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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


CURSO DE PEDAGOGIA

JOYCE FERREIRA DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

GOIÂNIA
2021
JOYCE FERREIRA DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Projeto Educativo apresentado à Universidade


Norte do Paraná, como requisito parcial à
conclusão do Curso de Pedagogia.

Docente supervisor: Prof. Lilian Amaral da Silva


Souza

GOIÂNIA
2021
INTRODUÇÃO

A concepção de infância vem sendo construída ao longo do tempo,


considerando os valores histórias e culturais da sociedade em que as mesmas estão
inseridas. Por muito tempo, mesmo que estes brincassem ou tivessem objetos que
remetessem a tal mundo lúdico eram vistos como pequenos adultos, sendo estes
pensamentos mudados com a Influência da Igreja Católica onde os pais começaram
a ter mais responsabilidade pela criação e formação de seus filhos.

Entretanto, mesmo com essa visão mais ampla de infância, o ato de brincar
continuou sendo visto como algo irrelevante e sem importância para o
desenvolvimento dos indivíduos, até que as instituições escolares ficaram mais
voltadas para a inclusão de alunos com deficiências em diversos setores, precisando
que estas estivessem aptas a recepção dos mesmos, moldando os seus profissionais
para utilizarem de forma mais ampla métodos e abordagens que propiciassem um
melhor entendimento dos conteúdos, e por consequência uma educação de mais
qualidade. Assim, o brincar, fase que todas as crianças passam sendo quase
impossível impedir que as mesmas pratiquem tal atividade, é uma importante
ferramenta, pois além de trazer prazer a mesma ainda coopera no desenvolvimento
do cognitivo, motor, social, psicológico e emocional.

A Importância do Brincar na Educação Infantil, a partir de uma pesquisa


qualitativa e bibliográfica tendo em vista os Anos Iniciais do Ensino Fundamental,
explícita a importância dos novos profissionais estarem moldados para lidarem com
ferramentas tão velhas e tão eficazes quanto o ato de brincar, sendo de suma
importância que estes saibam como utilizar no processo de ensino e aprendizado,
crescendo profissionalmente quanto a qualidade da educação repassada.

Assim, este trabalho justifica-se pela necessidade em debater ferramentas tão


antigas, mas tão capazes de cooperar no processo de ensino e aprendizagem,
repassando a outros profissionais da pedagogia importantes informações sobre tal
método, seus benefícios e formas de utilizar, ainda, visando atingir os pais que não
conseguem entender o quanto um momento entre pais e filhos, principalmente em
relação ao brincar, é crucial para a formação do mesmo.

Diante do exposto a respeito da necessidade do brincar estar inserido no


contexto infantil, o presente trabalho vem responder questionamentos como: Quais
são os benefícios do mesmo? Qual o papel da escola de antedeste? De que modo
utilizar? Objetivando explanar sobre o tema e a importância do respeito as
diversidades, através de uma atividade capaz de cooperar com o cognitivo, motor e
social através do conhecimento de fábulas.

Expondo em sala de aula sobre a importância da leitura, abordando histórias


conhecidas, perguntando quais estes já leram, mantendo um foco principal em
fábulas. Então, falar sobre a importância do respeito as diversidades, iniciando um
debate sobre o motivo de todos serem diferentes, por último, falar sobre a Fábula A
formiga e a Pomba, que mesmo sendo animais tão diferentes conseguem se salvar
da morte.

Neste sentido, eles serão levados a uma "caça ao tesouro", onde através de
perguntas e enigmas acerca da fábula lida em sala, irão caminhar pela escola de
forma a encontrarem o mesmo, tendo em vista que estes estarão separados em 3
grupos, com um adulto cada para auxilia-los. As perguntas serão em relação aos tipos
de animais na fabula, por que acreditaram em determinada coisa, e por último
perguntando individualmente o que os mesmos aprenderam com a atividade e com a
fábula.

Os materiais utilizados em tal atividade serão uma Folha com a fábula principal
para cada, dois adultos pra auxiliar, pirulitos e livros de fabulas equivalentes aos
alunos participantes, fichas com as perguntas, respostas e enigmas, e uma ficha para
escrever a resposta que cada um deu sobre o aprendizado com a brincadeira, sendo
avaliados por esta resposta, sua participação, dedicação, e trabalho em equipe.

Autores como Kishimoto, Postman e Perroti explanam a importância do ato de


brincar na infância, afirmando ser um propiciador do desenvolvimento cognitivos,
motor, emocional, psicológico, capaz de cooperar na formação de cidadãos críticos e
reflexivos.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Explanar em relação ao respeito às diversidades e a importância da leitura


através de uma brincadeira que visa promover a interação ao mesmo tempo em que
trabalha a motricidade e o cognitivo dos alunos, inspirando os mesmos na resolução
de enigmas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

➢ Apresentar a importância da brincadeira e do respeito as


diversidades;
➢ Promover uma atividade que vise a interação social;
➢ Trabalhar a motricidade e o cognitivo através da resolução de
enigmas.

PROBLEMATIZAÇÃO

A brincadeira nem sempre foi valorizada como acontece atualmente, por muito
tempo este era apenas um ato que tornava as crianças participantes de uma infância,
ainda sendo vista por muitos como atos irrelevantes e distrativos, como se esta
surgisse para que os mesmos tivessem algo para fazer durante o dia. Entretanto, a
partir de determinadas pesquisas muitos profissionais da área da educação
descobriram o quanto as mesmas são importantes para o desenvolvimento infantil,
mesmo que não sejam direcionadas podem propiciar diversos benefícios no campo
motor e cognitivo do indivíduo.

Desta forma, A Importância da Brincadeira na Educação Infantil foi o tema


escolhido, considerando os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, já que se torna de
suma importância que um pedagogo conheça a respeito de tal tema, as crianças
sempre estarão destinadas para a brincadeira e o movimento, sendo impossível
proibir ou evitar tais comportamentos, então, é preciso que estes profissionais passem
a utilizar as mesmas como ferramentas de desenvolvimento e conhecimento, tendo
em vista os seus benefícios, direcionando as mesmas.

O presente projeto que visa abordar uma pouco sobre a importância do brincar
na educação infantil, e, assim, responder questionamentos como: Quais os benefícios
da brincadeira no desenvolvimento infantil? Quanto à escola é responsável por tal
atividade? Como programar em sala de aula uma brincadeira que seja divertida, e que
motive a motricidade e o cognitivo?

REFERENCIAL TEÓRICO
A infância como se vê hoje surgiu a partir de um processo histórico e cultural,
já que por muito tempo as crianças não foram tratadas de forma diferente, eram vistas
como pequenos adultos, somente a partir do surgimento da Igreja os pensamentos
em relação à infância começaram a surgir, onde a sociedade passou a dar mais
importância para o laço de sangue, tornando a família uma das instituições mais fortes
e influenciadoras da sociedade. Neste sentido, os pais ficaram mais responsáveis em
relação a ter filhos, planejando os nascimentos, visando que teriam de passar a cuidar
melhor destes, proporcionando educação e qualidade de vida.

Então, as instituições de ensino foram surgindo voltadas inicialmente somente


para aqueles que possuíam mais riquezas, estando disposta para as outras áreas da
sociedade muito tempo depois, sendo a família a principal fonte de formação e
educação. Entretanto, após a Revolução Industrial os indivíduos precisavam passar
mais tempo trabalhando para conseguirem manter dinheiro suficiente para
sobreviverem, sobrando pouco tempo de convivência entre as famílias, e isto
propiciou a passagem da responsabilidade de educação e formação para a escola,
pensamentos, que perduram até hoje em muitas culturas.

Segundo Kishimoto (2000) a urbanização e industrialização, além destes novos


modos de cima dispostos acima, fizeram com que em parte a criança fosse esquecida,
e sua infância deixada sem ter certa importância, transformando a criança em um
aprendiz precoce de adulto. Como expõe Postman (1999) em relação a diminuição do
lúdico e dos processos infantis, “(...) as brincadeiras de criança, antes tão visíveis nas
ruas das nossas cidades, também estão desaparecendo. (...) Os jogos infantis, em
resumo, são uma espécie ameaçada”.

Neste sentido, os professores foram transmissores do conhecimento, crendo-


se detentores destes, onde os alunos eram agentes passivos incapazes de cooperar
com informações, isto também mudou com o tempo, e as escolas precisaram passar
a visar à formação e educação dos indivíduos de forma a torna-los ferramentas de
cultura, ensinar ao mesmo tempo em que estes eram moldados para entenderem seus
direitos e deveres como cidadãos, sendo verdadeiramente humanizados para
compreenderem valores, princípios e culturas, sendo seres pensantes, críticos e
reflexivos, Perroti (1990) diz que irá conceitua-la como passivo é quase normal, já que
nunca se considerou que os mesmos possuíssem cultura própria. Deste modo, as
crianças também possuem certos conhecimentos em relação a valores, princípios e
conceitos culturais, estas possuem suas próprias personalidades que cooperam na
construção do ambiente que estão inseridas, então, compreende-se que as mesmas
são co-construtoras do processo de ensino e aprendizado, trocando o máximo de
informações que conseguem.

“Todavia, tais brinquedos não foram em seus primórdios invenções de


fabricantes especializados; eles nasceram sobretudo nas oficinas de
entalhadores em madeira, fundidores de estanho etc. Antes do século XIX a
produção de brinquedos não era função de uma única indústria. O estilo e a
beleza das peças mais antigas explicam-se pela circunstância de que o
brinquedo representava antigamente um produto secundário das diversas
indústrias manufatureiras, as quais, restringidas pelos estatutos corporativos,
só podiam fabricar aquilo que competia a seu ramo” (Benjamin 1984, p.67).

Além disso, a inclusão de alunos com necessidades especiais também foi uma
propiciadora da busca por métodos e ferramentas que fizessem com que os alunos
compreendessem melhor o conteúdo estudado, passando os professores a terem a
responsabilidade de atingir toda a sala, produzindo os melhores resultados possíveis
para a melhora da qualidade de educação e do processo de ensino e aprendizado.

Assim, a brincadeira vista por muito tempo como um ato de irrelevância ou


somente para distração, passou a ser tomada de forma diferente por muitos
pesquisadores da área da educação, que conseguiram compreender como esta atua
no desenvolvimento da criança, estando presente em todas as concepções de
infância, de acordo com a influência história e social que a mesma está inserida.
Segundo Wajskop (2007) a brincadeira já era usada como um recurso para o ensino,
mas, o pensamento a respeito disso só se rompeu após o pensamento romântico
passando-se a valorizar a importância de tal ato.

“A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial


com aquilo que é o “não brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no
plano da imaginação, isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da
linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da
diferença existente entre brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu
conteúdo para realizarse. Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se
de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos
significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação
e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no
plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada.
(...) A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar
progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim,
para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de
grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar
transformam-no em um espaço singular de constituição infantil”. (Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil 2002, p.27).
Deste modo, a brincadeira apresenta-se como uma forma de comunicação
onde os pais ou os educadores podem notar quais são os verdadeiros pensamentos
e a personalidade da criança, vendo também o que estas querem alcançar ou as
dificuldades que estas encontram no processo de ensino e aprendizagem, e, assim,
conseguir uma melhor abordagem ou metodologia para utilizar com estes.

A brincadeira é um ato natural e espontâneo da idade em que estes estão, há


muito tempo brinquedos e objetos lúdicos são encontrados junto as crianças, levando
ainda em consideração que este acaba tornando-se um ato de muito prazer ainda sem
precisar que tenha um comprometimento a mais, mesmo tendo regras e parâmetros
essa não toma da criança atitudes que a mesma não quer fazer. Então, Dodge e
Carneiro (2007) expõe que o movimento é uma forma da criança conseguir se
expressar, relacionando entre a ação, linguagem e pensamento, Almeida expressa-
se sobre o ato de brincar:

“A brincadeira se caracteriza por alguma estruturação e pela utilização de


regras. A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva quanto
individual. Na brincadeira a existência das regras não limita a ação lúdica, a
criança pode modificá-la, ausentar-se quando desejar, incluir novos
membros, modificar as próprias regras, enfim existe maior liberdade de ação
para as crianças.” (Almeida, 2005, p.5).

Assim, a interação proporcionada por esta é total, já que a criação de regras se


dá pelo convívio entre todos os membros, trazendo prazer e diversão já que a mesma
está inserida em um contexto que ela gosta e que junto aos participantes estes
criaram.

O termo “brincar” ainda não foi assimilado a um significado específico,


entretanto, este é um ato que faz parte da vida dos indivíduos desde que os mesmos
estão no útero como uma mãe que brinca com seu filho utilizando vozes, histórias e
música, e são essas interações ocorridas durante os atos de brincadeira que trazem
o desenvolvimento para uma criança. Então, é de suma importância que os pais
participem destes momentos de brincadeira e divertimento, mas sem que interfiram
totalmente na atividade, estando disponíveis para responderem perguntas ou
participarem quando forem solicitados, a maioria dos pais não entendem o quanto são
importantes para a formação de seus filhos e nestes pequenos atos é que fazem a
diferença.

A lei 8.069, de 13 de julho de 1990, estando explicita no Estatuto da Criança e


do Adolescente, tem em seu capítulo II, em seu décimo sexto artigo, inciso quatro,
expressando que toda criança tem como direito o ato de brincar, praticar esporte e se
divertir. Ressaltando, Leontiev (2006) afirma que além de um direito, estas atividades
ainda, impulsionam os indivíduos em novos níveis de desenvolvimento.

Através de jogos de adivinhação, caçar palavras, contar ou reinventar histórias,


os indivíduos acabam trabalhando o seu lado cognitivo, onde tem de usar o que
conhecem para montar histórias, como em momentos que tem de responder
perguntas ou solucionarem enigmas. Destarte, em jogos onde estes correm, pulam,
batem palmas, imitam animais, a o trabalho da motricidade que anda junto com o
cognitivo, estes ganham mais experiência sobre seus limites e sua personalidade.
Além disso, todos estes tipos diferentes de jogos juntos cooperaram com uma melhor
desenvoltura do campo afetivo, onde as crianças conseguem entender melhor seus
próprios sentimentos, propiciando uma interação maior.

Paternoste (2005) dispõe que o verdadeiro processo de comunicação vai além


do contato verbal mesmo que seja escrito. Assim este tem noção de seus limites e
capacidades e das diversidades presentes em todos os indivíduos, onde os jogos
ainda lhes ajudam a expressar desejos e vontades, como explicita Vigotski (2006),
que a brincadeira acaba propiciando a criança a realização de demandas que não
poderiam ser imediatamente satisfeitas.

“A relação entre a brincadeira e o desenvolvimento deve ser comparada com


a relação entre a instrução e o desenvolvimento. Por trás da brincadeira estão
as alterações das necessidades e as alterações de caráter mais geral da
consciência. A brincadeira é fonte do desenvolvimento e cria a zona de
desenvolvimento iminente. A ação num campo imaginário, numa situação
imaginária, a criação de uma intenção voluntária, a formação de um plano de
vida, de motivos volitivos - tudo isso surge na brincadeira, colocando-a num
nível superior de desenvolvimento, elevando-a para a crista da onda e
fazendo dela a onda decúmana do desenvolvimento na idade pré-escolar,
que se eleva das águas mais profundas, porém relativamente calmas.”
(VIGOTSKI, 2008, p. 35).

Qualquer ato ligado ao jogo tem por trás uma característica propiciadora do
desenvolvimento, mesmo que esta não apresente explicitamente, vai utilizar a fala,
recursos cognitivos ou motores, fazendo com que o indivíduo busque compreender as
suas capacidades para entender em qual grupo social melhores se encaixam.

Quando há a utilização de jogos motores que estes não dominam, eles não
podem simplesmente deixar de fazer, a maioria tenta ao máximo conseguir um melhor
desempenho, e é assim que acontece nos jogos em que tem que usar o cognitivo para
buscar soluções, assim quando os mesmos se deparam com novas ocasiões
encontram-se mais preparados para lidar com estas visto que são tirados
cotidianamente de suas zonas de conforto, ganhando uma maior independência e
conhecimento do mundo que os cerca, compreendendo melhor como a sociedade e
a cultura funcionam.

“Brincando, a criança entra no mundo imaginário onde ela é autora do seu


script. Quando diz: “Faz de conta que eu sou o motorista”, ela passa a ser o
motorista naquele momento. Ela pode entrar na fantasia, experimentar outros
papéis, criar outros temas e cenários. Mas ela sabe que ela é uma criança e
não um motorista. Na hora em que ela acabar a brincadeira, ela volta à
realidade.” (ROSSETTI-FERREIRA et al, 2007, p. 101).

As crianças estão sempre buscando prestar atenção às regras da brincadeira


para conseguirem melhor realiza-la, como expõe Cremonini (2012) “A criança produz
regras, vivencia os princípios que percebe na realidade, recria, na esfera imaginativa,
os planos da vida real e das motivações de sua própria vontade”, só este ato já ajuda
na melhora da concentração, onde estes lidam melhor com o ato de focar em uma
explicação por exemplo, ganham também uma maior percepção sobre o mundo ao
seu redor, como em uma competição que tem de estarem atentos a sua equipe ao
passo que observam como a outra vem se saindo, passando a serem mais
observadores, visando compreender melhor as situações e a sociedade.

“Para as crianças, a brincadeira é uma forma privilegiada de interação com


outros sujeitos, adultos e crianças, e com os objetos e a natureza à sua volta.
Brincando, elas se apropriam criativamente de formas de ação social
tipicamente humanas e de práticas sociais específicas dos grupos aos quais
pertencem, aprendendo sobre si mesmas e sobre o mundo em que vivem. Se
entendermos que a infância é um período em que o ser humano está se
constituindo culturalmente, a brincadeira assume importância fundamental
como forma de participação social e como atividade que possibilita a
apropriação, a ressignificação e a reelaboração da cultura pelas crianças.”
(BORBA, 2007, p. 12)

A brincadeira faz com que estes vejam novas maneiras de utilizarem objetos
possibilitando o desenvolvimento de sua imaginação, despertando a curiosidade para
entenderem a forma correta de usa-lo ou para que este serve, entendendo melhor
como as pessoas que estão ao seu redor pensam em relação a certas atitudes e
coisas, aprendendo sobre si mesmas e suas capacidades de pensamentos, faz com
que estes participem com mais afinco da sociedade.
Dessa maneira, é preciso ter em mente que os alunos precisam gostar da
brincadeira para que esta seja realmente produtiva, não adianta realizar uma atividade
lúdica que não traz prazer, por que assim estes não conseguem se sentirem
motivados e muito menos participarem desta com afinco, fazendo com que a mesma
não atribua benefício algum.

Segundo Brougere (2001) o brincar está totalmente influenciado pelo mundo e


sociedade, dotada de significação social, e assim, como parte da sociedade a mesma
aprende a brincar e isto pressupõe uma aprendizagem social, esta interage com
objetos, pessoas, lugares e livros, brincando com sua realidade e com sua
personalidade. Deste modo, Pasqualini (2010) apresenta que a brincadeira é “é
aquela responsável pela formação e reorganização dos processos psíquicos centrais
de um dado período do desenvolvimento. Isso significa que em cada período do
desenvolvimento uma atividade diferente guia o desenvolvimento psíquico”.

“Para que a prática da brincadeira se torne uma realidade na escola, é preciso


mudar a visão dos estabelecimentos a respeito dessa ação e a maneira como
entendem o currículo. Isso demanda uma transformação que necessita de
um corpo docente capacitado e adequadamente instruído para refletir e
alterar suas práticas. Envolve, para tanto, uma mudança de postura e
disposição para muito trabalho.” (Carneiro e Dodge 2007, p.91).

Não só os pais, mas as instituições escolares também devem possuir um maio


entendimentos sobre esta ferramenta, e o quanto a mesma é importante para o
desenvolvimento, visando incluir mais dessas atividades em seus currículos,
adequando suas capacidades e instruindo seu corpo docente para alterar suas
práticas, mudando sua postura.

Atualmente, os pais têm muito pouco tempo para seus filhos, e a escola acaba
com a responsabilidade de formar e educar estes alunos, utilizando a brincadeira
como ferramenta, contudo, o momento de interação e os atos de brincar entre pais e
filhos são insubstituíveis, levando em consideração que a família é a primeira
instituição que a criança convive sendo a mais influente, ou seja, a brincadeira é um
ato necessário para atingir uma formação completa, entretanto, a participação dos
pais nesta também é, já que oferece as crianças estabilidade, confiança, e o preparo
para encarar as novas comunidades e outros ambientes sociais.

“Fazer do lúdico um espaço dialógico entre crianças e adultos abre a


possibilidade de participarmos da vida da criança e de sua cultura como um
outro que traz experiências, histórias, visões e valores distintos e, por ocupar
um outro lugar social e olhar para a vida sob outras perspectivas, apresenta
modos diversos de interpretar e lidar com a cultura contemporânea”.
(Salgado, 2008, p.105).

Neste sentido, a criança faz com que haja uma maior ligação com sua
instituição familiar, estando mais inseridos no cotidiano destes jovens, tendo mais
vivencia e experiência em relação ao convívio social, dando estabilidade e confiança
para que os mesmos possam seguir seus caminhos para a integração em outras
comunidades, aprendendo a lidar de diversos modos com os acontecimentos
cotidianos e com a cultura, convivendo melhor com a realidade que está inserido.

As escolas têm de estarem prontas e dispostas a usarem tal recurso em seu


cotidiano, considerando a quantidade de benefícios já disposta acima, propiciando aos
seus profissionais uma educação continuada que possa lhes auxiliar no uso desta
metodologia que traz resultados tanto quando direcionada quanto quando não está.

“Brincar é também um grande canal para o aprendizado, senão o único canal


para verdadeiros processos cognitivos. Para aprender precisamos adquirir
certo distanciamento de nós mesmos, e é isso o que a criança pratica desde
as primeiras brincadeiras transicionais, distanciando-se da mãe. Através do
filtro do distanciamento podem surgir novas maneiras de pensar e de
aprender sobre o mundo. (Machado 2003, p.37).

MÉTODO

A presente atividade busca através de a brincadeira explicitar sobre o respeito


e as adversidades, deste modo, a mesma terá início com a professora responsável
perguntando “O que nos faz diferente dos outros? ”, iniciando um debate sobre o tema,
de modo que os alunos tirem suas próprias conclusões sobre a problemática.

Então, está vai abordar as diferentes culturas inseridas no mundo, tendo um


olhar para o Brasil, mesmo sendo um país único tem culturas diversas onde os
sotaques são diferentes, as comidas como o pão de queijo em Minas e o Pequi no
Goiás, e a forma de pensar se difere também, necessitando haver respeito por todas
estas.

Neste sentido, a empatia, se colocar no lugar do outro, e o respeito, tendo em


vista que cada um conviveu com sua cultura familiar até entrar em idade escolar tem
de ser disseminados, visando à compreensão da diversidade disposta no mundo, e a
que estes alunos encontram todos os dias, onde seus colegas têm sua religião,
crenças, valores e limites.

Então, a fábula da Formiga e da Pomba será lida, esta fala a respeito de dois
animais tão diferentes, mas que conseguem salvar uma a outra da morte em
determinados momentos, mostrando que todos podem nos surpreender e ajudar em
um caso, não importando as diferenças entre estes.

Após a exposição do conteúdo os alunos serão divididos em 3 grupos iguais, e


iniciarão uma caçada ao tesouro, tomando como base a fábula lida em sala de aula,
estes terão de responder questões para conseguirem descobrir onde está a próxima
pista.

Como estes são três grupos, para a atividade é necessário que três professores
se disponibilizem para que cada um fique responsável por dar as pistas a um desses,
acompanhando-os em todos os momentos.

Assim, inicialmente estes terão de responder quais são os dois personagens


apresentados na fábula e em qual designação do reino animal estes se encontram,
sendo uma pomba e uma formiga, estando designados como pássaro e inseto,
quando os grupos conseguirem responder corretamente, será dito a estes que a
próxima pista se encontra a céu aberto, ou seja, no pátio da escola.

A segunda pergunta abordará a forma com que estes animais conseguiram


salvar uma a outra, a formiga foi salva com um ramo de folha quando estava se
afogando, e para salvar a pomba da mira de um caçador, a formiga entrou no sapato
deste e o mordeu fazendo-o soltar a arma, depois das respostas, será dito aos alunos
que a próxima pista está onde as bolas podem ser quicadas, chutadas e jogadas,
deixando-os percorrerem o caminho até a quadra da escola.

Lá estes terão de responder o motivo que deixou a pomba tão receosa quanto
a ser salva pela formiga, sem crer que a mesma poderia ajudar, onde os mesmos irão
responder sobre o fato de que a formiga era tão pequena que a outra não conseguira
acreditar que um dia a mesma poderia ajudar, a pista para o próximo local é a sombra
mais alta da escola, referindo-se a árvore mais alta, onde estes se encaminharão para
achar o tesouro.

Quando todos os grupos chegarem ao local do tesouro será perguntado


individualmente quais as lições que tiraram de toda a atividade, sendo suas respostas
anotadas para fazerem parte da avaliação. Deste modo, estes receberão cada um,
um livro de fábulas e um pirulito.

CRONOGRAMA

O presente projeto demandará dois dias para ser realizado, onde o primeiro
estará destinado a abordagens dos conteúdos e da fábula principal, a Pomba e a
Formiga, permitindo que os alunos possam levar esta para casa e estudarem já que
a mesma será novamente vista no dia seguinte. Deste modo, o segundo dia será
voltado para a realização da atividade de caça ao tesouro.

Etapas do Projeto Período


1. Planejamento 4 Horas
2. Literatura 2 Horas
3. Realização de Atividade Lúdica “brincar” 2 Horas
4. Avaliação 4 Horas

RECURSOS

Para que toda a atividade possa ser colocada em prática, será necessário a
obtenção de certos recursos, tais como: um texto da fábula abordada para cada aluno,
duas pessoas que possam cooperar com o processo de acompanhamento de cada
grupo repassando as pistas e ajudando, quando necessário, para que estes
encontrem o segundo ponto, três fichas para todas as perguntas e respostas,
considerando os três grupos que serão acompanhados por pessoas diferentes, um
caderno para anotar o desempenho individual, principalmente em relação a resposta
dada para pegar o tesouro, livros de fábulas e pirulitos equivalentes ao número de
alunos participantes da atividade.

AVALIAÇÃO

Estes alunos serão avaliados de acordo com sua participação, trabalho em


equipe para a descoberta dos enigmas e em relação às respostas dadas, dedicação
em conseguir completar o circuito de pistas, por último, a resposta dada
individualmente em relação ao entendimento do tema, tendo em vista o que os
mesmos compreenderam sobre.

REFERÊNCIAS
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