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Grupo 1

Parte A
Um excerto do sermão – 3 questões

Contextualização
Barroco- período histórico situado entre o séc. XVI e meados do séc. XVIII, caracteriza-
se pelo concetismo e pelo cultismo.
Concetismo- estilo que se caracteriza pelo culto excessivo dos conceitos (trabalho de
inteligência que podia criar autênticos labirintos para o pensamento).
Cultismo- consiste no excessivo culto da forma (jogos de palavras, imagens,
contradições, ...).

SERMÃO
. Género de discurso de conteúdo e intenção religiosa e moralizante.
. Estrutura:
- Exórdio – momento em que o orador expõe o plano/assunto do sermão (cap.I) que
pretende defender a partir de um conceito predicável.
- Exposição – faz parte do desenvolvimento do sermão e constitui o momento (cap. II,
III, IV. V) que faz a contextualização do assunto do sermão
- Confirmação – constitui o momento de comprovação ou demonstração de
afirmações do orador. O desenvolvimento do seu pensamento baseia-se em 2 tipos de
argumentos: de autoridade e baseados em exemplos
- Peroração – destinada à recapitulação da essência do que se disse. É a última
oportunidade que o orador tem para impressionar, convencer e influenciar a audiência
recorrendo aos melhores argumentos.
Oratória- arte de falar em publico
Retórica- arte que estuda, organiza e ensina a aplicar as regras da elaboração do
discurso correto e elegante, tendo como finalidade fundamental persuadir o auditório
mediante a argumentação e a utilização adequada das emoções e sentimentos.

Exórdio
Conceito predicável – “vós sois o sal da Terra”

Ouvintes
Pregadores (palavra)= sal
Conservação – evita a corrupção

. o sal evita a corrupção, mas a terra esta corrompida


. tal como o sal impede a corrupção da matéria, os pregadores devem impedir a
corrupção das almas. O sal tem a função de conservar, preservar, livrar da corrupção,
tal como os pregadores tem objetivo de catequizar, salvar as pessoas, mantendo-as
“saudáveis” (termos emocionais e complementares) – “vós sois o sal da Terra” - o sal
são os pregadores que devem impedir a corrupção.
- MOTIVOS DA CORRUPÇAO DA TERRA
1. a culpa é dos pregadores (sal)
. não pregam a verdadeira doutrina;
. o comportamento dos pregadores não corresponde ao que pregam;
. não respeitam os textos bíblicos
2. a culpa é dos ouvintes (da Terra)
. não querem ouvir;
. imitam os pregadores no que fazem e não seguem a doutrina;
. satisfazem os seus apetites/vontades em vez de seguirem Cristo
- SOLUÇAO PARA O PROBLEMA
1. segundo Cristo (pregadores) 2. Segundo Santo António (ouvintes)
. “lançá-los fora” . mudar o púlpito e os ouvintes
. “pisá-los”

Desprezá-los Pregar aos peixes


Finalidade do Sermão
Docere (ensinar) Delectare (encantar/seduzir) Movere (mudar/convencer)

Capítulo II – louvores aos peixes (em geral)


. todo o primeiro paragrafo é alegórico. É um sermão dirigido aos homens em que os
peixes são as figuras de destaque.
. retoma das propriedades do sal: preservar o são e impedir que se corrompa.
. propriedades do pregador: louvar o bem, repreender o mal.
. o sermão vai louvar o bem que os peixes fazem (as virtudes) e repreender o mal (os
vícios). Assim, será dividido em 2 partes: 1º o louvor das virtudes; a 2ª as repreensões
dos vícios.
QUALIDADES DOS PEIXES:
- são bons ouvintes e obedientes (ouvem e não falam);
- foram as primeiras criaturas criadas por Deus;
- as criaturas mais numerosas e maiores;
- são melhores do que os homens;
- não se deixam domesticar nem se domam – vivem livres e longe dos homens (“e não
há nenhum tao grande, que se fie do homem, nem tao pequeno, que não fuja dele”)
. os peixes como ouvintes, representam 2 qualidades: não falam e ouvem, no entanto,
não podem ser convertidos, o que entristece o Pregador.
. os homens são acusados de se deixarem levar pelas vaidades; serem piores do que os
peixes (ex: caso de Santo António); apesar de inteligentes, atuam irracionalmente
como feras; corrompem quem vive perto deles.
“Quem olhasse neste passo para o mar, e para a terra, e visse na terra os homens tão
furiosos e obstinados, e no mar os peixes tão quietos, e tão devotos o que havia de
dizer?”
. os homens recusam ouvir a palavra de Deus e os peixes acorreram a ouvi-lo (“Os
homens perseguindo a António (…) porque lhes repreendia seus vícios (…); e no
mesmo tempo os peixes em inumerável concurso acudindo à sua voz, atentos e
suspensos as suas palavras, escutando em silencio, e com sinais de admiração, e
assenso (…) o que não entendiam…”).
. para dar credibilidade ao Sermão, António usa o exemplo do diluvio, onde só os
peixes se multiplicaram (afinal “tudo era mar”) e “fugiram” do castigo divino, diferente
dos outros animais. Vieira explica que os peixes eram os únicos animais que não se
domesticavam, bem se deixaram domar pelos homens e que, por isso, não sofreram
qualquer castigo.
. os homens tiraram a liberdade dos animais – paralelo entre indígenas e animais.
“Vede, peixes, quão grande bem é estar longe dos homens.”

Capítulo III – louvor aos peixes (em particular)


1. “Peixe de Tobias”
. peixe bíblico;
. associado a história de Tobias;
. tem o poder de curar (fel – entranhas) e expulsar o mal (coração); - LOUVORES
. fel e coração=palavra de Deus;
. comparação de Tobias a Santo António;
. Vieira, a semelhança de Santo António, prega aos moradores do Maranhão e
incentiva-os a verem as suas entranhas.
Santo António – tinha qualidades curativas para a cegueira dos homens, mas os
pecadores não o entendem e atacam-no.

ALEGORIA E CRÍTICA SOCIAL


Alegoria – do verbo divino, seja nas palavras de Santo António, seja em Vieira –
iluminar e afastar os demónios (vícios do homem)
Critica social – os homens não se deixam doutrinar, nem abandonam os seus vícios.
. os homens do Maranhão não estão a fazer o bem;
. curar as cegueiras dos homens do Maranhão e afastar o mal deles – CRÍTICA
“Só duas coisas pretendo de vós…uma é alumiar e curar as vossas cegueiras, a outra
lançar-vos os Demónios fora…”

Parte B
Farsa de Inês pereira – texto expositivo

Caraterização das personagens


Inês Pereira - moça bonita e solteira, que para se livrar dos afazeres domésticos sonhava
em se casar com um fidalgo. Não é uma personagem-tipo, mas o seu comportamento tem
traços do estereótipo da jovem sonhadora e ambiciosa.

Mãe - típica dona de casa preocupada com a educação e o futuro da filha.

Escudeiro - Crítica à pequena nobreza sem recursos próprios. Crítica às suas


dependências, à parasitagem, à cobardia. escudeiro pobre que mal tinha dinheiro para se
sustentar.

Pero Marques - Representa o rústico lavrador. A sua linguagem, ignorância, simplicidade


e postura ridícula transformam-no numa caricatura. camponês rico, porém, ignorante e
sem nenhum traquejo social.

Lianor Vaz - casamenteira que só respeita a opinião pública quando lhe convém.
Representa os alcoviteiros: promove casamentos de conveniência a troco de dinheiro.

Ermitão - Crítica à imoralidade do clero. Crítica à hipocrisia com que os membros do clero
encaram a sua vocação.
Judeus casamenteiros - representam os alcoviteiros: promovem casamentos a troco de
dinheiro. Crítica à avareza e à mentira. caricaturas do judeu espertalhão e hábil no
comércio.

Ermitão - falso monge que declara ter se tornado ermitão por desilusão amorosa.

Moço - criado de Brás da Mata, é humilde e se deixa explorar pelo patrão, sempre
acreditando nas mentiras que ele conta.

Critica à sociedade
O desejo de ascensão social e sátira à conceção do casamento como forma de emancipação:
Inês Pereira, uma moça solteira e sonhadora, ambiciona um casamento que lhe assegure a
ascensão social e o contacto com um ambiente de cultura cortês;

A pelintrice disfarçada de fidalguia (ser vs. parecer): o Escudeiro, representante de uma


pequena nobreza decadente que não pretende abdicar de uma determinada aparência social,
exibe um discurso galante, por entre mentiras que dissimulam a sua condição social miserável;

O materialismo: a denúncia da valorização excessiva do dinheiro é associada aos


casamenteiros, a alcoviteira Lianor Vaz e os judeus, que encaram o casamento como uma
encomenda que implicará uma compensação material em troca dos seus serviços, que não
serão necessariamente honestos;

A subversão dos valores morais: as situações associadas aos membros do clero na Farsa
evidenciam a dissolução de costumes e a imoralidade clerical.

Tipos de cómico
Cómico de situação - Pero Marques senta-se na cadeira ao contrário e de costas para
Inês e sua Mãe; As interrupções e repetições constantes de Vidal e Latão, com a pressa
de persuadirem Inês; Pero Marques, descalço, transporta Inês às costas para o encontro
amoroso desta com o Ermitão e canta enquanto o faz.

Cómico de linguagem - Linguagem de Pero Marques; Discurso repetitivo de Vidal e


Latão; Ironia do Moço que serve o Escudeiro

Cómico de caráter - Pero Marques, deslocado no contexto em que é colocado; O


Escudeiro, dissimulado, com o seu discurso elaborado e o seu talento para cantar e tocar.

Grupo 2
Processos fonológicos

Funções sintáticas

Orações coordenadas e substantivas

Grupo 3
Texto de opinião

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