa ,·
�.:_Nem sempre podemos dar esta resposta._Q_momen� �erda_g�-m�ntéfi.1.Jlpç_11,a� .. a . estruçu r�l�?ica,• . P<>t . qu e · . i,'.;i)
J<LQtint�xpreta.çã.o__é_ym mQ.me_nto cruciª l . ela_ análj��'- · desqualificá-la? Póis a verdade que fal��o · tem nada. · : /��
E-12 �-.IJ.ªQ é o . mQmç.mo. .c.ta..c_ntrada, n9_ql)cll .os1,1j c�tQ.. e.:M . • .ff1el�9.t�.Jli.��Lª--.Oã..9. §�I:.9_fanta;i.ma � â idêliL� ;.;�
l!ldo -- ·--· à pi:_ocura _çia2igo.i(lç-ªçªQ.. em busca do .que está do fa ntasma_yaj_ de :encontro � redução da
. , . .
. . .. .
verdade em · ; !�:�
. .
·.
·: . .. . . . · · - �;
.
aco tece�do con. s i g o mesmo. partir d ins t nte em �s. be efício .s!_
q yajor_dª- lógica. Avt;�êad�:s :�� l , ·-� � �
.

: � ,� � � _ � � sya e> � ? t��


f
. .· aquilo que ocorre CQffi ele lhe e tnsuportavel e llp._Qens-ª,y_aj;. ensino de l.acan e, ao ffiÇSffiO tempo ele �lal:>9ra ,9� pro- . ,{I.,��
· JJ.O@.nto.. Jor�:951:.senti do,.�_el�__q!,1�.!..!�!.lt�!_.93:r.:l ��--u!n�. b lemas lógicos que -habitam o ca�po:psi��tic�.;.} ii; f\:�'!:! ti
do
Rº!°lª .��t.
_ Da pergunta a resp�ito da de1w.'n� d:p �� : c;la- ��/ ) i}

, . . _P�f�JJ;
�Jgn ificação. , _e _ç__js�.o..qy�_J:!stcijil,!pg�ª-�º� . �Ç.!!�_ _ _
_rn.atema . da transfe��ri�!�, -�?í'.ist�.. ª..:�m.r.�_çl_a � .
_
e se. Eu d i ria . duas coisas . Depois da an�HSC?: o uje�to
. � .
• . , ;t�,�
·
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30 iéj'�
O"PO'i>Í:"R-' , :l 'I.VT/iRl'IU:"l ilÇi<J
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�.firnàneêe 1: ri f ! fr . . e,_ª�·· ·Lsim,. nã.Q.��.i_qQ_ça,wp.9


i��\}!': -sübjugado_ã_:palávr.:i;� - • ·. . _· . · pre que falamos, do anoréxico. Repet.imos, não é que não
i
fida ·dérnartda/pois',se: fa!!1Ji.cl�:irda . F:_a_gg1,1r1dª:.._3:fkl!la:_ coma, é que come nada. Esta sutileza de expressão pode
t,'ção gtie .\'-ªÜlº ·senJ!.<!2 -9P.9�t9:_t.t�lat�ya,_�P.._C�!.IJPQ:..clQ se aplica,r ao. dizer silencioso . . . .
·
§gozo;r.miis pfecis'amen�e.J�_o_çamp.o.âas_p1,1lsões'.._O .sujei::.. Quando numa a nálise o analista "não dizer nada'; ocor- .
�to_J\travessofr"O imág_inMiO do_fantasma,cP.Oi:tant9_supõe� re em exc�;-q�-� i�t�-fu-��ió�� · �_rp_o�U_!_]}_�i�-nific����
;�� 'cjúe' �ê :cJ,nsehtirnento_�s Rulsões_q��abita�=--�-- ·· · mestre,�o · para o analisando · interpretar; Com _ efeito, . :
h?Ulsãóüiãh demâ'.n'çlJ!L�-�-:JQ.trtaJse bem que Lacan; em : existe uma parte do silêncio do analista que óqrig:L_q ·
� seu ·grafd:\: tômli·llZões pâra;isso�.COQ�Cta_?iP.l!!.�ão �-ª- . analisando �-�<:!)11tei:pr.etar,: E pode interpretrar�se d.e vá
1

i
. -:
:�derri:ihfüi?r:Miikd1que chaínamolRulsão se_..autoriza, · f!_âO . rias maneiras: positiva ou negativamente, numa rejeição � •
'.�de1�pernjls�ãd�aofOutfu...; P orfexemplo, o voyeur, · o. ·ao que diz, ou num ·imperativo para dizer mais. Isso po- /
k�.�.!'?i�!?��� �? :i.'que,I�. . q�e. f�rça.{se fazer ouvir, amenos . . deria se{desenvolvido longamente . O silênci.2.z se hni- ; ·
fqÕ'ê, Eõlõ�tieffiosttimP,õeS).1ô's ouvidos, não é urri 'sujeitô . rativo, obtjg�_o_ap.alisarn;lQ_a_desen�qlye(.SUa . própria_ca:: i .
1

Jctüépéç�\pê�ão ;fPará viver êntt:_e_h.Ql]l�ns e · mú ll:ii:. <leia �,._;ig__mesmo tempo�. d�_sig�ar� o ·_ l).ori z. o�t� d�.._que �

�cz
��é�·é6riiu�Íd�&e;i7é preciso fàzer u_�.9sl� R,al;tY.,rni..P.Qi$_ _ não é dit?. -t· . . . . ." ·, _ . . ·. . �
to'élos!os :'süjelfos�ássümissein� 'suas pJilsões,: seriam_ · ) . Nesse'.sentidg_,..9.iz_I,.aqin ,_Q_'Qizer,é_um_:diz�tque..n�Q:_. '�
\�tiss'oeiái�Vt15ào'lfpãrà viver1emt'c6in!!�1c!a.� . éj:>..r�g�Q.:.. Num lorigo frecho de "L'Étourdit"; define o que. é "dizer r�f
i������i'��,?����d�;ª �alavt� e��ó� o f� zemos, \per���. · que não�( É úm trecho que não vou comentar, mas que
�·in�7 �p?.iY�!t�;.�!���n���· eorem,. um__p_q�to ao,rn:. . merece sér estudado. É a mesma fórm_u_la_que _�_�I11pt,:�ga:. . ;;
;�;�vfM dã�Qu�ão�no1ljti.i.LM..:.4m:1.�q_ued_ª_d_;i�ç1-���_oda�. :\ , ·. . - da P..�� à'i t:uris:ã�Ldo_ pai, �·dize_r_que_não.�� _É_p_r:�ciso_�if��� t:
1

i; ".". , · Zpetglih�'ielàtiv3::ã · áfüsã'.O .e a'.foraclusão na psicose:


.. ·.· rendar "dizer· �s_nã o" d_�_'.'.giz�L.11ã.9..'.:.;_nãº-b-rne.· sm� . �,
'YtÍ�{"1ri�êí�façãb::porq�e �lim •· ponto foracluídO i· · . coisa. É fün ponto que deixo pata· estudo . · . · . . : :, . . �
.. tffi"�r,en�:;thf,W�oifiç_agtçi'...ctuç_çh;ifüª-IDQ$_ 1:·' '.· Se tomarmos esse di zer como,um "dizeÚ1u� . nãciGerá · �
. e• s
��e1'gô'fà:l'W;�$mcf#êvàçat'.fêss�· cóísa , no discurso7:,.,c1e�9� ·· uina pala.vra ;r�2re�enrnrulo.JLs.ti.jciJQ,. e aqu i estou res� . : . �
'.
··
.•'" .,w,i . e·.:km..- ,o.·'sÍlf,·i.t1·'z"';ê·�la'?,iE·,;,01" c·a·m·- 'o-
. '- ".·n'fi:l:o''·.i1. "�� · · .
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. dô s6�z9S · meira visfa
u 1�� SUr-osit i::..o.
��iS!iifiat'tltê'J�;N:r. , pbis pedimos ao �nali�ante . . que fale; . , , .·, ��
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1 "d.�z�a��-que.não.�igvfüça.:. · como o paradi gma_�_l!l !�-�[}t�çtª$_i n t.� r.Q!!���s, poi s · · ;

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� que manahstatnada profira, Ele deve q����!89,.�_!_1�<:��:- Lacan, tendo desenvolvido um� teoria da intepr.eta� · }
f;sse exclu� :' : Í 7
1
��áfü#:ifüts'to' sêu dizeN� esq1,teçidQ..Oa_me_çljda�gi_gue· é : c�egou a xpressa�, em "L'Étou fdit \ que
iísiléndos�E 1'tacâri i f6rmúla: um ,aizer _�� .\1 9.J�cli z�c · ���te u-�-�5l�-�-ºJ-e ma teve essa tese � té o final .. _
:'naclá/O sil�hcÍbd6\adali:Stánão �esig!?,�O c!�.g�_e_§le. de seu. ensino. .. . · J ., -:
ü
:I,;se·'calet1é iúf silêricioip0r assim d_iz'er
. faja_Q�,..§_il_��ª<?�� - Como
. ô eguívoco permite ª.]Passagem nara a certeza) ' l
lní;qetMo 'diz�e que.ipoaemos percebe r muito bem ª s�rge um rrob 1e�a . à medida · que�e ut i l iza .. d� •
'; partir/das :êxpressões':' .seguintes: Não é a mesma coisa · plurivocida�e do discurso, pàr�cendo, à primeira vista,
/ "não ciÍie/;,nada", f ."dizer nada". D eve haver - a mesma qu e o equivoco se presta a bn treter ou a manter a

1 , ••
' nuâ'.ncê'.errt'bortuguês. É o que rep�timos com Lacan sem- . indete rminação, visto que ele d � ixa a via aberta para d i-
· '
1
' 1

31
\·er.;os possíveis sentidos. Então poderíamos nos pergun"' Vamos manter o ·efeito condensador do verbo amar.
tar se não seria próprio do equívoco fazer com que o Quarido dizemos, "eu d> a mo", a quem se refere o pro-
. analisando se extraviasse. · . nome "o"?·
.. _ . Como esse · instru m ento é considerado por Lacan
apofântico da interpretação? Como o equívoco nos faz . · função for amar, x f(y), o sujeito será função. de y. Toda
Poderíamós escre\'.er sob a forma d� uma função, se a .

/ · passar à asserção? co mo! permite eliminar a parada da ·. a questão é saber quem se refere o PÓrtanto; �- · • .a y.
·· _ -· afirmação ·do analisando?! · amo" ou "eu te amo" parece designa_(Q..pàrceiro a quem
1 · Gostaria de desenvolver dois ponto�ara que tivésse- · ,n��irig�me:s_ou . .��-9!!�º1 f-ª.ill!lJ.QS., .
·
mos tempo pará o debat�. · · E como Lacan gostava muito de repetir, e isso o fazia
· O primeiro ponto da a razão a Lacan, servindo-nos . rir,._guando falàll!�.�-.:E:.�E.?-9!d�stamos · mim baile dç �s­
1

ra
dele próprio, quando co� ider� que a inter2re.1ª.Çào ope- · caras, no final dô baile não era_ele; nem era ela{esta ·� ­
e deve or�@r. ��ra,v��-(!_�_g!!�y9ç9.':. . · � .. _y�_ ni.etáfo���il_c�lizer.�� há _s_e_mpr.e.:.ttj'n.. e.rro sobre_.2_
.
u ge n . ediata ss . . ·
Há �� Vc!!_1_ta Q). ..Q_*Q\JÍYOCQ, . i é m m n pe o a
e te r- _9�_!0, U_!!l_�rro _:a. r��Qeit �<! .11e o;i,;.' "· ' · · · • ., : . < ..
1
ceptível : é 1J.IJ1Jnstf!,lm�11:�f.�n�-��-S�tivo gue de��12�.t:. ar a e a " i 1._çlç_ m_per�� gP-e? ência . � .:.
. . !..e �p ���� p_ } m�_q� . m
. E a eg:qlha . rec:orre..:ªJilier.d.ad�_d_o_sentig_q_q\!.�Q_ anali�� -ª.n.ª-lltl�, �l��el�J�no (i�_�l_ d-ª. efa,pom�Q, ..de.mótlstram . :"
�Q() qµ�ri�_lhG. c:lar.... A nível. de prática analítica, nós . �u�.d.��!do -�-Ç_Utra çoy,1��.J) _qy_�_LSigqif}91nte· e um . ;'°:;,
poderíamos dizer: �_ls aí UI_!1 us�99jJg!!lfica°:t�ueF.;!�ç- , .:_resto imp2,���v�J _g�_cfü:e r,j1µ_e._ _ ç!J.�.��-II1'?§. c:l��9l;?jeto · a. · ' /
o do m_es_t_!:e , que não impõe a mane ira de ver do' analista; · ·. .Temos um exemplo freudiano e um lacàniano}o:primei� : /":
ma s deixa a escolha abe'rta ao analisando. Esse ponto ·ro mostra que.!..C.Q.Q�xãQ..�ntr.�m1J..9me� e ;�1ma_.mw�.. / ;};íj
parece ser muito evidente para q u e precisemos �pass�...22.� �!™-Ç?-P.'Y!?-_çl e..§ig Q.iflç.�g,te�.. O exelllplo ma�. : J;,J
desenvolvê-lo. simples que' Freud nos deu foio do hqmem qµe. s,ógos�' tJl�
. .
. Mas existe uma razão mais fundamental. A int�rp_[�.tª.: . . •· tavá de mulheres cujo·, nariz· btilhasse.)�sse;brilho··no i>.a- ,'. :t;t
· 6Jk!ve se \Jtfü�!_ios_guívpc�,_ pO!_��er_����pe_ra I_!_te; riz re mete a· um eq uÍVO(j:O entre a lín�� - ª1@�;� .�;:�gl�:; )�'.�
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pois como está em "L'Étourdit",�i!a opera, portant9à sa. 'Est_e exemplo nos Jllostra, . de f9�
re�����ª�:º. fti�-- i%�
i;fi�
�PJ�.�� {y:l
não ser o egµív9_c.o.significa_11Ç��� .. Qnçl�]t-.:l:Q. i!.)._ç_�_11�cien:. dam'e nto d��risói:io do_im �ul�o do �eiq,.�s �X\.laLnes�
· te, é claro. _ E d��e operação �ç_.trata ,_j á . que dizemos . • s e c:s? . _.E.y1 de !1��-I)_l�t�E�Q _z m
nada opera a não ser o equívoco significante? Trata-se da ���-(!l_pouçQ,'. •:: . : · ) · . · l' l. ,:. ,•�i;o;_O.:'t :· J1ll
· fª : so ��1l--�.:t -;-

uip, Ti�
�ão entre os . sexos e1 de modo geral, · entre o sujeito · · O exemplo de Lacan mostra o p9cler �oriect�r do ·eqµJ:.. ,i it:1
0l-obie t.o�e. també m_ �.r1tre...Q §.1..!i �i_ro._ e _Q_ gozo ,_ · .YQ_ÇQ_�jgr1!fi_qmte.,_ tirou este exemplo d� litel."áaj_ra/:çie
A frase que acabei de mencionar vem, em "L'Étourdit", · conto · de Maupassant, ."Bel Aqli" ,. quei el�.: _coin�q� eni, ffl; , . ' ' ,. !
' .. . . '

logo depois de apresentada' a exceção paterna·; exceção " Radiophonie" 2º, justa m ente num :!trecho:. .s9pre a· ': if:\
• . • . • .,. � .' / ' l ; ,. ' ' ·. •. ·.
; ,. .
• j ' . • '
· --l•f,

que permite que se coloque a funç�o fálica, exatamente metonímia. De onde vem a senhora P�!3- a: satj,sfa_ção d? ;: ��

· Não é, pois, por acaso que Lacan começa lembrando · ·vra? Sem a ostra para êngolir, O- que'·evodana}o ouvido ;J;j
�º gue s1:1p..r�..: tenno utilizado por Làcan - a relação seXl!&.. ._ sedutor Bel Ami, que se compraz em seduzir pela, pai�-: . ., 'qi
o dizer de F_reud - . "não há . relação s�xual" .J:l_w.�9�1�.!:<.h. · que se quer seduzir? NãQ haveria ning��m pa r sus�enta,r \
{
:i�
pôrtanto, _,! nfig ser o _eq1,1_íy9_ç_q_s_ignific���� 1 f<?...Q.P�m_r_.clt . _ _ � �apel de sedutor do l�do de'. Bel Ami ( não hayeri� mais
J_�!ªção qu e passa p�lº �.m,1Jyp cQ,
·· ·
J1b 1do sedutora, se nao houvesse um · des�1za.�ent() ,' �I ;'lt
)J ;
· E �go�a v�mos voltar àquela famosa questão "eti o · . metonímico entre o significante de·· u:rn objeto oral; no : {�
.

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amo". A palavra amar, ainda bem, é ambígua. �-��<?.f!-ª, casO a ostra que está.em sua cone��- pronta para· ser ,
da psicanálise _<:listing!-!.im9s o__ ?_iP.21!.. .<J.�esajo�9. _g�� - - �ngolida, a conchique �ambém remet� an ouyido '. ·• · · .· · i _;
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: jt
Na lingua comum gostamos de es paguete, de. u ma mu� . Em ou tra s pàlavras , nesse exemplo Lacan nos diz mais ·
.

quisermos. A língua mantém uma · espécie de equívoco· bnlho no nanz , Q_que -�9_g_�Ç!� · <? §..e.�U!<?��- a sedu zida · {e
.
lher, de um homem, · d.� . Deus, do pai, enfim de tudo que · o � menos a �esma coisa que Freud dizia ,a r�speito. do .
: .
meio sa gr�do , meio i ntocável. Quando dizemos, - '' eu · o · �-P..2X..l!..1E .Q�§.li.Z�. .rio. sig_!!i(��11!�:. Daí a afi�ação qué . ·_ il�
amo" , pódemos estar evocando u m amor senti mental, · . encontramos · em Televisão, de q_ue "eu não o amo"· vai
platônico registrado co�o sendo mais pulsional. · _!_ong��rcut�-�m t das:���truturas: nas. psicoses, \
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1 ' '��1�! Âi �!('$, '} li 't ·.
lllitlMN,lêiill&ldtlP&idt+irll ,
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; s)fJJá:;s:��·e : Jif�ervêrsõis21 _íi..acan assim define, pois · taçã o.a pofântica. Apofântica de quê? Tento responder está :
iiêu JÍãd�:�ffio� 'ê\una fórmula v'�ilorizada po r Freu d pa ra . pergunta estu dando os equí\iocos que Lâcan . resgata do { :
1.. .• t'�
���p�Í�Ô���ó�1���:�thre�er. E La�an observa .ser.também . campo �a língua.· A ho mo foni� joga-se na lín�a L���g�:..i
,_'�·�a'li'u\i,1 ' · 1a''tra
5tl'
tN_ ua ., p dâ
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1
�� 1 · ' · ··· ' · .·., ' '
� i'.a"s;\/e·'s·tru' t'u·ra's,t o·,;;q·'ue express·a de·d.m,' a· n·e 1·- matica, é o se gu nd-º--�quJv.oco;_e..na.'. 16 gica,__�-º-���ceiroj '.
' ·

��m�lt���ôrt�:,-·,�'tJi!re�l rn�nt ao··:ear�irg:; _é_�\1.!lq_�'!.i.�- equívoco. :; ' . '· .· . ·: . . : ;' ' . . :, . . : . '.i '
�é}li�fqhe1âiz�r ·�o '.�ii.fü�!.� m�.b.t�:•..Q\rn t _?.2.:_S�l<:!.�q. . ; , . @ Co�hecemos º
n o exemplo do segtin d� _t_ieo de egili: '.: . ·
fele :prefe'ri:r.fà'crlditáf; serA,e_@.ªgé,' Q..i:�ªLque__lJient�ag__ voco , que Lltcari CD-ªfil;l..J�.qlJ.Í.YQÇU�ll:lE�.L�a_l, . e do qual h
�'pat'éêiro�fü1tea1Jdo)nais'tc!�9Z.:�tY�rdadeit:P.,_q{i�_desli:, · ele nos d.ã a fórmula: " Eu não o f a ço dizê.fo" 23 :-'É bascintel4'�

�9rqhe 1liP.±9.P):iO SjgQ.�fiê�.�te._J. - . · e l e a ct'escenta tratar-se d a intérvençãd_lI)t�l'P.�.tati'vaJ 1


�zâlinõ�Jst8flitlêàntês,�e E
o'c:ultà..n.cJ.��l�s!. se Lacán evoca . surpreendente esta fórmula como· exemplo de� equívo2o, ; t ;�
· · · ., �êJ�ê��sçr,i:a���· e.
��rffl'fntlro'sÕ�côfu reÍação <iõ're�Lçfo gQ.�Qd\ :. · . · . inínima;· .�S óutras são, portanto;: mais do que 1 mínimas e
i
�i
áj�ôn;\�nterum poóco/a.verdáde do ''.eu o amô" , ·que -;ou dizet; pôr' quê. .> ': f
:����qY�?��-�?s·'.�plib qu.�
�afi�ação de · ... . ;: ' ;: '. : /
Üpe- : : jf. "Eu hão ó faço dizê-ló", segJnct� Lacan, é �m-�q�ÍVQ_; . �. i
-� . . 8t?�ift{ifitânl�s ·�opillam'1 ·;m _n� �µ!�-���av� . é:o enm� i�yocê__Q di$Se " e ." eu não l!�_g1_m9j_�_s_o:_qt!..§_eja ;A � :
n o co ci
t{l�ssâltópütá�Ciet$ignificâ:ntd· µ§i�nç9�sçi�n.t.�1...<i�..s��º�-- · um eguí�o cô entre..J.2L4J.to 11. g_\}�_v._ale_como_�se.r_çã o , e L '.
t:a�BáWI;· ���â,iQ�?;'. '��1··: �d� : ;�, f�ri . '. , '.t• ; .• : .·. . · �voç�_qµ e..;:d iz.J.$so_':,. Aqui pe rcebemos bem u ma i_i:!��r; f.
.
�;i/t�;y�lteii'ibs:�à 'expegên�ia analMca, à práti ca analítica; . . pretação vis.ànó_o_diretamente.Q�q:y �-s�_tjiga,:. Quan d o f
�6��iâ��riiê.dét�r â'iiiclai'soSre 6 três tipos de equtvoCo . . · . tacan afirma�_:y_ocê_<lJ§_�e isso'', nã o se refe.re.JI�uiitg�e_. �·
k

�i9:�{� '€9tií�dá5'jp&'.h0iilofoniÚJorge Forbes nos deu · nem é preciso @e o s a ibamos. Qu a ndo da homofonia, f
:\�gs�'.{��éãtt��s··-tNtaifüct6s d� u'& �[eJ!9 d.���Ê�xo_A . mu itos ·� xemplos : u m deles .·· é o equ ívoco entre }:
ftirn"êxé'riíplô'il,1á póhêo22 /:P,oderíarnos citar muitos exein-. no entanto, é obriga do a dar . exemplos e, a liás, ele. dá ','.

[eíâ'.J:fora��\p·io�Üzid:füpor': esse �ÇH,JJYQÇQ.!.._Q_q��_!::Vel�-- - "dois"(deU.X) e " deles"(d'eux) . . (.L G-k,W\Jli )


24 l
. . , · �­
:Min;'.e:ªuí�o"t�? Q_u_clfiuifisiin.�fiç_ª_Q!�--�..S.S:9.�9.�..:..'?.�!9� . E enténdêmos perfeitamente quando fala que Freud ;;
;jijfuifi?��t�? ot: 9?�' ��ª . 5.ü�l}lfiç�_ÇiQ_esc_Qnd�-�� si�: . fa zia com gµe Q��4j�itQU�p�Ji�-�m . st1ª$Jiç��-- na_g�.:
��S�!��n,u�.:àpàrere �m. r�um. eletp.é�to la-.· : �mAfjca própria25 . . Falar em grª ática �ode ria Osig.n if�ca rf!!f.·
l
· ..tra_t�•. PQ.�1- ':

.

· .:_çQm_qyesJ.�. �- estarmos no campo

l
, tefítedfa çade1� 1�nc10nal do s�19-�fa.7 . . das propos· ·* çõesz..!!�9-§_e.
· .
�;;ghb qiiadâo 'fàla :'rião sabe o qUe e$_t�_glz_ç_g99..iS�lt?..:.' do gjs_taLdas�palaxr . . . as , __dQ_ci:is· . IJinguístko.:. _A_gram.ã_tJç a.
. · . __ �..
• . ·�!��,��e leçJwmto- or_s es,_coma n9e a s .,,1&:_
:�:��1����:�::r.::�� :����e;;��s�:
mar./que.:omãctper.ce�1do �em mais peso e ma1s mteresse . . Entao, ."voce o dt§��" na o d s1gna o d1to__:_�-�Ja-�:--q_u_�- · i,
'.

a o os . ue od s d s �
;& sl a l��z � � nuaçã n · · fo�g . t���a..'s i� it9,..9�1,1j�it a.9_4A �_e_;_ _e_ ign,�, pOi$; _o_ .
a t on i
� ����-��[P,��,�-���9�:(��?;.
!�liténª�f1,�lP�,Hiv�·; ! t17'st t�mb cóhfiança ·, mais do que : ��ão_g�_mo �entj9__111ln_in:i�.
' diga::No exemplo!ae Jorge _Forbes ·nada md 1ca devermos · ·_Qropg9_çhzer.JI1s_D.Qt..Q!:l�J.;lcan se refere a_e�s�um�.rm:e.: ·---· · -·
1 ·:
ré6fuo?êons6rcfo; mâs�:,todos _Q.i_çasos_l)qsjndiçJICl};_o _, . Contudo , retomando aquele �squema já utilizado aqui,.
[· gtle La&íi'çh?_fuª-ª�� diyisãqAo' S_l}j�J�o-�ntr�_o sjgnifisa m� aludimos a os ditos. .
t que ; elêfsábia f'estâr' efiungando_e_o�ignificante_q��-ª-. .
i.. (1 l I t]
Weito··e:o úso ªº
lírigúa:/fomã lâterite'. E é por isso]que Lacán diz que,2.. .
êquívocO hOrn9fÓn!f_O_Ç_i!}.g_e�..1..esç_i_nde. . os d itos
l o sUje'itó, o{t'sêja, slmp�mente a_hômofonia não_ alimen�
�.ta isignific�õêsTI,_t1Qlerrientare1>,::. Se quiséssemos formular- No fund�,.a_ho_JJ1ofonia..faz_�P.�reç��-q1:1�.t1� �ito pode�
!,ó dizei�gufàa1:d.a honfo[onia. serj���gtJJQ.te;�'_y<;>çi,_nãg_ �.Q.d�_r_.Q.l}tr2 _�_qu�_ urri___s ig11_i_fi�a�te oculta. ot1tro .. As- ·
�sabe;'o'}gu�fdii"; aparec��di��9.: D i zemos que_� _· . . sim, mostramos ao pac iente o seu equívoco , pois ele não
t!_ntêrpretação faz
apâ rece�; ajlll;.[flª_tO_ qu ê?_j\,diyi S_?..Q"(� .: s ab e Ó q u e . d i z. �g un g���!l}gl9L�-�ja_q��-' -[9!:..'!...
parte não di�.iJt nãd percebid� Eis o primeiro exemplo ,Pf.QPQS.ição_qu�_9__g1jeJto enunc_�e,.�?creye_�()?. "eu o . ".r�·:
.
de 'equív6co . ·I coisa.
.< a mo ", "ele não me ama", ?U qual quer outra
'.


· · :\ Ê agora,y�J'à per&u'nta seguinte;,falamos em interpre- [PJ

1
33
.\ � � !.�'"ê-�_ i::i:,o'. mo se �r.ra se diz Lacan, à ---· inacessibilidade d9.dois. .
.
· · - · .. . . . -
,--- '

é �cóáel., CJJ cio, se f.ala cii.s....-.o 0:,uia_quilQ, _afirm�_a�- . _o que os três_t_iROS de eguív9cos fazem ªRarecer no_
m:s '"f.ci di[q:,_pçr�9-� _umajn terpreta_�o mín!m_íl.: _ _9ívE da lfilg!J_a,_q::!J.!!J..fill.ªg�QL�Qa l ógica? F!1zem surgir <2._
�iJ::a_designw_a ambigui da de da homofonia e _ i mpo��Lc_l_�_gQ�LQ..94�Ç�tá �endo dito..1 .<Uffi.l20ssível
referi!!_ Q_ç!_izçr,_yi_.sto_ q l._le Í<!?_C()II_! ql._]C!_éLe_�P;!reç���e çomg _çle qj� Jl.�O. impot1a .o�quê, ..e_o.. impos..�y�çle dizer tudo.
.Jl[Q..Qkmático, e aí o colocou em questão. Portanto,_alu: Seria bom desenvolvie rmos mais esta parte, .mas pre�i­
QÍIJ_a.Q.m�mQ..ten:ip..9_::1_9_s_dit9_�-�--�c.>., Q.i?.�!:. .119JESs9 q1:1.�.. samos deixar um tempo pa ra o debate, ante§ do qual,
"você o_�j s��� terP: �<?@O_.i!v�. �ir�t<:? . .9. a,�Q �� diz� r, .9 porém, ainda vou dizer algumas pal avras. ' : . · . . . . '"
_gizer. N�_ste se�i��. percGbemos gue "você o_djsse'' .co.n:. �-int�f.R.f��_ç�g. �pg_ê.p.tica é r�veladoramente a�ertiva .··· .f
vbca a causa dos d !,!9-�,-�.����ª- ·ºªs.P!2P��.!çõ.es_.. Há um · , da _ilivisão do sujeitQ. Às vezes dizemOs que ela revela ó :. f'
.
sujeito cativado -p�ias p ró�rias significações que, no dizer . s� mas .devemos_acrescentar qu�__é_p_,&erJJ.ue .· falta 'a
de Lacan, repete sua liçãó e desenvolve as significações · 4i zer.�ª-�1!lªi�. dize(·!�sp.911de .com.'.'.oão..b.a� segun- 1 ..• .·
inscrita s em seu inconscie hte �ú:,m.ar.para. .esse._SU.j eÍtQ,Q··_ �O La�an .�_i���!Pr��_çªC>��Qonde_a.Q _diz�r Cê@ �não é :_.ti:____.:;_,•
. - _ . . . . suficiente", "fal.1ª...a c;lizer". Não devemos no§ d�Jxafenga-
�est. á 'nadando na_eiidência de suas_significaçf>es,.
"vQç_ê disse. isso�- �-!�ntar ki:rn!r�a atençã_QJ2ara -� -çª_usª· nar, dizendo que a interpretação revela' o <>bjei<> : ·a'inter- .· ·�!
jQ.4itQ _�Qf_qy_ç_l�P-ªJ i __çe tão çQnv.in��nt<;!. CQlJ".9.CJl..::. Qi"etação reve�'!.S.Qf.lSist�n_ga ló,gica do objeto que é _: y: o
mo.§.. __;_i.55im, _a_ causa dos �ditos,._convocamos o rea l, do · j.11JRQ.S..§.!Y.<;!Lde_9Jz.�r. O s�r diz-se em pa�e; m�s situa-�e 1 'f. !
qua!_ q__suj�ito. como sigpijqç_ãg, J _o _tieitQ.:._Est} é uma . §.� modo. .r.e_al rn1.foJh.a . do diz�como ,c:>bs�rva:LaGan:· 'i ; . · �1
citação do "L'Étourdlt" :_o_efe.ito de significa,ç�9....t�ll2.�f�i: Q..fil?grn,nt�q:ul.�L!Ilte_rm:eta�o é correlativO ' do: não- · ' !� :
to dq__r<:!a_h Isso significa, cada vez que fechamos um dis- . ��<?� S�J?..P!�.9Y.�..1,1gi._a i!_1t�X�!.;!ção_fiiiR�!ç�er !? o� J
curso, quer se trate de uma frase ou de um grande desen-. ·. · -- _ tO t,..llâO apenas em sua . consistência . . lógica' maftambêm ':, }
;- ,,. .r�- -� .t_: .- : · · ' : · . • ' '. .

,?
. · ·-
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volvimento,_toda vez gue o po_Q�9...QU�tofq_(point de . na corporal. Quando tentamos delimitar no �terial dí� , ·.:
capiton) do_diSÇ1!!'§.9 _i!__ g<!mmiçl9, 9_9.t?@Q..C-ª.'Y.�ª-est;L�m : nico. o olhar, a voz, o excremento, 01 ';ei9; estam?s no,
·
JQ8.Q, · p()��-ºªJíºgu.ª, nã2. hª..!!ª9.�_ qu.e_p.ermita. .fuç4�U�§,. registro imaginário do objeto, · enquatit�; ex�aíqo.:� for- . . · ;
J�as� . . Par� _q'l;!� ela� _:;e_en_ǧ.rre_!l!, é . pseci§_Q.j)jlSsar. P.�l� ' . rria corporal. Repito' no. entanto, que Lacan fez<Objeção à .
_gra�ática .�, ri�sse senti99 , _ ça.d;i_ sujeito. Jem.�l!!l.gramáti: · h::!11-ªliY..a.de _nQJ),l�;J,LQ. �b��!Q,- �_(entati��e.1Jm�in��.r.e.:,­

a.
_ç�-��_ópri3: -�' por isso, Lacan diz: eles repetem suas lições. E_çao que_s_e_de.s.1gnªnª-9 ob1eto1 con.s�dera que e.Jrutq ·. ·.
_!._gramáti ca_ �-§errip_r� •. de_ç_c;:rtaJorma,_a.:grarp.átiç;u:I_q_ . de incompetência analítica. Encontra . isso no dis�sÓ
<': ·• : .: ). > : , .:.
°'
fantasma. EFP, em Scilicet n 2/3. 2 . ' · · .
.
- (;,)Q_�iro tipo de equívoco ev9cado ppr Lacan_é .Q_a_p_q(ântlç_q_4ª-jnt�rpretação re.f�re-se ao 6bjet6 e� .
_905 Q.����OXQ$_qu�f9�::!��°.�i��(_)� !_l.�]�g ica I!lQ_g�J:. . SU_'!_,Ç,Qnsistê nciaJ{>g��!J� r�ve!ª.�!l!!!i�!!tt!J]._Ç,Ilte O Um _·· .
Jl�uma. releitura dos dois parágrafos dedicados a esse . �do um sozinh.2.i.. do Um que não sa b� . qu al é o �mtro� · ,
•\.\ema 26 , veremos que podem ser formulados de maneira -�gQ_if.iç.ª-_I..1te , ..do._Um q4��Q.§ª'Qç_ q�-'�1 é a,_gµsa ,d;t<:;QQ.:._ .
bem simples: do recenseamento das pulsõe§_Q.irci�is,_que . .:� !s���J_a_ge �U<! gramáti_ç;i, ..d.o . Um a.>ja$.;QµJsões se Jnei:n.
�ili�(,'! p�9_d_u�,-� p�_lsã_o gr_aj , -ª·l!ªJ..Y.9Y�.!lrig;:1. , !!.WO Çant� y.pena��lJl. Í\!Q.Ç-ª.9 Qo_falo. É por isso que Lacan cit� est�
e�_c. A partir desse .recenseamento estabelçddo e repetido. · frase que parece ser mtÍito difícil e enigmática: { . .lg_ye o .·
�J.cfü_oJ;_dq_,inc;pnsciente, . p_o_g_5;:n1q1 _inf$'!i:icq u.e. não !:@_ �p9fâ�ti�9.9�.. i_f!.!�rmç_t��Q çq!oc3-:!:!!1. .?��U. · . t�g�r · a funçã.Q•.
_
.pµ l$à O ge i al, ou r _ ze u n ela o · · r s o
n t .. t a f9!1�p. ��- 9 � _ � g �-�· �9_ h;!_r çã ... :,p 9p.2 if!9gªJ·�; _qt.1_e �_ h ��sJ text9._.9e função · . el c ama e
��}(_!1_3)� <: g�� as_ p� l�l'.2._e�.P.�!.<t�is �!Il_ÇC?!:Ül}Q� SªQ . .COQ§ti:. _P!.SJP..O_slcJ9.n�Lt-ª..fu_!!Ç�-.rn.li.�.t.:.. ( J. · v-L�u,,:+) · . ,'. · . .:;
_míc!as na da mais 90 q':,!<:::_ J?<:tQ_�!gnifiç,i.�5!_(á.licQ!- Lacan ª
_A_q�_l�ya_ p romessa ªgaj_ítica, q. ué lembrei no iní�
aplica as considerações d o teorema de Gõd el tanto à cio? O não diálQgo tem seus li�tes � interpretaçãoi mas,
qu estão d o conjunto das pu l sões parciais, quanto ao fato ....9�_o.ii� r_gªJnterpr�.t ªç·ã� $C_quiséisemos invent . ar uma
de saber se há ou não pulsão genital. e
.· _J.9.n:I1..Y.J�.P.ªfª J.�-�� _r j:a;_sim , '. yq c ê J;J.la sozin ho, vo�
Da mesma forma, e aí está tim outro aspecto da repe- �rn_g_�u __gqzo; .. P.ôrta.nto�Xªrnm�� o contrário
tição da d emanda, podemos inferir a falha do dois na · de__Jiffi.i!..PJ.Om essa d�...c.liAt<?.82.:__Q: pJ:.f�_gu e tinh;_i_i '

• •
relação sexual. A _repet iç}o _ da de1��-�da dá consistê�ci_a.1_ �çç_g_e..1.es pon der,J�SP.Q.119J�_ç_Q.1]1 efeito: áí, onde

34
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Ji· eç_11_num� inipossibi- ,
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... osfr�u, :se't: iRt 6i�nt�'
1re1,��)Í'§f�:�r�õ:"�nJ.b; . g�etn
'líélãâei'J.õ�'•"i \!; 'rnue.; é;{pr6j)rio'fpa_ra tranquilizar ó sü.;. . "da interpretação e, com efeito; 'só pode ser exata se for ri :
qüe ·v�(tuiar �bntra é'f o• .
uma interpr�tação, senão nem se. coloca a perguntá: , · · } (
üirJ.�!(f�fltr?rl\if": f{,I tf· :t fi�> ' · .· \< . :: .
)ç · . · -' . · . \: Quà�ro �o · discu rso sem palavras foi º. qU.� disse . hã l /
,.

.G�staiia�:He:fazéi:1uni";Comentário sobfe . uinà'. expres-. . , pouco, á interpretação é umdizér se_m_p11J�vras,_9_que s2_J s

-:�·'tízfcF.irlt.8t';ifca'h�iem''."ruldiõ'phonie" 'e retomada e1TI · . · vra não· é um�_U {lciado (lUalqtier. Hã e_Q_u n:cJa:g_qsj f
,llf:fã�a�érttitJifàitiãà �:'reãpettO da·; inteqjtetaçao, ent�ndemos, Se g�o e_�l,1-�CerQi..s)s gtJ.e_a_fala.:_ou_.a_pala:.J :
!t_.1�'E_}���- n_:��fióf�í§'ió do_) tês·;-_�:_xempl ós a resp_eito do . interpretat�.J!l_.l_Sjlà<J Sà.Q_P-. ll�V�§.._�f:.ÍaJãs_S�!:llO���Í:1ffiaj_ ;
i

t�üív'ôt&!ciffka�bét de 'éitâr. ilt_ :._ ' '. ·: ·. ealavra ou fala do ª-ºali§.�:l_§.�t-�ma_fü!� que º. repme�- i ",
:1,�;gn·��- tf�.:��� ��i: lf\intê���-ç-ªLa.q_l3:ci.9,y�-ª.Jrt. tasse a ele me�mQ,_Podere1, is tarde, dar uma defim- 1 ;
!

lrt�Cp�&içi6·gue�iu'beº1'é a'g!)�l1J..aoJad9_e_ç!_�'{_e_çair ção ainda mais ampla sobre o discursà sem palavras: :e ; { i
:�âcf;látlcH "'ôis�a' ,'' é} e'ricQritqtJt_eo�nçia_çfio ...Q_uJl ndqJ�l�: ·.. , Voltando então às duas pe �guntas colocadas por An� t, f
\a}.tiiíôs(_;:âõtJido\t ' ílê�es' ª_rjifueritej;lgnifica..aoJaQç, cl�..:.c;li:. tonio Quinet'. Poderíamos situa a diferença do-�dizer não" I :
'.�s;::à�Há"dQfba'''actêit_inknbiQnàl_dos di!g_s�� -so�re <?- ·e do "diier que não" nestã'éscritâ. o "dizer não'' é umJ ,:,
!�ê'êlã�tà'i?di'fhffsigfiifi6ihte'�cond�d.2�E1 s!gQ[�!.1��� dito, nãó é um dizer. Existerd ditos a firmativos e . ditos�� 1
ftlla.tentê}\Ô�Jn.Íqu(!'nj.Q..�oifiçaiíreJaze.m:lo um 'colofª2_ . . �gativos. Quando fala.�9s "fzer..::.t:1lQ_:,_$!W.?mo:-lq_�Q. �· �,
��iridice1aõt'\1�'.. faltá á'fdiiê'r;, j; . �!�:- · : .• ' ;' SQ!!it1m6 d9s ditOs,_Q....'.'._ç!I��-r....4\l�i.n.ão.�.,Ji iJt,Ia:_S�Jora.;SloJ:t
1

�:'; ' . L <�;i-�\{ ):


1i':i (·..� �·
_í ifl . '
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. ·.> on���;;_·'.�:;���i:�����;��:�!Yt��;!�-���!:_±�_ �-·.º. • :l[_�:.
e.
i
f 1 ,,;._11,) �n� .-:;:l.:ti'.{( 1· '/f:·L ·:.t. .:· .
1

·r: ,
. sujeito qüe diz não mais do qu outros sujeitos,-t.o.hist� l�
l; l

• � ·��e, nem _ por isso é u m �u


.JiçQ. e to ue iz e n o
- . 1· i _ q "d qu ã ". .·�'.- _ ,,.·.
trJffii�auts ·pé'rgd�tas::"A prirri�ira, sobre a <liferença, . · . jogos de patavras que não ten�o tempo de desenvotvt;r
';." J };f:'jl • i'- 'i'i'f · - �'' , ,1,,:1� " :'_ · '.. .'• , . .. :,�.
·f1 .

\; 4'í;-M!A nio Quinet: ! <· : , ,,, . Lacan desenvolve is�o no "L'E�ourdit" com expressões e t ;\
ti.,

·.
� . \{�.,;;. · :,

tJ�f U
r·l\'.ci�êÍi��r:
ü·� 4ttJfnã��. :�tvitiila língua .francesa fique ·mais evidente; entre o aqui, mas basta tomar esse tex(o como referência. <ÍDizer . ·1 r
�:'�l��íz�r'.rtãb�:\YÊ_ affidJ;,se 'êxi�te alguma referência literá- . na__Rosição d�mª1s-1,1.m,�ii���.l�I}tJ<l.�,_g�9_d�n_ega_Q�; · �- !
q�e s�
l
refere'-ao dizer da interpretação e . · · q�e não " é um " não " q���[i e m_p_osição..eX!:�pçiQ��l,_ 1 l
�:if�'\i$�LJi'.bfi f�&br��1esfu' dif�tença.)oi apenas uma evoca- . . eróprios ditos gue designam o dizer�tra cois,i que nãQ �- ':
:{ '�ó<4ti'êi ti�ê §óbrfo �não\de:_Sigrie, de Paul Claudel, da os ditos. O paciente diga o que for, sejam quais forem os � :
!t{ir�g�aià'.{í�:êou/o�tdine/da Signê que "diz não"'. Pode- seus ditos, verídicos ou não, apropriados ou não em reta.:.
t
'[• ii�;��ê,�?ciitth'ffi.:e��inplo óu haveª; outro exem�lo me"'. · ção ao que percebemos em seu . ser, .º "cii_��.i:__qu�- .r:ifio:_ ·

J u11f pe�idclae··�sdarecimento
if lh1ó'r'.:_d9 '.qtfJ:é:fdii@r qüe não''.; A segunda perguntà seria . . · �1.\!a_o.:resta __a_cli:1.�J��.f pg1:J��º-qu eJernbrei o . ''.nà9_ .
sobre um jogo de palavras - é sufiçi�rite". Não poderíamos dizer ''não é isso", porque
.A que· Lâcan\faz, entre o "intêrprete e.• . o inter-empréstimo, . . · pode ser isso , mas aí ainda resta a dizer. Há aqui uma ·
, .· ·- --.. .
·J. .. _ . . _ -... ... ., . 'I': .-.> . '.,_i·:�' . . r::. . . . ·;,· .' 1 .· . ·. ._

i /qtii eni frincês d[l'intetpretee tentre-preste. nuance, muito mais, · aliás, do que uma nuance, é uma
<, · 'l · · 1 ' 1 :., , • ;; " : '
92_osjção_ç_nt��--(_)_:gJ��r_ f1:�<?'.'...�-�_:_c_!_i��r.. qu <:_nã o ":·· · · ·
.:' : t,-:�olette_:�?lê}J {\·
. .. . Quanto à dif™�entre in!§!J!rête e entre_-preste� o
{;:_}Hoje: de ·mànhã : Forbes ·comentou isso longamente • que poderíamos acrescentar ao que já foi dito hoje? Po- 29
.
·'i Não vamos) pois, responder de imediato. · <leríamos colocar ênfase na diferença entre inter e entre'. ·
ª2
l\!·�jJU. Jt,r,k ·. • . . . .. �!::�: :!;�� �i;;'.'an:!::�:i:::::;���� . .
j, '.;,.:l;Eu gõstátia 'de �.edir um cornentãrio. No texto "A dire� . : . nacional, que faz os vôos domésticos, esse inter conota o .
'.

; ·'çãbda 'âirâ7'1.�&an 'se refere à interpretação dizendo: uma · interior._Quando Lacan fala em intersuqj��i_v.ig_�q_e__ é__uma .
:' ;itÍt�qjretaçã"b só 'éexaf sendo' uma interpretação... forma de diz_��há o interior comum,_ um perímetm...·
a
·
:\ C:]''Co1��ê Sole{ /{!'. · ., . : . : -. . . . onde a_s_�hl_QjeJt{ic_la.ge?_�_sIªQjy_ºtª·� '-9-�.9�_s_et1_ser_esr.1 .__Q_
1, ;, ; IÊ esilinufo.nte CôffiO pergunta , mas eu jã respondi, Isso: . entre, e �lém_gis�_.a._p_a lavra antre.L�o_m_a,_<!m _francê_s, .
\, :.Pr<?v� 4ue} ão .é tãÜ fãcil assim se fazer entender. faz eensar entre "você e eu'�,�n_g-�s!_o_is:. .e .���?:. 1110�0 _
i

1 •
35
� º-�� ,-aziQ_@_�e o esga..m.. �-n:i�ha.QQ.: . mos dizer "você é fora-do-texto", para lembrar'o impóssi­
Q.undo diz ªencrepréstimo' não seria a mesma coisa, se vel de ser representado pelo significante. ' lssC> diria �o
tivesse dito o ·interpréstimo" ._:!.qy i se enfatiza o Jme.xx;:iJ_q sentido de sua sugestão,. de um sujeito 'morto/matado, , de
v�gio entre os _sign.!ficantes e não a consistência.s ignifica- · um sujeito que desapareceu como Sujeito/É o que quer
· _!!.v� :... Isso é apenas um dos comentários, poderíamos te- _ dizer a expressão "destituição subj�tiva•. Destituição sub­
cer muitos outros a partir do momento em que falamos; ' jetiv<!_��gnifi<:�.5l��Q...Sl!,jei.tQ_en.çQQ..t{ê_�t.�!I1-filfü)_qt,t�.
. ·
dos equívocos da língua. 1}ª9._{:__�µj�llQ,._119 o\?.j�tQ .9.Y.�.-�4.!Y.i.4,Ç.�-É esta· · � f6i:rnu · là
que aqui poderíamos propor.
A pergunta é: como o analista responde · a alusão? .
Eu gostaria de retomar uma questão que a senhor� : Psicótico. Ele tem escolha . . Quais escolhás? ·Poç:le fingi� ·
Pergunta:

.. desenvolveu pela manhã , quando falou da estrutura lógi.: : compreender. O_ sujeito faz alusão a algo que ele . não . .
ca da exceção. É esse termo fora da série, que tem á v�r entende, então o q�e ouve finge entender,' isto se ele . :
com a1 causa do desejo, o objeto a e o aleph zero de · quiser que o sujeito fale ma i s a re's peito. Se . for ·o
Cantor? interlocutor e não o analista, ele pode dizer ''mas do que_
vo�ê está falando?"' manifestando não entender; tudo '
seu
... depende do que ele quer obter. Se:quiser levar o sujeito
Gostaria de retomar uma frase que a senhora pronun:- a um desenvolvimento de seu delírio, pode fingir e9ten-
Sérgio Lqia:

. · dou bem no início do seminário: diante do analisando der, será uma boa forma, mas conforme caso pode · o
que chega com uma certa expectativa de interpretação · também julgar, pode achar que é melhor · deixar isso de ·
. por parte do analista, com relação ao que traz em tern�os: . . . lado e, nesse caso, não deveria fingir que _está -entenden:. .
de sintoma, por exemplo, uma resposta possível seria; . . do. Existem ainda outras possibilidades, se não quer to­
"Você é aquele que dispõe do texto" . Eu pensei num car na alusão ou quer fazê-la pa�ar pàra':o significante, ·
equívoco homofônico ao qual Lacan também faz referêri� para o delírio. Isso não pode ser decldido . de . modo abs� .
. eia em termos desse tu as (do indicativo "tu és") e do . trato.
. . . .
. ' . - _ ::: ·. _, ·'\:-: · : ,
verbo tuer (matar). Pergunto se poderíamos falar a pro,.: ' A interpretação. na psicose., Se ''pensamos": na. psico�,
pósito de uma relação entre a rrasc, resposta do analist�, no · singular, que �acan chama ·.· a' · psicose,: , o.,w9�1��� i

e<:4�-l!!P.�.l�.t�r.P.r�çªg, _ele_ ���ID? §.UlJ.t9,.JQrq��-e�-


e o que se pode colocar no final, em termos dos destinos está no psicótico que a :iµterpreta. O sujeito psiç..Q.tiCo não ,
da interpretação, do sujeito suposto saber, etc.
Uma segu nda questão seria, embora eu ache que cs� interpretação.:.. Realmente existe at úma diflc::uldacle, espe"'. .
tcja cm çmtro campo, qual a resposta possível do analistá cífica, mas é muito difícil dar ui;na'i·esp9st:a geral, p�is
·
os ·
• diante da interpretação alusiva no caso da psicose? · · sujeitos psicóticos podem estar em �sta:dÔs muito div�� .
SOS, Será . que estamos falando mim s�jeit9. q��. e�� de· · :
Maria do Carmo Batista: senvolvido em seu delírio? Aí o delírio:é a �ua interpreta- · . .
Eu gostaria de. lhe.t perguntar se podemos falar em · in� ção, é to�lrn�.n!e e�m'ivalente. - É · a -. intêre���-que. ele
terpretação na psicos�? faz do querer do outro. Numa_psico_;;e iá desencad�� :
· !i ���trqu _no . delíri Q,. gJµg�r_ cl.!J!?:��.!P.f���-l?§l�J.l!.·
· lítica é extremamente_prQ!>lemático. _Mas I1Yfilel·11sico� ,
A primeira pergu 1a é se podemos fazer referência ao _que..perceberíamQ§. __ ÇQ.J:!11ª_µ�!1!<>. des 1:��de�.9ªJ..tam�
Colelle Soler:

alepb ze ro? Sim, é u ·. a estrutura que Lacan empresta de · bén:\.11.fü:u�C?4�I.ía mq_�����pretarL n�ido ���
Cantor. . _pala.Y_!'�, . pQi�, . i nt��P!��ç!2ii>.l!!.��L�.11!!�rp.reta1cã2, . •
ª
A segunda questà : A frase do analista, '� fyqoe-. __presentifica umauexistência d9jle�jo.' O desejo do aria-
: !e que dispõe d � tex 9��ºªº·-�--.Y!Jl-ª..Írn.��- -que o _:ma.l i§� . �lista é sua interpretação. Quando falamos em existêncfa é .
, . diZ,Jlill.§J:!!!l�!!!_a nei ...s!�_fQ!�!!lªr_.9jn11>.�i.çito na _Iegii:.. �l?!���ç�_qµe _para _ 9__§J!Íd.t.QP-sk.6.uêo...é2poopiçia J.
No final é uma forma de dizer "você é o sujeito suposto · d e�e�':..�?. -�.r--��p�ico,se.,.P.Qf..1: . a
QtQ , f�z�.t�ª-.P.elq39. 12onto de , '
saber", e, no fim, qual seria a fórmula? A fórmula que foraclus� temos exemplos na: -líteratú_.ra de psicose� :­
damos sem ser jamais pronunciada. Porque não podería:- dese ncadeadas como efeito da: interpretação analítica. ( ·. . ·


. .
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- · . · ·. . ·
36
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. \: ;;j;' . Jb; ·{: . \ /L
'i) l'OIJT:'R ' ,t 'INTIIRJ'llE1il (:,i.O
·! , =

er outra distinção_. As à i nterpretação, ao trabalho com,e> significante ou coma


• ',\

t, \ ,i;• .. •. . :prJ2Go�t �rribérri esttbet�c


i n eH?s as que Lacan.dass i-· .· letra, feito por Joyce e que va i no sentido· do :equívoco.
\;1p�iêó�ê� b,!i'.rlR,õi�t , ,9u p�lo)
\,'lrlÊiê�fu6f$iriªÔ ãJ;tip6 pirarióico;-:são psicoses n.as quais Seria'possível expl icitar algtiína coisa que fosse utili zável
f\iWs?1�rJ§:���!ic§�? ,éut�i-c1;�s i�t�nt�. hâ um ou·tro que . pela psicanáÜse, nesse sentido? Estou pedindo, em últi-
(��irfê'ánsistêiiéfa:id� gozo;\Nefü todas as psicoses/porém; ma instâÜcia; uma explicação conÍ exemplos. -·
r�t�;•.:!J'f'. ,:; - : · .J�;•_.).'..�;�,; .::}.it'f:· -:·'Jti'I" {, :· _ >� - ·.·�· �-:.> . .· -. · .· ; .
::r;sao desse;típo,-:Extstem psicoses mcoq�,;_1§.t�Pt�§.,_1}ª�9.�J!.��
,;; ,
::1,r�f(�····!., ·t�í/t, .f'}�·!t... :.·,1� _ .-�. :�- . - ,:- �- . · . � . . . . ·- · ·t , · . �

��u�;.���m,;peso.i ·��2.2s1cgJ$.�._c,l9-J1p_ _g1:1� m1S!.t:_ .


o · Colette Soler:
[:.iriijlqye''êstã6''iinetsas. nüm _gb�.��gg1�l)!�_d.9J...màs g��· . . ; Quanto à primeira pergunta sobre a interpretaçào i ma­
�@âo sUste'rltam·o Oiitr'o..L �-�_i!!t�mr.�X�çãQ__çorre..o_risc_q_cle_; • ginária, tjue Lacan evoca no seminá rio 6, no moment6
�:'não têf',riéhhuin. efeitô. �nt�.01 .ª irit�� taç�_<i}E_j)� L<:9�� , não a tenhoe m mente, mas poderia dizer que_Q_Qy_e: ,,
;/é: umá%uestã'.b qtre' se ç9Jócª_Lé_ _a,ô mesm.Q.J�ffip�unu!to.. �-mos de. i nt�t:Rt�.�<!Ç;}Qj_niagi_g�_tj�_é U !Il_alDJe_rp[eta:_ (;
.

r,Atie dtei :�uü/: Jl.j;J ; Y ·


�'.geral'e:·deve ser t.ra.��á. coi_p.v�a -. s di��i.12ç_é?�.�.: além d�s . �!!� dá s ign ifica_ç_�o. Será que p_g9��í��9s,_<l,_i ze_r_qt1�. (,
as interprêtaçôes e_g�!".':9 �?.U�-�rm!��ª-1. sign i ft.ca ç�_o , iá. qu� ,_ ;�
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�%���,,;�[í, .. _ 1 . · . . . . -;!-��� :·N,;' ���;'-� �i��ç������:,-
!t.:�(j/Uriiâ: i

[ ri�do: 6,C�êf�dJ§'êj{dê)�a: intérpretâção", onde Lacan faz : poderíamos estabélecer alg�mas nuances .
pergtibta;sóbre a ass6.daçâ'.o que fiz com o Semi- • enfatizaria a opos ição, mesmo se num segundo tempú .

{úín�"�háÍi�r6�stinte'.1ionga de .uiri caso de Elia Sharpe, . A passagem do modal a asserção. A lógica assertiva é ·
t, falandÕid�:Íiitétpr�ta�ão imagiáárk Eu gostaria de tentar · a das proposições, que começa com Aristóteles e qu�· se
��rri�;tifi!t!f:�t y� �er �fu � � : �f
sen l p u oas d �enças . reformula com a lógica moderna das proposições: Po� .
iI!
� er;it,re.o;qu�faGa? ��ama de mterpretaçao 1magmana neste . . · rém, na lógica..m..Q.dern<LÍ}�rcebemos_gue a ç9.m,i$tê.n.da.� · Í
�'sémiHlrfok(·e{ã·; :i rit�rpfetaçã<i pÔt signiflcação,' como .. de um sti�ma•..ou_séja, .. a_. P.9.$�n.,JJJdicl�-de_clizer. s e uma.. . !
·

�t�t:lil�· �t · f ;' , _!=���=����;r�;��!::,�.�1 -:


�:íi8trí6fõni�·/�8i;J�xefuplÓ; que fÔi listada nessas inter- propo�tçao QlLUOJª .$.��i�-9.�!.9P.Q�iç_õ_e.s_é_y� r_qadei_f'.l�q1,1; :

.
�'. .. �1gôstâriattt1.u� f'OCê retomasse \um ponto de articula� �n.].Qc;lªLtem_muito )l.\ !J�(ÇQ,Q1..Q:_q1.!e....c;h�l)1a m..<>.s_?_qu estã�)_,
1i . &ãr-pifrt1ê:'ifiltiâl&ôYsemmMlo. Ó.discurso do ariâl isan:. · do s�ito que se in_t.�rrggª_a_r�e.i_to do_q�_<;_gC>�_t_�Ij�,� .
r:1: �qf�,��;�,�ôW;,o ;�b��l e::Jnt�h,rêfâ -lo seriá fàzer:·passar s�bre º que gostaria de ter, º que.gostaria de ser, º que
; �E� j
.
l� ��t�� �:� rê� :r ��� :��et çãe> gci�!aria d� pe.dir-l?e U� . . gostaria de saber: "ah, s e eu QU d�.�_eJ:' trabalhar, aztlar,
�rco111e11ra,r19�:nq:sen,�de> de,�bnr um pouco mais ess a art1- · . gozar, etc té o'gijto d9_01qga\,_clitQ.Qe. foi:01a_�i1!1.E l e� 1 _q_ü.�- · .
ífcttlãçã�}fq't,it'.Ji1\�l�:tr�êe predosa,i(e perguntar também �gca em dem_ªnda na. anãlise. Pq_t:t�QIQ,_a_g�ssagem.
�fq���Ú����.I 6gic:i}ybc'ê:' est�·ria;'usât,ido, quando traz uma . do moc�.!_Era a asse�ã o ci.á:.�e no sujeito_que P?de _afir-: ·

·
· .
rJ:'á:ffi�uláçãül�com.O essa:"safr,do''mddal para asserção. Que . mar algo..._n�g_sc; _tratando mais do s).1 9juntivo n em__.çl_Q_

··
l:ft?>s1��::�frs'iin�fia ;�l!s�érção? i condici_Qnru.,..lllas_QQ J11.cHcat ivo do ��i:.'2 9..: .A.ª . P�ssag�tft..__
J
L i�' . �±;;1,;� ,. :tf!J : � :, ' ;-' ? .
· de um "e_g'.g9_gar!�para um ��e__ll,_g1:1_ero " , é _� _fim do _e �ig:.
�i�. anoelilliirrOslaa'Motta: ) .,� ma e, ag__!lle��9_tf::!!_1P_�,.-� -�Jin1..çl9_trapa lho._d�_el al)ornção,.
'.j i t
ôf:Atf�õfo�dã } vlfrias\qú�stõ�s à respeito da . inter-
. Porém, e aqui encontramos o problema da i ncom­
�p��.tâçã�}á��p�kóil�o�.'. Pelo p�ica�alista, mas a ques tão ' ' pletude t nutrnLanálise.O.§�lj �I�9.. .Qerc:�t,.e_1.,1rn� part_e _çl_Q.
T
�qJ�;,:��itf�1�ro�t����ntaf' é � re.sp eito de um teJdo es- ·· :g_ue g�er, ma s a CO�<:!�S.�9J _9�-�fO_r�O .C() m_.La�a n , . seij:i.�
!fcrfiS'f]áfj.
. al.. 2.e.'fciú�tacãn êh· ama d.# . ps icótico, para:,. c)u em . uma conclus�q_s.<?lJ.!.e�9_ i 1pp9§Sív_�.L��Jg�11.es.�.r-u ma_,.()f,9: . .
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l;;o'j,sicah°alisfa leria : a aprerider com esse trabalho feito . · que Lacan diz em "L'Étourdit" q�e no final o st!jeito e.§!{L
1
,1 11�}11#�{�ri!,lis{f� ��ta n�o seriainecessária para ele e uma parte e isso pode ser objeto de asserção. E é por isso

,! .'. p elb pslc:ótlto . 1.A. qúestão que eu �alocaria é com relação _garanti<lü_Q_l,l _çertificado de sab�r as três fo rmas cio im-
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37
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J)Q§sJyel que ele enµ±ra.· Portanto, quando. �lizemos haver um resultado muito assertivo . E quando Lacan diz "Joyce
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final da análise teríamos um sujeito que teria cumprido ó
j__es��<?_�aj_.2_��-incol)sCl�J!t�:. é exata..!!!�l!�ue p�tj:- ·
sarnas obter no- ·final
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da análise,.seria-esse
· ··--··· · ..- . ·· - . ........ �. . ....desabonamento

do i[!.�9n���ente, _Q_bte.� _1.11Jl ��j��o idênt�c..2._� si pJ:QRrio �


_ _..,. ......-......... _ ..._

imperativo so crático "conhece-te a ti próprio" e teria, as"' · _gue não.deslize t;llili� _na_ difere..uça,,._sigQificante. É preciso
sim, a fórmula ·absoluta do seu ser. Se houver alguma ver realmente a ·idéia de Lacan com respeito ao f1:ffi <l;a .
análise que termine assim g os taria de ser apresentada análise. Talvez os neuróticos amem demais o seu incons­
a ela._9uando d!Z�Q��s• p�_�§a r_�<>.wqrj�J p1r,a a a.�s.erção, · ciente para se tornarem um Joyce.
.
tR��_çjs9.qu� nos pergt111temos eqi_qu_ê. _S.Ol).}9S asse�ivos: Será que podemos parar por aquifMerecenios '.
Com relação a Joyce, quando Lacan diz que ele con- . ·. .-�
a
seguiu, com sua arte, obter um resultado idêntico � ui:n.a Maria do Carmo! Dias Batista, Diretora . da Seção São
_à11.� I!��. q��ll_ seria. <:!�.t(!_E�5.t1 lta do? _§_�r.iª ·-º ma.nte r-s� afíls� Paulo, encerra o seminário fazendo agradecimenios
. tado 1º �11ig rn� .S.l!i?j<!�iyo, é � _ f�çha.D.!��t� .d.<?. ��.igfil_íl_ Colette Soler e à Comissão Organizadora do evento.
-�� bj e�J.v<?. .que fa?. 9.f.illl __çh� . ? nál!se. Jes.�at.� enigrn.� �ão
-. significa .que resolvemos .o. enigma .. Fechar o enigma . do. _ Conferências transcritas por c.annen Sílvia CelYelaUl e Patrícia Badari, a partir da tradu�
sujeito. nµ�na a,;iáli�e significa eJ!l Pª!1�,.t�rmos_i:e§.91Yido __ ção slmuMnca real17.ada por Clarl Kallf. · '
_e sag�r ip9s qu�:· � �l�P-º-��íy�i !��QIY.�!...c��pl��-��i- Revisão da tradução e esiabeteclmento do texto: Angellna �- .. ·

·1
1
SOLER C., "Sobre la interp�etacion", Acto e inlerpretacion , Buenos Aires, " LACAN J., "L'Étourdil", op. cil. p. 9. «le dire de Freud �'Infere de la logfque
Manantial, 1993, p. 2 1. 1. que prend de source le dil (/e l'inconscienl. C'esl en lanl que Freu_d a dlcouverl ·
1.
SOLER e .. i/Jid. p. 22 e 23. . · ce dil qu '# ex-sisle». .· . , . · :, · ,
·as LACAN J., "Proposlción dei 9 de octubre de 1967 acerca dei pslcoanallst� de.la
1 L\CAN J., "Fonction et champ de a parole et du language", .ÉcM, Paris, Seuil, 1966. 17 IJ.CAN J., "Fonction et champ de la parole et du language", $c,w, op. cil. p., 315i ·
.
• IACAN J., "Variantes de la cu 1 -type", Écrits, op. cil.
. 1 IACANJ., " Remarque �ur lc ra port de Daniel Lagache: 'Psychanalyse et structure
� Escuela", Momentos crucia/es de la experiencla análllica,; Buenos Aires,
de la personnalité "' , Écrits, op, cit. p. 679. Manantlal, 199 1, p: 1 1. • · , '.< ? : · · : '.:
6 IACAN J., "L'Étourdit", Scilicdl, nº 4, Paris, Seul!, 1973, p. 1 1 e 12. 19 IACAN J., "L'Étourdlt", op. cil. p. 14. «Rien n':opb-e donc que d'équivoqus'

. 1.ACANJ., "La dlrection de lacure et les principes de son pouvolr", .ÉcM, op. d/. p. 591. signifianle [ ... ] ,.,
j · · 2G IACAN J., "Radlophonie", Sclltcsl, n• 213, Paris; Seull, 1970. .
1

IACAN J., ibid. p. 589. . ..


· 9 IACAN J., "L'Étourdit", op. ci . p. 48. LACAN J., Televisão, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1993, p. 24. / . · 1 . ..
1

FREUD S., "Construções em análise", Obras Completas, Edição Standard 22 Colette Soler tefere 0se à apresentação de Jorge For�llS na mesa de tra,balho
21

· Brasileira, vol. XXIII, Rio de Janeiro, Imago, 1969, p. 291. anterior. Este texto encontra-se publicado em Opçilo1.acanlana n• 12, abril/95,
10

1 1 IACAN J., ".:. ou pire", seminário inédito. com o título "A Interpretação descompleta''. , ; -'· ' · · :. : ;
1 2 IACAN J., "A lógica do fantasma", seminário inédito. 2l IACANJ., "L'Étourdit", op. cil. p. 47.
. . i ,- . f
ll lJICANJ., "L'Étourdit", op. cit. p. 3. "{}u 'on dise reste oubliéderrl�re ce qúi se 2• LACAN J., ibid. p. 46 e 47. ., _ , i .i "
u LACAN J., O Semiruirio, livro 17, O avesso da psicanálise, Rio de Janeiro, LACAN J., ibid. p. 48.
. di/ dans ce qul s 'e11/end�. IJ.CAN J., ibid. p. 47.
. -;: :<
21

26

Jorge Zahar, 1992. u LACAN J., ibid. p. 45.


1 1 LACAN J., O Seminário, livro 11, Os quatro conceitos fundamentais da 28
IACAN J., ibid. p. 46.
psicanálise, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1 985. l'l IACAN J., V�r Nota 22.
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38

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