Você está na página 1de 17

MODALIDADES DE GUARDA COM ÊNFASE NA GUARDA COMPARTILHADA E

ASPECTOS DE SUA APLICAÇÃO

Ingrid Arcari Perin1

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo estudar o conceito da modalidade de guarda


compartilhada do filho menor como forma de manter aceso o laço afetivo entre pais e
filhos, bem como resguardar o direito dos genitores de manterem sua autoridade e
responsabilidade pelas decisões cotidianas que versem sobre a vida dos filhos. Ainda,
em consonância com a importância de garantir o vínculo, visa discursar sobre os
diversos benefícios que a modalidade da guarda compartilhada traz à vida da criança
ou adolescente, no seu desenvolvimento pessoal e social, e no amadurecimento de
seus ideais, baseando-se sempre no sentimento familiar, de respeito mútuo, de afeto,
e de coletividade. A discussão mostra-se importante a fim de desmistificar tabus
originados da diferenciação e preconceito histórico entre homem e mulher.
Atualmente, ambos os sexos desempenham um importante papel na sociedade, tanto
no que diz respeito à família, quanto na atividade econômica e provimento de
recursos. Surge, a imperiosa harmonização de um equilíbrio entre os direitos e os
deveres de ambos, principalmente nas responsabilidades relativas à vida da criança
ou adolescente. Observando as peculiaridades do instituto da guarda compartilhada,
especialmente visando a proteção dos filhos menores, compreende-se que esta
modalidade funciona e traz benefícios tanto nos casos de separação amigável entre os
pais, como nas situações em que há litígio, pois desempenha papel de garantir os
laços familiares, evitando o afastamento do genitor que ocasionalmente perdesse a
guarda. Dessa forma, o instituto da guarda compartilhada se manifesta como a melhor
condição, vez que o menor será capaz de superar o rompimento dos pais com mais
facilidade, entendendo que a separação da vida em comum dos seus pais não desfez
os laços familiares entre ele e seu genitor(a). Para a presente pesquisa foi utilizado o
método indutivo e comparativo, e como técnica de pesquisa foi empregada
bibliográfica.

Palavras-chave: Guarda. Guarda Compartilhada. Preservação do vínculo afetivo.


Responsabilização. Direito de Família.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O Brasil é um país com taxa crescente de divórcios e dissoluções de união


estável. Em último estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
– IBGE, no ano de 2017, houve acréscimo de 8,3% no índice de divórcios em nosso
país (IBGE, 2019).

1Ingrid Arcari Perin, aluna da Pós-graduação em Direito Civil com ênfase em Direito de Família e
Sucessões, da Instituição de Ensino Verbo Jurídico. E-mail: ingrid.perin@hotmail.com.
Ainda, conforme estudo recente, realizado em julho deste ano de 2020, pelo
Portal EBC, Agência Brasil, os cartórios do Brasil registraram aumento de 18,7% nos
divórcios consensuais durante a época de pandemia do COVID-19 (AGÊNCIA
BRASIL, 2020).
Nesses casos em que o laço conjugal se desfaz, uma coisa é certa, havendo
filhos menores, estes devem ser protegidos, amparados e acolhidos pelos pais, da
melhor forma possível, a fim de resguardar o direito à uma vida digna, um crescimento
saudável, e uma saúde psicológica favorável para enfrentar as adversidades.

1. PODER FAMILIAR

O poder familiar é exercido pelo pai e pela mãe, estando eles juntos ou
separados, e em consonância com o princípio da igualdade familiar.
Outrossim, de acordo com o Código Civil Brasileiro (2002), disposição do artigo
1.631, na falta de um dos pais, o poder será exclusivo do outro e, ainda, conforme
artigo 1.633, não havendo nenhum dos pais, dar-se-á tutor ao menor.
Conforme a conceituação de Paulo Lôbo (2011, p. 295), o poder familiar é “o
exercício da autoridade dos pais sobre os filhos, no interesse destes. Configura uma
autoridade temporária, exercida até a maioridade ou emancipação dos filhos”.
Tendo por base o conceito dissertado, conclui-se que o poder familiar é o fato
de os pais (ou tutor) decidirem pelos seus filhos menores, os quais ainda não possuem
capacidade absoluta para a vida civil e, dessa forma, necessitam de alguém
plenamente capaz para lhes representar ou assistir.
De outro lado, como tudo o que se institui pode ser destituído, com o poder
familiar isso também ocorre. A destituição do poder familiar consiste em três espécies
previstas pelo ordenamento jurídico brasileiro: extinção, suspensão e perda.
Ambas as “sanções” estão previstas nos artigos 1.635 a 1.638 do Código Civil
(2002). A extinção ocorre por situações legais, pela emancipação, maioridade, adoção,
e pela morte dos pais ou do filho. A suspensão cabe nos casos em que os pais
abusarem da autoridade e faltarem aos seus deveres. Por fim, a perda se dá por atos
praticados pelos pais, como castigar imoderadamente o filho, abandonar, entregar o
filho à outros, bem como praticarem os crimes previstos no parágrafo único do artigo
1.638 do CC.
Conforme se depreende da análise acima, o poder familiar é autoridade dos
pais do menor, os quais são responsáveis por cuidar de seus interesses. Contudo,
esse mesmo poder pode ser destituído pelas formas destacadas, sendo a suspensão
temporária, quando não repetida, enquanto que a extinção e a perda são medidas
mais gravosas, uma vez que definitivas.

2. GUARDA DOS FILHOS MENORES

Os filhos menores, após a separação dos pais, são considerados vulneráveis


pela sociedade, e necessitam de amparo emocional e legal. Os direitos dos filhos
estabelecem aquilo que é de seu melhor interesse, e devem ser respeitados a fim de
resguardar sua dignidade e crescimento de forma saudável, tanto físico quanto
psicologicamente.

“Os pais ou aqueles que detenham a guarda da criança têm obrigações


e responsabilidades para com a sua segurança, educação, bem-estar,
enfim, todos os cuidados elencados na Constituição que fazem parte
da filosofia do melhor interesse da criança.” (GOMIDE; GUIMARÃES;
MEYER, 2003)

Tudo o que se faça após a ruptura de fato dos pais, desde a separação de
corpos, os trâmites judiciais ou extrajudiciais do divórcio ou dissolução de união
estável, até a volta à rotina do menor, deve considerar o seu melhor interesse.
A guarda exercida pelos pais da criança ou adolescente é necessária, e a
maneira como é desempenhada é fundamental para o desenvolvimento da pessoa.
Por isso, o ordenamento jurídico é exigente, batendo nesta tecla com firmeza, visando
garantir todos os cuidados necessários para a criação de homens e mulheres dignos.

3. MODALIDADES DE GUARDA

A guarda dos filhos menores pode ser exercida de três formas, duas previstas
pelo ordenamento jurídico brasileiro, guarda unilateral e guarda compartilhada, e a
terceira acrescida pela doutrina, a guarda exercida de forma alternativa.
3.1 Guarda unilateral

A guarda unilateral, em resumo inicial, é a guarda do menor exercida


exclusivamente por um dos genitores (por questões culturais, normalmente pela mãe).
O genitor que detém a guarda unilateral continua residindo com os filhos
e acompanhando estes de forma assídua, suas atividades, compromissos e
crescimento. Conforme colocado por Peres (2002) “é o tipo de exercício da guarda
que possui raízes profundas em nosso ordenamento jurídico, posto que, durante
décadas chegou a ser o único admitido pelo direito”.
A definição contida no Código Civil Brasileiro (2002), artigo 1.583,
primeira parte do § 1º, sobre a guarda unilateral, é a seguinte, in verbis: “Compreende-
se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua
[…]”.
O tipo da guarda a ser exercida deve ser escolhido, a princípio, pelos
próprios genitores, porém, em caso de não haver concordância, o magistrado, em
procedimento judicial de fixação de guarda, definirá e determinará como a guarda dos
filhos menores será exercida (CC 2002, artigo 1.584, incisos I e II, e § 2º). Ademais,
nas circunstâncias em que o juiz entender que nenhum dos genitores possui
capacidade, naquele momento, de exercer a guarda dos filhos, decidirá por terceiro
próximo que apresente-se apto (CC 2002, artigo 1.584, § 5º).
Definido pela guarda unilateral e quem será o guardião, no mesmo
cenário define-se igualmente o direito de visitas do outro genitor que não obteve a
guarda dos filhos. Este adquire o direito de realizar visitas aos filhos, e o dever de
supervisionar os interesses dos mesmos (CC 2002, artigo 1.583, §3º), fiscalizando a
educação, saúde, e demais necessidades da prole.
A título de complementação, cumpre brevemente discorrer sobre a
obrigatoriedade, daquele que não possui a guarda, de fornecer alimentos aos filhos
menores. Tal verba alimentar deve obedecer o binômio “necessidade versus
possibilidade” elencado no artigo 1.695, § 1º, do CC (2002), e serve para auxiliar no
suprimento das necessidades dos filhos, englobando, não apenas a alimentação, mas
também educação, saúde, vestuário, lazer, e demais necessidades que porventura a
prole vier a ter.
Desta feita, vê-se que a guarda unilateral é a forma na qual apenas um
dos genitores, ou terceiro apto, detém o exercício da guarda dos filhos, enquanto o
outro genitor possui o direito a visitas, e o dever de supervisão de sua prole. Tal
medida era a principal adotada por longo período histórico, porém, tendo em vista as
transformações sociais, está abrindo lugar à outra: a guarda compartilhada.

3.2 Guarda compartilhada

Ao contrário da guarda unilateral que apenas um dos pais é responsável pela


guarda e todas as incumbências que refletem a tutela dos filhos, o sistema da guarda
compartilhada prevê o oposto.
Na modalidade da guarda compartilhada, a guarda dos filhos menores fica à
ambos os genitores, com os mesmos deveres e obrigações, ao mesmo tempo. Como
resume Denise Perissini da Silva (2009, p. 111):

“A guarda compartilhada consiste em uma modalidade de guarda […]


que estabelece uma co-responsabilização igualitária e conjunta de
ambos os pais nas decisões importantes acerca dos filhos comuns.
Nela, não há a figura de um guardião único e o não guardião
secundário e periférico; não há divisões rígidas de papéis […] mas sim
o compartilhamento de tarefas referentes à manutenção e cuidado com
os filhos menores; nenhuma atitude poderá ser tomada sem o
conhecimento e o consentimento do outro pai/mãe; ambos se tornam
cientes dos acontecimentos escolares, médicos e sociais dos filhos
comuns […].”

Os pais, ao passo que compartilham a guarda, continuam a exercer o poder


familiar de forma semelhante como quando viviam na constância do casamento ou
união. Nessa forma de guarda, objetiva-se a manutenção do contato próximo entre
genitores e prole, mesmo com a ruptura dos pais, uma vez que a intenção é
justamente igualar ambos em suas responsabilidades, sem que um tenha vantagem
sobre o outro.
Conforme bem refere Grisard Filho (2009), na guarda compartilhada todas as
decisões importantes sobre os filhos devem ser tomadas por ambos os pais.
Do ponto de vista dos filhos e seu favorecimento, percebe-se que a forma de
guarda compartilhada possibilita acalentar os filhos menores, minorando, na medida
do possível, a dor que padecem com a separação dos pais e, de alguma forma,
permanecer com aquela visão que possuía de família. Estudo realizado por Staudt e
Wagner (2019), identificou:
“A GC [guarda compartilhada] está associada a uma série de
benefícios para a relação entre pais e filhos após o divórcio,
impulsionando o investimento de diferentes áreas do conhecimento em
sua efetividade e ampliação. Da mesma forma, dificuldades e
restrições do arranjo também servem de alerta para o cuidado
necessário em seu estabelecimento.”

Nesta senda, surge a questão: na guarda compartilhada, como é estipulada a


residência dos filhos? Dentro dessa espécie de guarda, foram surgindo algumas
possibilidades para torná-la eficiente, observando cada caso e melhor encaixe, sendo
que pelo menos três delas são citadas por Clarindo (2013):

“Com o fito de atender à manutenção desta convivência peculiar às


separações e divórcios onde se adota a guarda conjunta, existem pelo
menos três espécies de ajustes no tocante à residência dos filhos:
podem continuar no mesmo domicílio em que já moravam; deverão
alternar períodos entre os domicílios do pai e da mãe ou ainda poderão
morar conforme o sistema de aninhamento. É possível que os filhos
tenham dois domicílios, alternando os dias em que passarão na casa
do pai ou da mãe, conforme o relato abaixo publicado na Revista Isto
é:Ainda é possível encontrar na doutrina a definição da guarda
compartilhada desta vez por aninhamento: “O filho permanece na
residência e são os genitores que se revezam, mudando-se
periodicamente cada um deles para a casa em que o filho permanece.”
(DIAS, 2010, p. 437). Neste caso, contudo, existe a necessidade de
manutenção de três residências, o que demanda situação econômica
favorável de ambos os pais.”

Dessa forma, conforme se depreende dos ensinamentos, o fito desta


modalidade é justamente o benefício dos menores, atentando até mesmo na forma de
residência que se dará, visando o melhor encaixe para a prole, conforme possibilidade
de todos.

Ao final, importante destacar que a guarda compartilhada pode ser aplicada


havendo ou não consenso entre os pais. O §2° do artigo 1584 do Código Civil, assim
expõe: "Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será
aplicada, sempre que possível, a guarda compartilhada".

3.3 Guarda alternada (incluída pela doutrina)

A guarda alternada, como o nome já enuncia, é a modalidade na qual a guarda


dos filhos menores fica alternando-se entre os genitores. Reserva-se à uma igualdade
de tempo que cada um dos genitores passa com os filhos.
Nesta forma de guarda, “costuma-se dividir igualmente o tempo em que cada
um dos pais permanecerá com a criança, ou seja, em certo período de tempo pré-
estabelecido cada um dos pais deterá a guarda do filho de forma unilateral” (ALVES;
ARPINI; CÚNICO, 2015).

“Neste modelo de guarda, tem-se também a unidade de exercício, ou


seja, a guarda é exclusiva para um dos pais, porém ela se dá de forma
alternada no tempo e no espaço. Assim, por um laço temporal, que
poderá ser definido por semana, mês, semestre ou qualquer escala de
tempo, o exercício da guarda será exclusiva daquele que mantém o
convívio no lar com os filhos. Nesse tipo de guarda, os filhos, de tempo
em tempo, terão alternância de residência, assim, ora estarão
coabitando com o pai, ora estarão com a mãe.” (PIRES apud
OLIVEIRA; GOULART, 2016).

De outra forma, a guarda alternada não é bem vista por todos os olhos. Alguns
doutrinadores não a acolhem, e muitos profissionais psicólogos não indicam, pois
acreditam que tal modalidade não é benéfica para os menores, os quais ficam sem
referência e concretude em seu desenvolvimento.

“Para Araújo (2014), este tipo de guarda é severamente discutido não


só por doutrinadores, mas por muitos psicólogos que a contra indica.
Apesar de ter a seu favor um maior tempo de convivência entre a
criança e o genitor, possibilitar aos pais igualdade no exercício do
poder familiar, a guarda alternada não possibilita a criança um
paradigma, uma base solida na qual possa se espelhar. Falta para a
criança uma referência ou pelo menos um consenso entre os pais a
sua formação, uma opinião em comum.”(ARAUJO apud OLIVEIRA;
GOULART, 2016)

Dessa forma, percebe-se que a guarda alternada entre os genitores objetiva o


equilíbrio entre ambos com o tratamento de seus filhos, podendo cuidar por igual, bem
como tomar as decisões que acharem corretas e mais benéficas aos seus filhos na
mesma proporção. Contudo, sua aplicação não é benquista, uma vez que, apesar da
intenção, a criança ou adolescente que vive sob a égide da guarda alternada pode não
desenvolver referência concreta para sua formação.
4. VANTAGENS DA APLICAÇÃO DA GUARDA COMPARTILHADA

A guarda compartilhada, quando aplicada corretamente e em atenção às


previsões legais, possui inúmeras vantagens tendo em vista o melhor interesse dos
menores.
Vejamos, a separação dos genitores é um trauma que todas as pessoas,
independentemente da idade, sofrem. Algumas com mais intensidade, outras menos,
porém, o fato de ver sua referência de família se esvaindo sem nada poder fazer, é
desconfortante. Agora imagina-se esse choque seguido de sofrimento que as crianças
e adolescentes passam ao ver, até então, seu único modelo familiar, fortaleza,
partindo-se, um para cada lado, e, muitas vezes, achando que a culpa é sua. Isso
pode ser totalmente perturbante.
Por esse motivo, a guarda compartilhada entra como protagonista na intenção
de assegurar ao menor que a família permanecerá, de sua forma, unida junto a ele. É
um jeito de mostrar aos filhos que o relacionamento entre os pais cessou, mas a
relação entre pais e filhos permanece, e está tudo bem.

“A realidade de ambas as famílias reflete um dado estatístico sobre o


Brasil: o regime de guarda compartilhada vem aumentando desde
2014, quando foi sancionada a Lei nº 13.058, que prevê a aplicação
dessa modalidade de guarda como prioritária nos casos em que ambos
os genitores estejam aptos a exercer o poder familiar. No país, o
número de registros de guarda compartilhada quase triplicou entre
2014 e 2017, passando de 7,5% dos casos de divórcio de casais com
filhos menores para 20,9%, de acordo com as Estatísticas do Registro
Civil, do IBGE”. (TALLMANN; MARTINS, 2019)

Ainda, conforme estudo e estatística realizado pelo IBGE trazido acima, outro
aspecto que torna importante o compartilhamento de guarda é a presença do pai junto
à criação dos filhos, visto que, por motivo cultural, normalmente a mãe assume as
responsabilidades da criação dos filhos após a separação.
Nessa mesma esteira é o entendimento jurisprudencial adotado por diversos
Tribunais de Justiça do Brasil. Destaca-se o julgamento do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio Grande do Sul:

“Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE GUARDA. ALIMENTOS. 1. A


partir do advento da Lei 13.058/2014, que alterou o disposto no art.
1.584, § 2º, do CPC, a guarda compartilhada é a regra, somente sendo
fixada de forma unilateral quando um dos genitores não possuir aptidão
para o seu exercício, o que não é o caso dos autos. A estipulação de
guarda compartilhada não significa alternância de residências, nem
divisão matemática de tempo de convívio entre os genitores, mas, sim,
compartilhamento de responsabilidades decorrentes do poder familiar
[…]. (Apelação Cível, Nº 70080890429, Oitava Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em: 28-
05-2020)” (TJRS, 2020)

No sentido da decisão referida, a qual resume perfeitamente o verdadeiro


sentido da guarda compartilhada, esta modalidade, por ser a regra do ordenamento
jurídico, somente não é preferencialmente aplicada nos casos em que um dos pais
não estiver qualificado para o desempenho da função.
Diante disso, é visto que a guarda compartilhada, além de ter sido colocada
como preferencial no ordenamento jurídico, é bem vista por muitos doutrinadores e
julgadores, como sendo a melhor hipótese e que traz consigo maiores vantagens com
sua aplicação.
Visa o bem estar e melhor interesse dos menores, garantindo a estes um
convívio amplo com ambos os genitores e a sensação de pertencimento e
permanência familiar.

5. DESVANTAGENS DA APLICAÇÃO DA GUARDA COMPARTILHADA

Como toda e qualquer forma, a aplicação da guarda compartilhada também


apresenta desvantagens necessárias de se analisar. Dentre elas, a situação de
conflitos que se colocam os genitores em decorrência de inexistência de acordo em
relação à criação dos filhos, ou fatores externos como brigas pessoais decorrentes
estritamente da relação entre ambos.

“Nos acórdãos estudados, chamou atenção o elevado número de


julgados nos quais se contraindicava a guarda compartilhada, dado que
pode sugerir certa resistência quanto ao emprego dessa modalidade de
guarda. Assim, a desarmonia entre os pais da criança, a inexistência
de fato novo que justificasse a alteração de guarda, as mudanças na
rotina da criança, a distância entre as moradias dos pais, o fato de o
processo de guarda envolver criança de tenra idade, a existência de
conflitos no exercício da guarda e a concessão de visitação livre foram
as justificativas mais usadas para se negar a aplicação da guarda
compartilhada.” (BRITO; GONSALVES, 2013)

Conforme termo acima, há inúmeros motivos que podem atrapalhar a aplicação


da guarda compartilhada, e um deles, também indispensável de estudo, é a rotina da
criança/adolescente.
O que deve ser levado a sério nesse aspecto, é a forma como a criança lidará
com as mudanças de casa, bairro, escola, ou até mesmo cidade. A adaptação frente
ao cotidiano dos filhos é requisito essencial para o bom resultado do compartilhamento
da guarda, até porque, como já descrito inúmeras vezes, o principal objetivo é o
melhor interesse da prole.
O que se vê das desvantagens da aplicação da guarda compartilhada é que
existem, porém todas passíveis de análise e adaptação, e se, mesmo com todo o
desdobramento esta modalidade não for possível de aplicação, a situação específica
pede a definição de outra modalidade de guarda.

6. DA ALIENAÇÃO PARENTAL

Muito se falou até agora sobre a proteção e busca pelo melhor interesse dos
filhos. Os filhos menores incapazes são totalmente amparados pelo nosso
ordenamento jurídico, o qual garante, em inúmeros dispositivos, os direitos daqueles
que, por si só, não conseguem se defender.
Na dissolução ou divórcio dos pais, os filhos se encontram em situação de
vulnerabilidade, à mercê da sociedade e, muitas vezes, das intenções egoístas de
seus próprios pais.

“Assim, o fim da sociedade conjugal não enseja um distanciamento


paterno ou materno-filial, visto que a separação é apenas desta família
e não da família parental. Deve haver, para tanto, uma cooperação e
maturidade dos genitores, para que aceitem e compreendam o fim do
relacionamento. Os pais devem buscar preservar o relacionamento
familiar do filho comum, além de ajudá-lo na compreensão da nova
estrutura familiar, a fim de dar efetividade ao princípio do melhor
interesse da criança e do adolescente.” (NÜSKE; GRIGORIEFF, 2015)

Os casais separam-se por diversos motivos, o que convém apenas a cada um.
O que deve ser entendido é que o término do relacionamento dos pais não é o fim da
família, e sim a alteração da convivência familiar.
A alienação parental é um problema enfrentado principalmente após a
separação dos pais, quando um dos genitores utiliza-se de falácias emocionais e
chantagistas a fim de entrar na psique de seus filhos e montar uma imagem negative
do outro genitor.

“Imperioso relatar que se trata de um trabalho silencioso e sutil do


alienador, visando apenas o rompimento do vínculo do outro genitor
com o filho. O filho passa a se encontrar em um conflito de lealdade,
onde se vê obrigado a escolher um dos pais, já que é induzido a
pensar que um deles é totalmente bom e o outro totalmente mau,
ocorrendo uma dissociação e incapacidade de tolerar diferenças.
Assim, o alienador acaba utilizando-se da inocência e ingenuidade da
criança, conseguindo com que o próprio filho respalde mentiras e volte-
se contra o ascendente. Para o filho, nestes casos, resta estar
“condenado” a permanecer diversos anos com estas falsas alegações:
a construção de uma inexistência (MOLINARI & TRINDADE apud
NÜSKE; GRIGORIEFF, 2015).

A alienação começa com pequenas frases como “sua mãe me fez sofrer muito”,
até chegar em expressões mais fortes como “seu pai nunca gostou de você, eu
sempre te defendi”. Ainda, em casos mais sérios, o alienador acusa o outro genitor de
ações graves, mesmo sem razão, criando na mente da criança ou adolescente uma
imagem totalmente distorcida e baixa de seu outro genitor, não querendo mais nem o
ver ou manter contato.
Ademais, configura-se como alienação parental todas as demais hipóteses
previstas na Lei 12.318/10.
Essas ações, provocam danos sérios à psique dos filhos e, muitas vezes,
irreversíveis. Ademais, a prática da alienação parental pode causar a perda da guarda.

“A perda ou a suspensão do poder familiar é a sanção mais grave


imposta aos pais que faltarem com os deveres em relação aos filhos. O
Código Civil indica em seus artigos 1.637 e 1.638 as hipóteses em que
perderá o poder familiar o pai ou a mãe, ou ambos, se comprovados a
falta, omissão ou abuso em relação aos filhos. Dessa forma, o pai (ou a
mãe) pode vir a perder o poder familiar caso coloque em risco o menor
(por exemplo, em casos de violência ou ameaças físicas e verbais
contra o filho). Mas, para isso, é necessário um processo judicial, no
qual o juiz sempre vai levar em conta o melhor interesse da criança.”
(STRAZZI, 2013)

O acompanhamento ao desenvolvimento dos filhos deve ser feito por ambos os


pais, é de suma importância para a criança e adolescente ter por perto sua base
concretizada de família, isso auxilia e muito na sua educação, crescimento saudável e
formação como pessoa integrante da sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

No Direito Civil Brasileiro, a família é amplamente protegida, tendo como base


legal o vigente Código Civil de 2002.
Dentro do direito de família, a pessoa do filho menor é uma das principais
personalidades que ganha proteção, tendo em vista sua vulnerabilidade presumida,
vez que considerado incapaz civilmente.
Nesse aspecto, os pais possuem o chamado poder familiar, capacidade de
assumir os cuidados e responsabilidades frente aos filhos menores que ainda não
atingiram a capacidade prevista no artigo 3º do Código Civil. Essa aptidão é adquirida
automaticamente, com o nascimento dos filhos, porém pode ser perdida em casos
específicos previstos no ordenamento jurídico quando não se apresentarem mais
capazes para tal responsabilidade.
Com o divórcio dos pais, ambos os genitores permanecem com o poder familiar,
contudo, a convivência sofre alterações, e a forma de exercer o poder também pode
ser adaptado conforme a configuração familiar que passa a ser adotada.
A guarda dos filhos menores é pauta principal, no ponto de vista familiar,
quando o relacionamento entre os pais se desfaz. O que será da vivência dos filhos é
assunto de suma importância e que deve ser analisado com as melhores intenções
possíveis, e sempre visando o melhor interesse da prole. Nesse momento surgem as
variações e opções de guarda: guarda unilateral, guarda compartilhada, ou guarda
alternada (incluída pela doutrina).
A guarda unilateral é a modalidade mais aplicada desde o conhecimento de
família pelo ordenamento jurídico brasileiro. Por esta guarda entende-se que a criança
ou adolescente deva ficar sob os cuidados exclusivamente de um dos cônjuges,
aquele que se mostra melhor e mais apto para o cargo. Ao outro genitor cabe o direito
de visitas, obrigação alimentar, e poder de fiscalização. Cumpre destacar que essa
espécie de guarda veio perdendo efeito após o Código Civil de 2002, que deu ênfase à
guarda compartilhada.
Esse compartilhamento da guarda da prole, após ganhar força de aplicação nos
casos de divórcio e decisão de guarda dos filhos, leva consigo opiniões positivas, mas
também rejeição por grupos de juristas e doutrinadores. A guarda compartilhada
idealiza que ambos os genitores possam exercer plenamente o poder familiar, estando
igualmente ativos nos deveres e obrigações para com seus filhos, tornando-se ambos
responsáveis por cada assunto que importe na vida da prole. O fato é que, tal
modalidade, por mais benéfica que possa ser, somente pode ser aplicada nas
situações em que os pais realmente estejam envolvidos na criação dos filhos, e
possam, juntos, apesar do rompimento amoroso, cuidar das decisões importantes
referentes ao bem estar dos filhos sem que isso possa gerar desacordos, ou até
mesmo prejuízos aos menores, por motivos pessoais advindos de mágoas que
restaram do fim do relacionamento. Nesses casos, o melhor até mesmo para a prole, é
a divisão da guarda, a fim de não causar traumas aos filhos.
Outra espécie de guarda, esta não prevista pela lei, mas sim incluída pela
doutrina, é a guarda alternada. Conceitua-se pela alternação do efetivo da guarda dos
filhos, ou seja, um período com um dos genitores, outro igual período com o outro
genitor, e assim, escalonadamente. O intuito da guarda alternada foi a igualdade
tempo e responsabilidades para ambos os pais, não abrindo, na visão dos
doutrinadores, espaço para a relação de afeto maior à um e menor ao outro. Porém, a
aplicação desta modalidade de guarda gera alguns problemas como as alterações de
residência, de costumes, de escolas, e muitas vezes de cidade, causando prejuízos
aos filhos que não conseguem ter uma estabilidade para uma criação mais concreta.
Todas as espécies de guarda vistas neste artigo trazem benefícios, mas
também podem causar prejuízos, os quais devem ser analisados e sanados ao
máximo possível. Tudo gira em torno do melhor interesse dos menores, os quais são
as pessoas mais atingidas com o rompimento dos pais.
O que deve ser cuidado e afastado quando configurada, é a alienação parental.
Essa problemática obstaculiza o bom viver familiar, causa diversos traumas aos filhos,
e dificulta a relação entre pais e filhos, bem como o desenvolvimento adequado dos
menores. Outrossim, a prática da alienação parental pode causar a perda da guarda
dos filhos, tornando ainda mais conturbada a vida destes.
O rompimento amoroso dos pais é consequência que não pode ser
questionada, só cabe aos próprios envolvidos a resolução, porém, a vida dos filhos
compete a ambos, e à sociedade como um todo. É responsabilidade social assegurar
o melhor interesse dos menores, e principalmente dos pais fazer com que a qualidade
de vida seja a melhor.
O que deve ser levando em consideração como questão primordial é que
quando os genitores se separam, a família não termina, apenas é alterada a forma
como se vivencia dentro do grupo familiar. O convívio e o afeto entre pais e filhos não
devem ser diminuídos ou cortados pelo fato de que o relacionamento de seus pais não
deu certo. A continuidade do contato, da intimidade, da familiaridade, deve ser
valorizada e, assim, já se garantirá uma melhor qualidade de vida para a prole, bem
como um crescimento saudável e desenvolvimento de pessoa digna da sociedade.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA BRASIL. Cartórios registram aumento de 18,7% nos divórcios durante


a pandemia, 2020. Disponível em:
<https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-07/cartorios-registram-aumento-
de-187-nos-divorcios-durante-pandemia>. Acesso em: 14 ago. 2020.

ALVES, Amanda P.; ARPINI, Dorian M.; CÚNICO, Sabrina D.. Guarda
compartilhada: perspectivas e desafios diante da responsabilidade parental, 2015.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
42812015000300008>. Acesso em: 15 ago. 2020.

ALVES, Amanda P.; ARPINI, Dorian M.; CÚNICO, Sabrina Daiana. Guarda
compartilhada: perspectivas e desafios diante da responsabilidade parental, 2015.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
42812015000300008>. Acesso em: 20 out. 2020.

BRASIL. Código Civil, 1916. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm>. Acesso em: 20 out. 2020.

BRASIL. Código Civil, 2002. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm>. Acesso em: 20
out. 2020.

BRASIL. Constituição Federal, 1998. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 20
out. 2020.
BRASIL. Lei da alienação parental, 2010. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12318.htm>. Acesso em:
20 out. 2020.

BRITO, Leila M. T.. Rupturas familiares: olhares da psicologia jurídica. In M. D.


Arpini& S. D. Cúnico (Orgs.), Novos olhares sobre a família: aspectos psicológicos,
sociais e jurídicos (pp. 55-70). Curitiba: CRV, 2014.

BRITO, Leila Maria T.; GONSALVES, Emmanuela Neves. Guarda compartilhada:


alguns argumentos e conteúdos da jurisprudência, 2013. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
24322013000100011>. Acesso em: 21 set. 2020.

CLARINDO, Aniêgela Sampaio. Guarda unilateral e síndrome da alienação


parental. Âmbito Jurídico, 2013. Disponível em:
<https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-112/guarda-unilateral-e-sindrome-da-
alienacao-parental/>. Acesso em: 06 nov. 2020.

COSTA, Lila M. G.; FRIZZO, Giana B.; LOPES, Rita C. S.. A guarda compartilhada
na prática: estudo de casos múltiplos, 2015. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2015000400009>. Acesso em: 16 ago. 2020.

GOMIDE, Paula I. C.; GUIMARÃES, Ana Maria A.; MEYER, Patrícia. Análise de um
caso de extinção do poder familiar, 2003. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-
98932003000400007&script=sci_arttext>. Acesso em 19 ago. 2020.

GRISARD FILHO, Waldyr. Guarda Compartilhada: um novo modelo de


responsabilidade parental (4° ed. rev., atual. e ampl.). São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2009.

IBGE. Casamentos que terminam em divórcio duram em média 14 anos no país,


2019. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-
agencia-de-noticias/noticias/22866-casamentos-que-terminam-em-divorcio-duram-em-
media-14-anos-no-pais>. Acesso em 14 ago. 2020.

LEMOS, Suziani C. A.; NEVES, Anamaria S.. A família e a destituição do poder


familiar: um estudo psicanalítico, 2018. Disponível em
<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-
14982018000200192&script=sci_arttext&tlng=pt#B15>. Acesso em: 29 set. 2020.

LÔBO, Paulo. Direito Civil: famílias. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
no processo da guarda compartilhada, 2016. Disponível em:
<https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=
8&ved=2ahUKEwiB7ZGg64rtAhVWHLkGHTbvBjoQFjABegQIAxAC&url=https%3A%2F
%2Fwww.psicologia.pt%2Fartigos%2Ftextos%2FTL0416.pdf&usg=AOvVaw1RdzBSj_
9XYMWU_MVmk2Ca>. Acesso em: 06 nov. 2020.

NÜSKE, João Pedro F.; GRIGORIEFF, Alexandra Garcia. Alienação parental:


complexidades despertadas no âmbito familiar, 2015. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
494X2015000100007>. Acesso em 15 out. 2020.

OLIVEIRA, Morgana V.; GOULART, Maria C. V.. Os laços familiares


PERES, Luiz Felipe Lyrio. Guarda compartilhada. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n.
60, nov. 2002. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3533>.
Acesso em: 06 nov. 2020.

PERES, Luiz Felipe Lyrio. Guarda compartilhada. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-
4862, Teresina, ano 7, n. 60, 1 nov. 2002. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/3533. Acesso em: 16 nov. 2020.

RESENDE, Letícia Maria de Melo Teixeira. Vantagens e desvantagens da guarda


compartilhada. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-
165/vantagens-e-desvantagens-da-guarda-compartilhada/>. Acesso em: 21 set. 2020.

SILVA, Denise Maria Perissini. Psicologia jurídica no processo civil brasileiro: a


interface da psicologia com o direito nas questões de família e infância. 1 ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2009.

STAUDT, Ana Cristina P.; WAGNER, Adriana. A experiência da guarda


compartilhada dos filhos: uma revisão integrativa, 2019. Disponível em:
<https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=
8&ved=2ahUKEwiig8_c8JbtAhVyHrkGHTa5D1EQFjABegQIAxAC&url=https%3A%2F
%2Frevistas.ufpr.br%2Fdireito%2Farticle%2Fdownload%2F65531%2F40428&usg=AO
vVaw1DpmQ3gTAnqmJQgnZJdOQ8>. Acesso em: 20 out. 2020.

STRAZZI, Alessandra. Guarda, poder familiar e alienação parental, 2013. Disponível


em: <https://alestrazzi.jusbrasil.com.br/artigos/112348733/guarda-poder-familiar-e-
alienacao-parental>. Acesso em: 20 out. 2020.

TALLMANN, Helena; ZASSO, José; MARTINS, Rita. Pais dividem


responsabilidades na guarda compartilhada dos filhos, 2019. Disponível em:
<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-
noticias/noticias/23931-pais-dividem-responsabilidades-na-guarda-compartilhada-dos-
filhos>. Acesso em: 20 set. 2020.

Você também pode gostar