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REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Noção de Conflito

Desde os primórdios do tempo, que parte da humanidade se dedicava à criação de


bens para viver enquanto os restantes se dedicavam à solução de conflitos.
Costuma-se dizer que onde está o homem está o conflito, pois mesmo sozinho, tem
seus conflitos interiores. Se um ser humano se aproxima de outro surge a
possibilidade de conflito entre eles, o que muitas vezes acontece.

Tal possibilidade acentua-se na sociedade contemporânea, pois, com o progresso


pós-revolução industrial, os homens se aglomeraram em cidades, o que causou o
aumento dos conflitos e, em consequência, a violência que deles nasce. Assim, o
conflito é inerente ao ser humano, tanto como indivíduo quanto como ser social.

É um processo de oposição e confronto que pode ocorrer entre indivíduos ou grupos


nas organizações, quando as partes exercem poder na busca de metas ou
objectivos valorizados e se obstruem entre si no progresso do cumprimento de uma
ou mais metas.

Por outro lado, o conflito pode ser definido como sendo toda opinião divergente, ou
maneira diferente de ver ou interpretar algum acontecimento. Desde os conflitos
próprios da infância, passamos pelos conflitos pessoais da adolescência, e hoje,
visitados pela maturidade, continuamos a conviver com o conflito intra-pessoal ou
interpessoal.

Conflitos sem solução transformam-se num verdadeiro tormento para as pessoas,


gerando desesperança, falta de auto-estima e uma verdadeira desconfiança em
tudo e em todos, inclusive nos profissionais do Direito e nas instituições
democráticas, como é o caso do Poder Judiciário. O conflito em si não é o
problema. O problema é a forma de lidar com o conflito. De uma perspectiva
negativa, o conflito é entendido como um mal que deve em si mesmo.

Sob esse prisma, as pessoas que se encontram em conflito ficam relegadas ao


último plano, pois o que realmente importa não são as pessoas, mas o fim do
conflito, que deve ser alcançado a qualquer custo. O fazer justiça com as próprias
mãos reflecte, portanto, essa concepção negativa de lidar com o conflito. E sob o
mesmo pensamento há séculos repetimos frases como pereça o mundo, mas faça-
se o Direito. Ora, o Direito deve servir à humanidade e não existe sem ela.
Perecendo o mundo, perece também o Direito (Silva, 2008).

Mas o conflito pode ser encarado de forma positiva, como oportunidade de


crescimento e aprendizado: oportunidade de progresso, há muito defendido em
nossa bandeira. Cabe-nos então procurar definir o que é um conflito. A definição de
conflito é profusa e plural, não existindo grande consenso. Podemos definir de forma
sucinta o conflito como: “um processo que se inicia quando um indivíduo ou grupo se
sente negativamente afitado por outra pessoa ou grupo” (Robbins, 2006, p.78).

De acordo com Silva, (2008) existe ainda quem o defina como a “interacção de
pessoas interdependentes que percepcionam a existência de objectivos, desejos e
valores opostos, e que encaram a outra parte como potencialmente capaz de
interferir na realização desses desideratos” (p.45).

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