Você está na página 1de 5

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL

RESOLUÇÃO Nº 555, DE 21 DE OUTUBRO DE 2003.

Autoriza a empresa ProWind Energias Alternativas


Ltda. a estabelecer-se como Produtor Independente
de Energia Elétrica, mediante a implantação da
central geradora eólica denominada Fazenda Eólica
de Xangri-lá, no Município de Xangri-lá, Estado do
Rio Grande do Sul.

Relatório de Voto

O DIRETOR-GERAL DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL, no


uso de suas atribuições regimentais, de acordo com deliberação da Diretoria, tendo em vista o disposto no
art. 11 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, regulamentada pelo Decreto nº 2.003, de 10 de setembro de
1996, no inciso XXXI, art. 4º, Anexo I do Decreto nº 2.335, de 6 de outubro de 1997, no art. 26 da Lei nº
9.427, de 26 de dezembro de 1996, com a redação dada pelo art. 4º da Lei nº 9.648, de 27 de maio de
1998, modificada pelo art. 17 da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, no art. 22 da Resolução nº 281, de
1º de outubro de 1999, com a redação dada pelo art. 1º da Resolução nº 208, de 7 de junho de 2001,
modificada pelo art. 1º da Resolução nº 219, de 23 de abril de 2003, e o que consta do Processo nº
48500.005072/02-65, resolve:

Art. 1º Autorizar a empresa ProWind Energias Alternativas Ltda., com sede na Rua Juruá, nº
284, Bairro Jardim São Pedro, Município de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, inscrita no
CNPJ/MF sob nº 05.263.781/0001-20, a estabelecer-se como Produtor Independente de Energia Elétrica,
mediante a implantação da central geradora eólica denominada Fazenda Eólica de Xangri-lá, com vinte e
uma unidades aerogeradoras de 1.250 kW cada, totalizando a capacidade instalada de 26.250 kW, com
fator de capacidade estimado de 0,396, no Município de Xangri-lá, Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 2º Autorizar a referida empresa a proceder à instalação do respectivo sistema de


transmissão de interesse restrito, constituído de duas subestações elevadoras, sendo uma com capacidade
de 15.000 kVA, em 25/69 kV, denominada Xangri-lá 01, de onde partirá um ramal, em 69 kV, de
aproximadamente 0,1 km, até a conexão com a linha de transmissão, 69 kV, OSO1-ATL, e outra com
capacidade de 20.000 kVA, denominada Xangri-lá 02, em 25/69 kV, de onde partirá uma linha de
transmissão, em 69 kV, de aproximadamente 1,445 km, até a conexão com a linha de transmissão OSO1-
TOR, 69 kV, da Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE.

§ 1º A energia elétrica produzida pela autorizada destina-se à comercialização na modalidade


de produção independente de energia elétrica, em conformidade com as condições estabelecidas nos arts.
12, 15 e 16 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995, regulamentada pelo Decreto nº 2.003, de 10 de
setembro de 1996.

§ 2º A capacidade instalada e o fator de capacidade estimado definidos no “caput” deste artigo


são objetos apenas de referência, não gerando nenhuma espécie de direito relacionado à receita do
autorizado.

Art. 3º Constituem obrigações da autorizada:


(Fls. 2 da Resolução nº 555, de 21 de outubro de 2003).

I - implantar a central geradora eólica conforme cronograma apresentado à Agência Nacional


de Energia Elétrica - ANEEL, obedecendo aos marcos a seguir descritos:

a) data da montagem do canteiro de obras e acampamento: até 15 de janeiro de 2004;


b) início das obras civis das estruturas: até 1º de fevereiro de 2004;
c) início da montagem eletromecânica: até 1º de setembro de 2004;
d) início do comissionamento: até 1º de fevereiro de 2005; e,
e) início da operação comercial: até 14 de março de 2005.

II - cumprir e fazer cumprir as normas legais e regulamentares de geração e comercialização


de energia elétrica, respondendo perante à ANEEL, usuários e terceiros, pelas conseqüências danosas
decorrentes da exploração da central geradora eólica;

III - efetuar solicitação de acesso aos sistemas de transmissão e distribuição, nos termos da
Resolução nº 281, de 1º de outubro de 1999, com a redação dada pela Resolução nº 208, de 7 de junho de
2001, observando especialmente o disposto em seu art. 9º, no que tange aos prazos compatíveis com o
atendimento do cronograma de implantação da central geradora eólica;

IV - celebrar os contratos de conexão e de uso dos sistemas de transmissão e distribuição, nos


termos da legislação e normas específicas;

V - efetuar o pagamento, nas épocas próprias definidas nas normas específicas:

a) das cotas mensais da Conta de Consumo de Combustíveis - CCC que lhe forem atribuídas;

b) da Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica, nos termos da legislação


específica; e,

c) dos encargos de uso dos sistemas de transmissão e distribuição decorrentes da operação da


central geradora eólica.

VI - submeter-se à fiscalização da ANEEL;

VII - encaminhar à ANEEL, previamente ao início da construção da central geradora bem


assim de sua operação, cópia das Licenças de Instalação (LI) e de Operação (LO), respectivamente,
emitidas pelo Órgão Licenciador Ambiental;

VIII - encaminhar à ANEEL, anualmente, a contar da data de publicação desta Resolução, os


dados referentes as leituras de vento, histogramas e freqüências de ocorrência, complementando, a partir
da entrada em operação comercial da primeira unidade, com as informações de energia gerada com fator
de disponibilidade e demais dados consolidados da geração anual efetiva;

IX - organizar e manter permanentemente atualizado o cadastro de bens e instalações da


central geradora eólica, comunicando à ANEEL qualquer alteração das características de sua unidade
geradora;

X - manter em arquivo, à disposição da fiscalização da ANEEL, Estudo de Impacto Ambiental


(EIA), Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) ou estudo formalmente requerido pelo órgão licenciador
(Fls. 3 da Resolução nº 555, de 21 de outubro de 2003).

ambiental, projetos básico e executivo, registros operativos e de produção de energia elétrica e os


resultados dos ensaios de comissionamento;

XI - observar e cumprir a legislação ambiental, providenciando as licenças correspondentes,


bem como, quando for o caso, observar a legislação sobre o uso de terrenos costeiros de propriedade da
União, Marinha e Municípios;

XII - submeter-se a toda e qualquer regulamentação de caráter geral ou que venha a ser
estabelecida pela ANEEL, especialmente àquelas relativas à produção independente de energia elétrica;

XIII - a implantação de qualquer outra forma de geração associada a esta central geradora,
geração híbrida, deverá ser previamente submetida a ANEEL, para autorização.

XIV - prestar todas as informações relativas ao andamento do empreendimento, facilitar os


serviços de fiscalização e comunicar a conclusão das obras, no prazo de sessenta dias contado da data em
que essa efetivamente ocorrer;

XV - solicitar anuência prévia à ANEEL, em caso de transferência de controle acionário.

Parágrafo único. Pelo descumprimento das obrigações decorrentes da legislação de regência


de produção e comercialização de energia elétrica e do disposto nesta Resolução, a autorizada ficará
sujeita às penalidades estabelecidas na legislação e nos regulamentos específicos.

Art. 4º Constituem direitos da autorizada:

I - acessar livremente, na forma da legislação, o sistema de transmissão e distribuição,


mediante pagamento dos respectivos encargos de uso e de conexão;

II - comercializar a energia elétrica produzida, nos termos da legislação e normas específicas;

III - modificar ou ampliar, desde que previamente autorizado pela ANEEL, a central geradora
eólica e as instalações de interesse restrito; e,

IV - oferecer, em garantia de financiamentos obtidos para a realização de obras e serviços, os


direitos emergentes desta autorização, bem assim os bens constituídos pela central geradora eólica, desde
que a eventual execução da garantia não comprometa a continuidade da produção de energia elétrica pela
referida central geradora.

Parágrafo único. Deverá ser aplicado o percentual de redução de 50% (cinqüenta por cento),
durante a vigência da presente autorização às tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão e de
distribuição, quando devidas, pelo transporte da energia gerada pela central geradora.

Art. 5º A presente autorização vigorará pelo prazo de trinta anos, contado a partir da
publicação desta Resolução, podendo ser prorrogada a critério da ANEEL e a pedido da autorizada.

§ 1º A autorização poderá ser revogada nas seguintes situações:


(Fls. 4 da Resolução nº 555, de 21 de outubro de 2003).

I - produção da energia elétrica em desacordo com as prescrições desta Resolução e legislação


específica;

II - descumprimento das obrigações decorrentes desta autorização;

III - transferência a terceiros de qualquer das unidades geradoras de energia elétrica sem
prévia autorização da ANEEL;

IV - solicitação da autorizada; ou,

V - desativação da central geradora eólica.

§ 2º A revogação da autorização não acarretará para a ANEEL, em nenhuma hipótese,


qualquer responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos assumidos pela
autorizada com relação a terceiros, inclusive àqueles relativos aos seus empregados.

Art. 6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ MÁRIO MIRANDA ABDO

Publicado no D.O de 22.10.2003, seção 1, p. 47, v. 140, n. 205.

Este texto não substitui o publicado no D.O de 22.10.2003.


(Fls. 5 da Resolução nº 555, de 21 de outubro de 2003).

Você também pode gostar