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Este volume apresenta como texto principal a Lei no 10.

826, de 22 de dezembro de 2003,


conhecida como Estatuto do Desarmamento. Ela dispõe sobre o registro, a posse e a
comercialização de armas de fogo e munições, sobre a instituição do Sinarm (Sistema
Nacional de Armas), além de definir crimes e penas relativos à posse e porte irregular, ao
comércio ilegal de arma de fogo, ao tráfico internacional etc.

A publicação inclui ainda o Decreto no 5.123, de 1o de julho de 2004, e um quadro


comparativo entre os dispositivos do Estatuto do Desarmamento e os da lei anterior (Lei
no 9.437/97).

Estatuto do
Desarmamento

9 788570 18500 6
4a Edição
Lei n. 10.826/2003
de 22 de dezembro de 2003

Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema
Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber X – cadastrar a identificação do cano da


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono arma, as características das impressões de
a seguinte Lei: raiamento e de microestriamento de projétil
disparado, conforme marcação e testes obriga-
toriamente realizados pelo fabricante;
CAPÍTULO I – Do Sistema Nacional de XI – informar às Secretarias de Segurança
Armas Pública dos Estados e do Distrito Federal os
registros e autorizações de porte de armas de
Art. 1o  O Sistema Nacional de Armas – Si- fogo nos respectivos territórios, bem como
narm, instituído no Ministério da Justiça, no manter o cadastro atualizado para consulta.
âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição Parágrafo único.  As disposições deste artigo
em todo o território nacional. não alcançam as armas de fogo das Forças Ar-
madas e Auxiliares, bem como as demais que
Art. 2o  Ao Sinarm compete: constem dos seus registros próprios.
I – identificar as características e a proprie-
dade de armas de fogo, mediante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, CAPÍTULO II – Do Registro
importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de Art. 3o  É obrigatório o registro de arma de fogo
arma de fogo e as renovações expedidas pela no órgão competente.
Polícia Federal; Parágrafo único.  As armas de fogo de uso
IV – cadastrar as transferências de proprie- restrito serão registradas no Comando do
dade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências Exército, na forma do regulamento desta Lei.
suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclu-
sive as decorrentes de fechamento de empresas Art. 4o  Para adquirir arma de fogo de uso per-
de segurança privada e de transporte de valores; mitido o interessado deverá, além de declarar
V – identificar as modificações que alterem a efetiva necessidade, atender aos seguintes
as características ou o funcionamento de arma requisitos:1
de fogo; I – comprovação de idoneidade, com a
VI – integrar no cadastro os acervos policiais apresentação de certidões negativas de an-
já existentes; tecedentes criminais fornecidas pela Justiça
VII – cadastrar as apreensões de armas de Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não
Estatuto do Desarmamento

fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos estar respondendo a inquérito policial ou a


policiais e judiciais; processo criminal, que poderão ser fornecidas
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no por meios eletrônicos;
País, bem como conceder licença para exercer II – apresentação de documento comproba-
a atividade; tório de ocupação lícita e de residência certa;
IX – cadastrar mediante registro os produ- III – comprovação de capacidade técnica
tores, atacadistas, varejistas, exportadores e e de aptidão psicológica para o manuseio de
importadores autorizados de armas de fogo,
8 acessórios e munições; 1
Lei no 11.706/2008.
arma de fogo, atestadas na forma disposta no § 1o  O certificado de registro de arma de
regulamento desta Lei. fogo será expedido pela Polícia Federal será
§ 1o  O Sinarm expedirá autorização de precedido de autorização do Sinarm.
compra de arma de fogo após atendidos os re- § 2o  Os requisitos de que tratam os incisos
quisitos anteriormente estabelecidos, em nome I, II e III do art. 4o deverão ser comprovados
do requerente e para a arma indicada, sendo periodicamente, em período não inferior a 3
intransferível esta autorização. (três) anos, na conformidade do estabelecido
§ 2 o  A aquisição de munição somente no regulamento desta Lei, para a renovação
poderá ser feita no calibre correspondente à do Certificado de Registro de Arma de Fogo.
arma registrada e na quantidade estabelecida § 3o  O proprietário de arma de fogo com
no regulamento desta Lei. certificados de registro de propriedade expe-
§ 3o  A empresa que comercializar arma de dido por órgão estadual ou do Distrito Federal
fogo em território nacional é obrigada a comu- até a data da publicação desta Lei que não optar
nicar a venda à autoridade competente, como pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta
também a manter banco de dados com todas as Lei deverá renová-lo mediante o pertinente re-
características da arma e cópia dos documentos gistro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008,
previstos neste artigo. ante a apresentação de documento de identifi-
§ 4o  A empresa que comercializa armas de cação pessoal e comprovante de residência fixa,
fogo, acessórios e munições responde legalmen- ficando dispensado do pagamento de taxas e do
te por essas mercadorias, ficando registradas cumprimento das demais exigências constantes
como de sua propriedade enquanto não forem dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei.
vendidas. § 4o  Para fins do cumprimento do disposto
§ 5o  A comercialização de armas de fogo, aces- no § 3o deste artigo, o proprietário de arma de
sórios e munições entre pessoas físicas somente fogo poderá obter, no Departamento de Polí-
será efetivada mediante autorização do Sinarm. cia Federal, certificado de registro provisório,
§ 6o  A expedição da autorização a que se expedido na rede mundial de computadores –
refere o § 1o será concedida, ou recusada com a internet, na forma do regulamento e obedecidos
devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) os procedimentos a seguir:
dias úteis, a contar da data do requerimento do I – emissão de certificado de registro provi-
interessado. sório pela internet, com validade inicial de 90
§ 7o  O registro precário a que se refere o § 4o (noventa) dias; e
prescinde do cumprimento dos requisitos dos II – revalidação pela unidade do Depar-
incisos I, II e III deste artigo. tamento de Polícia Federal do certificado de
§ 8o  Estará dispensado das exigências cons- registro provisório pelo prazo que estimar
tantes do inciso III do caput deste artigo, na for- como necessário para a emissão definitiva do
ma do regulamento, o interessado em adquirir certificado de registro de propriedade.
arma de fogo de uso permitido que comprove
estar autorizado a portar arma com as mesmas
características daquela a ser adquirida. CAPÍTULO III – Do Porte

Art. 5o  O certificado de Registro de Arma Art. 6o  É proibido o porte de arma de fogo em
de Fogo, com validade em todo o território todo o território nacional, salvo para os casos
Estatuto do Desarmento

nacional, autoriza o seu proprietário a manter previstos em legislação própria e para:3


a arma de fogo exclusivamente no interior de I – os integrantes das Forças Armadas;
sua residência ou domicílio, ou dependência II – os integrantes de órgãos referidos nos
desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde incisos do caput do art. 144 da Constituição
que seja ele o titular ou o responsável legal pelo Federal;
estabelecimento ou empresa.2
3
Leis nos 12.694/2012, 11.706/2008, 11.501/2007 e
2
Leis nos 11.706/2008 e 10.884/2004. 10.867/2004. 9
III – os integrantes das guardas municipais § 1o-A (Revogado)
das capitais dos Estados e dos Municípios com § 2o  A autorização para o porte de arma de
mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, fogo aos integrantes das instituições descritas
nas condições estabelecidas no regulamento nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo
desta Lei; está condicionada à comprovação do requisito
IV – os integrantes das guardas municipais a que se refere o inciso III do caput do art. 4o
dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüen- desta Lei nas condições estabelecidas no regu-
ta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) lamento desta Lei.
habitantes, quando em serviço; § 3o  A autorização para o porte de arma de
V – os agentes operacionais da Agência Bra- fogo das guardas municipais está condicionada
sileira de Inteligência e os agentes do Departa- à formação funcional de seus integrantes em
mento de Segurança do Gabinete de Segurança estabelecimentos de ensino de atividade policial
Institucional da Presidência da República; e à existência de mecanismos de fiscalização e
VI – os integrantes dos órgãos policiais de controle interno, nas condições estabelecidas
referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da no regulamento desta Lei, observada a super-
Constituição Federal; visão do Comando do Exército.
VII – os integrantes do quadro efetivo dos § 4o  Os integrantes das Forças Armadas, das
agentes e guardas prisionais, os integrantes das polícias federais e estaduais e do Distrito Fe-
escoltas de presos e as guardas portuárias; deral, bem como os militares dos Estados e do
VIII – as empresas de segurança privada Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito
e de transporte de valores constituídas, nos no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento
termos desta Lei; do disposto nos incisos I, II e III do mesmo
IX – para os integrantes das entidades de artigo, na forma do regulamento desta Lei.
desporto legalmente constituídas, cujas ativi- § 5o  Aos residentes em áreas rurais, maiores
dades esportivas demandem o uso de armas de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem
de fogo, na forma do regulamento desta Lei, depender do emprego de arma de fogo para
observando-se, no que couber, a legislação prover sua subsistência alimentar familiar
ambiental. será concedido pela Polícia Federal o porte
X – integrantes das Carreiras de Auditoria de arma de fogo, na categoria caçador para
da Receita Federal do Brasil e de Auditoria- subsistência, de uma arma de uso permitido,
-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos,
e Analista Tributário. de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
XI – os tribunais do Poder Judiciário des- 16 (dezesseis), desde que o interessado com-
critos no art. 92 da Constituição Federal e os prove a efetiva necessidade em requerimento
Ministérios Públicos da União e dos Estados, ao qual deverão ser anexados os seguintes
para uso exclusivo de servidores de seus qua- documentos:
dros pessoais que efetivamente estejam no I – documento de identificação pessoal;
exercício de funções de segurança, na forma II – comprovante de residência em área
de regulamento a ser emitido pelo Conselho rural; e
Nacional de Justiça – CNJ e pelo Conselho III – atestado de bons antecedentes.
Nacional do Ministério Público – CNMP. § 6o  O caçador para subsistência que der
Estatuto do Desarmamento

§ 1o  As pessoas previstas nos incisos I, II, outro uso à sua arma de fogo, independente-
III, V e VI do caput deste artigo terão direito de mente de outras tipificações penais, responderá,
portar arma de fogo de propriedade particular conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo
ou fornecida pela respectiva corporação ou de arma de fogo de uso permitido.
instituição, mesmo fora de serviço, nos termos § 7o  Aos integrantes das guardas municipais
do regulamento desta Lei, com validade em dos Municípios que integram regiões metropo-
âmbito nacional para aquelas constantes dos litanas será autorizado porte de arma de fogo,
incisos I, II, V e VI. quando em serviço.
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Art. 7o  As armas de fogo utilizadas pelos em- de segurança que poderão portar arma de fogo,
pregados das empresas de segurança privada e respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta
de transporte de valores, constituídas na forma por cento) do número de servidores que exer-
da lei, serão de propriedade, responsabilidade çam funções de segurança.
e guarda das respectivas empresas, somente § 3o  O porte de arma pelos servidores das
podendo ser utilizadas quando em serviço, instituições de que trata este artigo fica con-
devendo essas observar as condições de uso dicionado à apresentação de documentação
e de armazenagem estabelecidas pelo órgão comprobatória do preenchimento dos requisi-
competente, sendo o certificado de registro e tos constantes do art. 4o desta Lei, bem como
a autorização de porte expedidos pela Polícia à formação funcional em estabelecimentos
Federal em nome da empresa. de ensino de atividade policial e à existência
§ 1o  O proprietário ou diretor responsável de mecanismos de fiscalização e de controle
de empresa de segurança privada e de trans- interno, nas condições estabelecidas no regu-
porte de valores responderá pelo crime previsto lamento desta Lei.
no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem § 4o  A listagem dos servidores das institui-
prejuízo das demais sanções administrativas e ções de que trata este artigo deverá ser atuali-
civis, se deixar de registrar ocorrência policial zada semestralmente no Sinarm.
e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, § 5o  As instituições de que trata este artigo
roubo ou outras formas de extravio de armas são obrigadas a registrar ocorrência policial e
de fogo, acessórios e munições que estejam sob a comunicar à Polícia Federal eventual perda,
sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) furto, roubo ou outras formas de extravio de
horas depois de ocorrido o fato. armas de fogo, acessórios e munições que es-
§ 2o  A empresa de segurança e de transporte tejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e
de valores deverá apresentar documentação quatro) horas depois de ocorrido o fato.
comprobatória do preenchimento dos requi-
sitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos Art. 8o  As armas de fogo utilizadas em entida-
empregados que portarão arma de fogo. des desportivas legalmente constituídas devem
§ 3o  A listagem dos empregados das empre- obedecer às condições de uso e de armaze-
sas referidas neste artigo deverá ser atualizada nagem estabelecidas pelo órgão competente,
semestralmente junto ao Sinarm. respondendo o possuidor ou o autorizado a
portar a arma pela sua guarda na forma do
Art. 7o-A.  As armas de fogo utilizadas pelos regulamento desta Lei.
servidores das instituições descritas no inciso
XI do art. 6o serão de propriedade, responsa- Art. 9o  Compete ao Ministério da Justiça a
bilidade e guarda das respectivas instituições, autorização do porte de arma para os respon-
somente podendo ser utilizadas quando em sáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros
serviço, devendo estas observar as condições de em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando
uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão do Exército, nos termos do regulamento desta
competente, sendo o certificado de registro e Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito
a autorização de porte expedidos pela Polícia de arma de fogo para colecionadores, atiradores
Federal em nome da instituição.4 e caçadores e de representantes estrangeiros
§ 1o  A autorização para o porte de arma em competição internacional oficial de tiro
Estatuto do Desarmento

de fogo de que trata este artigo independe do realizada no território nacional.


pagamento de taxa.
§ 2o  O presidente do tribunal ou o chefe do Art. 10.  A autorização para o porte de arma
Ministério Público designará os servidores de de fogo de uso permitido, em todo o território
seus quadros pessoais no exercício de funções nacional, é de competência da Polícia Federal
e somente será concedida após autorização do
4
Lei no 12.694/2012. Sinarm.
11
§ 1o  A autorização prevista neste artigo § 1o  Na comprovação da aptidão psicológi-
poderá ser concedida com eficácia temporária ca, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá
e territorial limitada, nos termos de atos regu- exceder ao valor médio dos honorários profis-
lamentares, e dependerá de o requerente: sionais para realização de avaliação psicológica
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por constante do item 1.16 da tabela do Conselho
exercício de atividade profissional de risco ou Federal de Psicologia.
de ameaça à sua integridade física; § 2o  Na comprovação da capacidade técnica,
II – atender às exigências previstas no art. o valor cobrado pelo instrutor de armamento e
4o desta Lei; tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais),
III – apresentar documentação de proprie- acrescido do custo da munição.
dade de arma de fogo, bem como o seu devido § 3o  A cobrança de valores superiores aos
registro no órgão competente. previstos nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o
§ 2o  A autorização de porte de arma de descredenciamento do profissional pela Polícia
fogo, prevista neste artigo, perderá automati- Federal.
camente sua eficácia caso o portador dela seja
detido ou abordado em estado de embriaguez
ou sob efeito de substâncias químicas ou alu- CAPÍTULO IV – Dos Crimes e Das Penas
cinógenas.
Posse irregular de arma de fogo de uso
Art. 11.  Fica instituída a cobrança de taxas, permitido
nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela
prestação de serviços relativos:5 Art. 12.  Possuir ou manter sob sua guarda
I – ao registro de arma de fogo; arma de fogo, acessório ou munição, de uso per-
II – à renovação de registro de arma de fogo; mitido, em desacordo com determinação legal
III – à expedição de segunda via de registro ou regulamentar, no interior de sua residência
de arma de fogo; ou dependência desta, ou, ainda no seu local
IV – à expedição de porte federal de arma de trabalho, desde que seja o titular ou o res-
de fogo; ponsável legal do estabelecimento ou empresa:
V – à renovação de porte de arma de fogo; Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos,
VI – à expedição de segunda via de porte e multa.
federal de arma de fogo.
§ 1o  Os valores arrecadados destinam-se Omissão de cautela
ao custeio e à manutenção das atividades do
Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Art. 13.  Deixar de observar as cautelas neces-
Exército, no âmbito de suas respectivas res- sárias para impedir que menor de 18 (dezoito)
ponsabilidades. anos ou pessoa portadora de deficiência mental
§ 2o  São isentas do pagamento das taxas se apodere de arma de fogo que esteja sob sua
previstas neste artigo as pessoas e as instituições posse ou que seja de sua propriedade:
a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5o Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos,
do art. 6o desta Lei. e multa.
Parágrafo único.  Nas mesmas penas incor-
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Art. 11-A.  O Ministério da Justiça disciplinará rem o proprietário ou diretor responsável de


a forma e as condições do credenciamento de empresa de segurança e transporte de valores
profissionais pela Polícia Federal para compro- que deixarem de registrar ocorrência policial
vação da aptidão psicológica e da capacidade e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,
técnica para o manuseio de arma de fogo.6 roubo ou outras formas de extravio de arma de
fogo, acessório ou munição que estejam sob sua
5
Lei no 11.706/2008. guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas
6
Lei no 11.706/2008. depois de ocorrido o fato.
12
Porte ilegal de arma de fogo de uso I – suprimir ou alterar marca, numeração
permitido ou qualquer sinal de identificação de arma de
fogo ou artefato;
Art. 14.  Portar, deter, adquirir, fornecer, rece- II – modificar as características de arma de
ber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de
que gratuitamente, emprestar, remeter, empre- fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de
gar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, dificultar ou de qualquer modo induzir a erro
acessório ou munição, de uso permitido, sem autoridade policial, perito ou juiz;
autorização e em desacordo com determinação III – possuir, detiver, fabricar ou empregar
legal ou regulamentar:7 artefato explosivo ou incendiário, sem autori-
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) zação ou em desacordo com determinação legal
anos, e multa. ou regulamentar;
Parágrafo único.  O crime previsto neste IV – portar, possuir, adquirir, transportar
artigo é inafiançável, salvo quando a arma de ou fornecer arma de fogo com numeração,
fogo estiver registrada em nome do agente. marca ou qualquer outro sinal de identificação
raspado, suprimido ou adulterado;
Disparo de arma de fogo V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
gratuitamente, arma de fogo, acessório, muni-
Art. 15.  Disparar arma de fogo ou acionar mu- ção ou explosivo a criança ou adolescente; e
nição em lugar habitado ou em suas adjacên- VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem
cias, em via pública ou em direção a ela, desde autorização legal, ou adulterar, de qualquer
que essa conduta não tenha como finalidade a forma, munição ou explosivo.
prática de outro crime:8
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) Comércio ilegal de arma de fogo
anos, e multa.
Parágrafo único.  O crime previsto neste Art. 17.  Adquirir, alugar, receber, transportar,
artigo é inafiançável. conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, adulterar, vender, expor à
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de venda, ou de qualquer forma utilizar, em provei-
uso restrito to próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, arma de fogo, acessório
Art. 16.  Possuir, deter, portar, adquirir, forne- ou munição, sem autorização ou em desacordo
cer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, com determinação legal ou regulamentar:
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
empregar, manter sob sua guarda ou ocultar anos, e multa.
arma de fogo, acessório ou munição de uso Parágrafo único.  Equipara-se à atividade
proibido ou restrito, sem autorização e em desa- comercial ou industrial, para efeito deste artigo,
cordo com determinação legal ou regulamentar: qualquer forma de prestação de serviços, fabri-
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, cação ou comércio irregular ou clandestino,
e multa. inclusive o exercido em residência.
Parágrafo único.  Nas mesmas penas incorre
quem: Tráfico internacional de arma de fogo
Estatuto do Desarmento

Art. 18.  Importar, exportar, favorecer a entra-


7
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconsti-
tucionalidade do parágrafo único deste artigo em da ou saída do território nacional, a qualquer
2/5/2007 (ADI no 3.112). título, de arma de fogo, acessório ou munição,
8
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconsti- sem autorização da autoridade competente:
tucionalidade do parágrafo único deste artigo em Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
2/5/2007 (ADI no 3.112). e multa.
13
Art. 19.  Nos crimes previstos nos arts. 17 e § 4o  As instituições de ensino policial e as
18, a pena é aumentada da metade se a arma guardas municipais referidas nos incisos III e
de fogo, acessório ou munição forem de uso IV do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7o po-
proibido ou restrito. derão adquirir insumos e máquinas de recarga
de munição para o fim exclusivo de suprimento
Art. 20.  Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, de suas atividades, mediante autorização con-
16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se cedida nos termos definidos em regulamento.
forem praticados por integrante dos órgãos e
empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei. Art. 24.  Excetuadas as atribuições a que se
refere o art. 2o desta Lei, compete ao Comando
Art. 21.  Os crimes previstos nos arts. 16, 17 do Exército autorizar e fiscalizar a produção,
e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.9 exportação, importação, desembaraço alfande-
gário e o comércio de armas de fogo e demais
produtos controlados, inclusive o registro e o
CAPÍTULO V – Disposições Gerais porte de trânsito de arma de fogo de colecio-
nadores, atiradores e caçadores.
Art. 22.  O Ministério da Justiça poderá cele-
brar convênios com os Estados e o Distrito Fe- Art. 25.  As armas de fogo apreendidas, após
deral para o cumprimento do disposto nesta Lei. a elaboração do laudo pericial e sua juntada
aos autos, quando não mais interessarem à
Art. 23.  A classificação legal, técnica e geral persecução penal serão encaminhadas pelo juiz
bem como a definição das armas de fogo e de- competente ao Comando do Exército, no prazo
mais produtos controlados, de usos proibidos, máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para
restritos, permitidos ou obsoletos e de valor destruição ou doação aos órgãos de segurança
histórico serão disciplinadas em ato do chefe pública ou às Forças Armadas, na forma do
do Poder Executivo Federal, mediante proposta regulamento desta Lei.11
do Comando do Exército.10 § 1o  As armas de fogo encaminhadas ao
§ 1o  Todas as munições comercializadas no Comando do Exército que receberem parecer
País deverão estar acondicionadas em embala- favorável à doação, obedecidos o padrão e a
gens com sistema de código de barras, gravado dotação de cada Força Armada ou órgão de
na caixa, visando possibilitar a identificação do segurança pública, atendidos os critérios de
fabricante e do adquirente, entre outras infor- prioridade estabelecidos pelo Ministério da
mações definidas pelo regulamento desta Lei. Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão
§ 2o  Para os órgãos referidos no art. 6o, so- arroladas em relatório reservado trimestral a
mente serão expedidas autorizações de compra ser encaminhado àquelas instituições, abrindo-
de munição com identificação do lote e do -se-lhes prazo para manifestação de interesse.
adquirente no culote dos projéteis, na forma § 2o  O Comando do Exército encaminhará
do regulamento desta Lei. a relação das armas a serem doadas ao juiz
§ 3o  As armas de fogo fabricadas a partir competente, que determinará o seu perdimento
de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei em favor da instituição beneficiada.
conterão dispositivo intrínseco de segurança § 3o  O transporte das armas de fogo doadas
Estatuto do Desarmamento

e de identificação, gravado no corpo da arma, será de responsabilidade da instituição benefi-


definido pelo regulamento desta Lei, exclusive ciada, que procederá ao seu cadastramento no
para os órgãos previstos no art. 6o. Sinarm ou no Sigma.
§ 4o (Vetado)
9
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconsti- § 5o  O Poder Judiciário instituirá instru-
tucionalidade do parágrafo único deste artigo em mentos para o encaminhamento ao Sinarm ou
2/5/2007 (ADI no 3.112).
10
Lei no 11.706/2008. 11
Lei no 11.706/2008.
14
ao Sigma, conforme se trate de arma de uso qual constem as características da arma e a sua
permitido ou de uso restrito, semestralmente, condição de proprietário, ficando este dispen-
da relação de armas acauteladas em juízo, men- sado do pagamento de taxas e do cumprimento
cionando suas características e o local onde se das demais exigências constantes dos incisos I
encontram. a III do caput do art. 4o desta Lei.13
Parágrafo único.  Para fins do cumprimento
Art. 26.  São vedadas a fabricação, a venda, a do disposto no caput deste artigo, o proprietário
comercialização e a importação de brinquedos, de arma de fogo poderá obter, no Departamen-
réplicas e simulacros de armas de fogo, que com to de Polícia Federal, certificado de registro
estas se possam confundir. provisório, expedido na forma do § 4o do art.
Parágrafo único.  Excetuam-se da proibi- 5o desta Lei.
ção as réplicas e os simulacros destinados à
instrução, ao adestramento, ou à coleção de Art. 31.  Os possuidores e proprietários de ar-
usuário autorizado, nas condições fixadas pelo mas de fogo adquiridas regularmente poderão,
Comando do Exército. a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal,
mediante recibo e indenização, nos termos do
Art. 27.  Caberá ao Comando do Exército au- regulamento desta Lei.
torizar, excepcionalmente, a aquisição de armas
de fogo de uso restrito. Art. 32.  Os possuidores e proprietários de
Parágrafo único.  O disposto neste artigo não arma de fogo poderão entregá-la, espontane-
se aplica às aquisições dos Comandos Militares. amente, mediante recibo, e, presumindo-se
de boa-fé, serão indenizados, na forma do
Art. 28.  É vedado ao menor de 25 (vinte e regulamento, ficando extinta a punibilidade
cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados de eventual posse irregular da referida arma.14
os integrantes das entidades constantes dos Parágrafo único. (Revogado)
incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art.
6o desta Lei.12 Art. 33.  Será aplicada multa de R$ 100.000,00
(cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil
Art. 29.  As autorizações de porte de armas de reais), conforme especificar o regulamento
fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) desta Lei:
dias após a publicação desta Lei. I – à empresa de transporte aéreo, rodovi-
Parágrafo único.  O detentor de autorização ário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre
com prazo de validade superior a 90 (noventa) que deliberadamente, por qualquer meio, faça,
dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, promova, facilite ou permita o transporte de
nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no arma ou munição sem a devida autorização ou
prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, com inobservância das normas de segurança;
sem ônus para o requerente. II – à empresa de produção ou comércio de
armamentos que realize publicidade para ven-
Art. 30.  Os possuidores e proprietários de da, estimulando o uso indiscriminado de armas
arma de fogo de uso permitido ainda não re- de fogo, exceto nas publicações especializadas.
gistrada deverão solicitar seu registro até o dia
31 de dezembro de 2008, mediante apresenta- Art. 34.  Os promotores de eventos em locais
Estatuto do Desarmento

ção de documento de identificação pessoal e fechados, com aglomeração superior a 1000


comprovante de residência fixa, acompanhados (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de res-
de nota fiscal de compra ou comprovação da ponsabilidade, as providências necessárias para
origem lícita da posse, pelos meios de prova evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalva-
admitidos em direito, ou declaração firmada na
13
Lei no 11.706/2008.
12
Lei no 11.706/2008. 14
Lei no 11.706/2008.
15
dos os eventos garantidos pelo inciso VI do art. § 2o  Em caso de aprovação do referendo
5o da Constituição Federal. popular, o disposto neste artigo entrará em
Parágrafo único.  As empresas responsáveis vigor na data de publicação de seu resultado
pela prestação dos serviços de transporte pelo Tribunal Superior Eleitoral.
internacional e interestadual de passageiros
adotarão as providências necessárias para evitar Art. 36.  É revogada a Lei no 9.437, de 20 de
o embarque de passageiros armados. fevereiro de 1997.

Art. 37.  Esta Lei entra em vigor na data de


CAPÍTULO VI – Disposições Finais sua publicação.

Art. 35.  É proibida a comercialização de Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da In-


arma de fogo e munição em todo o território dependência e 115o da República.
nacional, salvo para as entidades previstas no
art. 6o desta Lei. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Márcio Tho-
§ 1o  Este dispositivo, para entrar em vigor, maz Bastos – José Viegas Filho – Marina Silva
dependerá de aprovação mediante referendo
popular, a ser realizado em outubro de 2005. Publicada no DOU de 23/12/2003.

ANEXO

Tabela de Taxas

Ato Administrativo R$
I – Registro de arma de fogo:
Gratuito
– até 31 de dezembro de 2008
(art. 30)
– a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00
II – Renovação do certificado de registro de arma de fogo:
Gratuito
– até 31 de dezembro de 2008
(art. 5o, § 3o)
– a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00
III – Registro de arma de fogo para empresa de segurança privada e de transporte de
60,00
valores

IV – Renovação do certificado de registro de arma de fogo para empresa de segurança


privada e de transporte de valores:
– até 30 de junho de 2008 30,00
Estatuto do Desarmamento

– de 1o de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00


– a partir de 1 de novembro de 2008
o
60,00
V – Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00
VI – Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00
VII – Expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo 60,00
VIII – Expedição de segunda via de porte de arma de fogo 60,00
16
Normas correlatas
Decreto n. 5.123/2004
de 1o de julho de 2004

Regulamenta a Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que dispõe sobre registro, posse e
comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – SINARM e
define crimes.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da serviço, em razão das atividades que desem-


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, penhem, nos termos do caput do art. 6o da Lei
da Constituição, e tendo em vista o disposto no 10.826, de 2003.
na Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, II – as armas de fogo apreendidas, que não
constem dos cadastros do SINARM ou Sistema
DECRETA: de Gerenciamento Militar de Armas – SIG-
MA, inclusive as vinculadas a procedimentos
policiais e judiciais, mediante comunicação
CAPÍTULO I – Dos Sistemas de Controle de das autoridades competentes à Polícia Federal;
Armas de Fogo III – as armas de fogo de uso restrito dos
integrantes dos órgãos, instituições e corpora-
Art. 1o  O Sistema Nacional de Armas – SI- ções mencionados no inciso II do art. 6o da Lei
NARM, instituído no Ministério da Justiça, no no 10.826, de 2003; e
âmbito da Polícia Federal, com circunscrição IV – as armas de fogo de uso restrito, salvo
em todo o território nacional e competência aquelas mencionadas no inciso II, do §1o, do
estabelecida pelo caput e incisos do art. 2o da art. 2o deste Decreto.
Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, tem § 2o  Serão registradas na Polícia Federal e
por finalidade manter cadastro geral, integrado cadastradas no SINARM:
e permanente das armas de fogo importadas, I – as armas de fogo adquiridas pelo cidadão
produzidas e vendidas no país, de competência com atendimento aos requisitos do art. 4o da Lei
do SINARM, e o controle dos registros dessas no 10.826, de 2003;
armas.15 II – as armas de fogo das empresas de se-
§ 1o  Serão cadastradas no SINARM: gurança privada e de transporte de valores; e
I – as armas de fogo institucionais, constan- III – as armas de fogo de uso permitido dos
tes de registros próprios: integrantes dos órgãos, instituições e corpora-
a) da Polícia Federal; ções mencionados no inciso II do art. 6o da Lei
b) da Polícia Rodoviária Federal; no 10.826, de 2003.
c) das Polícias Civis; § 3o  A apreensão das armas de fogo a que se
d) dos órgãos policiais da Câmara dos De- refere o inciso II do § 1o deste artigo deverá ser
putados e do Senado Federal, referidos nos arts. imediatamente comunicada à Policia Federal,
51, inciso IV, e 52, inciso XIII da Constituição; pela autoridade competente, podendo ser reco-
Estatuto do Desarmamento

e) dos integrantes do quadro efetivo dos lhidas aos depósitos do Comando do Exército,
agentes e guardas prisionais, dos integrantes para guarda, a critério da mesma autoridade.
das escoltas de presos e das Guardas Portuárias; § 4o  O cadastramento das armas de fogo de
f) das Guardas Municipais; e que trata o inciso I do § 1o observará as especi-
g) dos órgãos públicos não mencionados ficações e os procedimentos estabelecidos pelo
nas alíneas anteriores, cujos servidores tenham Departamento de Polícia Federal.
autorização legal para portar arma de fogo em
Art. 2o  O SIGMA, instituído no Ministério da
18 15
Decreto n 6.715/2008.
o
Defesa, no âmbito do Comando do Exército,
com circunscrição em todo o território nacio- rísticas das impressões de raiamento e mi-
nal, tem por finalidade manter cadastro geral, croestriamento de projetil disparado, a marca
permanente e integrado das armas de fogo do percutor e extrator no estojo do cartucho
importadas, produzidas e vendidas no país, de deflagrado pela arma de que trata o inciso
competência do SIGMA, e das armas de fogo X do art. 2o da Lei no 10.826, de 2003, serão
que constem dos registros próprios. disciplinados em norma específica da Polícia
§ 1o  Serão cadastradas no SIGMA: Federal, ouvido o Comando do Exército, ca-
I – as armas de fogo institucionais, de porte bendo às fábricas de armas de fogo o envio das
e portáteis, constantes de registros próprios: informações necessárias ao órgão responsável
a) das Forças Armadas; da Polícia Federal.
b) das Polícias Militares e Corpos de Bom- Parágrafo único.  A norma específica de que
beiros Militares; trata este artigo será expedida no prazo de cento
c) da Agência Brasileira de Inteligência; e e oitenta dias.
d) do Gabinete de Segurança Institucional
da Presidência da República; Art. 7o  As fábricas de armas de fogo forne-
II – as armas de fogo dos integrantes das cerão à Polícia Federal, para fins de cadastro,
Forças Armadas, da Agência Brasileira de In- quando da saída do estoque, relação das armas
teligência e do Gabinete de Segurança Institu- produzidas, que devam constar do SINARM,
cional da Presidência da República, constantes na conformidade do art. 2o da Lei no 10.826,
de registros próprios; de 2003, com suas características e os dados
III – as informações relativas às exportações dos adquirentes.
de armas de fogo, munições e demais produtos
controlados, devendo o Comando do Exército Art. 8o  As empresas autorizadas a comercia-
manter sua atualização; lizar armas de fogo encaminharão à Polícia
IV – as armas de fogo importadas ou adquiri- Federal, quarenta e oito horas após a efetivação
das no país para fins de testes e avaliação técnica; e da venda, os dados que identifiquem a arma e
V – as armas de fogo obsoletas. o comprador.
§ 2o  Serão registradas no Comando do
Exército e cadastradas no SIGMA: Art. 9o  Os dados do SINARM e do SIGMA
I – as armas de fogo de colecionadores, serão interligados e compartilhados no prazo
atiradores e caçadores; e máximo de um ano.
II – as armas de fogo das representações Parágrafo único.  Os Ministros da Justiça
diplomáticas. e da Defesa estabelecerão no prazo máximo
de um ano os níveis de acesso aos cadastros
Art. 3o  Entende-se por registros próprios, para mencionados no caput.
os fins deste Decreto, os feitos pelas instituições,
órgãos e corporações em documentos oficiais
de caráter permanente. CAPÍTULO II – Da Arma de Fogo
SEÇÃO I – Das Definições
Art. 4o  A aquisição de armas de fogo, direta-
mente da fábrica, será precedida de autorização Art. 10.  Arma de fogo de uso permitido é
do Comando do Exército. aquela cuja utilização é autorizada a pessoas
físicas, bem como a pessoas jurídicas, de acordo
Art. 5o  Os dados necessários ao cadastro me- com as normas do Comando do Exército e nas
Normas Correlatas

diante registro, a que se refere o inciso IX do art. condições previstas na Lei no 10.826, de 2003.
2o da Lei no 10.826, de 2003, serão fornecidos ao
SINARM pelo Comando do Exército. Art. 11.  Arma de fogo de uso restrito é aquela
de uso exclusivo das Forças Armadas, de insti-
Art. 6o  Os dados necessários ao cadastro da tuições de segurança pública e de pessoas físicas
identificação do cano da arma, das caracte- e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas 19
pelo Comando do Exército, de acordo com III – habilidade do uso da arma de fogo
legislação específica. demonstrada, pelo interessado, em estande de
tiro credenciado pelo Comando do Exército.
SEÇÃO II – Da Aquisição e do Registro da § 4o  Após a apresentação dos documentos
Arma de Fogo de Uso Permitido referidos nos incisos III a VII do caput, havendo
manifestação favorável do órgão competente
Art. 12.  Para adquirir arma de fogo de uso mencionada no §1o, será expedida, pelo SI-
permitido o interessado deverá:16 NARM, no prazo máximo de trinta dias, em
I – declarar efetiva necessidade; nome do interessado, a autorização para a
II – ter, no mínimo, vinte e cinco anos; aquisição da arma de fogo indicada.
III – apresentar original e cópia, ou cópia § 5o  É intransferível a autorização para a
autenticada, de documento de identificação aquisição da arma de fogo, de que trata o §4o
pessoal; deste artigo.
IV – comprovar, em seu pedido de aquisição § 6o  Está dispensado da comprovação dos
e em cada renovação do Certificado de Registro requisitos a que se referem os incisos VI e VII
de Arma de Fogo, idoneidade e inexistência de do caput o interessado em adquirir arma de
inquérito policial ou processo criminal, por fogo de uso permitido que comprove estar
meio de certidões de antecedentes criminais autorizado a portar arma da mesma espécie
da Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral, daquela a ser adquirida, desde que o porte
que poderão ser fornecidas por meio eletrônico; de arma de fogo esteja válido e o interessado
V – apresentar documento comprobatório tenha se submetido a avaliações em período
de ocupação lícita e de residência certa; não superior a um ano, contado do pedido de
VI – comprovar, em seu pedido de aquisição aquisição.
e em cada renovação do Certificado de Registro
de Arma de Fogo, a capacidade técnica para o Art. 13.  A transferência de propriedade da
manuseio de arma de fogo; arma de fogo, por qualquer das formas em
VII – comprovar aptidão psicológica para o direito admitidas, entre particulares, sejam pes-
manuseio de arma de fogo, atestada em laudo soas físicas ou jurídicas, estará sujeita à prévia
conclusivo fornecido por psicólogo do quadro autorização da Polícia Federal, aplicando-se ao
da Polícia Federal ou por esta credenciado. interessado na aquisição as disposições do art.
§ 1o  A declaração de que trata o inciso I do 12 deste Decreto.
caput deverá explicitar os fatos e circunstâncias Parágrafo único.  A transferência de arma
justificadoras do pedido, que serão examinados de fogo registrada no Comando do Exército
pela Polícia Federal segundo as orientações a será autorizada pela instituição e cadastrada
serem expedidas pelo Ministério da Justiça. no SIGMA.
§ 2o  O indeferimento do pedido deverá ser
fundamentado e comunicado ao interessado Art. 14.  É obrigatório o registro da arma de
em documento próprio. fogo, no SINARM ou no SIGMA, excetuadas
§ 3o  O comprovante de capacitação técnica, as obsoletas.
de que trata o inciso VI do caput, deverá ser
expedido por instrutor de armamento e tiro Art. 15.  O registro da arma de fogo de uso
Estatuto do Desarmamento

credenciado pela Polícia Federal e deverá ates- permitido deverá conter, no mínimo, os se-
tar, necessariamente: guintes dados:
I – conhecimento da conceituação e normas I – do interessado:
de segurança pertinentes à arma de fogo; a) nome, filiação, data e local de nascimento;
II – conhecimento básico dos componentes b) endereço residencial;
e partes da arma de fogo; e c) endereço da empresa ou órgão em que
trabalhe;
16
Decreto no 6.715/2008. d) profissão;
20
e) número da cédula de identidade, data policial local, o extravio, furto ou roubo de
da expedição, órgão expedidor e Unidade da arma de fogo ou do Certificado de Registro de
Federação; e Arma de Fogo, bem como a sua recuperação.18
f) número do Cadastro de Pessoa Física – CPF § 1o  A unidade policial deverá, em quarenta
ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ; e oito horas, remeter as informações coletadas
II – da arma: à Polícia Federal, para fins de cadastro no
a) número do cadastro no SINARM; SINARM.
b) identificação do fabricante e do vendedor; § 2o  No caso de arma de fogo de uso restrito,
c) número e data da nota Fiscal de venda; a Polícia Federal repassará as informações ao
d) espécie, marca, modelo e número de série; Comando do Exército, para fins de cadastro
e) calibre e capacidade de cartuchos; no SIGMA.
f) tipo de funcionamento; § 3o  Nos casos previstos no caput, o proprie-
g) quantidade de canos e comprimento; tário deverá, também, comunicar o ocorrido à
h) tipo de alma (lisa ou raiada); Polícia Federal ou ao Comando do Exército,
i) quantidade de raias e sentido; e encaminhando, se for o caso, cópia do Boletim
j) número de série gravado no cano da arma. de Ocorrência.

Art. 16.  O Certificado de Registro de Arma de Seção III – Da Aquisição e Registro da Arma
Fogo expedido pela Polícia Federal, precedido de Fogo de Uso Restrito
de cadastro no SINARM, tem validade em todo
o território nacional e autoriza o seu proprie- Art. 18.  Compete ao Comando do Exército
tário a manter a arma de fogo exclusivamente autorizar a aquisição e registrar as armas de
no interior de sua residência ou dependência fogo de uso restrito.
desta, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde § 1o  As armas de que trata o caput serão
que seja ele o titular ou o responsável legal pelo cadastradas no SIGMA e no SINARM, con-
estabelecimento ou empresa.17 forme o caso.
§ 1o  Para os efeitos do disposto no caput § 2o  O registro de arma de fogo de uso res-
deste artigo considerar-se-á titular do estabe- trito, de que trata o caput deste artigo, deverá
lecimento ou empresa todo aquele assim defi- conter as seguintes informações:
nido em contrato social, e responsável legal o I – do interessado:
designado em contrato individual de trabalho, a) nome, filiação, data e local de nascimento;
com poderes de gerência. b) endereço residencial;
§ 2o  Os requisitos de que tratam os incisos c) endereço da empresa ou órgão em que
IV, V, VI e VII do art. 12 deste Decreto deve- trabalhe;
rão ser comprovados, periodicamente, a cada d) profissão;
três anos, junto à Polícia Federal, para fins de e) número da cédula de identidade, data
renovação do Certificado de Registro. da expedição, órgão expedidor e Unidade da
§ 3o (Revogado) Federação; e
§ 4o  O disposto no § 2o não se aplica, para f) número do Cadastro de Pessoa Física –
a aquisição e renovação do Certificado de CPF ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
Registro de Arma de Fogo, aos integrantes dos – CNPJ;
órgãos, instituições e corporações, menciona- II – da arma:
dos nos incisos I e II do caput do art. 6o da Lei a) número do cadastro no SINARM;
no 10.826, de 2003. b) identificação do fabricante e do vendedor;
Normas Correlatas

c) número e data da nota Fiscal de venda;


Art. 17.  O proprietário de arma de fogo é obri- d) espécie, marca, modelo e número de série;
gado a comunicar, imediatamente, à unidade e) calibre e capacidade de cartuchos;
17
Decreto no 6.715/2008. 18
Decreto no 6.715/2008.
21
f) tipo de funcionamento; Ministério da Defesa, ouvido o Ministério da
g) quantidade de canos e comprimento; Justiça.
h) tipo de alma (lisa ou raiada); § 3o  O estabelecimento mencionado no
i) quantidade de raias e sentido; e caput deste artigo deverá manter à disposição
j) número de série gravado no cano da arma. da Polícia Federal e do Comando do Exército
§ 3o  Os requisitos de que tratam os incisos os estoques e a relação das vendas efetuadas
IV, V, VI e VII do art. 12 deste Decreto deverão mensalmente, pelo prazo de cinco anos.
ser comprovados periodicamente, a cada três
anos, junto ao Comando do Exército, para fins
de renovação do Certificado de Registro. CAPÍTULO III – Do Porte e do Trânsito da
§ 4o  Não se aplica aos integrantes dos ór- Arma de Fogo
gãos, instituições e corporações mencionados SEÇÃO I – Do Porte
nos incisos I e II do art. 6o da Lei no 10.826, de
2003, o disposto no § 3o deste artigo. Art. 22.  O Porte de Arma de Fogo de uso per-
mitido, vinculado ao prévio registro da arma e
Seção IV – Do Comércio Especializado de ao cadastro no SINARM, será expedido pela
Armas de Fogo e Munições Polícia Federal, em todo o território nacional,
em caráter excepcional, desde que atendidos os
Art. 19.  É proibida a venda de armas de fogo, requisitos previstos nos incisos I, II e III do § 1o
munições e demais produtos controlados, de do art. 10 da Lei no 10.826, de 2003.20
uso restrito, no comércio. Parágrafo único.  A taxa estipulada para o
Porte de Arma de Fogo somente será recolhida
Art. 20.  O estabelecimento que comercializar após a análise e a aprovação dos documentos
arma de fogo de uso permitido em território apresentados.
nacional é obrigado a comunicar à Polícia
Federal, mensalmente, as vendas que efetuar Art. 23.  O Porte de Arma de Fogo é docu-
e a quantidade de armas em estoque, respon- mento obrigatório para a condução da arma e
dendo legalmente por essas mercadorias, que deverá conter os seguintes dados:21
ficarão registradas como de sua proprieda- I – abrangência territorial;
de, de forma precária, enquanto não forem II – eficácia temporal;
vendidas, sujeitos seus responsáveis às penas III – características da arma;
previstas em lei.19 IV – número do cadastro da arma no SI-
NARM;
Art. 21.  A comercialização de acessórios de V – identificação do proprietário da arma; e
armas de fogo e de munições, incluídos estojos, VI – assinatura, cargo e função da autoridade
espoletas, pólvora e projéteis, só poderá ser concedente.
efetuada em estabelecimento credenciado pela
Polícia Federal e pelo comando do Exército que Art. 24.  O Porte de Arma de Fogo é pessoal,
manterão um cadastro dos comerciantes. intransferível e revogável a qualquer tempo,
§ 1o  Quando se tratar de munição industria- sendo válido apenas com relação à arma nele
lizada, a venda ficará condicionada à apresenta- especificada e com a apresentação do documen-
Estatuto do Desarmamento

ção pelo adquirente, do Certificado de Registro to de identificação do portador.22


de Arma de Fogo válido, e ficará restrita ao
calibre correspondente à arma registrada. Art. 24-A.  Para portar a arma de fogo adquiri-
§ 2o  Os acessórios e a quantidade de mu- da nos termos do § 6o do art. 12, o proprietário
nição que cada proprietário de arma de fogo
poderá adquirir serão fixados em Portaria do 20
Decreto no 6.715/2008.
21
Decreto no 6.715/2008.
19
Decreto no 6.715/2008. 22
Decreto no 6.715/2008.
22
deverá solicitar a expedição do respectivo do- ao qual deverão ser anexados os seguintes
cumento de porte, que observará o disposto no documentos:25
art. 23 e terá a mesma validade do documento I – documento comprobatório de residência
referente à primeira arma.23 em área rural ou certidão equivalente expedida
por órgão municipal;
Art. 25.  O titular do Porte de Arma de Fogo II – original e cópia, ou cópia autenticada, do
deverá comunicar imediatamente: documento de identificação pessoal; e
I – a mudança de domicílio, ao órgão expe- III – atestado de bons antecedentes.
didor do Porte de Arma de Fogo; e Parágrafo único.  Aplicam-se ao portador
II – o extravio, furto ou roubo da arma de do Porte de Arma de Fogo mencionado neste
fogo, à Unidade Policial mais próxima e, pos- artigo as demais obrigações estabelecidas neste
teriormente, à Polícia Federal. Decreto.
Parágrafo único.  A inobservância do dispos-
to neste artigo implicará na suspensão do Porte Art. 28.  O proprietário de arma de fogo de
de Arma de Fogo, por prazo a ser estipulado uso permitido registrada, em caso de mudança
pela autoridade concedente. de domicílio ou outra situação que implique
o transporte da arma, deverá solicitar guia de
Art. 26.  O titular de porte de arma de fogo trânsito à Polícia Federal para as armas de fogo
para defesa pessoal concedido nos termos do cadastradas no SINARM, na forma estabelecida
art. 10 da Lei no 10.826, de 2003, não poderá pelo Departamento de Polícia Federal.26
conduzi-la ostensivamente ou com ela adentrar
ou permanecer em locais públicos, tais como Art. 29.  Observado o princípio da reciproci-
igrejas, escolas, estádios desportivos, clubes, dade previsto em convenções internacionais,
agências bancárias ou outros locais onde haja poderá ser autorizado o Porte de Arma de Fogo
aglomeração de pessoas em virtude de eventos pela Polícia Federal, a diplomatas de missões
de qualquer natureza.24 diplomáticas e consulares acreditadas junto ao
§ 1o  A inobservância do disposto neste arti- Governo Brasileiro, e a agentes de segurança de
go implicará na cassação do Porte de Arma de dignitários estrangeiros durante a permanência
Fogo e na apreensão da arma, pela autoridade no país, independentemente dos requisitos
competente, que adotará as medidas legais estabelecidos neste Decreto.
pertinentes.
§ 2 o  Aplica-se o disposto no §1 o deste Art. 29-A.  Caberá ao Departamento de Polícia
artigo, quando o titular do Porte de Arma de Federal estabelecer os procedimentos relativos
Fogo esteja portando o armamento em estado à concessão e renovação do Porte de Arma de
de embriaguez ou sob o efeito de drogas ou Fogo.27
medicamentos que provoquem alteração do
desempenho intelectual ou motor. Seção II – Dos Atiradores, Caçadores e
Colecionadores
Art. 27.  Será concedido pela Polícia Federal, SUBSEÇÃO I – Da Prática de Tiro
nos termos do § 5o do art. 6o da Lei no 10.826, Desportivo
de 2003, o Porte de Arma de Fogo, na categoria
“caçador de subsistência”, de uma arma portátil, Art. 30.  As agremiações esportivas e as em-
de uso permitido, de tiro simples, com um ou presas de instrução de tiro, os colecionadores,
dois canos, de alma lisa e de calibre igual ou atiradores e caçadores serão registrados no Co-
Normas Correlatas

inferior a 16, desde que o interessado com- mando do Exército, ao qual caberá estabelecer
prove a efetiva necessidade em requerimento
25
Decreto no 6.715/2008.
23
Decreto n 6.715/2008.
o 26
Decreto no 6.715/2008.
24
Decreto no 6.715/2008. 27
Decreto no 6.715/2008.
23
normas e verificar o cumprimento das condi- federais e estaduais e do Distrito Federal, civis
ções de segurança dos depósitos das armas de e militares, aos Corpos de Bombeiros Milita-
fogo, munições e equipamentos de recarga. res, bem como aos policiais da Câmara dos
§ 1o  As armas pertencentes às entidades Deputados e do Senado Federal em razão do
mencionadas no caput e seus integrantes terão desempenho de suas funções institucionais.
autorização para porte de trânsito (guia de trá- § 1o  O Porte de Arma de Fogo das praças
fego) a ser expedida pelo Comando do Exército. das Forças Armadas e dos Policiais e Corpos
§ 2o  A prática de tiro desportivo por me- de Bombeiros Militares é regulado em norma
nores de dezoito anos deverá ser autorizada específica, por atos dos Comandantes das For-
judicialmente e deve restringir-se aos locais ças Singulares e dos Comandantes-Gerais das
autorizados pelo Comando do Exército, utili- Corporações.
zando arma da agremiação ou do responsável § 2o  Os integrantes das polícias civis estadu-
quando por este acompanhado. ais e das Forças Auxiliares, quando no exercício
§ 3o  A prática de tiro desportivo por maiores de suas funções institucionais ou em trânsito,
de dezoito anos e menores de vinte e cinco anos poderão portar arma de fogo fora da respectiva
pode ser feita utilizando arma de sua proprie- unidade federativa, desde que expressamente
dade, registrada com amparo na Lei no 9.437, autorizados pela instituição a que pertençam,
de 20 de fevereiro de 1997, de agremiação ou por prazo determinado, conforme estabelecido
arma registrada e cedida por outro desportista. em normas próprias.

Art. 31.  A entrada de arma de fogo e munição Art. 33-A.  A autorização para o porte de arma
no país, como bagagem de atletas, para com- de fogo previsto em legislação própria, na forma
petições internacionais será autorizada pelo do caput do art. 6o da Lei no 10.826, de 2003, está
Comando do Exército. condicionada ao atendimento dos requisitos
§ 1o  O Porte de Trânsito das armas a serem previstos no inciso III do caput do art. 4o da
utilizadas por delegações estrangeiras em com- mencionada Lei.28
petição oficial de tiro no país será expedido pelo
Comando do Exército. Art. 34.  Os órgãos, instituições e corporações
§ 2o  Os responsáveis e os integrantes pelas mencionados nos incisos I, II, III, V, VI, VII
delegações estrangeiras e brasileiras em compe- e X do caput do art. 6o da Lei no 10.826, de
tição oficial de tiro no país transportarão suas 2003, estabelecerão, em normativos internos,
armas desmuniciadas. os procedimentos relativos às condições para
a utilização das armas de fogo de sua proprie-
dade, ainda que fora do serviço.29
SUBSEÇÃO II – Dos Colecionadores e § 1o  As instituições mencionadas no inciso
Caçadores IV do art. 6o da Lei no 10.826, de 2003, estabe-
lecerão em normas próprias os procedimentos
Art. 32.  O Porte de Trânsito das armas de fogo relativos às condições para a utilização, em
de colecionadores e caçadores será expedido serviço, das armas de fogo de sua propriedade.
pelo Comando do Exército. § 2o  As instituições, órgãos e corporações
Parágrafo único.  Os colecionadores e caça- nos procedimentos descritos no caput, discipli-
Estatuto do Desarmamento

dores transportarão suas armas desmuniciadas. narão as normas gerais de uso de arma de fogo
de sua propriedade, fora do serviço, quando
se tratar de locais onde haja aglomeração de
SUBSEÇÃO III – Dos Integrantes e das pessoas, em virtude de evento de qualquer
Instituições Mencionadas no Art. 6o da Lei natureza, tais como no interior de igrejas,
no 10.826, de 2003
28
Decreto no 6.715/2008.
Art. 33.  O Porte de Arma de Fogo é deferido 29
Decretos nos 6.146/2007, 6.715/2008 e
24 aos militares das Forças Armadas, aos policiais 6.817/2009.
escolas, estádios desportivos, clubes, públicos uso, sob pena de aplicação das sanções penais
e privados. cabíveis.30
§ 3o  Os órgãos e instituições que tenham
os portes de arma de seus agentes públicos Art. 36.  A capacidade técnica e a aptidão
ou políticos estabelecidos em lei própria, na psicológica para o manuseio de armas de fogo,
forma do caput do art. 6o da Lei no 10.826, de para os integrantes das instituições descritas
2003, deverão encaminhar à Polícia Federal a nos incisos III, IV, V, VI, VII e X do caput do
relação dos autorizados a portar arma de fogo, art. 6o da Lei no 10.826, de 2003, serão atestadas
observando-se, no que couber, o disposto no pela própria instituição, depois de cumpridos os
art. 26. requisitos técnicos e psicológicos estabelecidos
§ 4o  Não será concedida a autorização para pela Polícia Federal.31
o porte de arma de fogo de que trata o art. 22 Parágrafo único.  Caberá a Polícia Federal
a integrantes de órgãos, instituições e corpora- avaliar a capacidade técnica e a aptidão psico-
ções não autorizados a portar arma de fogo fora lógica, bem como expedir o Porte de Arma de
de serviço, exceto se comprovarem o risco à sua Fogo para os guardas portuários.
integridade física, observando-se o disposto no
art. 11 da Lei no 10.826, de 2003. Art. 37.  Os integrantes das Forças Armadas e
§ 5o  O porte de que tratam os incisos V, VI e os servidores dos órgãos, instituições e corpo-
X do caput do art. 6o da Lei no 10.826, de 2003, rações mencionados nos incisos II, V, VI e VII
e aquele previsto em lei própria, na forma do do caput do art. 6o da Lei no 10.826, de 2003,
caput do mencionado artigo, serão concedidos, transferidos para a reserva remunerada ou
exclusivamente, para defesa pessoal, sendo aposentados, para conservarem a autorização
vedado aos seus respectivos titulares o porte de porte de arma de fogo de sua propriedade
ostensivo da arma de fogo. deverão submeter-se, a cada três anos, aos tes-
§ 6o  A vedação prevista no parágrafo 5o tes de avaliação da aptidão psicológica a que
não se aplica aos servidores designados para faz menção o inciso III do caput art. 4o da Lei
execução da atividade fiscalizatória do Instituto no 10.826, de 2003.32
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos § 1o  O cumprimento destes requisitos será
Naturais Renováveis – IBAMA e do Instituto atestado pelas instituições, órgãos e corpora-
Chico Mendes de Conservação da Biodiversi- ções de vinculação.
dade – Instituto Chico Mendes. § 2o  Não se aplicam aos integrantes da
reserva não remunerada das Forças Armadas
Art. 35.  Poderá ser autorizado, em casos e Auxiliares, as prerrogativas mencionadas no
excepcionais, pelo órgão competente, o uso, caput.
em serviço, de arma de fogo, de propriedade
particular do integrante dos órgãos, instituições
ou corporações mencionadas no inciso II do SUBSEÇÃO IV – Das Empresas de
art. 6o da Lei no 10.826, de 2003. Segurança Privada e de Transporte de Valores
§ 1o  A autorização mencionada no caput
será regulamentada em ato próprio do órgão Art. 38.  A autorização para o uso de arma
competente. de fogo expedida pela Polícia Federal, em
§ 2o  A arma de fogo de que trata este artigo nome das empresas de segurança privada e de
deverá ser conduzida com o seu respectivo transporte de valores, será precedida, necessa-
Certificado de Registro. riamente, da comprovação do preenchimento
Normas Correlatas

de todos os requisitos constantes do art. 4 o


Art. 35-A.  As armas de fogo particulares
de que trata o art. 35, e as institucionais não
brasonadas, deverão ser conduzidas com o seu 30
Decreto no 6.715/2008.
respectivo Certificado de Registro ou termo de 31
Decreto no 6.146/2007.
cautela decorrente de autorização judicial para 32 
Decreto no 6.146/2007. 25
da Lei no 10.826, de 2003, pelos empregados I – conceder autorização para o funcio-
autorizados a portar arma de fogo.33 namento dos cursos de formação de guardas
§ 1o  A autorização de que trata o caput é municipais;
válida apenas para a utilização da arma de fogo II – fixar o currículo dos cursos de forma-
em serviço. ção;
§ 2o  As empresas de que trata o caput encami- III – conceder Porte de Arma de Fogo;
nharão, trimestralmente, à Polícia Federal, para IV – fiscalizar os cursos mencionados no
cadastro no SINARM, a relação nominal dos inciso II; e
empregados autorizados a portar arma de fogo. V – fiscalizar e controlar o armamento e a
§ 3o  A transferência de armas de fogo, por munição utilizados.
qualquer motivo, entre estabelecimentos da Parágrafo único.  As competências previstas
mesma empresa ou para empresa diversa, de- nos incisos I e II deste artigo não serão objeto
verão ser previamente autorizados pela Polícia de convênio.
Federal.
§ 4 o  Durante o trâmite do processo de Art. 41.  Compete ao Comando do Exército
transferência de armas de fogo de que trata autorizar a aquisição de armas de fogo e de
o § 3o, a Polícia Federal poderá, em caráter munições para as Guardas Municipais.
excepcional, autorizar a empresa adquirente a
utilizar as armas em fase de aquisição, em seus Art. 42.  O Porte de Arma de Fogo aos profis-
postos de serviço, antes da expedição do novo sionais citados nos incisos III e IV, do art. 6o,
Certificado de Registro. da Lei no 10.826, de 2003, será concedido desde
que comprovada a realização de treinamento
Art. 39.  É de responsabilidade das empresas de técnico de, no mínimo, sessenta horas para
segurança privada e de transportes de valores a armas de repetição e cem horas para arma
guarda e armazenagem das armas, munições e semi-automática.
acessórios de sua propriedade, nos termos da § 1o  O treinamento de que trata o caput
legislação específica. desse artigo deverá ter, no mínimo, sessenta e
Parágrafo único.  A perda, furto, roubo ou cinco por cento de conteúdo prático.
outras formas de extravio de arma de fogo, § 2o  O curso de formação dos profissionais
acessório e munições que estejam sob a guar- das Guardas Municipais deverá conter técnicas
da das empresas de segurança privada e de de tiro defensivo e defesa pessoal.
transporte de valores deverá ser comunicada § 3o  Os profissionais da Guarda Municipal
à Polícia Federal, no prazo máximo de vinte deverão ser submetidos a estágio de qualifica-
e quatro horas, após a ocorrência do fato, sob ção profissional por, no mínimo, oitenta horas
pena de responsabilização do proprietário ou ao ano.
diretor responsável. § 4o  Não será concedido aos profissionais
das Guardas Municipais Porte de Arma de Fogo
de calibre restrito, privativos das forças policiais
SUBSEÇÃO V – Das guardas Municipais e forças armadas.

Art. 40.  Cabe ao Ministério da Justiça, por Art. 43.  O profissional da Guarda Municipal
Estatuto do Desarmamento

intermédio da Polícia Federal, diretamente ou com Porte de Arma de Fogo deverá ser sub-
mediante convênio com os órgãos de segurança metido, a cada dois anos, a teste de capacidade
pública dos Estados, do Distrito Federal ou dos psicológica e, sempre que estiver envolvido
Municípios, nos termos do § 3o do art. 6o da Lei em evento de disparo de arma de fogo em via
no 10.826, de 2003:34 pública, com ou sem vítimas, deverá apresen-
tar relatório circunstanciado, ao Comando
33
Decreto no 6.715/2008. da Guarda Civil e ao Órgão Corregedor para
34
Decreto no 6.715/2008. justificar o motivo da utilização da arma.
26
Art. 44.  A Polícia Federal poderá conceder II – regulamentar as situações excepcionais
Porte de Arma de Fogo, nos termos no § 3o do do interesse da ordem pública, que exijam de
art. 6o, da Lei no 10.826, de 2003, às Guardas policiais federais, civis e militares, integrantes
Municipais dos municípios que tenham criado das Forças Armadas e agentes do Departamento
corregedoria própria e autônoma, para a apu- de Segurança do Gabinete de Segurança Institu-
ração de infrações disciplinares atribuídas aos cional da Presidência da República, o Porte de
servidores integrantes do Quadro da Guarda Arma de Fogo a bordo de aeronaves; e
Municipal. III – estabelecer, nas ações preventivas com
Parágrafo único.  A concessão a que se refere vistas à segurança da aviação civil, os procedi-
o caput dependerá, também, da existência de mentos de restrição e condução de armas por
Ouvidoria, como órgão permanente, autônomo pessoas com a prerrogativa de Porte de Arma de
e independente, com competência para fiscali- Fogo em áreas restritas aeroportuárias, ressal-
zar, investigar, auditorar e propor políticas de vada a competência da Polícia Federal, prevista
qualificação das atividades desenvolvidas pelos no inciso III do § 1o do art. 144 da Constituição.
integrantes das Guardas Municipais. Parágrafo único.  As áreas restritas aeropor-
tuárias são aquelas destinadas à operação de um
Art. 45. (Revogado)35 aeroporto, cujos acessos são controlados, para
Parágrafo único. (Revogado) os fins de segurança e proteção da aviação civil.

Art. 49.  A classificação legal, técnica e geral e a


CAPÍTULO IV – Das Disposições Gerais, definição das armas de fogo e demais produtos
Finais e Transitórias controlados, de uso restrito ou permitido são
SEÇÃO I – Das Disposições Gerais as constantes do Regulamento para a Fiscaliza-
ção de Produtos Controlados e sua legislação
Art. 46.  O Ministro da Justiça designará as complementar.
autoridades policiais competentes, no âmbito Parágrafo único.  Compete ao Comando do
da Polícia Federal, para autorizar a aquisição Exército promover a alteração do Regulamento
e conceder o Porte de Arma de Fogo, que terá mencionado no caput, com o fim de adequá-lo
validade máxima de cinco anos. aos termos deste Decreto.

Art. 47.  O Ministério da Justiça, por intermé- Art. 50.  Compete, ainda, ao Comando do
dio da Polícia Federal, poderá celebrar convê- Exército:
nios com os órgãos de segurança pública dos I – autorizar e fiscalizar a produção e o co-
Estados e do Distrito Federal para possibilitar mércio de armas, munições e demais produtos
a integração, ao SINARM, dos acervos policiais controlados, em todo o território nacional;
de armas de fogo já existentes, em cumprimen- II – estabelecer as dotações em armamento
to ao disposto no inciso VI do art. 2o da Lei e munição das corporações e órgãos previstos
no 10.826, de 2003.36 nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do art. 6o da
Lei no 10.826, de 2003; e
Art. 48.  Compete ao Ministério da Defesa e III – estabelecer normas, ouvido o Ministé-
ao Ministério da Justiça: rio da Justiça, em cento e oitenta dias:
I – estabelecer as normas de segurança a a) para que todas as munições estejam
serem observadas pelos prestadores de servi- acondicionadas em embalagens com sistema
ços de transporte aéreo de passageiros, para de código de barras, gravado na caixa, visando
Normas Correlatas

controlar o embarque de passageiros armados possibilitar a identificação do fabricante e do


e fiscalizar o seu cumprimento; adquirente;
b) para que as munições comercializadas
35
Decreto no 5.871/2006. para os órgãos referidos no art. 6 o da Lei
36
Decreto no 6.715/2008. no 10.826, de 2003, contenham gravação na base
27
dos estojos que permita identificar o fabricante, Art. 56.  O Comando do Exército poderá
o lote de venda e o adquirente; autorizar a entrada temporária no país, por
c) para definir os dispositivos de segurança prazo definido, de armas de fogo, munições e
e identificação previstos no § 3o do art. 23 da acessórios para fins de demonstração, exposi-
Lei no 10.826, de 2003; e ção, conserto, mostruário ou testes, mediante
IV – expedir regulamentação específica para requerimento do interessado ou de seus repre-
o controle da fabricação, importação, comércio, sentantes legais ou, ainda, das representações
trânsito e utilização de simulacros de armas diplomáticas do país de origem.
de fogo, conforme o art. 26 da Lei no 10.826, § 1o  A importação sob o regime de admissão
de 2003. temporária deverá ser autorizada por meio do
Certificado Internacional de Importação.
Art. 51.  A importação de armas de fogo, mu- § 2o  Terminado o evento que motivou a im-
nições e acessórios de uso restrito está sujeita portação, o material deverá retornar ao seu país
ao regime de licenciamento não-automático de origem, não podendo ser doado ou vendido
prévio ao embarque da mercadoria no exte- no território nacional, exceto a doação para os
rior e dependerá da anuência do Comando museus das Forças Armadas e das instituições
do Exército. policiais.
§ 1o  A autorização é concedida por meio § 3o  A Receita Federal fiscalizará a entrada
do Certificado Internacional de Importação. e saída desses produtos.
§ 2o  A importação desses produtos somente § 4o  O desembaraço alfandegário das armas
será autorizada para os órgãos de segurança e munições trazidas por agentes de segurança
pública e para colecionadores, atiradores e ca- de dignitários estrangeiros, em visita ao país,
çadores nas condições estabelecidas em normas será feito pela Receita Federal, com posterior
específicas. comunicação ao Comando do Exército.

Art. 52.  Os interessados pela importação de Art. 57.  Fica vedada a importação de armas
armas de fogo, munições e acessórios, de uso de fogo, seus acessórios e peças, de munições e
restrito, ao preencherem a Licença de Im- seus componentes, por meio do serviço postal
portação no Sistema Integrado de Comércio e similares.
Exterior – SISCOMEX, deverão informar as Parágrafo único.  Fica autorizada, em caráter
características específicas dos produtos impor- excepcional, a importação de peças de armas
tados, ficando o desembaraço aduaneiro sujeito de fogo, com exceção de armações, canos e
à satisfação desse requisito. ferrolho, por meio do serviço postal e similares.

Art. 53.  As importações realizadas pelas Art. 58.  O Comando do Exército autorizará
Forças Armadas dependem de autorização a exportação de armas, munições e demais
prévia do Ministério da Defesa e serão por este produtos controlados.
controladas. § 1o  A autorização das exportações enqua-
dradas nas diretrizes de exportação de produtos
Art. 54.  A importação de armas de fogo, de defesa rege-se por legislação específica, a
munições e acessórios de uso permitido e de- cargo do Ministério da Defesa.
Estatuto do Desarmamento

mais produtos controlados está sujeita, no que § 2o  Considera-se autorizada a exportação
couber, às condições estabelecidas nos arts. 51 quando efetivado o respectivo Registro de
e 52 deste Decreto. Exportação, no Sistema de Comércio Exterior
– SISCOMEX.
Art. 55.  A Secretaria da Receita Federal e o
Comando do Exército fornecerão à Polícia Fe- Art. 59.  O exportador de armas de fogo, mu-
deral, as informações relativas às importações nições ou demais produtos controlados deverá
de que trata o art. 54 e que devam constar do apresentar como prova da venda ou transferên-
28 cadastro de armas do SINARM. cia do produto, um dos seguintes documentos:
I – Licença de Importação (LI), expedida por após o cumprimento de normas específicas
autoridade competente do país de destino; ou sobre marcação, a cargo do Comando do
II – Certificado de Usuário Final (End User), Exército.
expedido por autoridade competente do país de
destino, quando for o caso. Art. 65.  As armas de fogo, acessórios ou mu-
nições mencionados no art. 25 da Lei no 10.826,
Art. 60.  As exportações de armas de fogo, de 2003, serão encaminhados, no prazo máxi-
munições ou demais produtos controlados mo de quarenta e oito horas, ao Comando do
considerados de valor histórico somente serão Exército, para destruição, após a elaboração do
autorizadas pelo Comando do Exército após laudo pericial e desde que não mais interessem
consulta aos órgãos competentes. ao processo judicial.
Parágrafo único.  O Comando do Exército § 1o  É vedada a doação, acautelamento ou
estabelecerá, em normas específicas, os critérios qualquer outra forma de cessão para órgão,
para definição do termo “valor histórico”. corporação ou instituição, exceto as doações
de arma de fogo de valor histórico ou obsoletas
Art. 61.  O Comando do Exército cadastrará para museus das Forças Armadas ou das insti-
no SIGMA os dados relativos às exportações tuições policiais.
de armas, munições e demais produtos contro- § 2o  As armas brasonadas ou quaisquer
lados, mantendo-os devidamente atualizados. outras de uso restrito poderão ser recolhidas
ao Comando do Exército pela autoridade
Art. 62.  Fica vedada a exportação de armas de competente, para sua guarda até ordem judicial
fogo, de seus acessórios e peças, de munição e para destruição.
seus componentes, por meio do serviço postal § 3o  As armas apreendidas poderão ser
e similares. devolvidas pela autoridade competente aos
seus legítimos proprietários se presentes os
Art. 63.  O desembaraço alfandegário de armas requisitos do art. 4o da Lei no 10.826, de 2003.
e munições, peças e demais produtos controla- § 4o  O Comando do Exército designará as
dos será autorizado pelo Comando do Exército. Organizações Militares que ficarão incumbidas
Parágrafo único.  O desembaraço alfandegá- de destruir as armas que lhe forem encaminha-
rio de que trata este artigo abrange: das para esse fim, bem como incluir este dado
I – operações de importação e exportação, no respectivo Sistema no qual foi cadastrada
sob qualquer regime; a arma.
II – internação de mercadoria em entrepos-
tos aduaneiros; Art. 66.  A solicitação de informações sobre a
III – nacionalização de mercadoria entre- origem de armas de fogo, munições e explosivos
postadas; deverá ser encaminhada diretamente ao órgão
IV – ingresso e saída de armamento e muni- controlador da Polícia Federal ou do Comando
ção de atletas brasileiros e estrangeiros inscritos do Exército.
em competições nacionais ou internacionais;
V – ingresso e saída de armamento e munição; Art. 67.  No caso de falecimento ou interdição
VI – ingresso e saída de armamento e mu- do proprietário de arma de fogo, o adminis-
nição de órgãos de segurança estrangeiros, trador da herança ou curador, conforme o
para participação em operações, exercícios e caso, deverá providenciar a transferência da
instruções de natureza oficial; e propriedade da arma mediante alvará judicial
Normas Correlatas

VII – as armas de fogo, munições, suas partes ou autorização firmada por todos os herdeiros,
e peças, trazidos como bagagem acompanhada desde que maiores e capazes, aplicando-se ao
ou desacompanhada. herdeiro ou interessado na aquisição as dispo-
sições do art. 12.37
Art. 64.  O desembaraço alfandegário de armas
de fogo e munição somente será autorizado 37
Decreto no 6.715/2008. 29
§ 1 o  O administrador da herança ou o fogo pela Polícia Federal ou órgão público por
curador comunicará à Polícia Federal ou ao Co- esta credenciado, aplicando-se ao proprietário
mando do Exército, conforme o caso, a morte as sanções penais cabíveis.
ou interdição do proprietário da arma de fogo.
§ 2o  Nos casos previstos no caput deste ar- Seção II – Das Disposições Finais e
tigo, a arma deverá permanecer sob a guarda e Transitórias
responsabilidade do administrador da herança
ou curador, depositada em local seguro, até a Art. 68.  O valor da indenização de que tratam
expedição do Certificado de Registro e entrega os arts. 31 e 32 da Lei no 10.826, de 2003, bem
ao novo proprietário. como o procedimento para pagamento, será
§ 3o  A inobservância do disposto no § 2o fixado pelo Ministério da Justiça.40
implicará a apreensão da arma pela autoridade Parágrafo único.  Os recursos financeiros
competente, aplicando-se ao administrador necessários para o cumprimento do disposto
da herança ou ao curador as sanções penais nos arts. 31 e 32 da Lei no 10.826, de 2003, serão
cabíveis. custeados por dotação específica constante do
orçamento do Ministério da Justiça.
Art. 67-A.  Serão cassadas as autorizações de
posse e de porte de arma de fogo do titular a Art. 69.  Presumir-se-á a boa-fé dos possui-
quem seja imputada a prática de crime doloso.38 dores e proprietários de armas de fogo que
§ 1o  Nos casos previstos no caput, o proprie- espontaneamente entregá-las na Polícia Federal
tário deverá entregar a arma de fogo à Polícia ou nos postos de recolhimento credenciados,
Federal, mediante indenização na forma do nos termos do art. 32 da Lei no 10.826, de 2003.41
art. 68, ou providenciar sua transferência no
prazo máximo de sessenta dias, aplicando-se, Art. 70.  A entrega da arma de fogo, acessório
ao interessado na aquisição, as disposições do ou munição, de que tratam os arts. 31 e 32 da
art. 4o da Lei no 10.826, de 2003. Lei no 10.826, de 2003, deverá ser feita na Polícia
§ 2o  A cassação da autorização de posse ou Federal ou nos órgãos e entidades credenciados
de porte de arma de fogo será determinada a pelo Ministério da Justiça.42
partir do indiciamento do investigado no in- § 1o  Para o transporte da arma de fogo até o
quérito policial ou do recebimento da denúncia local de entrega, será exigida guia de trânsito,
ou queixa pelo juiz. expedida pela Polícia Federal, ou órgão por ela
§ 3o  Aplica-se o disposto neste artigo a todas credenciado, contendo as especificações míni-
as armas de fogo de propriedade do indiciado mas estabelecidas pelo Ministério da Justiça.
ou acusado. § 2o  A guia de trânsito poderá ser expedida
pela rede mundial de computadores – Internet,
Art. 67-B.  No caso do não-atendimento dos na forma disciplinada pelo Departamento de
requisitos previstos no art. 12, para a renovação Polícia Federal.
do Certificado de Registro da arma de fogo, o § 3o  A guia de trânsito não autoriza o porte
proprietário deverá entregar a arma à Polícia da arma, mas apenas o seu transporte, desmu-
Federal, mediante indenização na forma do niciada e acondicionada de maneira que não
art. 68, ou providenciar sua transferência para possa ser feito o seu pronto uso e, somente, no
Estatuto do Desarmamento

terceiro, no prazo máximo de sessenta dias, percurso nela autorizado.


aplicando-se, ao interessado na aquisição, as § 4o  O transporte da arma de fogo sem a
disposições do art. 4o da Lei no 10.826, de 2003.39 guia de trânsito ou o transporte com a guia,
Parágrafo único.  A inobservância do dispos- mas sem a observância do que nela estiver es-
to no caput implicará a apreensão da arma de
40
Decreto no 7.473/2011.
38
Decreto n 6.715/2008.
o 41
Decreto no 7.473/2011.
39
Decreto no 6.715/2008. 42
Decretos nos 7.473/2011 e 6.715/2008.
30
tipulado, poderá sujeitar o infrator às sanções impresso valerá como certificado de registro
penais cabíveis. provisório, pelo prazo de noventa dias.
§ 2o  No ato do preenchimento do formulá-
Art. 70-A.  Para o registro da arma de fogo rio pela rede mundial de computadores – Inter-
de uso permitido ainda não registrada de net, o requerente deverá escolher a unidade da
que trata o art. 30 da Lei no 10.826, de 2003, Polícia Federal, ou órgão por ela credenciado,
deverão ser apresentados pelo requerente os na qual entregará pessoalmente a documenta-
documentos previstos no art. 70-C e original ção exigida para o registro ou renovação.
e cópia, ou cópia autenticada, da nota fiscal de § 3o  Caso o requerente deixe de apresentar
compra ou de comprovação da origem lícita a documentação exigida para o registro ou
da posse, pelos meios de prova admitidos em renovação na unidade da Polícia Federal, ou
direito, ou declaração firmada na qual constem órgão por ela credenciado, escolhida dentro
as características da arma e a sua condição de do prazo de noventa dias, o certificado de re-
proprietário.43 gistro provisório, que será expedido pela rede
mundial de computadores – Internet uma única
Art. 70-B.  Para a renovação do Certificado vez, perderá a validade, tornando irregular a
de Registro de Arma de Fogo de que trata o § posse da arma.
3o do art. 5o da Lei no 10.826, de 2003, deverão § 4o  No caso da perda de validade do cer-
ser apresentados pelo requerente os documen- tificado de registro provisório, o interessado
tos previstos no art. 70-C e cópia do referido deverá se dirigir imediatamente à unidade da
Certificado ou, se for o caso, do boletim de Polícia Federal, ou órgão por ela credenciado,
ocorrência comprovando o seu extravio.44 para a regularização de sua situação.
§ 5o  Aplica-se o disposto no art. 70-B à
Art. 70-C.  Para a renovação do Certificado de renovação dos registros de arma de fogo cujo
Registro de Arma de Fogo ou para o registro da certificado tenha sido expedido pela Polícia
arma de fogo de que tratam, respectivamente, Federal, inclusive aqueles com vencimento
o § 3o do art. 5o e o art. 30 da Lei no 10.826, de até o prazo previsto no § 3o do art. 5o da Lei
2003, o requerente deverá:45 no 10.826, de 2003, ficando o proprietário isento
I – ter, no mínimo, vinte e cinco anos de do pagamento de taxa nas condições e prazos
idade; da Tabela constante do Anexo à referida Lei.
II – apresentar originais e cópias, ou cópias § 6o  Nos requerimentos de registro ou de
autenticadas, do documento de identificação renovação de Certificado de Registro de Arma
pessoal e do comprovante de residência fixa; de Fogo em que se constate a existência de
III – apresentar o formulário SINARM cadastro anterior em nome de terceiro, será
devidamente preenchido; e feita no SINARM a transferência da arma para
IV – apresentar o certificado de registro o novo proprietário.
provisório e comprovar os dados pessoais § 7o  Nos requerimentos de registro ou de
informados, caso o procedimento tenha sido renovação de Certificado de Registro de Arma
iniciado pela rede mundial de computadores de Fogo em que se constate a existência de
– Internet. cadastro anterior em nome de terceiro e a ocor-
§ 1o  O procedimento de registro da arma rência de furto, roubo, apreensão ou extravio,
de fogo, ou sua renovação, poderá ser iniciado será feita no SINARM a transferência da arma
por meio do preenchimento do formulário para o novo proprietário e a respectiva arma
SINARM na rede mundial de computadores – de fogo deverá ser entregue à Polícia Federal
Normas Correlatas

Internet, cujo comprovante de preenchimento para posterior encaminhamento à autoridade


policial ou judicial competente.
43
Decreto no 6.715/2008. § 8o  No caso do requerimento de renovação
44
Decreto no 6.715/2008. do Certificado de Registro de que trata o § 6o,
45
Decreto no 6.715/2008. além dos documentos previstos no art. 70-B,
31
deverá ser comprovada a origem lícita da pos- Art. 70-H.  As disposições sobre entrega de
se, pelos meios de prova admitidos em direito, armas de que tratam os arts. 31 e 32 da Lei
ou, ainda, apresentada declaração firmada na no 10.826, de 2003, não se aplicam às empresas
qual constem as características da arma e a sua de segurança privada e transporte de valores.50
condição de proprietário.
§ 9o  Nos casos previstos neste artigo, além Art. 71.  Será aplicada pelo órgão competente
dos dados de identificação do proprietário, o pela fiscalização multa no valor de:
Certificado de Registro provisório e o definitivo I – R$ 100.000,00 (cem mil reais):
deverão conter, no mínimo, o número de série a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
da arma de fogo, a marca, a espécie e o calibre. ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
permita o transporte de arma de fogo, munição
Art. 70-D.  Não se aplicam as disposições do ou acessórios, sem a devida autorização, ou
§ 6o do art. 70-C às armas de fogo cujos Cer- com inobservância das normas de segurança; e
tificados de Registros tenham sido expedidos b) à empresa de produção ou comércio de
pela Polícia Federal a partir da vigência deste armamentos que realize publicidade estimulan-
Decreto e cujas transferências de propriedade do a venda e o uso indiscriminado de armas de
dependam de prévia autorização.46 fogo, acessórios e munição, exceto nas publica-
ções especializadas;
Art. 70-E.  As armas de fogo entregues na cam- II – R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), sem
panha do desarmamento não serão submetidas prejuízo das sanções penais cabíveis:
a perícia, salvo se estiverem com o número de a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
série ilegível ou houver dúvidas quanto à sua ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
caracterização como arma de fogo, podendo, deliberadamente, por qualquer meio, faça,
nesse último caso, serem submetidas a simples promova ou facilite o transporte de arma ou
exame de constatação.47 munição sem a devida autorização ou com
Parágrafo único.  As armas de fogo de que inobservância das normas de segurança; e
trata o caput serão, obrigatoriamente, destru- b) à empresa de produção ou comércio de
ídas. armamentos, na reincidência da hipótese men-
cionada no inciso I, alínea “b”; e
Art. 70-F.  Não poderão ser registradas ou III – R$ 300.000,00 (trezentos mil reais),
terem seu registro renovado as armas de fogo sem prejuízo das sanções penais cabíveis, na
adulteradas ou com o número de série supri- hipótese de reincidência da conduta prevista
mido.48 na alínea “a”, do inciso I, e nas alíneas “a” e “b”,
Parágrafo único.  Nos prazos previstos nos do inciso II.
arts. 5o, § 3o, e 30 da Lei no 10.826, de 2003, as
armas de que trata o caput serão recolhidas, Art. 72.  A empresa de segurança e de trans-
mediante indenização, e encaminhadas para porte de valores ficará sujeita às penalidades
destruição. de que trata o art. 23 da Lei no 7.102, de 20 de
junho de 1983, quando deixar de apresentar,
Art. 70-G.  Compete ao Ministério da Justiça nos termos do art. 7o, §§ 2o e 3o, da Lei no 10.826,
estabelecer os procedimentos necessários à de 2003:
Estatuto do Desarmamento

execução da campanha do desarmamento e ao I – a documentação comprobatória do


Departamento de Polícia Federal a regulariza- preenchimento dos requisitos constantes do
ção de armas de fogo.49 art. 4o da Lei no 10.826, de 2003, quanto aos
empregados que portarão arma de fogo; ou
46
Decreto no 6.715/2008. II – semestralmente, ao SINARM, a listagem
47
Decreto no 6.715/2008. atualizada de seus empregados.
48
Decreto no 6.715/2008.
49
Decreto no 7.473/2011. 50
Decreto no 6.715/2008.
32
Art. 73.  Não serão cobradas as taxas previstas de fogo e de repressão a seu tráfico ilícito, a
no art. 11 da Lei no 10.826, de 2003, dos inte- cargo da Polícia Federal.
grantes dos órgãos mencionados nos incisos I,
II, III, IV, V, VI e VII do art. 6o.51 Art. 75.  Serão concluídos em sessenta dias, a
§ 1o  Será isento do pagamento das taxas partir da publicação deste Decreto, os proces-
mencionadas no caput, o “caçador de subsis- sos de doação, em andamento no Comando
tência” assim reconhecido nos termos do art. do Exército, das armas de fogo apreendidas e
27 deste Decreto. recolhidas na vigência da Lei no 9.437, de 20 de
§ 2o  A isenção das taxas para os integrantes fevereiro de 1997.
dos órgãos mencionados no caput, quando se
tratar de arma de fogo de propriedade particu- Art. 76.  Este Decreto entra em vigor na data
lar, restringir-se-á a duas armas. de sua publicação.

Art. 74.  Os recursos arrecadados em razão Art. 77.  Ficam revogados os Decretos nos
das taxas e das sanções pecuniárias de caráter 2.222, de 8 de maio de 1997, 2.532, de 30 de
administrativo previstas neste Decreto serão março de 1998, e 3.305, de 23 de dezembro
aplicados na forma prevista no § 1o do art. 11 de 1999.
da Lei no 10.826, de 2003.52
Parágrafo único.  As receitas destinadas ao Brasília, 1o de julho de 2004; 183o da Indepen-
SINARM serão recolhidas ao Banco do Brasil dência e 116o da República.
S.A., na conta “Fundo para Aparelhamento
e Operacionalização das Atividades-Fim da LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Márcio
Polícia Federal”, e serão alocadas para o reapare- Thomaz Bastos – José Viegas Filho
lhamento, manutenção e custeio das atividades
de controle e fiscalização da circulação de armas Publicado no DOU de 2/7/2004.

Normas Correlatas

51 
Decreto no 6.146/2007.
52
Decreto no 6.715/2008.
33

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