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Sistema eleitoral
Sistema eleitoral é o conjunto de regras e técnicas previstas pela CF e pela lei
para disciplinar a forma como os candidatos ao mandato eletivo serão
escolhidos e eleitos.
No Brasil, atualmente, existem dois sistemas eleitorais:
a) MAJORITÁRIO b) PROPORCIONAL
* antes da EC 97/2017.
Eleições proporcionais
Quando se fala em “eleições proporcionais” está se referindo às eleições que
adotam o sistema proporcional acima explicado. É o caso das eleições para
Vereador, Deputado Estadual e Deputado Federal.
Coligações partidárias
Coligação partidária consiste na aliança (acordo) feita entre dois ou mais
partidos para que eles trabalhem juntos em uma eleição apresentando o
mesmo candidato.
Ex: nas eleições presidenciais de 2014, foi feita uma coligação denominada
“Coligação com a força do povo” para apresentar a candidatura de Dilma
Rousseff à Presidência da República. Esta coligação era formada por 9 partidos
(PT, PMDB, PSD, PP, PR, PROS, PDT, PC do B e PRB).
Ex: João é eleito Deputado Federal pelo PNCO (Partido Nanico). Ocorre que o
PNCO não elegeu 15 Deputados Federais. Logo, João poderá mudar para o
PMDB, por exemplo, não levando consigo essa filiação para fins de aumentar os
recursos do fundo partidário e do tempo de rádio e TV para o partido de
destino.
Regra de transição
Vale ressaltar que essa restrição do novo § 3º do art. 17 somente vai produzir
todos os seus efeitos a partir das eleições de 2030.
Enquanto isso, a Emenda previu uma regra de transição de forma que, a cada
eleição, os requisitos vão se tornando mais rigorosos até que atinja os critérios
do § 3º do art. 17 em 2030.
Veja:
INTRODUÇÃO
Foram publicadas no dia 06/10/2017, as Leis nº 13.487/2017 e 13.488/2017,
que alteraram:
• a Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições);
• a Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos); e
• a Lei nº 4.737/65 (Código Eleitoral).
Parcelamento da multa
A Lei nº 13.488/2017 trouxe as seguintes novidades em termos de
parcelamento de multas:
• Incluiu a possibilidade de parcelamento das multas eleitorais também para as
pessoas jurídicas (a possibilidade de parcelamento das multas para pessoas
físicas já existia);
• O valor máximo da prestação do parcelamento para pessoas físicas, que era
de 10%, passou para 5% do rendimento do devedor. Para as pessoas jurídicas
foi estabelecido o limite máximo da parcela em 2% do faturamento bruto e as
parcelas dos débitos dos partidos políticos não podem ultrapassar 2% do valor
recebido do Fundo Partidário;
• Em relação aos partidos políticos foi prevista a possibilidade de parcelamento
de débitos públicos de “natureza não eleitoral”.
IV - o parcelamento de multas
eleitorais e de outras multas e débitos
de natureza não eleitoral imputados
pelo poder público é garantido também
aos partidos políticos em até sessenta
meses, salvo se o valor da parcela
ultrapassar o limite de 2% (dois por
cento) do repasse mensal do Fundo
Partidário, hipótese em que poderá
estender-se por prazo superior, de
modo que as parcelas não ultrapassem
o referido limite.
Art. 11 (...)
O candidato levou a questão até o STF sustentando a tese de que essa norma
constitucional deve ser reinterpretada agora à luz da Convenção Americana de
Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), que estabelece como
direito de todos os cidadãos “votar e ser eleitos em eleições periódicas
autênticas, realizadas por sufrágio universal e igual e por voto secreto que
garanta a livre expressão da vontade dos eleitores”.
§ 1º (VETADO).
§ 4º (VETADO).
§ 5º (VETADO).
§ 6º (VETADO).
§ 8º (VETADO).
§ 9º (VETADO).
§ 10. (VETADO).
§ 12. (VETADO).
§ 13. (VETADO).
§ 14. (VETADO).
§ 15. O percentual dos recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo
poderá ser reduzido mediante compensação decorrente do remanejamento, se
existirem, de dotações em excesso destinadas ao Poder Legislativo.
Em 2018, para fins do disposto nos incisos III e IV do caput do art. 16-D acima
transcrito, a distribuição dos recursos entre os partidos terá por base o número
de representantes titulares na Câmara dos Deputados e no Senado Federal,
apurado em 28 de agosto de 2017 e, nas eleições subsequentes, apurado no
último dia da sessão legislativa imediatamente anterior ao ano eleitoral (art. 4º
da Lei nº 13.488/2017).
Presidente da República
1º turno: nas eleições para Presidente da República em 2018, o limite de
gastos de campanha de cada candidato será de R$ 70 milhões.
2º turno: na campanha para o segundo turno, se houver, o limite de gastos de
cada candidato será de 50% do limite do 1º turno, ou seja, R$ 35 milhões.
Governador
O limite de gastos nas campanhas dos candidatos às eleições de Governador
em 2018 será definido de acordo com o número de eleitores de cada unidade
da Federação apurado no dia 31 de maio de 2018.
Os limites de gastos de campanha de cada candidato serão os seguintes:
I - nas unidades da Federação com até um milhão de eleitores: R$ 2,8 milhões;
II - nas unidades da Federação com mais de um milhão de eleitores e de até
dois milhões de eleitores: R$ 4,9 milhões;
III - nas unidades da Federação com mais de dois milhões de eleitores e de até
quatro milhões de eleitores: R$ 5,6 milhões;
IV - nas unidades da Federação com mais de quatro milhões de eleitores e de
até dez milhões de eleitores: R$ 9,1 milhões;
V - nas unidades da Federação com mais de dez milhões de eleitores e de até
vinte milhões de eleitores: R$ 14 milhões;
VI - nas unidades da Federação com mais de vinte milhões de eleitores: R$ 21
milhões.
Senador
O limite de gastos nas campanhas dos candidatos às eleições de Senador em
2018 será definido de acordo com o número de eleitores de cada unidade da
Federação apurado no dia 31 de maio de 2018.
Os limites de gastos de campanha de cada candidato serão os seguintes:
I - nas unidades da Federação com até dois milhões de eleitores: R$ 2,5
milhões;
II - nas unidades da Federação com mais de dois milhões de eleitores e de até
quatro milhões de eleitores: R$ 3 milhões;
III - nas unidades da Federação com mais de quatro milhões de eleitores e de
até dez milhões de eleitores: R$ 3,5 milhões;
IV - nas unidades da Federação com mais de dez milhões de eleitores e de até
vinte milhões de eleitores: R$ 4,2 milhões;
V - nas unidades da Federação com mais de vinte milhões de eleitores: R$ 5,6
milhões.
Deputados
Em 2018, o limite de gastos será de:
I - R$ 2,5 milhões para as campanhas dos candidatos às eleições de Deputado
Federal;
II - R$ 1 milhão para as campanhas dos candidatos às eleições de Deputado
Estadual e Deputado Distrital.
O que mudou:
ANTES: em caso de doações acima dos limites, o doador deverá pagar multa no
valor de 5 a 10 vezes a quantia em excesso.
AGORA: a doação de quantia acima dos limites fixados neste artigo sujeita o
infrator ao pagamento de multa no valor de até 100% da quantia em excesso.
Vale ressaltar que, como houve uma redução da multa, essa alteração
legislativa possui caráter retroativo e poderá ser aplicada para multas ainda
não pagas em atenção ao princípio da retroatividade da lei sancionadora mais
benéfica (art. 5º, XL, da CF/88).
Gastos eleitorais
O art. 26 da Lei nº 9.504/97 prevê uma lista de despesas que os partidos e
candidatos fazem durante a campanha e que deverão ser obrigatoriamente
incluídas como gastos eleitorais. Em outras palavras, são despesas que deverão
ser objeto de prestação de contas junto à Justiça Eleitoral.
O que mudou?
A Lei nº 13.488/2017 criou exceções, ou seja, situações nas quais os gastos
com transporte e deslocamento não poderão ser computados como gastos
eleitorais (novo § 3º do art. 26).
EXCEÇÕES:
Não são consideradas gastos eleitorais nem se sujeitam a prestação de contas
as seguintes despesas de natureza pessoal do candidato:
a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na
campanha;
b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo usado pelo
candidato na campanha;
c) alimentação e hospedagem própria;
d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o
limite de três linhas.
A parte final deste § 3º é muito importante porque deixa claro que os posts
impulsionados somente podem ser utilizados para destacar aspectos positivos
do candidato ou do partido. Assim, a contrario sensu, deve-se interpretar que
são proibidos posts impulsionados para fazer críticas ou outros comentários
negativos a respeito dos candidatos adversários. Trata-se, contudo, de tema
que certamente gerará polêmica, mas penso que esta é a melhor exegese do
dispositivo.
Gastos eleitorais
As despesas com anúncios impulsionados na internet também são considerados
gastos eleitorais, sujeitos, portanto, à prestação de contas. Veja:
Art. 26. São considerados gastos Art. 26. São considerados gastos
eleitorais, sujeitos a registro e aos eleitorais, sujeitos a registro e aos
limites fixados nesta Lei: limites fixados nesta Lei:
(...) (...)
XV - custos com a criação e inclusão XV - custos com a criação e inclusão de
de sítios na Internet; sítios na internet e com o
impulsionamento de conteúdos
contratados diretamente com provedor
da aplicação de internet com sede e
Não havia § 2º. foro no País;
ANTES:
As emissoras eram obrigadas a convidar todos os candidatos dos partidos que
tivessem representação na Câmara superior a 9 Deputados.
Desse modo, para que a emissora seja obrigada a convidar o candidato, ele
deve fazer parte de um partido político que tenha, no mínimo, 10 Deputados
Federais.
AGORA:
Esse número foi reduzido.
Agora, as emissoras são obrigadas a convidar todos os candidatos dos partidos
que tenham representação no Congresso Nacional, de, no mínimo, 5
parlamentares.
Assim, o partido deverá ter 5 Deputados Federais, 5 Senadores, 3 Deputados e
2 Senadores etc. O que importa é um número mínimo de 5 parlamentares no
Congresso Nacional (Deputados Federais e/ou Senadores).
A Lei nº 9.096/95 dispõe sobre os partidos políticos e, em seu art. 45, tratava
sobre a “propaganda partidária”, quarta espécie de propaganda, conforme visto
acima. Veja o que dizia o caput do art. 45:
Art. 45. A propaganda partidária gratuita, gravada ou ao vivo, efetuada
mediante transmissão por rádio e televisão será realizada entre as dezenove
horas e trinta minutos e as vinte e duas horas para, com exclusividade:
I - difundir os programas partidários;
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário,
dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido;
III - divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários;
IV - promover e difundir a participação política feminina, dedicando às
mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária,
observado o mínimo de 10% (dez por cento).
CÓDIGO ELEITORAL
Redação anterior Redação ATUAL
Art. 109 (...) Art. 109 (...)
§ 2º Somente poderão concorrer à § 2º Poderão concorrer à distribuição
distribuição dos lugares os partidos ou dos lugares todos os partidos e
as coligações que tiverem obtido coligações que participaram do pleito.
quociente eleitoral.
VIGÊNCIA
As Leis nº 13.487/2017 e 13.488/2017 não possuem vacatio legis e, por essa
razão, já estão em vigor desde o dia 06/10/2017.
Os partidos deverão adequar seus estatutos aos termos da Lei nº 13.488/2017
até o final do exercício de 2017.