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RIBEIRO, HÉLCION. A identidade do ser humano à luz da fé.

Studium
Theologicum de Curitiba. Curitiba, PR. Ano 11 – 2017 Nº 19

RESENHA CRITICA

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Maicon Douglas Gonçalves de Quadros

1. Apresentação da obra
O presente artigo do autor de “Hélcion Ribeiro”, nos apresenta a “Identidade do
ser humano á luz da Fé”, que trazem dados sobre a origem da Antropologia Teológica,
perpassando por diversa fazes e abortando temas referentes a antropologia Teológica no
Concilio Vaticano II, obra da encarnação de Cristo Jesus, a condição humana enquanto
filhos adotivos de Deus, a cristologia nos hinos de São Paulo, o velho e o novo Adão,
são conteúdos que são de fato apresentado ao decorrer do artigo.

2. Estrutura da obra
O artigo de “Hélcion Ribeiro”, “A identidade do ser humano á luz da Fé”,
perpassa por onze tópicos, de início temos um pequenos “resumo” referente ao assunto
desenvolvido no artigo, no segundo momento temos “ Uma identidade teológica para o
ser humano”, o terceiro tópico é sobre “A filiação divina”, o quarto é ‘o homem,
“criatura nova”’, na sequência temos o quinto que é sobre “A filialidade por vontade de
Deus”, o sexto tópico é “A fraternidade universal”, o sétimo é “Um ser total
(holístico)”, o oitava é referente ao “Ser imagem e semelhante a Deus”, o nono tópico é
“O ser humano é, por natureza, social. Ou o ser humano como comunidade”, o décimo
“Ainda não somos quem seremos”, e o ultimo tópico o onze é a “Conclusão” do artigo.

3. Descrição do conteúdo da obra


(RIBEIRO. 2017, p. 119) comenta que a “antropologia teológica afirma que o
ser humano é a imagem e semelhança de Deus, e muitos teólogos têm o Vaticano II
como fonte para entender a antropologia teológica”, portanto é Cristo quem dá sentido à
vida de todos os homens. Mas somos individualmente pessoas com todas as dimensões,
e ao mesmo tempo somos povo de Deus unidos ao corpo de Cristo. É importante
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maicon.quadros@catolicamt.com.br é acadêmico do 6° Semestre de Teologia da UNIFAC-MT
destacar que a antropologia teológica se relaciona-se com as outras ciências, neste
sentido é válido dizer que ela cresceu e se construiu dentro da teologia, partindo da
teologia da criação. O ser humano ao identificar-se que foi criado imagem e semelhança
de Deus como Adão e Eva, ele passa a entender que é pecador, mas ele também sabe
que Deus pode capacita-lo e tirá-lo do pecado. (RIBEIRO, HÉLCION. 2017 p. 121)
destaca que “os teólogos procuram identificar o ser humano a partir de Jesus Cristo,
com base no Vaticano II especificamente na (GS 22)”. Somente Jesus Cristo explica o
ser humano e sua altíssima vocação. São Paulo coopera para o entendimento sobre o
cristocentrismo tanto da criação, quanto do ser humano, é mencionado também que só
Cristo revela quem realmente é o ser humano, tendo em vista que cada pessoa humana
participa do dinamismo da criação, por meio de Cristo, portanto pelo filho somos
dignificados para o Pai.
A cruz, é portanto, o ponto de realização máxima, nossa carne mortal em Cristo
transforma-se carne imortal, por Cristo a criação tem sentido. outro aspecto a ser
relatado é que o amor de Deus pela humanidade tem três faces, a criação, a conservação
e a consumação, neste sentido em Cristo nos tornamos cooperadores de Deus Pai.
Somos chamados de nova criatura totalmente distinta da velha criatura que estava no
pecado, Cristo nos faz novas criaturas livres do pecado.  É Cristo que constrói a nossa
nova identificação e assim nos tornamos filhos de Deus, e isso é impresso fortemente na
pia batismal, a nossa filiação por adoção por meio do mistério da encarnação de Cristo e
de sua paixão e morte de Cruz, mas isso não nega o fato de que somos filhos na
criação.  É importante mencionar que não nascemos pecadores, o pecado original só se
dá por solidariedade moral.   
Outro ponto importante é que a nossa filiação para com Deus está fundamentada
na adoção, isso acontece por vontade de Deus através de Cristo, o Pai por meio de seu
filho nos da a condição de filhos, nos dando uma vida nova, e somos assistidos pelo
Espírito Santo, e que a filiação é um dom divino que nos foi concedido, não é pela carne
que somo filhos do Pai, mas sim, pela gratuidade e bondade que nos elege. Todos os
seres humanos foram criados nele logo todos são irmãos, com isso todas as pessoas
fazem parte da fraternidade universal, que é um dom do alto, está fraternidade deve
manifestar o concreto amor ao próximo, neste sentido é afirmado que nós somos irmãos
de Deus, Ele é nosso irmão, isso por que ele quis pertencer a famílias humana, afim de
que possamos fazer parte da sua família.
São Paulo para definir o homem utiliza da sua tricotomia e a sua linguagem
antropológica bíblica que é descritiva, com um olhar mais voltado para a Cristologia.
Sobre o ser humano á uma variedade de expressões e linguagem na antropologia para
falar da constituição do mesmo. Tendo em vista que a Igreja tem uma definição
antropológica diferente pois a expressão utilizada é homem isso porque na sagrada
Escritura temos a palavra adão que deveria iniciar com letra minúscula, pois bem é um
substantivo genérico e coletivo, adão deriva da raiz “adamah”, “terra”, referente ao
elemento natural do qual foi feito, ou se refere a “adam”, uma referência a cor escura
das pessoas do oriente-médio. Outra expressão utilizada é “ish”, varão, marido, ser
humano, já a palavra “Ishâh”, refere-se ao feminino, a mulher, a fêmea. Portanto a
Sagrada Escritura não tem uma concepção semiótica moderna das palavras, elas as
utilizam como significados, não como definição. Vale destacar também que a definição
de imagem e semelhança de Deus é porque o próprio Deus confiou ao ser humano uma
missão, nota-se que é um sentido funcional, portanto á também o sentido relacional, o
ser que está relacionado a Deus.
Podemos destacar também que cada pessoa é um ser singular, único, amado por
Deus em sua realidade pessoal. Mais os homens e as mulheres são seres sócios, pessoas
que vivem juntas, são aqueles que repartem em comum o pão. Porém o individualismo
moderno expôs o ser humano a um isolamento angustiante. Este individualismo também
provém de um estado de fraqueza espiritual da vida da Igreja. Mas a comunidade deve
ser para a pessoa humana fonte e garantia de dignidade pessoal. É importante
mencionar que Deus criou a humanidade perfectível, Ele amou a humanidade em
particular, afim de que a todos lhe prestasse culto, e agisse em seu nome em meio a
todas as outras criações, mas nenhum ser humano tem o direito de usar e abusar das
outras vidas, pois o Homem é pó da terra, como afirma São Paulo “somos todos
mortais”. Professamos as promessas do Pai afim de alcançar a eternidade. É importante
destacar ainda que a Escritura revela quem é a pessoa humana diante de Deus e dos
outros, e está identificação humana está nos milhares de versículos redigidos em tempos
e linguagens diferentes.

4. Análise Crítica
(RIBEIRO, p. 121) comenta que “O Filho de Deus, que preside a criação
intervém nela para comunicar a nós, seres humanos o reflexo do rosto do Pai”. De fato,
temos concepção a revelação e isso fica bem mais evidente em, (Jo 1,18) “A Deus
ninguém jamais o viu; manifestou-no-lo o Unigênito de Deus, que está no seio do Pai”,
Deus rompeu o seu silêncio, saindo do seu mistério, e descendo até o homem,
mostrando a ele o seu amor, e isso acontece por meio de seu Filho bem amado, nota-se,
portanto, que o autor é feliz ao falar da revelação de Deus por meio de Jesus Cristo o
filho do Deus vivo. No Concílio Vaticano II menciona que “Cristo, ao revelar o mistério
do Pai e de seu amor, desvela também plenamente o homem ao homem e lhe faz
conhecer sua altíssima vocação.” (cf. GS 22).
(RIBEIRO, p. 124) destaca que “quando o Verbo se encarnou, encontrou o ser
humano ferido pelo pecado e “impotente” diante da liberdade. Daí transparece a
necessidade histórica da salvação Cristo.” É valido o que afirma o autor, que os seres
humanos estavam no pecado. (LADARIA. 1998, p.15) destaca que “com a morte e
ressureição, Cristo venceu o pecado e a morte, e a nossa inserção nEle mediante o
batismo é um acontecimento decisivo na história pessoal de cada pessoa Cristã.” É
notável que a missão de Jesus, a sua vitória sobre o pecado, portanto é um caminho,
desde da encarnação do Verbo a sua morte e ressureição, Cristo nos liberta do pecado,
com isso pelo batismo o Cristão tem a expressão fundamental da sua Fé, o ser humano
torna-se filho adotivo.
(RIBEIRO, p. 125) “Como todo ser humano foi criado para ser salvo, mesmo
tendo o dom da liberdade, sofre impactos da tentação – como Jesus. Ninguém é
obrigado a cometer pecado e nem a ser pecador.” Nota-se, portanto, que toda pessoa
humana tem a sua liberdade, o fato de que a humanidade foi feito para salvação é
valido, mas penso que o ser humano tem o ponto de liberdade, e também a razão o
discernimento, a reflexão e a Fé apesar que infelizmente alguns usam estes atributos de
forma incorreta, mas quando uma pessoa humana consegui abraçar estes quatro pilares,
ela consegui fazer a sua escolha entre aceitar a salvação em Jesus Cristo .

5. Recomendação da Obra
O artigo é destinado especificamente aos acadêmicos do curso de Teologia
sobretudo aos que estão cursando a disciplina de Antropologia Teológica, pois o artigo
faz uma ponte uma ligação expoente entre Jesus Cristo que assume a condição humana
em vista da salvação de toda a humanidade, e o homem em sua condição, um ser
destinado para Deus a salvação.

6. Identificação do autor
Hélcion Ribeiro, obteve licenciatura em Filosofia pela Pontifica Universidade
Católica do Paraná no ano 1970, na mesma universidade cursou licenciatura em
Pedagogia em 1974, graduou-se em Teologia no Instituto de Teologia de Curitiba em
1974, tem mestrado pela Pontifícia universidade Gregoriana em 1982, obteve ainda o
titulo de doutorado pela mesma universidade no ano de 1983. No momento atual é
docente no Studium Theologium, em Curitiba, é coordenador e professor-tutor do curso
de pós graduação em Teologia contemporânea, no Centro Universitário Claretiano, em
Batatais SP, sua experiencia é na área da Teologia Sistemática, abraçando os temas da
“Antropologia Teológica, Cristologia, escatologia e teologia da história. É autor de
inúmeras obras especificamente no âmbito da antropologia teológica.

7. Identificação acadêmica
Eu, Maicon Douglas Gonçalves de Quadros, acadêmico do 6° semestre de
Teologia da UNIFAC-MT, destaco que este artigo faz uma bela abordagem sobre a
antropologia humana, sobre tudo a relação de Deus para com a humanidade, penso que
o artigo é muito especifico e objetivo nas definições sobre as passagens bíblicas, o foco
do artigo é o ser humano criatura existente que necessita de Deus.

8. Referencias Bibliográficas
RIBEIRO, Hélcion. A identidade do ser humano à luz da fé. Studium Theologicum
de Curitiba. Curitiba, v. 11, nº 19, p. 119-140, 2017 Disponível em:
https://claretiano.edu.br/revista/revista-teologica/605b79e3411a529388ea4228.
Acesso em: 19 setembro 2021

LADARIA, L. Introdução à Antropologia Teológica. São Paulo: Edições Loyola,


1998.

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