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NÚMERO 39 — 2 ˚ TRIMESTRE DE 2018

SEÇÃO X Maria Andréia Parente Lameiras


Técnica de Planejamento e Pesquisa da

Mercado de Trabalho Diretoria de Estudos e Políticas


Macroeconômicas (Dimac) do Ipea

maria-andreia.lameiras@ipea.gov.br
Sumário
Sandro Sacchet de Carvalho
Técnico de Planejamento e Pesquisa da
Embora o mercado de trabalho tenha apresentado sinais de melhora nos últimos Dimac do Ipea
trimestres, os dados mais recentes apresentam certa estabilidade, dando margem sandro.carvalho@ipea.gov.br
a dúvidas quanto ao ritmo e à qualidade dessa recuperação. De fato, o cenário de
emprego inicialmente projetado para 2018 havia sido baseado em expectativas de Carlos Henrique L. Corseuil
Técnico de Planejamento e Pesquisa da
uma aceleração mais intensa da economia brasileira, o que não vem se consoli- Diretoria de Estudos e Políticas Sociais
dando. Consequentemente, a melhora projetada para o mercado de trabalho vem (Disoc) do Ipea

ocorrendo de maneira mais moderada, concentrada, sobretudo, no setor de servi- carlos.corseiul@ipea.gov.br


ços e na expansão da ocupação no mercado informal.
Lauro R. A. Ramos
Técnico de Planejamento e Pesquisa da
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNA- Disoc do Ipea
DC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar de registrar lauro.ramos@ipea.gov.br
queda na comparação interanual, os dados ajustados para a sazonalidade mostram
que a taxa de desocupação vem mantendo-se praticamente estável em torno de
12,5%, refletindo uma desaceleração do crescimento da população ocupada. Esta
perda de dinamismo do mercado de trabalho tem sido amplamente utilizada para
explicar o aumento do desalento no mercado de trabalho. Entretanto, a análise
dos microdados da PNADC mostra que o crescimento do desalento, em 2018,
é explicado por uma transição maior de trabalhadores que saíram da ocupação
e migraram para o desalento, não passando ou ficando muito pouco tempo na
desocupação. Logo, não se pode afirmar que este crescimento na proporção de
desalentados é reflexo de uma deterioração continuada do mercado de trabalho
que estaria levando para o desalento um contingente de pessoas que passaram um
longo período no desemprego.

Adicionalmente, os microdados da PNADC trimestral revelam que, em 2018, a


trajetória da ocupação apresenta comportamento distinto entre as categorias. Isso
fica bem nítido ao compararmos, por exemplo, a evolução da ocupação por faixas
etárias. Enquanto a população ocupada com mais de 60 anos cresceu 8,0%, a de
trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos aumentou 0,9%. Em relação ao grau
de instrução, estas diferenças se tornam ainda mais latentes, tendo em vista que,
em contraposição à expansão de 10% da ocupação de trabalhadores com ensino
médio incompleto, a população ocupada que tem apenas o ensino fundamental
recuou 9,0%. Em que pese o fato de que os dados da PNADC ainda revelam uma
retração da ocupação formal, é provável uma reversão deste cenário, nos próximos
meses, tendo em vista que as estatísticas apresentadas pelos dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho
e Emprego (MTE), já mostram uma retomada do emprego com carteira no país.

1
Deve-se ressaltar, entretanto, que esta retomada do emprego formal só será po-
tencializada quando os investimentos readquirirem uma trajetória de aceleração
mais intensa.

Por último, a seção traz dois boxes especiais que analisam de forma mais detalhada
a dinâmica dos trabalhadores mais idosos no mercado de trabalho e a aparente
discrepância entre os dados de empregos formais divulgados pela PNADC e pelo
CAGED.

1 Aspectos gerais

Os dados mais recentes mostram uma perda de dinamismo no ritmo de recupe-


ração do mercado de trabalho brasileiro. De acordo com os dados da PNADC/
IBGE, após apresentar um aumento no primeiro trimestre de 2018, em relação ao

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


observado no último trimestre de 2017, a taxa de desocupação voltou a desacelerar
em abril (gráfico 1). Na comparação com igual período do ano anterior, o recuo
do desemprego foi de 0,7 ponto percentual (p.p.). Em que pese esta desaceleração
na comparação interanual, os dados ajustados para a sazonalidade mostram que a
taxa de desocupação vem mantendo-se praticamente estável nos últimos meses,
girando em torno de 12,5% (gráfico 2).

GRÁFICO 1
Taxa de desocupação
(Em %)

15 3,5
14 3
13 2,5
12 2
11 1,5
10 1
9 0,5
8 0
7 -0,5
6 -1
fev-abr/12
abr-jun/12
jun-ago/12
ago-out/12
out-dez/12
dez-fev/13
fev-abr/13
abr-jun/13
jun-ago/13
ago-out/13
out-dez/13
dez-fev/14
fev-abr/14
abr-jun/14
jun-ago/14
ago-out/14
out-dez/14
dez-fev/15
fev-abr/15
abr-jun/15
jun-ago/15
ago-out/15
out-dez/15
dez-fev/16
fev-abr/16
abr-jun/16
jun-ago/16
ago-out/16
out-dez/16
dez-fev/17
fev-abr/17
abr-jun/17
jun-ago/17
ago-out/17
out-dez/17
dez-fev/18
fev-abr/18

Taxa de Desocupação Variação Interanual (p.p.)

Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Essa acomodação da taxa de desemprego é explicada, sobretudo, pela desacele-


ração no ritmo de crescimento da população ocupada (PO). De fato, a taxa de
crescimento da PO passou de 2,1% no trimestre móvel encerrado em janeiro, ante
igual trimestre do ano anterior, para 1,7% em abril. Na análise, com ajuste sazonal,
a população ocupada está praticamente estável desde o início de 2018 (gráfico 3).

Em contrapartida, após exercer uma forte pressão sobre a desocupação ao longo


de 2017, a PEA vem registrando taxas de expansão menores, o que possibilita
um recuo mais rápido da taxa de desemprego. De acordo com o gráfico 4, depois
de encerrar o ano de 2017 com uma variação de 1,8%, a força de trabalho vem

2
apontando aumentos mais modestos, de modo que, em abril, a alta registrada foi
de 0,8%.
GRÁFICO 2 GRÁFICO 3
Taxa de desocupação dessazolanizada PNADC – População ocupada dessazonalizada
(Em %) (Em milhões de pessoas)

14 94

13 93
93
12 92
92
11 91
10 91
90
9 90
89
8
89
88
7
6 87
88 fev-abr/15

out-dez/15

fev-abr/16

out-dez/16

fev-abr/17

out-dez/17

fev-abr/18
dez-fev/15

jun-ago/15

jun-ago/16

jun-ago/17
abr-jun/15

ago-out/15

dez-fev/16

abr-jun/16

ago-out/16

dez-fev/17

abr-jun/17

ago-out/17

dez-fev/18
fev-abr/12

out-dez/12
fev-abr/13

out-dez/13
fev-abr/14

out-dez/14
fev-abr/15

out-dez/15
fev-abr/16

out-dez/16
fev-abr/17

out-dez/17
fev-abr/18
jun-ago/12

jun-ago/13

jun-ago/14

jun-ago/15

jun-ago/16

jun-ago/17

87
42036
42095
42156
42217
42278
42339
42401
42461
42522
42583
42644
42705
42767
42826
42887
42948
43009
43070
43132
43191

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


Fonte: IBGE / Pnadc. Fonte: IBGE / Pnadc.
Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea. Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

GRÁFICO 4
Taxa de participação, PEA e PO
(Em %)
3 62,0
61,8
2
PEA e PO - Variação interanual

61,6

Taxa de Participação
1
61,4
0 61,2
61,0
-1
60,8
-2
60,6
-3 60,4
fev-abr/14

ago-iut/14

out-dez/14

fev-abr/15

ago-iut/15

out-dez/15

fev-abr/16

ago-iut/16

out-dez/16

fev-abr/17

out-dez/17

fev-abr/18
jun-ago/14

jun-ago/15

jun-ago/16

jun-ago/17
abr-jun/14

dez-fev/15

abr-jun/15

dez-fev/16

abr-jun/16

dez-fev/17

abr-jun/17

ago-out/17

dez-fev/18

Taxa de Participação PEA PO

Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Ainda dentro desse quadro de queda no GRÁFICO 5


ritmo de recuperação do mercado de Proporção de trabalhadores que se mantiveram deso-
cupados durante o semestre
trabalho, os microdados da PNADC re- (Em %)
velam que, embora na comparação inte- 50
ranual o número de desocupados esteja 48
46
recuando, desde o fim de 2017, aumen- 44
tou o tempo de permanência no desem- 42
40
prego. Após registrar queda em dois tri- 38
mestres consecutivos, a proporção dos 36
34
trabalhadores que se mantiveram deso- 32
cupados durante o primeiro trimestre 30
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
2013.III
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV
2016.I
2016.II
2016.III
2016.IV
2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I

de 2018 voltou a acelerar, atingindo o


maior patamar da série (gráfico 5). Este Fonte: IBGE / Pnadc.
resultado é corroborado pelas estatísti- Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.
cas que mostram que vem crescendo a proporção de trabalhadores cujo tempo de

3
procura por emprego é superior a dois GRÁFICO 6
Proporção de trabalhadores desocupados por tempo
anos (gráfico 6). Em 2015, este percen- de procura
tual era de 17% e passou a ser de 23% (Em %)

no primeiro trimestre de 2018. 60


50
47

Na desagregação por diversos segmen- 40


tos, observa-se que, quando compa- 30 23

rado ao primeiro trimestre de 2017, o 20 16


15
10
recuo da taxa de desocupação ocorre 0
de modo disseminado dentre todas as

2012.I

2012.III

2013.I

2013.III

2014.I

2014.III

2015.I

2015.III

2016.I

2016.III

2017.I

2017.III

2018.I
categorias, sendo mais significativo nas Menos de 1 mês De 1 mês a menos de 1 ano
regiões Norte e Centro-Oeste, no grupo De 1 ano a menos de 2 anos 2 anos ou mais

de trabalhadores com idade entre 25 e Fonte: IBGE / Pnadc.


39 anos, com ensino médio incompleto Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


e não residente nas regiões metropolitanas (tabela 1). Em relação ao corte ge-
ográfico, a queda do desemprego, no primeiro trimestre de 2018, nos estados
do Amazonas, Tocantins, Goiás e Mato Grosso do Sul explica esta melhora nas
regiões Norte e Centro-Oeste (tabela A1 do anexo A). Em direção oposta, Piauí,
Sergipe, Maranhão, Pernambuco e Rio de Janeiro apresentaram um aumento da
desocupação.
TABELA 1
Taxa de desempergo
(Em %)

2016 2017 2018

1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. 1º Trim.


Brasil 10,9 11,3 11,8 12,0 13,8 13,0 12,4 11,8 13,1

Centro Oeste 9,7 9,7 10,0 10,9 12,1 10,6 9,7 9,4 10,5
Nordeste 12,8 13,2 14,1 14,4 16,3 15,9 14,8 13,8 15,9
Norte 10,5 11,2 11,4 12,7 14,2 12,5 12,2 11,3 12,7
Sudeste 11,4 11,7 12,3 12,3 14,2 13,6 13,2 12,6 13,8
Sul 7,3 8,0 7,9 7,7 9,3 8,4 7,9 7,7 8,4

Masculino 9,5 9,9 10,5 10,7 12,2 11,5 11,0 10,5 11,6
Feminino 12,7 13,2 13,5 13,8 15,8 14,9 14,2 13,2 15,0

18 a 24 anos 24,1 24,5 25,7 25,9 28,8 27,3 26,5 25,3 28,1
25 a 39 anos 9,9 10,4 10,9 11,2 12,8 12,0 11,3 10,8 11,9
40 a 59 anos 5,9 6,3 6,7 6,9 7,9 7,6 7,4 7,0 7,8
Mais de 60 anos 3,3 3,8 3,6 3,4 4,6 4,5 4,3 4,2 4,6

Não Chefe de Família 15,0 15,3 15,8 16,0 18,1 17,1 16,4 15,3 17,2
Chefe de Família 6,1 6,6 7,0 7,2 8,4 7,9 7,6 7,4 8,1

Fundamental Incompleto 9,1 9,7 10,5 11,3 12,3 12,0 11,4 10,9 12,0
Fundamental Completo 11,6 12,9 13,4 13,4 15,2 15,0 14,8 13,6 14,8
Médio Incompleto 20,4 20,6 21,4 22,0 24,2 21,8 21,0 20,4 22,0
Médio Completo 12,7 12,8 13,2 13,2 15,5 14,6 14,0 13,0 14,9
Superior 7,6 7,8 7,8 7,6 9,2 8,3 7,9 7,8 8,7

Região Metropolitana 11,9 12,6 13,5 13,5 14,9 14,7 14,1 13,7 14,7
Não Região Metropolitana 10,1 10,4 10,5 10,9 12,9 11,7 11,2 10,3 11,9
Fonte: IBGE / Pnadc.
Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

4
Na abertura por faixa etária, os microdados da PNADC revelam que, embora todos
os segmentos apontem uma desaceleração da taxa de desocupação, a dinâmica dos
fatores responsáveis por esses recuos da taxa se apresentam de modos distintos.
No caso dos trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos, nota-se que, apesar de
apresentarem, no primeiro trimestre de 2018, na comparação interanual, a maior
queda na taxa de desemprego (0,9 p.p.), foi justamente neste grupo que se verificou
a menor expansão da ocupação (0,9%). O recuo do desemprego neste segmento
se deu, sobretudo, pela retração de 0,1% da PEA. De fato, na média dos últimos
quatro trimestres (gráfico 7), esse conjunto de trabalhadores é o que apresenta o
menor dinamismo em relação à ocupação (0,1%) e à força de trabalho (0,3%).
GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
População ocupada - por faixa etária População Economicamente Ativa - Por faixa etária
(Variação acumulada em 4 trimestres - em %) (Variação acumulada em 4 trimestres - em %)

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


7 7,0 10
5 8 7,6

3 6
1,8
1,4
1 0,1
4
2,6
-1 2 1,9
0,3
-3 0
-5 -2
-7 -4
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV
2016.I
2016.II
2016.III
2016.IV
2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV
2016.I
2016.II
2016.III
2016.IV
2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I

18 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos Mais de 60 anos 18 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos Mais de 60 anos

Fonte: IBGE / Pnadc. Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea. Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Na outra ponta, observa-se que, mesmo apresentando estabilidade na taxa de de-


semprego, o segmento dos trabalhadores mais idosos é o que apresenta as maiores
taxas de crescimento da ocupação. No primeiro trimestre de 2018, na comparação
com igual período de 2017, observa-se um crescimento de 8,0% da população
ocupada com mais de 60 anos. Na média dos últimos quatro trimestres, o desem-
penho é similar, com expansão de 7,0%. Entretanto, é neste segmento que também
se observam os maiores níveis de crescimento da força de trabalho, com altas de
8,0% no trimestre e 7,6% na média de quatro trimestres (gráfico 8). Este maior
dinamismo da população com mais de 60 anos presente no mercado de trabalho
brasileiro é analisado mais detalhadamente no box 1, desta seção.

Por fim, deve-se destacar que, embora se mantenha acima dos demais, a taxa de de-
socupação dos mais jovens continua diminuindo, devido ao aumento da ocupação
em ritmo superior à expansão da PEA. Apesar dessa melhora recente, é neste seg-
mento que ainda se encontram não só as menores chances de sair do desemprego,
como também as maiores probabilidades de entrar na desocupação1. No primeiro
1 Uma análise mais detalhada dessas transições dos jovens no mercado de trabalho, com seus reflexos inclusive para informalidade, pode ser
vista no número 64 do Boletim Mercado de Trabalho: Conjuntura e Análise, editado pelo IPEA.

5
trimestre de 2018, aproximadamente 21% dos jovens desempregados conseguiam
transitar para a ocupação (gráfico 9). No sentido contrário, o percentual de jovens
ocupados demitidos foi de 9% (gráfico 10). Vale destacar que, na comparação com
o trimestre anterior, todos os segmentos etários apresentaram piora nas transições
da ocupação para a desocupação, e vice-versa.
GRÁFICO 9 GRÁFICO 10
Proporção de desocupados que transitaram para a Proporção de ocupados que transitaram para o
ocupação - por faixa etária desemprego - por faixa etária
(Em %) (Em %)

45 10
9
40 8
7
35
6
30 5
4
25 3

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


20 2
1
15 0
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
2013.III
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV
2016.I
2016.II
2016.III
2016.IV
2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I

2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
2013.III
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV
2016.I
2016.II
2016.III
2016.IV
2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I
18 a 24 25 a 39 40 a 59 mais de 60 18 a 24 25 a 39 40 a 59 mais de 60

Fonte: IBGE / Pnadc. Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea. Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Assim como verificado no corte por faixa etária, a análise da desocupação por grau
de instrução também aponta que, na comparação interanual, todos os segmentos
apresentaram queda em suas taxas de desemprego, repercutindo um melhor de-
sempenho da ocupação em relação à PEA.
TABELA 2
População ocupada
(Taxa de varição interanual, em %)
2016 2017 2018
1º tri. 2º tri. 3º tri. 4º tri. 1º tri. 2º tri. 3º tri. 4º tri. 1º tri.
Brasil -1,5 -1,5 -2,4 -2,1 -1,9 -0,6 1,6 2,0 1,8

18 a 24 anos -6,8 -5,4 -6,3 -6,2 -3,5 -0,6 3,1 3,5 1,4
25 a 39 anos -1,4 -1,4 -1,6 -1,4 -2,2 -1,1 0,1 0,4 0,9
40 a 59 anos 0,5 0,5 -0,6 -1,2 -0,8 -0,3 1,6 2,4 1,8
60 anos ou mais 2,5 -0,5 -2,6 3,1 0,4 3,7 9,1 7,1 8,0

Sem instrução e Fundamental incompleto -4,2 -3,4 -5,9 -8,8 -7,4 -6,1 -2,7 -0,9 -1,1
Fundamental completo -6,9 -7,5 -11,0 -7,7 -9,1 -12,4 -7,0 -7,4 -8,8
Médio incompleto -9,6 -10,3 -6,2 3,7 4,3 13,8 14,0 13,0 10,2
Médio completo 1,3 1,6 2,3 0,2 0,8 1,6 1,2 2,0 1,9
Superior (completo ou não) 3,1 2,0 0,6 4,6 3,2 4,7 7,8 6,6 7,1
Fonte: IBGE / Pnadc.
Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Apesar do recuo disseminado da taxa de desocupação, apenas os segmentos de


ensino médio e superior mostram expansão da população ocupada (gráfico 11).
Nos demais grupos, verifica-se que, mesmo diante de um cenário mais benigno,
o contingente de ocupados ainda mostra retração. De forma similar, enquanto a
força de trabalho composta por trabalhadores mais instruídos se expande, a dos
menos escolarizados se retrai (gráfico 12).

6
GRÁFICO 12
GRÁFICO 11 População economicamente ativa - por grau de
População Ocupada - por grau de instrução instrução
(Variação acumulada em 4 trimestres - em %) (Variação acumulada em 4 trimestres - em %)

10 10
8 8
6,6
6 6 6,7
4 3,4 4 3,7
2 2
0 0
-2 -2,8 -2 -2,0
-4 -4
-6 -6
-8 -8,9 -8 -8,0
-10 -10
-12

2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV
2016.I
2016.II
2016.III
2016.IV
2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV
2016.I
2016.II
2016.III
2016.IV
2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I

Fundamental Incompleto Fundamental Completo


Fundamental Incompleto Fundamental Completo
Médio Superior Médio Superior

Fonte: IBGE / Pnadc. Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea. Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


Em relação à transição, os dados mostram que todos os grupos apresentaram que-
da na proporção de trabalhadores que migraram do desemprego para a ocupação
no último trimestre (gráfico 13). De modo similar, na transição da ocupação para o
desemprego houve crescimento em todos os níveis de instrução (gráfico 14).

GRÁFICO 13 GRÁFICO 14
Proporção de desocupados que transitaram para a Proporção de ocupados que transitaram para o
ocupação - por grau de instrução desemprego - por garu de instrução
(Em %) (Em %)

45 8
7
40 6
35 5
4
30 3
2
25
1
20 0
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
2013.III
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV
2016.I
2016.II
2016.III
2016.IV
2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
2013.III
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV
2016.I
2016.II
2016.III
2016.IV
2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I

Fundamental incompleto Fundamental completo Fundamental incompleto Fundamental completo


Médio incompleto Médio completo Médio incompleto Médio completo
Superior Superior

Fonte: IBGE / Pnadc. Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea. Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

BOX 1

A dinâmica dos trabalhadores mais idosos no mercado de tra-


balho

Ao longo dos últimos anos, a população com idade superior a 60 anos vem apresentan-
do uma trajetória diferente das demais faixas etárias. No que diz respeito à ocupação,
nota-se que, à exceção do segundo e do terceiro trimestres de 2016, quando se regis-
trou uma retração na comparação interanual (-0,5% e -2,6%, respectivamente), em
todos os demais períodos a população ocupada vem se expandindo. A partir de 2017,
entretanto, este ritmo de crescimento tornou-se ainda mais significativo, com taxas
girando entre 7,0% e 8,0%. De modo semelhante, o contingente de trabalhadores
mais idosos na força de trabalho também vem se elevando de forma mais acentuada.

7
TABELA 3
Proprção de ocupados com mais de 60 anos - Por categoria
(Em %)
2016 2017 2018
1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. 1º Trim.

Centro oeste 6,3 6,3 6,4 6,5 6,6 6,6 6,7 6,8 6,8
Nordeste 25,3 25,7 25,7 25,6 25,9 25,5 25,6 25,4 25,5
Norte 5,5 5,5 5,4 5,6 5,6 5,6 5,7 5,8 5,8
Sudeste 47,3 46,7 46,3 46,4 45,8 46,1 45,8 46,0 45,7
Sul 15,7 15,8 16,2 16,0 16,1 16,2 16,2 16,1 16,2

Masculino 43,9 43,6 43,8 43,8 44,0 44,0 43,9 43,9 44,0
Feminino 56,1 56,4 56,2 56,2 56,0 56,0 56,1 56,1 56,1

Com carteira 27,6 28,2 28,3 28,5 28,2 27,8 26,9 26,4 26,6
Sem carteira 17,0 17,2 17,7 17,6 18,5 18,2 18,4 18,6 18,1
Conta própria 46,6 46,1 44,6 44,7 43,9 44,3 45,3 45,9 46,0

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


Empregador 8,8 8,5 9,5 9,2 9,4 9,7 9,4 9,0 9,3

Não Chefe de Família 35,5 36,0 36,1 36,3 36,4 36,5 36,9 36,9 36,8
Chefe de Família 64,5 64,0 63,9 63,7 63,6 63,5 63,1 63,1 63,2

Fundamental incompleto 68,8 69,0 68,5 67,9 68,2 67,4 67,0 66,7 67,0
Fundamental completo 7,3 7,1 7,3 7,5 7,2 7,1 7,1 7,1 6,8
Médio incompleto 1,1 1,1 1,2 1,2 1,2 1,5 1,4 1,5 1,5
Médio completo 12,2 12,2 12,0 12,4 12,4 12,7 12,9 12,8 13,1
Superior 10,7 10,7 10,9 11,0 11,0 11,3 11,7 11,8 11,7

Região Metropolitana 40,3 40,3 40,1 40,1 39,9 40,4 40,1 40,7 40,7
Não região Metropolitana 59,8 59,7 59,9 59,9 60,1 59,6 59,9 59,3 59,3

Agricultura 17,4 17,2 16,7 16,1 16,0 15,7 15,0 14,8 15,2
Indústria Transformação 10,3 10,6 10,4 10,0 10,1 10,3 9,7 10,2 10,0
Indústria Extrativa 0,3 0,2 0,2 0,3 0,2 0,3 0,2 0,3 0,2
Serviços de utilidade pública 1,0 1,1 1,3 1,2 1,2 1,2 1,1 1,0 1,2
Construção Civil 7,1 7,3 6,8 6,7 7,0 6,8 7,2 7,2 7,1
Comércio 16,9 16,2 16,7 16,8 16,9 16,9 17,2 16,7 17,0
Serviços financeiros, imobiliários e à empresas 9,2 9,3 9,4 9,8 9,6 9,9 10,1 10,2 9,7
Transporte 5,9 5,3 5,6 5,5 5,5 5,7 5,8 5,8 5,6
Serviços Pessoais 4,0 4,3 4,2 4,3 4,0 4,1 4,2 4,5 4,5
Administração Pública 5,5 6,1 5,9 5,8 5,7 5,5 5,6 5,5 5,7
Saúde e Educação 9,5 9,6 9,9 9,8 9,3 9,3 9,2 9,5 9,5
Alojamento e Alimentação 5,6 5,3 6,1 6,2 6,7 6,8 7,3 6,8 7,0
Serviços domésticos 7,3 7,5 6,9 7,8 7,9 7,5 7,4 7,5 7,3

Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Na desagregação dos dados, observa-se que, na média dos últimos quatro tri-
mestres (2017.II a 2018.I), do total de trabalhadores ocupados com mais de 60
anos de idade, 46% residiam na região Sudeste, 56% eram do sexo feminino e
63% se declararam como chefes de família (tabela 3). Ainda segundo a PNA-
DC, 45% trabalhavam por conta própria e 27% estavam ocupados no mercado
formal. Dentre os setores da economia, as maiores parcelas destes trabalhadores

8
estavam ocupadas no comércio (17%), na agricultura (15%) e no setor de ser-
viços relacionados a educação e saúde (10%). A análise por grau de educação
mostra que, embora 67% deste contingente de trabalhadores tenha apenas o
ensino fundamental incompleto, este percentual tem se reduzido, dado que em
2012 ele era de 71%. Já a proporção de ocupados com mais de 60 anos que têm
escolaridade média ou superior avançou de 20% para 25% entre 2012 e 2018.

Os dados de transição, por sua vez, retratam que o crescimento dos mais idosos
na força de trabalho não ocorre porque tem aumentado o número destes traba-
lhadores que estão saindo da inatividade e retornando ao mercado de trabalho,
e, sim, porque vem recuando a parcela de idosos que decidem sair da força de
trabalho e ir para a inatividade, independentemente de estarem ocupados ou não.

De fato, o percentual de idosos que se GRÁFICO 15

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


mantêm na inatividade durante todo o PNADC -Transição a partir da ocupação: indivíduos
com mais de 60 anos
trimestre apresenta estabilidade entre (Em %)
95% e 96% (gráfico 17). Em contrapar-
90
tida, verifica-se que, em 2012, 20% dos 80 79,7
83,04

idosos ocupados que perderam sua co- 70 60


locação no mercado de trabalho decidi- 50
ram migrar para a inatividade, enquanto 4030
em 2018 o percentual foi menor – 16% 20 19,74
15,71

(gráfico 15). No caso da transição da 100 0,55 1,25

desocupação, apesar de mais volátil, a


2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
2013.III
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV

2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I
201.I
201.II
201.III
201.IV

trajetória é similar. Ou seja, no início Ocupação Desocupação Inatividade


de 2012, 48% dos idosos que estavam
Fonte: IBGE / Pnadc.
desempregados resolveram sair do mer- Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.
cado de trabalho e migraram para a ina-
tividade, ao passo que, em 2018, este percentual recuou para 40% (gráfico 16).

GRÁFICO 16 GRÁFICO 17
PNADC -Transição a partir da desocupação: indiví- PNADC -Transição a partir da inatividade: indivídu-
duos com mais de 60 anos os com mais de 60 anos
(Em %) (Em %)

60 100 95,71

90 94,88
50 47,58
80
40
39,46 70
27,92 60
37,24
30 50
40
20 24,5 23,29 30
20
10
10
0 0
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
2013.III
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV

2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I
201.I
201.II
201.III
201.IV
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
2013.III
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV

2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I
201.I
201.II
201.III
201.IV

Ocupação Desocupação Inatividade Ocupação Desocupação Inatividade

Fonte: IBGE / Pnadc. Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea. Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

9
Esse aumento da presença de trabalhadores mais idosos na força de trabalho vem
acompanhado por um incremento similar na ocupação. Apesar de os dados de
transição indicarem que vem se tornando mais difícil a saída destes trabalhadores
do desemprego para a ocupação, a PNADC também mostra que vem crescendo o
percentual de idosos que se mantêm ocupados durante todo o trimestre. No primei-
ro caso, observa-se que, no primeiro trimestre de 2012, 28% dos desocupados com
mais de 60 anos conseguiram uma colocação no mercado de trabalho, enquanto em
2018 esse percentual foi de 23%. No entanto, a parcela de idosos que se mantinha
ocupada durante todo o trimestre saltou de 80% para 83% entre 2012 e 2018. Por
fim, ressalta-se que, embora em termos quantitativos os trabalhadores mais idosos
correspondam ao grupo com menor participação no total da ocupação, este percen-
tual vem crescendo ao longo do tempo, passando de 6,3% em 2012 para 7,8% em
2018, refletindo, em parte, o envelhecimento da população brasileira e, a ser confir-
mado pelos desdobramentos futuros, uma eventual mudança de comportamento

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


desse grupo no que tange a suas decisões de participação no mercado de trabalho.

2 Desalento

Além do desemprego, a PNADC permite um monitoramento de outras formas


de subutilização do trabalho. Em particular, a evolução do grupo fora da força
de trabalho por motivos associados ao desalento vem sendo bastante debatida
ultimamente2, tendo em vista a sua trajetória de crescimento. O aumento desse
contingente é frequentemente associado ao aumento de uma parcela de pessoas
que vinham buscando trabalho por longos períodos de tempo e deixam de fazê-lo
– embora, como será mostrado a seguir, isso nem sempre seja verdade.

O gráfico 18 reporta a evolução dessa GRÁFICO 18


parcela da força de trabalho entre 2016 Evolução
ativa
de desalentados na população em idade

e 2018, confirmando que há em curso


uma tendência de aumento da participa- 3,1
2,9
ção desse grupo na população em idade 2,7 2,7

ativa (PIA). No entanto, tal como já des- 2,52,5


2,3
tacado na seção de Mercado de trabalho 2,1 2,3
2,1
da Carta de Conjuntura nº 38, a evolu- 1,9 1,9
1,7
ção ao longo do ano de 2017 apontava 1,7 1,5
1º trim 16

2º trim 16

3º trim 16

16 16

17 17

17 17

3º trim 17

4º trim 17

1º trim 18

para um crescimento menos acentuado 1,5


4º trim

1º trim

2º trim
1º trim 16

2º trim 16

3º trim 16

3º trim 17

4º trim 17

1º trim 18

do que o que vinha sendo registrado até


4º trim

1º trim

2º trim

Série2
então, chegando, inclusive, a reportar
certa estabilidade. Entretanto, no pri- Fonte: IBGE / Pnadc.
Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.
meiro trimestre de 2018, esse grupo
volta a avançar de forma mais significativa, correspondendo a quase 3,0% do total
da PIA.

2 Tal como o IBGE, consideramos como motivos associados ao desalento as seguintes categorias de respostas à pergunta sobre o motivo
de não ter buscado trabalho na semana de referência: i) não conseguia trabalho adequado; ii) não tinha experiência profissional ou qualifica-
ção; iii) era considerado muito jovem ou muito idoso; e iv) não havia trabalho na localidade.

10
Para uma melhor compreensão desse GRÁFICO 19
fenômeno, por meio da análise dos mi- Desalento: Transições
crodados da PNADC, foram analisados 45
os fluxos de entrada e saída para esse 40
35
grupo. Devido ao caráter longitudinal da 30
PNADC, que entrevista os mesmos do- 25
20
micílios seguidamente por até cinco tri- 15
mestres consecutivos, é possível saber o 10

1º trim 16

2º trim 16

3º trim 16

4º trim 16

1º trim 17

2º trim 17

3º trim 17

4º trim 17

1º trim 18
destino de quem saiu dessa situação ou a
origem de quem entrou nesse grupo. De desalento -> emprego emprego -> desalento
acordo com o gráfico 19, as duas linhas desemprego -> desalento desalento -> desemprego

inferiores mostram o fluxo de pessoas Fonte: IBGE / Pnadc.


entre o desalento e o desemprego. O Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.
fluxo do desemprego para o desalento inspira preocupação, pois indica que pesso-

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


as que vinham tomando alguma atitude para buscar emprego deixaram de fazê-lo.
Entretanto, é interessante notar a queda registrada para esse fluxo específico no
primeiro trimestre de 2018, que, inclusive, atinge um patamar menor do que o flu-
xo inverso (do desalento para o desemprego). Ou seja, se a dinâmica do desalento
dependesse exclusivamente da sua interação com o desemprego, teríamos uma
queda no desalento no primeiro trimestre de 2018.

Por outro lado, as duas linhas superiores indicam que a explicação para a alta do
desalento no primeiro trimestre de 2018 reside na sua interação com o grupo de
pessoas ocupadas. Por certo, nota-se que houve um crescimento acentuado do flu-
xo na direção da ocupação para o desalento, não sendo acompanhado pelo fluxo
na direção inversa.

Dessa forma, em um primeiro momento, pode-se inferir o aumento do desalento


como reflexo de uma parcela de ocupados que perderam seus empregos e não
passaram nem pela desocupação, transitando direto para o desalento. No entanto,
é preciso cautela na interpretação deste fluxo da ocupação para o desalento, dado
que há um intervalo de três meses entre as duas entrevistas consecutivas nos do-
micílios. Logo, é possível ter havido mais de uma transição nesse espaço de tempo.
Por exemplo, é possível ter havido uma transição da ocupação para o desemprego,
e, antes da entrevista seguinte, uma transição do desemprego para o desalento.

Por conseguinte, não podemos descartar a hipótese de que uma parcela relevante
do fluxo “ocupação para desalento” esteja associada a um fluxo “desemprego para
desalento”. Entretanto, mesmo se for o caso, esse fluxo seria de pessoas que pas-
sam um curto período buscando uma ocupação e, por conseguinte, um curto pe-
ríodo no desemprego, reportando, logo em seguida, que não estão mais buscando
por considerar que teriam poucas chances de sucesso. Logo, isso não condiz com
a hipótese mais natural de que o desalento seria alimentado por um influxo de pes-
soas que passam um longo período no desemprego. Sendo assim, os microdados
da PNADC permitem que se descarte essa hipótese para a explicação do aumento
do desalento no primeiro trimestre de 2018.

11
3 Grau de formalidade

Mantendo a tendência dos últimos tri- GRÁFICO 20


Ocupação por tipo de vínculo - Taxa de variação
mestres, os dados da PNADC indicam interanual
que o aumento da ocupação no mercado (Em %)
de trabalho brasileiro vem sendo possi- 8
bilitado, sobretudo, pela expansão do 6 6,0

número de trabalhadores sem carteira e 4 3,8

por conta própria. No entanto, no pri- 2


0
meiro trimestre de 2018, apesar de ainda -1,2
-2
apresentarem taxas elevadas, houve uma -4
desaceleração de crescimento da popula- -6

ção ocupada nesses dois segmentos (grá-


2013.I

2013.III

2014.I

2014.III

2015.I

2015.III

2016.I

2016.III

2017.I

2017.III

2018.I
fico 20). Em contrapartida, o emprego

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


Com carteira Sem carteira Conta própria

formal vem apresentando redução das Fonte: IBGE / Pnadc.


variações negativas na comparação inte- Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

ranual.

A melhora gradativa do emprego com carteira é corroborada pelos dados de tran-


sição. No primeiro trimestre de 2018 (gráfico 21), o mercado formal ultrapassou
o conjunto do conta própria e se tornou o segundo segmento que mais retirou
trabalhadores do desemprego (aproximadamente 30%). Ainda dentro desta pers-
pectiva de melhora, a participação de trabalhadores oriundos do setor formal que
vem perdendo suas ocupações vem desacelerando de forma contínua ao longo dos
últimos trimestres (gráfico 22).

GRÁFICO 21 GRÁFICO 22
Proporção de desocupados que obtiveram uma Proporção de ocupados que perderam sua
ocupação - por vínculo ocupação - por vínculo
(Em %) (Em %)

50 50
45 45
40 40
35 35
30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
2012.I
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
2013.III
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV
2016.I
2016.II
2016.III
2016.IV
2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I
2012.I
2012.II
2012.III
2012.IV
2013.I
2013.II
2013.III
2013.IV
2014.I
2014.II
2014.III
2014.IV
2015.I
2015.II
2015.III
2015.IV
2016.I
2016.II
2016.III
2016.IV
2017.I
2017.II
2017.III
2017.IV
2018.I

Formal informal Conta própria Empregador Formal informal Conta própria Empregador

Fonte: IBGE / Pnadc. Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea. Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Se, por um lado, os dados da PNADC mostram que, mesmo em recuperação, o


contingente de trabalhadores no mercado formal ainda apresenta recuo em rela-
ção ao observado nos trimestres anteriores, por outro, as estatísticas do CAGED
apontam um desempenho bem mais favorável do emprego com carteira (ver box
2).

12
Após registrar por quase três anos destruição de vagas de trabalhos formais, os
saldos do CAGED, acumulados em doze meses, já registram variações positivas ao
longo de 2018 (gráfico 23). De acordo com os fluxos mensais dessazonalizados,
apesar de uma estabilidade na margem, o número de contratações de trabalhadores
com carteira vem superando o montante de demissões no mercado formal, desde
o fim de 2017, possibilitando uma expansão do estoque de empregos celetistas no
país (gráfico 24).

GRÁFICO 24
GRÁFICO 23 Caged - saldos mensais dessazonalizados - média
Caged - saldos acumulados em doze meses móvel trimestral
(Em milhões de unidades) (Média móvel trimestral - em mil unidades)

1,0
1,5 1,5

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


1,0 1,4
0,5
1,4
0,5
0,0 1,3
0,0 1,3
-0,5
-0,5 1,2
-1,0 1,2
-1,0
-1,5 1,1
-1,5 1,1
-2,0
-2,0 1,0
mai-16

ago-16

jun-17
out-16
dez-16
jan-17
fev-17
mar-17
mai-17

ago-17
jan-16
fev-16
mar-16

jun-16
ago-16
abr-16

dez-17
jan-18
fev-18
mar-18
mai-18
jul-16
set-16
out-16
nov-16

abr-17
mar-17

jun-17

out-17
dez-16
jan-17
fev-17

mai-17
jul-17
ago-17
abr-17

nov-17
out-17
dez-17
jan-18
fev-18
abr-18
mar-18
set-16
nov-16

jul-17
set-17
set-17
nov-17

abr-18
-2,5
-2,5
mar-14
mai-14

jan-15
mar-15
mai-15

jan-16
mar-16
mai-16

jan-17
mar-17
mai-17

jan-18
mar-18
mai-18
jul-14

jul-15

jul-16

jul-17
set-14
nov-14

set-15
nov-15

set-16
nov-16

set-17
nov-17
fev-14
jun-14
ago-14

jun-15

fev-17
jun-17
ago-17
abr-14

out-14
dez-14
fev-15

ago-15

fev-16
jun-16
ago-16
abr-15

out-15
dez-15
abr-16

out-16
dez-16
abr-17

out-17
dez-17
fev-18
abr-18

Admisões Demissões

Fonte: IBGE / Pnadc. Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea. Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Em relação ao grau de formalização da economia, nota-se que, após apresentar


quedas sucessivas desde o fim de 2016, no primeiro trimestre de 2018, aumentou a
proporção dos ocupados que contribuem para o Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS). Esta melhora foi possível graças à recuperação, ainda que modesta,
do mercado formal, tendo em vista que todas as demais categorias apresentaram
estabilidade na participação dos seus ocupados contribuintes do INSS.
GRÁFICO 25
Percentual de ocupados que contribuem para a previdência social
(Em %)

65,7 65,7 65,6


65,4 65,4
64,9 64,9 65,0
64,6 64,7 64,7 64,6
64,2 64,3
64,0 64,0
63,6
63,1 63,2
62,7
62,6
62,0 62,1
61,6 61,6
2012.I

2012.II

2012.III

2012.IV

2013.I

2013.II

2013.III

2013.IV

2014.I

2014.II

2014.III

2014.IV

2015.I

2015.II

2015.III

2015.IV

2016.I

2016.II

2016.III

2016.IV

2017.I

2017.II

2017.III

2017.IV

2018.I

Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

13
BOX 2

As diferenças do emprego formal na PNADC e no CAGED

As divergências entre o desempenho do setor formal do mercado de trabalho


relatados pela PNADC e o CAGED têm chamado a atenção nos últimos meses.
Entretanto, as diferenças entre essas duas fontes de dados são substanciais, o que
as torna não comparáveis de forma imediata. Dentro desta perspectiva, o intuito
deste box é equalizar essas diferenças para que seja possível comparar a trajetória
do emprego formal nas duas pesquisas.

Os dados administrativos do CAGED indicam, mensalmente, o total de desliga-


mentos e admissões de trabalhadores do setor privado formal. Ou seja, tem-se o
montante de empregos gerados (saldo positivo) ou destruídos (saldo negativo)

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


pela economia no mês em questão. De outro lado, por meio da divulgação men-
sal da PNADC, o IBGE disponibiliza, em cada trimestre móvel, a estimativa do
estoque dos empregados do setor privado com carteira (exclusive trabalhadores
domésticos).

Portanto, devemos transformar a informação do CAGED, que é o fluxo de em-


pregos formais, em uma variável de estoque. Para tanto é necessário estabelecer
um estoque inicial. Como o objetivo é a comparação com a PNADC, é natural
escolher a estimativa do primeiro trimestre de 2012, que vem a ser a primeira ob-
servação disponível da pesquisa do IBGE. A partir desse estoque inicial é possível
construir o estoque mensal com base nos saldos de movimentações do CAGED.
E, posteriormente, deve-se apenas calcular o trimestre móvel desta série mensal.
GRÁFICO 26
Estoque de empregos formais, trimestre móvel GRÁFICO 27
2012-2018 Taxa de crescimento interanual do emprego formal
(Em milhões de trabalhadores) (Em %)

37 6

36 4

35 2

34 0

33 -2

32 -4

31 -6
fev-abr/13
mai-jul/13

fev-abr/14

fev-abr/16

fev-abr/17
nov-jan/14

mai-jul/14

fev-abr/15
nov-jan/15

mai-jul/15

nov-jan/16

mai-jul/16

nov-jan/17

mai-jul/17

fev-abr/18
nov-jan/18
ago-out/13

ago-out/14

ago-out/15

ago-out/16

ago-out/17
fev-abr/12

out-dez/12
fev-abr/13

out-dez/13
fev-abr/14

out-dez/14
fev-abr/15

out-dez/15
fev-abr/16

out-dez/16
fev-abr/17

out-dez/17
fev-abr/18
jun-ago/12

jun-ago/13

jun-ago/14

jun-ago/15

jun-ago/16

jun-ago/17

PNADC CAGED PNADC CAGED

Fonte: IBGE/PNADC e CAGED/ MTE. Fonte: IBGE/PNADC e CAGED/ MTE.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/IPEA Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/IPEA

Dessa forma, o gráfico 26 retrata a estimativa da PNADC para a quantidade de


empregos formais e a série comparável do CAGED, construída conforme a me-
todologia descrita. Dado que o suposto estoque inicial do CAGED é a própria
estimativa do primeiro trimestre da PNADC, as duas séries partem do mesmo

14
ponto. No gráfico 27, são calculadas as taxas de crescimento interanual do empre-
go formal das duas séries.

No gráfico 26, percebe-se que a quantidade de trabalhadores com carteira, medida


pela PNADC, dado o mesmo estoque inicial, mantém-se sempre acima da obser-
vada pelo CAGED, tendo a diferença a favor da PNADC atingido um pico no
início de 2017 (cerca de 2 milhões de ocupações). No entanto, a partir do fim do
ano passado verifica-se que esse diferencial vem recuando de forma consistente.

Ainda de acordo com os gráficos pode-se afirmar: i) no longo prazo, as duas fon-
tes seguem a mesma tendência (gráfico 26); e ii) no curto prazo, as divergências
entre as pesquisas não são incomuns (gráfico 27). Particularmente, ressalta-se que
a taxa de crescimento do emprego formal na PNADC no início de 2014 apresen-
tou uma forte elevação, enquanto no CAGED o aumento da taxa de crescimento

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


foi bastante reduzido.

Por fim, observa-se que, desde meados de 2017, a taxa de variação interanual do
emprego formal no CAGED tem se recuperado de forma mais rápida que na
PNADC. De fato, no último trimestre móvel, enquanto a taxa de crescimento me-
dida pela PNADC mostra desaceleração, a obtida pelos dados do CAGED não só
se manteve em aceleração, como também já alcançou valores positivos.

Sendo assim, se a evolução do CAGED continuar no mesmo ritmo, o crescimento


do emprego formal na PNADC deverá acelerar, pois as trajetórias de longo prazo
das duas séries são semelhantes. Se essa melhora do CAGED for observada ape-
nas no curto prazo, a trajetória de recuperação do emprego formal na PNADC
pode continuar em ritmo lento.

4 Emprego setorial

De modo geral, os dados do CAGED e da PNADC mostram que a ocupação vem


reagindo em praticamente todos os setores da economia, apesar de apresentarem
intensidades distintas. De acordo com esses mesmos dados, independentemente
do setor, o emprego formal vem evoluindo positivamente, registrando saldos cres-
centes em doze meses. De fato, mesmo a construção civil, que, embora continue
apresentando destruição de empregos em doze meses, já mostra saldos mensais
positivos. Em maio de 2018, este setor abriu mais de 3 mil vagas com certeira
assinada, apresentando um resultado bem superior ao observado nestes mesmos
meses de anos anteriores: -294 (2017), -518 (2016) e -29.795 (2015).

No entanto, o setor de serviços é o que apresenta maior dinamismo, com uma


criação líquida de quase 190 mil novos postos de trabalho nos últimos doze meses
(gráfico 28). Na desagregação deste segmento, observa-se que a maioria das vagas
está sendo aberta nos segmentos de educação, serviços técnico-profissionais e ad-
ministração imobiliária.

15
Ainda dentro desse contexto de recupe- GRÁFICO 28
Caged – setores selecionados
ração, deve-se ressaltar a melhora conti- (Saldos em 12 meses – 1.000 unidades)
nuada do emprego na indústria de trans- 600
formação. Após registrar, em março de 400
2016, destruição recorde de mais de 700 200

mil vagas, em doze meses, este setor veio 0


-200
reagindo ao longo dos últimos meses, de -400
forma que, em maio de 2018, o saldo -600
acumulado foi de aproximadamente 32 -800

mil novos postos de trabalho. Dentro do

fev-15

jun-15
ago-15

jun-16
out-15

ago-16

jun-17
out-16
abr-15

dez-15
fev-16
abr-16

dez-16
fev-17

ago-17
out-17
abr-17

dez-17
fev-18
abr-18
mar-15
mai-15

jan-16
mar-16
mai-16

jan-17
mar-17
mai-17

jan-18
mar-18
mai-18
jul-15

nov-15

jul-16

nov-16

jul-17

nov-17
set-15

set-16

set-17
setor, os destaques são os segmentos da Indústria de Transformação Construção Civil Comércio Serviços

indústria química e farmacêutica; couros


Fonte: IBGE / Pnadc.
e borracha, calçados e têxteis. Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


As estatísticas da PNADC (mercados formal e informal) também retratam uma
expansão da ocupação em praticamente todos os setores da economia. Por cer-
to, na comparação interanual, nota-se que apenas dois dos onze setores mostram
variações negativas: agricultura (-2,3%) e construção civil (-4,1%). A pesquisa do
IBGE também mostra que o maior dinamismo está no setor de serviços, com des-
taque para “outros serviços”, “alojamento e alimentação” e “saúde e educação”,
com um crescimento da ocupação no primeiro trimestre de 10,4%, 5,7% e 3,8%,
respectivamente (tabela 4).

TABELA 4
PNADC - População ocupada por setores
(Taxa de variação interanual, em %)
1º Trim- 2º Trim- 3º Trim- 4º Trim- 1º Trim- 2º Trim- 3º Trim- 4º Trim- 1º Trim-
16 16 16 16 17 17 17 17 18
Agricultura -1,1 -1,5 -4,7 -4,5 -8,0 -8,1 -4,4 -5,1 -2,3

Indústria de transformação -11,5 -11,0 -10,1 -7,7 -2,9 0,8 2,1 4,6 2,0

Construção civil -1,2 3,9 -2,3 -10,8 -9,5 -9,2 -3,8 -1,9 -4,1

Comércio 0,0 -1,0 -2,8 -0,4 -1,3 0,0 2,4 1,2 1,5

Administração pública -3,9 -1,4 -2,1 -1,3 -3,1 -3,1 -2,9 -5,3 1,6

Transporte e Correios 4,3 5,0 5,2 2,2 10,3 2,9 2,6 -1,0 2,3

Alojamento e Alimentação 4,0 3,8 8,0 5,4 11,0 12,9 12,0 8,7 5,7
Intermediação financeira, Imobiliária e
-6,3 -10,0 -9,3 1,8 2,5 1,4 5,1 4,2 1,3
Serviços à empresas
Saúde e Educação 5,8 5,5 4,2 -0,4 -1,4 -0,4 2,0 2,9 3,8

Outros serviços 0,2 -0,5 2,3 4,0 2,1 7,8 5,0 8,7 10,4

Serviços domésticos 4,3 5,3 2,8 -3,7 -2,9 -2,9 0,4 4,2 2,5
Fonte: IBGE / Pnadc.
Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

A análise dos dados da PNADC, por tipo de vínculo, mostra, entretanto, algumas
especificidades. No caso da construção civil, observa-se que a queda registrada no
primeiro trimestre do ano veio, sobretudo, pela forte retração do emprego formal
no setor (-12,0%), tendo em vista que o número de trabalhadores sem carteira as-
sinada foi 4,0% maior que o observado no mesmo período de 2017 (tabela 5). De
fato, a PNADC mostra que, dos treze setores pesquisados, apenas cinco mostram
expansão do emprego formal em 2018.

16
TABELA 5
PNADC – População ocupada por setores e posição na ocupação - 1º trimestre de 2018
(Taxa de variação interanual, em %)
Taxa de variação internaual (%)
Com Carteira Sem Carteira Conta-Própria
TOTAL -1,2 6,0 3,8

Agricultura 1,6 -1,9 -4,7


Indústria Transformação -0,6 7,8 6,5
Indústria Extrativa 0,7 -24,6 -8,2
SIUP -0,2 11,7 3,3
Construção Civil -12,0 4,0 -4,3
Comércio -1,9 6,5 5,0
Intermediação Financeira, Imobiliária e Serviços à empresas 0,7 5,5 1,9
Transporte -4,8 5,0 11,4
Serviços Pessoais 1,0 16,0 12,2
Administração Pública -1,9 18,6 ---
Saúde e Educação 0,6 15,6 13,7
Alojamento e Alimentação -2,4 3,8 13,6
Serviços Domésticos -2,6 4,8 ---
Fonte: IBGE / Pnadc.

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

5 Rendimentos

Mantendo a trajetória, iniciada em 2017, os rendimentos reais continuam a apre-


sentar variações positivas, na comparação interanual. No último trimestre móvel,
encerrado em abril, o rendimento médio real habitualmente recebido registrou
alta de 0,8% em comparação ao observado neste mesmo período em 2017 (grá-
fico 29). Essa variação, entretanto, está subestimada, tendo em vista que, desde o
primeiro trimestre de 2018, saiu do plano amostral da pesquisa a participação de
um entrevistado do setor de transportes, da cidade de São Paulo, que declarava ter
uma renda mensal de R$ 1 milhão3. Conforme divulgado na seção de Mercado de
Trabalho da Carta de Conjuntura nº 37, se no momento da entrada deste indivíduo
na amostra houve uma aceleração no ritmo de crescimento dos rendimentos, no
momento da sua saída, verifica-se o inverso, ou seja, uma desaceleração da taxa de
variação.
GRÁFICO 29
PNADC – rendimento médio real
(Valor absoluto e taxa de variação interanual)
2.250 5
4
2.200 3
2
2.150 1
0
R$

2.100 -1
-2
2.050 -3
-4
2.000 -5
fev-abr/12

out-dez/12

fev-abr/13

out-dez/13

fev-abr/14

out-dez/14

fev-abr/15

out-dez/15

fev-abr/16

out-dez/16

fev-abr/17

out-dez/17

fev-abr/18
jun-ago/12

jun-ago/13

jun-ago/14

jun-ago/15

jun-ago/16

jun-ago/17
abr-jun/12

ago-out/12

dez-fev/13

abr-jun/13

ago-out/13

dez-fev/14

abr-jun/14

ago-out/14

dez-fev/15

abr-jun/15

ago-out/15

dez-fev/16

abr-jun/16

ago-out/16

dez-fev/17

abr-jun/17

ago-out/17

dez-fev/18

Rendimento real médio Taxa de Variação

Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

3 De acordo com as notas metodológicas da PNADC, divulgadas pelo IBGE, o esquema de rotação da amostra adotado foi o 1-2(5). Neste
esquema o domicílio é entrevistado um mês e sai da amostra por dois meses seguidos, sendo esta sequência repetida cinco vezes.

17
De fato, ao se utilizarem os microdados da PNADC, e excluindo-se a informação
salarial desse indivíduo, verifica-se que não só a expansão dos rendimentos médios
reais, no passado, foi mais amena, como, também, recentemente, esta se mostra
mais intensa (gráfico 30).

Na decomposição por vínculo da ocupação, os dados mostram que todos os seg-


mentos apresentam aceleração nas suas taxas de crescimento salarial. Destaca-se
a volatilidade dos rendimentos do setor privado sem carteira, que, após registar
queda de 4,0% no período janeiro-março, mostrou leve alta de 0,2% no último
trimestre móvel, encerrado em abril deste ano (gráfico 31).
GRÁFICO 30 GRÁFICO 31
PNADC – rendimento médio real – taxa de variação PNADC – rendimento médio real – por tipo de
original e ajustada vínculo
(Em %) (Taxa de variação interanual – em %)

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


10
3,0 8
6
4
2,4
2,3 2
2,1
0
-2
1,5 1,6 1,6 1,5 -4
-6
-8
0,8
fev-abr/16

mai-jul/16
jul-set/16
set-nov/16
out-dez/16

fev-abr/17

mai-jul/17
jul-set/17
set-nov/17
out-dez/17

fev-abr/18
jun-ago/16

jun-ago/17
jan-mar/16
mar-mai/16
abr-jun/16

ago-out/16

nov-jan/17
dez-fev/17
jan-mar/17
mar-mai/17
abr-jun/17

ago-out/17

nov-jan/18
dez-fev/18
jan-mar/18
0,0

2017.1 2017.2 2017.3 2017.4 2018.1 Privado- com carteira Privado - sem carteira
Ajustada original Público Conta própria

Fonte: IBGE / Pnadc. Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea. Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

Os dados expostos na tabela 6 revelam que a dinâmica salarial tem se dado de


modo diferente dentre as diversas categorias. Em relação ao corte geográfico, ob-
serva-se que, embora todas as regiões apresentem rendimentos reais crescentes,
as maiores variações ocorreram no Norte e no Centro-Oeste. Na abertura por gê-
nero, no primeiro trimestre de 2018, enquanto os rendimentos dos homens apre-
sentaram alta de 1,7%, o salário médio recebido pelas mulheres recuou 0,4%. No
que diz respeito à idade e ao grau de instrução, as maiores taxas de variação foram
obtidas nos segmentos dos trabalhadores de 25 a 39 anos e nos de escolaridade
média incompleta.

A conjunção dessa trajetória de crescimento dos rendimentos reais com o aumen-


to da população ocupada vem possibilitando uma expansão continuada da massa
salarial. No último trimestre móvel, encerrado em abril, a massa de rendimentos da
economia brasileira mostra avanço de 2,5%, na comparação interanual (gráfico 32).
Vale ressaltar, entretanto, que, assim como aconteceu com os rendimentos, este
aumento da massa salarial também estaria subestimado. Por certo, para efeito de
comparação, após a utilização dos microdados da PNADC, retirando-se a informa-
ção salarial do indivíduo com renda declarada de R$ 1 milhão, a taxa de crescimen-
to da massa salarial real, no primeiro trimestre de 2018, acelera de 1,8% para 3,4%.

18
TABELA 6
PNADC – Rendimento médio real - Dados desagregados
(Taxa de variação interanual, em %)
2016 2017 2018
1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. 1º Trim.
Centro Oeste -4,2 -4,0 -1,6 0,4 2,5 2,4 1,4 3,5 2,7
Nordeste -4,3 -4,4 -3,9 0,8 3,6 4,6 3,5 4,2 1,6
Norte -7,6 -1,5 -3,8 -1,5 2,6 1,8 4,8 5,6 3,0
Sudeste -1,0 -4,1 -2,1 -0,7 -1,0 0,0 0,1 0,0 0,2
Sul -6,1 -4,6 -0,8 2,0 4,3 3,9 2,2 1,5 0,3

Masculino -3,7 -5,4 -2,7 0,1 1,1 2,5 2,2 2,6 1,7
Feminino -2,0 -1,6 -0,6 1,1 2,6 1,7 0,9 0,2 -0,4

18 a 24 anos -5,7 -3,1 -2,9 -1,1 1,7 0,1 1,4 0,5 -1,2
25 a 39 anos -2,2 -3,2 -2,4 1,1 1,2 1,7 0,9 1,2 1,0
40 a 59 anos -4,4 -5,8 -3,1 -1,2 0,8 2,0 2,1 2,1 0,7
60 anos ou mais -5,0 -5,7 1,0 0,1 2,0 3,4 0,4 0,1 0,9

Não Chefe de Família -0,9 -0,6 1,9 4,3 4,9 4,4 3,4 2,0 -0,6
Chefe de Família -4,6 -6,1 -4,1 -2,1 -0,6 0,7 0,6 1,7 2,2

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


Fundamental
-5,9 -4,6 -1,9 -1,3 1,9 3,0 1,7 1,2 0,6
incompleto
Fundamental completo -3,4 -4,0 -1,3 -0,9 -0,9 0,6 -0,5 -0,1 -0,3
Médio incompleto -7,6 -4,9 -4,9 -1,5 3,6 2,4 3,8 5,0 3,2
Médio completo -6,4 -4,3 -3,2 -2,1 0,3 -1,0 -2,3 -1,5 -1,5
Superior -3,7 -6,6 -3,8 -1,6 -0,9 0,5 0,1 0,9 -1,1

RM -4,9 -5,0 -2,8 -0,4 2,0 3,0 2,1 1,6 0,8


NRM -1,3 -3,1 -1,1 0,9 0,7 1,2 1,0 1,6 0,9
Fonte: IBGE / Pnadc.
Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

GRÁFICO 32
Massa salarial real habitualmente recebida
(Valor absoluto e taxa de variação interanual)
200.000 8
195.000 6
190.000 4
185.000 2
R$ (em bilhões)

180.000 0
175.000 -2
170.000 -4
165.000 -6
fev-abr/12

out-dez/12

fev-abr/13

out-dez/13

fev-abr/14

out-dez/14

fev-abr/15

out-dez/15

fev-abr/16

out-dez/16

fev-abr/17

out-dez/17

fev-abr/18
jun-ago/12

jun-ago/13

jun-ago/14

jun-ago/15

jun-ago/16

jun-ago/17
abr-jun/12

ago-out/12

dez-fev/13

abr-jun/13

ago-out/13

dez-fev/14

abr-jun/14

ago-out/14

dez-fev/15

abr-jun/15

ago-out/15

dez-fev/16

abr-jun/16

ago-out/16

dez-fev/17

abr-jun/17

ago-out/17

dez-fev/18

Massa Salarial Real Taxa de variação

Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

19
ANEXO A

TABELA A1
Taxa de desocupação
(Em %)
2° T. 3° T. 4° 1° T. 2° T. 3° T. 4° 1° T. 2° T. 3° T. 4° 1° T. 2° T. 3° T. 4° T. 1° T.
UF
2014 2014 T.2014 2015 2015 2015 T.2015 2016 2016 2016 T.2016 2017 2017 2017 2017 2018
Rondônia 4,11 4,11 3,58 4,4 4,92 6,68 6,33 7,49 7,76 8,44 7,82 8,04 8,93 8,07 7,65 10,38
Acre 9,56 6,96 6,18 8,72 8,72 8,76 7,65 8,68 11,02 12,08 11,67 15,9 14,91 13,54 12,19 14,44
Amazonas 8,26 6,72 7,71 9,36 9,46 10,05 9,09 12,70 13,21 13,57 14,83 17,71 15,47 16 13,48 13,89
Roraima 5,24 6,27 6,31 8,9 7,77 9,3 8,07 8,27 7,98 9,71 9,22 10,34 10,84 8,91 9,35 10,31
Pará 7,02 7,18 6,98 9,17 8,94 8,42 8,61 10,03 10,86 10,96 12,67 13,81 11,39 11,12 10,65 12,18
Amapá 9,91 10,57 9,52 9,63 10,11 11,71 12,69 14,26 15,8 14,86 16,75 18,48 17,1 16,56 18,76 21,47
Tocantins 7,65 7,53 6,35 8,73 7,63 9,2 9,02 10,69 11,18 10,75 13,07 12,61 11,71 11,82 10,47 11,03
Maranhão 7,16 6,69 7,03 8,92 8,78 8,45 8,22 10,83 11,81 11,87 12,95 14,97 14,61 14,38 13,29 15,61
Piauí 7,01 6,10 5,93 7,7 7,66 7,63 7,18 9,56 9,88 9,38 8,83 12,58 13,52 12,03 13,28 13,17
Ceará 7,49 7,41 6,58 7,98 8,81 9,54 9,01 10,77 11,45 13,06 12,41 14,25 13,24 11,77 11,05 12,85

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


Rio Grande do Norte 11,53 10,54 10,36 11,48 11,57 12,65 12,16 14,35 13,47 14,12 14,67 16,33 15,62 13,7 12,25 14,91
Paraíba 8,77 9,21 8,07 9,15 9,07 10,3 9,51 10,03 10,7 12,77 11,94 13,21 11,43 10,78 10,05 11,73
Pernambuco 7,92 8,31 7,59 8,16 9,07 11,2 11,02 13,27 13,96 15,33 15,61 17,1 18,85 17,9 16,84 17,74
Alagoas 9,65 9,72 9,38 11,07 11,7 10,68 11,3 12,80 13,92 14,76 14,75 17,5 17,82 15,87 15,51 17,7
Sergipe 9,56 9,04 8,91 8,61 9,05 8,59 9,92 11,25 12,64 14,24 14,97 16,08 14,08 13,6 13,44 17,09
Bahia 10,10 9,74 9,74 11,31 12,72 12,83 12,18 15,52 15,38 15,91 16,64 18,56 17,48 16,69 14,99 17,94
Minas Gerais 6,82 6,85 6,24 8,24 7,85 8,63 9,29 11,15 10,93 11,2 11,11 13,67 12,17 12,28 10,64 12,62
Espírito Santo 6,49 5,79 6,05 6,92 6,62 8,15 9,07 11,05 11,5 12,72 13,6 14,45 13,35 12,99 11,6 12,52
Rio de Janeiro 6,44 6,13 5,78 6,55 7,2 8,23 8,53 10,01 11,38 12,11 13,44 14,51 15,65 14,48 15,07 15,04
São Paulo 7,04 7,22 7,08 8,45 8,99 9,57 10,12 11,96 12,18 12,78 12,41 14,23 13,5 13,24 12,71 13,95
Paraná 4,15 4,07 3,70 5,31 6,15 6,13 5,79 8,06 8,19 8,49 8,05 10,33 8,91 8,46 8,27 9,6
Santa Catarina 2,78 2,89 2,66 3,87 3,91 4,35 4,18 5,99 6,66 6,36 6,16 7,87 7,51 6,74 6,35 6,52
Rio Grande do Sul 4,90 5,17 4,50 5,63 5,88 6,85 6,51 7,48 8,72 8,24 8,25 9,14 8,42 8,05 7,98 8,51
Mato Grosso do Sul 3,93 4,03 3,77 6,1 6,22 6,27 5,93 7,78 6,97 7,66 8,16 9,78 8,86 7,91 7,3 8,45
Mato Grosso 3,93 3,74 3,97 5,65 6,16 6,62 5,66 9,09 9,8 8,95 9,49 10,47 8,62 9,38 7,33 9,28
Goiás 5,39 5,14 5,03 6,96 7,34 7,2 7,69 9,95 10,15 10,47 11,2 12,69 11,03 9,25 9,36 10,25
Distrito Federal 9,19 8,86 8,71 10,78 9,63 10,26 9,7 11,20 10,93 12 13,87 14,12 13,15 12,33 13,24 14,01

Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

20
ANEXO B
TABELA B1 a
PNADC - Indicadores do mercado de trabalho
(Taxa de variação interanual, em %)
PO PEA

2016 2017 2018 2016 2017 2018

1º tri. 2º tri. 3º tri. 4º tri. 1º tri. 2º tri. 3º tri. 4º tri. 1º tri. 1º tri. 2º tri. 3º tri. 4º tri. 1º tri. 2º tri. 3º tri. 4º tri. 1º tri.

Brasil -1,5% -1,5% -2,4% -2,1% -1,9% -0,6% 1,6% 2,0% 1,8% 1,8% 1,8% 0,8% 1,3% 1,4% 1,3% 2,4% 1,8% 1,1%

Centro Oeste -1,3% 0,2% -0,4% -0,4% -4,2% -0,8% 1,9% 3,2% 3,9% 1,3% 2,7% 2,4% 3,5% 0,0% 0,6% 2,8% 1,5% 2,1%

Nordeste -3,7% -3,9% -6,4% -5,5% -4,9% -3,9% -0,2% 1,3% 0,9% -0,1% -0,7% -2,8% -1,2% -1,0% -0,9% 0,7% 0,7% 0,5%

Norte 0,3% -0,2% -2,9% -3,5% -0,5% 0,3% 2,0% 4,2% 3,7% 2,3% 2,8% -0,1% 1,0% 2,7% 2,5% 3,2% 2,5% 1,9%

Sudeste -1,1% -0,9% -1,1% -0,7% -0,8% 0,8% 1,8% 2,1% 2,2% 2,7% 2,9% 2,5% 2,5% 1,3% 1,2% 1,8% 2,4% 1,7%

Sul -0,1% -0,9% -0,6% -1,3% -0,1% 1,2% 4,0% 1,5% 0,4% 2,3% 1,8% 1,4% 0,8% 2,6% 2,2% 3,6% 1,5% -0,5%

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


Masculino -1,2% -1,1% -2,1% -2,6% -2,7% -1,6% 0,4% 0,9% 1,1% 1,9% 1,9% 1,0% 0,6% 0,2% 0,2% 1,1% 0,7% 0,4%

Feminino -1,9% -2,1% -3,0% -1,5% -0,7% 0,6% 3,2% 3,5% 2,9% 1,6% 1,7% 0,6% 2,1% 2,9% 2,7% 4,0% 3,1% 2,0%

De 14 a 24 anos -8,2% -7,4% -9,1% -8,8% -5,1% -2,3% 2,2% 3,0% 1,3% 0,9% 1,8% -0,3% 0,1% 1,7% 1,6% 3,5% 2,0% 0,0%

De 25 a 39 anos -1,1% -1,3% -1,5% -1,4% -2,2% -1,1% 0,1% 0,4% 0,9% 1,2% 1,3% 0,9% 1,7% 1,1% 0,8% 0,6% 0,0% -0,1%

De 40 a 59 anos 2,2% 1,8% -0,5% -1,2% -0,8% -0,3% 1,6% 2,4% 1,8% 2,5% 2,5% 1,6% 1,0% 1,4% 1,2% 2,3% 2,4% 1,7%

Mais de 59anos 2,5% -0,5% -2,6% 3,1% 0,4% 3,7% 9,1% 7,1% 8,0% 3,7% 0,7% -1,7% 4,1% 1,8% 4,5% 9,8% 8,0% 8,0%

Não Chefe
-2,2% -1,1% -1,6% -1,3% -0,4% 0,7% 3,4% -89,6% 2,7% 2,1% 3,3% 2,4% 3,0% 3,3% 2,9% 4,0% 2,8% 1,6%
Família

Chefe Família -0,8% -2,0% -3,3% -3,0% -3,4% -2,0% -0,3% 0,4% 0,9% 1,3% 0,1% -1,1% -0,8% -0,9% -0,5% 0,3% 0,6% 0,6%

Fundamental
-4,2% -3,4% -5,9% -8,8% -7,4% -6,1% -2,7% -0,9% -1,1% -1,5% -0,6% -3,2% -5,3% -4,0% -3,7% -1,7% -1,3% -1,4%
incompleto

Fundamental
-6,9% -7,5% -11,0% -7,7% -9,1% -12,4% -7,0% -7,4% -8,8% -3,4% -3,5% -7,1% -4,0% -5,3% -10,1% -5,5% -7,2% -9,2%
completo
Médio
-9,6% -10,3% -6,2% 3,7% 4,3% 13,8% 14,0% 13,0% 10,1% -2,3% -2,7% 1,1% 11,5% 9,5% 15,6% 13,3% 10,6% 7,1%
incompleto

Médio completo 1,3% 1,6% 2,3% 0,2% 0,8% 1,6% 1,2% 4,4% 1,9% 5,1% 5,1% 5,9% 3,8% 4,2% 3,6% 2,1% 1,8% 1,1%

Superior 3,1% 2,0% 0,6% 4,6% 3,2% 4,7% 7,9% 6,6% 7,1% 5,2% 4,3% 2,3% 6,2% 5,0% 5,4% 7,9% 6,8% 6,5%

Região
-1,7% -1,8% -3,1% -3,0% -2,9% -1,0% 1,5% 2,4% 2,0% 1,3% 1,1% -0,6% -0,2% 0,2% 0,5% 2,2% 1,7% 0,9%
Metropolitana

Não Região
-1,2% -1,2% -1,6% -1,0% -0,4% -0,1% 1,8% 1,6% 1,6% 2,4% 2,7% 2,7% 3,3% 3,0% 2,4% 2,5% 1,9% 1,4%
Metropolitana

Fonte: IBGE / Pnadc.


Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

21
TABELA B1 b
PNADC - Indicadores do mercado de trabalho
(Taxa de variação interanual, em %)
PIA Taxa de participação

2016 2017 2018 2016 2017 2018

1º tri. 2º tri. 3º tri. 4º tri. 1º tri. 2º tri. 3º tri. 4º tri. 1º tri. 1º tri. 2º tri. 3º tri. 4º tri. 1º tri. 2º tri. 3º tri. 4º tri. 1º tri.

Brasil 1,1% 1,3% 1,2% 1,3% 1,2% 1,1% 1,3% 1,0% 1,0% 61,4% 61,6% 61,2% 61,4% 61,6% 61,7% 61,8% 61,8% 61,6%

Centro Oeste 1,7% 2,2% 2,0% 2,2% 2,5% 2,2% 3,0% 2,3% 2,3% 64,8% 65,5% 64,9% 65,6% 65,2% 65,7% 65,7% 65,1% 65,1%

Nordeste 1,2% 1,3% 1,5% 1,6% 1,6% 1,4% 1,2% 1,0% 0,6% 56,1% 56,0% 55,0% 55,0% 54,7% 54,8% 54,7% 54,9% 54,6%

Norte 2,1% 2,6% 2,3% 2,4% 0,6% 0,7% 1,1% 2,8% 2,5% 61,4% 61,3% 60,3% 60,5% 60,0% 60,3% 60,2% 60,4% 59,6%

Sudeste 0,7% 1,0% 0,7% 0,9% 1,0% 0,7% 0,8% 0,8% 0,8% 63,1% 63,5% 63,6% 63,8% 64,4% 64,6% 64,9% 64,8% 65,0%

Sul 1,1% 1,3% 1,3% 1,0% 2,0% 1,9% 2,4% 1,0% 0,6% 64,6% 64,3% 63,9% 64,3% 64,8% 64,6% 64,5% 64,7% 64,0%

Masculino 1,2% 1,5% 1,5% 1,4% 1,2% 1,1% 1,0% 0,7% 0,5% 72,7% 72,5% 72,0% 72,0% 72,0% 71,9% 72,0% 72,0% 71,9%

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


Feminino 1,0% 1,1% 0,9% 1,3% 1,2% 1,2% 1,7% 1,5% 1,3% 51,2% 51,6% 51,3% 51,6% 52,0% 52,3% 52,5% 52,5% 52,3%

De 14 a 24 anos -0,2% 0,1% 0,5% 0,2% 0,7% 0,7% -0,1% -0,4% -1,4% 50,2% 50,3% 49,2% 49,7% 50,7% 50,8% 50,9% 51,0% 51,5%

De 25 a 39 anos 0,4% 0,8% 1,0% 1,2% 0,8% 0,3% -0,2% -0,6% -0,3% 81,7% 81,9% 81,7% 81,9% 82,0% 82,3% 82,3% 82,4% 82,1%

De 40 a 59 anos 2,9% 3,0% 2,0% 1,5% 1,7% 1,4% 2,0% 1,9% 1,4% 72,8% 72,9% 72,8% 72,7% 72,6% 72,8% 73,0% 73,1% 72,8%

Mais de 59 anos 3,2% 2,6% 1,6% 2,8% 1,5% 2,5% 4,4% 4,4% 5,0% 22,6% 22,5% 22,2% 22,8% 22,7% 23,0% 23,4% 23,5% 23,3%

Não Chefe Família 0,6% 1,3% 1,1% 1,3% 1,3% 1,0% 1,3% 0,9% 0,4% 56,9% 57,3% 57,0% 57,5% 58,0% 58,3% 58,6% 58,6% 58,7%

Chefe Família 1,7% 1,4% 1,4% 1,4% 1,0% 1,3% 1,4% 1,5% 1,8% 67,9% 67,6% 67,1% 66,8% 66,6% 66,4% 66,4% 66,2% 65,8%

Fundamental
-0,6% 0,5% -0,1% -2,3% -1,6% -1,7% -1,2% -1,3% -0,7% 46,5% 46,2% 45,1% 44,8% 45,3% 45,3% 44,8% 44,8% 45,0%
incompleto

Fundamental completo -3,8% -3,3% -4,9% -1,9% -3,8% -7,6% -5,9% -5,9% -7,9% 58,1% 58,4% 57,4% 58,3% 57,2% 56,8% 57,7% 57,5% 56,4%

Médio incompleto -2,4% -2,9% 0,8% 10,1% 7,3% 11,0% 8,1% 5,2% 2,8% 52,8% 53,9% 54,5% 55,3% 53,9% 56,1% 57,1% 58,1% 56,2%

Médio completo 4,4% 4,3% 5,3% 3,1% 3,3% 3,2% 2,0% 2,1% 2,0% 74,6% 75,2% 75,5% 75,6% 75,3% 75,5% 75,6% 75,4% 74,6%

Superior 4,5% 3,5% 2,1% 5,7% 4,7% 5,4% 7,4% 7,3% 7,1% 79,8% 80,1% 79,9% 80,4% 80,0% 80,1% 80,3% 80,1% 79,6%

Região Metropolitana 0,8% 1,2% 1,1% 1,3% 1,3% 1,2% 1,4% 1,1% 0,9% 60,1% 60,0% 59,2% 59,3% 59,5% 59,6% 59,7% 59,7% 59,5%

Não Região
Fonte: IBGE / Pnadc. 1,4%
Metropolitana
1,5% 1,3% 1,4% 1,0% 1,1% 1,2% 1,2% 1,1% 63,3% 63,8% 64,0% 64,3% 64,5% 64,6% 64,8% 64,7% 64,7%
Elaboração: Grupo de Conjuntura da Dimac/Ipea.

22
Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac)

José Ronaldo de Castro Souza Júnior – Diretor


Marco Antônio Freitas de Hollanda Cavalcanti – Diretor Adjunto

Grupo de Conjuntura

Equipe Técnica:

Christian Vonbun
Estêvão Kopschitz Xavier Bastos
Leonardo Mello de Carvalho
Marcelo Nonnenberg
Maria Andréia Parente Lameiras
Mônica Mora Y Araujo de Couto e Silva Pessoa
Paulo Mansur Levy
Vinicius dos Santos Cerqueira

Carta de Conjuntura | 39 | 2˚ trimestre de 2018


Sandro Sacchet de Carvalho

Equipe de Assistentes:

Augusto Lopes dos Santos Borges


Felipe dos Santos Martins
Felipe Simplicio Ferreira
Julio Cesar de Mello Barros
Leonardo Simão Lago Alvite
Renata Santos de Mello Franco
Victor Henrique Farias Mamede

As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não
exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ou do
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
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