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CURSO DE
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL
Aluno:
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CURSO DE
DIREITO CIVIL (PARTE GERAL)
MÓDULO IV
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
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conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências
Bibliográficas.
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Relação jurídica é fruto de vínculo, elo entre pessoas, tutelado pelo direito, por
criar direitos e deveres. Assim, locador e locatário, ao concluírem contrato de
locação, ficam vinculados um ao outro. Desse vínculo surgem direitos e
deveres para ambas as partes.
Portanto, relação jurídica é o vínculo que se estabelece entre duas ou
mais pessoas. As relações jurídicas são relações sociais a que o ordenamento
jurídico dá importância tal que as qualifica de modo a protegê-las e prever-lhes
as consequências. São elementos da relação jurídica: o sujeito ativo, o sujeito
passivo e o vínculo de atributividade que caracterizam o direito.
O sujeito ativo é o titular ou beneficiário principal da relação, o sujeito
passivo, o devedor de determinada obrigação, ou seja, o primeiro possui
legitimamente um título que lhe atribui a capacidade de exigir o cumprimento
da prestação do outro.
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terremoto, a construção de um imóvel, a pintura de uma tela. Todos
apresentam consequências jurídicas, como a perda da propriedade, por sua
destruição, etc. É importante frisar que no campo jurídico só interessa o fato
juridicamente qualificado, isto é, o fato quando se insere em uma norma
jurídica, como por exemplo, o raio precisaria atingir um barco, ocasionando
naufrágio, para ter repercussão no mundo jurídico, acarretando fim da
propriedade, da pessoa natural, abertura de sucessão.
Esse fato independe da vontade humana, mas produz efeitos jurídicos,
criando modificando ou extinguindo direitos. Mas se o raio cair em alto-mar,
sem causar nenhuma consequência ou dano, será apenas fato natural. No
caso fortuito e na força maior, há sempre um acidente que produz prejuízo. Na
força maior, conhece-se a causa que dá origem ao evento, pois trata de um
fato de natureza, por exemplo, o raio que provoca um incêndio.
No caso fortuito, o acidente que gera o dano advém de causa
desconhecida, por exemplo, a explosão de uma caldeira de usina provocando
morte. É imprevisível, extraordinário ou irresistível. Vimos, então, que o fato de
ser homem ou mulher, que antes de tudo é um fato natural, é também jurídico,
porque implica em certos direitos e deveres que são exclusivos de cada sexo,
como auxílio maternidade, ou o serviço militar obrigatório.
Certos atos produzem efeitos no direito, como calúnias, ou trabalhos
realizados, contudo nem todo ato ou fato será jurídico, como o céu ser azul é
fato, ou eu andar de calça jeans ou social não interessam ao direito.
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atenção, desejo, é resultado de uma decisão, de uma deliberação, de um
pensar entre tendências e conveniências várias.
Uma questão que se coloca em relação à vontade e ao ato jurídico
consiste em saber o valor a conferir-se a vontade em cotejo com o resultado
formal de sua manifestação. A vontade é que forma a parte essencial do ato
jurídico. Resulta da manifestação da vontade e para bem interpretar-se um ato
jurídico deve-se procurar conhecer qual a intenção da pessoa quando
manifestou a sua vontade.
O ato jurídico é toda emissão de vontade lícita, não voltada ao fim
específico, cujos efeitos jurídicos são produto mais da lei do que da vontade do
agente. Por exemplo, quando um pai registra seu filho, pratica o ato de
emissão de vontade combinado com o ordenamento jurídico. Ocorrendo assim,
uma emissão da vontade, combinada com o ordenamento jurídico no caso do
registro civil, pois ao registrar o filho, o pai não tem em mente nenhum objetivo
específico, como criar, modificar ou extinguir relação ou situação jurídica.
Por meio do ato jurídico o direito consagra e protege a capacidade de
iniciativa e de renovação da pessoa na espera de sua autonomia e de sua
liberdade. Para o direito, não basta que a vontade exista, mas que venha
expressa de alguma forma, mesmo tacitamente, quando isto for admitido.
Define o CC o ato jurídico como todo ato lícito que tenha por fim
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Para ser
válido segundo o art. 104, requer agente capaz; objeto lícito, possível,
determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei. Assim, a
validade do ato jurídico requer agente capaz, que se encontra perante a lei, em
condições de declarar sua vontade.
O objeto do ato jurídico deve ser lícito, ou seja, não podendo ser
contrário à lei e nem aos bons costumes. O objeto deve ainda ser possível, por
exemplo, a venda de um terreno na Lua é juridicamente impossível, pois é um
objeto fora do comércio. No ato jurídico em sentido estrito prevalece a forma
dada pela lei, como nas formalidades do casamento. No denominado negócio
jurídico o ato pode ser praticado com maior liberdade de forma e deliberação,
como nos contratos em geral.
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4.3 NEGÓCIO JURÍDICO
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• Capacidade jurídica
• Objeto lícito
Para que o negócio jurídico seja perfeito e válido, deverá versar sobre
o objeto lícito, ou melhor, conforme a lei, não sendo contrário aos bons
costumes, à ordem pública e à moral. Se for ilícito o seu objeto, nulo será o
negócio jurídico. Além de lícito deve ser possível, como por exemplo, a venda
de herança de pessoa viva receberá como sanção a sua nulidade.
• Consentimento
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de acordo com o art. 166, IV do CC: “É nulo o negócio jurídico quando: IV - não
revestir a forma prescrita em lei”. Assim, forma livre ou geral é qualquer meio
de exteriorização da vontade nos negócios jurídicos, desde que não previsto
em norma jurídica como obrigatório.
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4.4.4 Da Condição, do Termo e do Encargo
• Quanto à possibilidade
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como por exemplo, realizar negócio que tenha por objeto herança de pessoa
viva, não apenas a condição, mas todo o contrato é nulo.
• Quanto à Licitude
Assim, lícita será a condição quando o evento que a constitui não for
contrário à lei. Serão ilícitas todas as que violarem proibição expressa ou virtual
do ordenamento jurídico.
• Quanto à natureza
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Podem ser Promíscuas quando se caracterizam no momento inicial
como potestativa, vindo a perder tal característica por fato superveniente alheio
à vontade do agente, que venha a dificultar sua realização, por exemplo,
pagarei R$ 25.000.00 se você, campeão de futebol, jogar por tal clube, no
próximo torneio. Essa condição potestativa passará a ser promíscua se o
jogador vier a sofrer uma lesão que o impossibilite de jogar (fato superveniente
alheio à vontade do agente, que venha a dificultar sua realização).
Podem ser Mistas quando as condições que dependem
simultaneamente da vontade de uma das partes e da vontade de terceiro, por
exemplo, te darei esse apartamento se você se casar com Sérgio antes de sua
formatura, ou se constituir sociedade com Mariano.
• Quanto ao termo
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eficácia do negócio jurídico. Termo convencional é a cláusula que, por vontade
das partes, subordina os efeitos do ato negocial a um acontecimento futuro e
certo. O termo de direito é o que decorre da lei e o termo de graça é o que
provém de decisão judicial, em atenção a certas circunstâncias difíceis em que
se encontra o devedor de boa-fé, consistindo em uma dilação de prazo ou em
uma autorização de pagamento parcelado.
Assim, termo de graça é a dilação de prazo concedida ao devedor, seja
pelo juiz, em atenção a certas circunstâncias difíceis em que se encontre o
devedor de boa-fé, seja pelo credor, autorizando, por exemplo, pagamento
parcelado. O período que decorre entre o termo (inicial) e o termo (final)
chama-se prazo. O prazo é contado por unidade de tempo, ou seja, hora, dia,
mês e ano.
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• A resolução do negócio jurídico em virtude de inadimplemento do
modo não prejudica direitos de terceiros.
Os atos jurídicos podem ser anulados se forem viciados por algum dos
defeitos previstos nos arts. 138 a 165 do CC. São eles:
• Erro ou Ignorância:
• Dolo:
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Segundo o art. 145, “são os negócios jurídicos anuláveis por dolo,
quando este for a sua causa”. Assim, dolo é o artifício empregado para enganar
alguém (não confundir com dolo do direito penal). Ou seja, é o induzimento
malicioso à prática de um ato, prejudicial ao seu autor, mas proveitoso ao autor
do dolo ou terceiro.
Para anular o ato o dolo deve ser principal, isto é, quando este for a
sua causa.
• Coação:
• Estado de perigo:
• Lesão:
Segundo o art. 157, “ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente
necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta”. Assim, a lesão ocorre quando
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uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a
prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
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A nulidade absoluta é decretada no interesse de toda a coletividade,
tendo alcance geral e eficácia erga omnes. A relativa é pronunciada em
atenção ao interesse do prejudicado ou de um grupo de pessoas. Será
considerado nulo o negócio jurídico quando:
• Celebrado por pessoa incapaz;
• For ilícito, impossível o seu objeto;
• Os motivos determinantes, comuns a ambas as partes,
forem ilícitos;
• Não revestir a forma prescrita em lei;
• For preterida alguma solenidade que a lei considere
essencial para a sua validade;
• Tiver por objeto fraudar a lei imperativa;
• A lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática,
sem cominar sanção.
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verdadeiro objetivo das partes, por exemplo, uma compra e venda para
disfarçar uma doação.
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