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Ética e Legislação

Profissional
Material Teórico
Fundamentos de Direitos Humanos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Samuel Dereste Dos Santos
Prof. Dr. Silvio Pinto Ferreira Junior

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Fundamentos de Direitos Humanos

• Conceito de Direitos Humanos;


• Direitos fundamentais das Pessoas;
• Qualidade de Vida.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Abordar os fundamentos sobre conceitos dos Direitos Humanos;
• Abordar os fundamentos de direitos fundamentais das pessoas;
• Subsidiar o aluno nos conhecimentos fundamentais sobre humanos e direitos fundamen-
tais das pessoas no contexto da sociedade atual.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Fundamentos de Direitos Humanos

Conceito de Direitos Humanos


Introdução
A Cidadania, por definição, consiste em que as pessoas tenham acesso aos
direitos individuais, sociais, políticos e econômicos que assegurem a dignidade do
ser humano. Existe uma ligação muito forte entre cidadania e direitos humanos.
Nos dias atuais, é de suma importância a construção da cidadania e a prática dos
direitos humanos em caráter de urgência.

Seu exercício implica em atitudes que envolvam o indivíduo e o grupo no qual


está inserido, sua comunidade e outros segmentos da sociedade. O principal desafio
é estimular as pessoas no desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária, com
consciência crítica, com o objetivo de mudar o meio onde se vive (DHNET, 2019).

Figura 1 – Protesto de 2016 contra as reformas e ajustes do governo. Sinalização clara da importância
da consciência do cidadão quanto aos seus direitos e deveres na sociedade em que atua
Fonte: EACH USP

O desenvolvimento de uma consciência crítica consiste em fomentar, nos in-


divíduos, a importância de saber analisar as situações que precisam ser enfren-
tadas. A partir dessa atitude, é possível encontrar a melhor direção em busca da
transformação política, social, econômica e cultural. Isso significa se abrir para as
mudanças que ocorrem em velocidade cada vez mais acelerada e que devem ser
assimiladas, frente ao natural tempo de adaptação (DIAS, 2004).

Os Direitos Humanos Básicos


O documento universal que apresenta o direito das pessoas é a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Organização das Nações Unidas
(ONU), em 1948. Neste documento, um aspecto fundamental, que norteia os de-
mais direitos, é o direito à vida. Todos os esforços precisam ser direcionados para o
aumento da expectativa de vida, independente do país em questão, evitando condi-
ções desumanas e de pouca salubridade ou expectativa de vida.

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Figura 2 – Eleanor Roosevelt exibe cartaz contendo a Declaração Universal
dos Direitos Humanos (1949). O estabelecimento destas diretrizes ordenou
o desenvolvimento de legislações sobre os direitos humanos no mundo todo
Fonte: Wikimedia Commons

O direito à vida, partindo como base para todos os outros, amplia a perspec-
tiva de proteção e garantia de uma condição digna como: educação, a moradia,
o direito ao trabalho, à informação, à segurança, ao lazer e à cultura. Alguns
deles se referem à individualidade das pessoas e são os chamados direitos indivi-
duais, mencionados no Art. 5o da Constituição da República Federativa do Brasil
(DHNET, 2019).

Esse conjunto de direitos aborda grande parte das obrigações da relação entre so-
ciedade e o estado, e ambos possuem, em solidariedade, a responsabilidade de ofe-
recer as condições necessárias para que cada pessoa possa usufruir de seus direitos.

Cabe ao Estado priorizar os investimentos nas áreas da educação, saúde, mora-


dia, empregabilidade, proteção ambiental, bem-estar social, segurança, entre ou-
tras iniciativas, para que os recursos oriundos da arrecadação de impostos possa
ser utilizado de forma igualitária para o beneficiamento de toda a sociedade e das
pessoas que nela convivem (DHNET, 2019).

Direitos fundamentais das Pessoas


A Igualdade
A igualdade é o princípio que está na base da Constituição Brasileira de 1988.
Ela versa que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, ga-
rantindo aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito
à vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade.

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Figura 3 – A igualdade deve garantir livre acesso de oportunidades e direitos a todas as pessoas
Fonte: Getty Images

Por definição, o direito à igualdade significa que todos os indivíduos são iguais
perante a lei, e que a justiça deve ser igual para todos. Para que todos sejam trata-
dos em condições de igualdade, não deve haver distinção de sexo, raça ou classe
social. No exercício de funções profissionais, por exemplo, mulheres e negros não
podem ser discriminados, recebendo salários menores ou sofrendo restrições na
admissão (DHNET, 2019).

Figura 4 – A igualdade entre homens e mulheres é um tabu que


precisa ser quebrado e discutido, para uma sociedade mais justa
Fonte: Getty Images

As práticas racistas, por sua vez, não são toleradas nos regimes democráticos.
A Lei Federal nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, versa sobre todas as prerrogativas
de proteção contra crimes raciais. Segundo o texto legal, podem ser punidos em
função de discriminações racistas resultantes de:
• Crimes resultantes dos preconceitos de raça ou de cor;
• Impedimento do acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo
da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de servi-
ços públicos;
• Obstrução ou negação de acesso a emprego em empresa privada;
• Recusa ou impedimento do acesso a estabelecimento comercial, hotel, pensão,
negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador;

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• Recusa, negação ou impedimento da inscrição ou ingresso de aluno em esta-
belecimento de ensino público ou privado de qualquer grau.

Direito à Família
A Constituição Federal de 1988 aperfeiçoou as relações familiares e redimen-
sionou os conceitos de família. Com os seus avanços significativos, pode-se notar:
• A possibilidade do divórcio foi definitivamente consagrada mediante a ruptura
do vínculo de casamento, o que permite que os divorciados formem legalmente
uma nova família;
• A igualdade entre homens e mulheres no exercício de direitos e deveres. Desta
forma, a mãe também pode representar seus filhos em atos civis;
• A liberdade de planejamento familiar. O art. 226, em seu parágrafo 7o, prevê
que o casal possui liberdade para decidir o número de filhos que deseja ter, es-
tando, ambos, obrigados apenas a respeitar os princípios da dignidade humana
e da paternidade responsável;
• A mulher tem garantia de estabilidade no trabalho durante os períodos do pré-
-natal, natal e da licença-maternidade, nos quais ela não poderá sofrer qualquer
prejuízo de emprego e salário;
• O reconhecimento da união estável entre homem e mulher como entidade
familiar. Companheiros e conviventes têm direitos previstos em lei, resultantes
do convívio, e não ligados apenas à questão documental.

A Mulher e o Direito
Na sociedade, as mulheres ainda sofrem com discriminações e violações contra
seus direitos humanos elementares, mesmo atuando e participando intensamente
das atividades políticas, econômicas e sociais do país. É no âmbito do trabalho que
se constata uma das mais conhecidas formas de discriminação de gênero, embora
a população feminina no Brasil seja maioria (51,5%).

Figura 5 – A luta das mulheres, durante décadas, evidenciou a diferença entre homens e mulheres
nas mais variadas circunstâncias e consolidou sua luta na diminuição das diferenças
Fonte: psbes.org.br

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Mesmo assim a mulher trabalha mais (fora de casa e dentro de casa) e recebe
salários em média 40% menores que os homens com a mesma qualificação, nível
de instrução e atuação em setores de atividades que dividem com os homens.

Além de ter que conciliar as responsabilidades domésticas com a carreira, ainda


sofre com injustiças como a demissão por motivo de gravidez, exigência de atestado
de esterilização e não gravidez no ato admissional. Enfrentam também o assédio
sexual e limitações na ascensão profissional.

Informações levantadas no portal Movimento Mulher 360 apontam o aumento


da disparidade salarial entre gêneros nos últimos dois anos. As informações estão no
relatório “País estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras – 2018”, realizado
com base nos dados de renda do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desigualdade de Renda entre Mulheres e Homens aumenta após 23 anos.


Explor

Disponível em: https://bit.ly/2OTxlQ6

Na amostragem, que foi feita com pessoas acima de 20 anos, foi constatado que,
em 2016, as mulheres ganharam 72% do que ganharam os homens. Já em 2017,
esse número caiu ainda mais, para 70%, sendo o primeiro recuo em 23 anos.

Em 2017, o salário médio das mulheres era de R$ 1.798,72, enquanto que o


dos homens era de R$ 2.578,15. Comparativamente a 2016, houve, para ambos
os gêneros, um aumento médio geral de renda. No entanto, o deles foi de 5,2%,
enquanto que o delas foi de 2,2%.

Analisando o nicho dos mais ricos do Brasil, o gap salarial é ainda maior. Em
2017, as mulheres mais ricas receberam, em média, 60% do que os homens mais
ricos. Eles tiveram quase 19% de aumento em seus rendimentos entre 2016 e 2017,
enquanto a renda delas cresceu apenas 3,4%.

No grupo dos 50% mais pobres, os homens perderam 2% nos seus rendimen-
tos, enquanto as mulheres desse grupo tiveram uma perda de 3,7%. O relatório
demonstrou, ainda, que no que se refere à desigualdade salarial entre raças, os
negros são os mais afetados, em especial as mulheres negras.

Quando se fala de mulheres negras, de baixa renda e menos instruídas, a situ-


ação se agrava ainda mais, tendo, na maioria das vezes, que se sujeitar ao subem-
prego (sem carteira profissional registrada).

Direitos da Criança e do Adolescente


O art. 227 da Constituição de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente
asseguram às crianças e adolescentes brasileiros os direitos e deveres que se refe-
rem à pessoa humana, especialmente com relação às oportunidades, facilidades e

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ações para que possam se desenvolver tanto sob o aspecto físico, quanto mental,
moral, espiritual e social.

Figura 6 – As crianças, muitas vezes, têm seus direitos fundamentais colocados em risco.
É dever da sociedade zelar pela proteção das crianças que serão o futuro da nação
Fonte: Getty Images

São direitos das Crianças e Adolescentes estabelecidos pela lei:


• No âmbito da criança: prioridades no atendimento em serviços públicos de saú-
de, e todos os cuidados necessários para sua concepção (atenção a gestante);
• No âmbito dos direitos: acesso à Certidão de Nascimento;
• No âmbito da família: ter direito a uma família e comunidade, e de maneira ex-
cepcional, uma família substituta, onde possa expressar suas crenças e costumes;
• No âmbito da sociedade: espaço cívico onde possa expressar suas opiniões e
participar da vida política da sociedade;
• No âmbito da qualidade de vida: ter acesso a espaços públicos de lazer e convivência
• No âmbito da educação: ter acesso à boa educação escolar, profissionalização e
orientação para inserção profissional. Participar de programas de jovem aprendiz.

Aos adultos cabe o dever de proteger, encaminhar, orientar e apoiar as crianças


e adolescentes para que se transformem em adultos participantes, sujeitos políticos,
trabalhadores e consumidores (DHNET, 2019).

Direito do Consumidor
Os direitos do consumidor são garantidos pela Lei 8078 que instituiu o Código
de Defesa do Consumidor. O documento resume as regras que protegem o cidadão
no ato da compra de produtos e serviços. Foi um avanço bastante significativo, no
âmbito da legislação brasileira, no combate aos problemas relacionados às relações
de oferta e de consumo.

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Figura 7 – O consumo hoje envolve todas as pessoas em algum aspecto,


e também possui seus preceitos que precisam ser respeitados
Fonte: Getty Images

Um dos aspectos abordados nesta legislação é o direito de esclarecimento sobre


características e especificações dos produtos e serviços que se venha a consumir,
especialmente quando implicarem em riscos à saúde. O consumidor não pode ser
vítima de qualquer tipo de propaganda enganosa ou de cláusula abusiva com a qual
seja obrigado a concordar para realização da prestação do serviço. Tais cláusulas
podem também, posteriormente, serem revistas e não apresentam, necessariamen-
te, valor jurídico.

Também é direito do consumidor a descrição completa de todas as taxas bancá-


rias e implicações nas formas de pagamento parcelado, para que o mesmo tenha
ciência de todas as implicações que envolvem a realização de determinado serviço.
Também é direito do consumidor a exigência de reparos ou troca de produtos que
apresentem defeito.

Quanto aos prazos, quando os defeitos são facilmente identificáveis, em pro-


dutos não-duráveis (alimentos, por exemplo), o prazo é de 30 dias. Para produtos
duráveis (eletrodomésticos, móveis) é de 90 dias, contados a partir do momento em
que o produto for entregue ou o serviço encerrado. É importante que o consumidor
guarde alguma prova da reclamação, exigindo documento de entrega do produto
para conserto.

O consumidor tem o direito de recorrer às instâncias legais toda vez que se sentir
violado com relação à prestação de algum serviço ou produto adquirido, e que este-
jam infligindo os direitos previstos no Código de Defesa do Consumidor, podendo,
inclusive recorrer a órgãos administrativos como o Procon, aos juizados de peque-
nas causas (valores até 40 salários mínimos) ou ao Fórum Cível (DHNET, 2019).

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Direito à Moradia
A moradia é uma necessidade elementar de qualquer cidadão. De maneira ge-
ral, o cidadão pode ser inquilino, onde ele paga aluguel a um proprietário, e está
resguardado pela Lei do Inquilinato. Porém, ele também pode ser proprietário, na
condição de quem já pagou pelo valor do imóvel, ou que está financiando o mesmo
através de um sistema de financiamento bancário.

A moradia digna ainda não está presente em todas as regiões do Brasil, e em muitos casos as
Explor

pessoas sofrem com submoradias, disponível em: http://bit.ly/2KtOXwb

Quando se fala de Lei do Inquilinato, é previsto em lei que, no caso de inadim-


plência, o morador só pode ser retirado do imóvel por ordem judicial de despejo.
Também a mesma lei prevê que, no caso do proprietário querer vender o imóvel, o
inquilino possui prioridade na compra.

Para as pessoas que possuem baixa renda e que não possuem condições de
comprar um imóvel, o poder público precisa implementar programas de Habitação
Social ou Habitação Popular no sentido de atender as demandas dessa população,
de forma que seja possível que a mesmas arquem, mesmo que com pequenos valo-
res, com o valor destas habitações (DHNET, 2019).

Direito à Educação
O artigo 205 da Constituição garante que a educação é um direito de todos e um
dever do estado e da família. O Estatuto da Criança e do Adolescente garante que
todas as crianças têm direito à educação em escolas públicas e gratuitas próximas
de suas residências. Infligir este direito significa atacar a um direito constitucional
estabelecido para todos os cidadãos.

Com relação aos principais direitos que envolvem educação, vale salientar que as
crianças, de 0 a 6 anos de idade, devem ter atendimento em creche e pré-escola e
os adolescentes tem direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de suas
capacidades, o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.

Para as crianças e adolescentes portadores de deficiência, é obrigatório garantir


o acesso a atendimento especializado em creches, pré-escola, e nos níveis mais ele-
vados do ensino e pesquisa, garantindo igualdade na oferta dos direitos garantidos
pela constituição.

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Ao estudante trabalhador, deve ser garantido o ensino noturno e condições para


estudar adequadamente, tendo à disposição material didático, transporte, alimentação
e assistência à saúde, preferencialmente na rede regular de ensino (DHNET, 2019).

Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiências


A sociedade atual se esforça no sentido de que a constituição seja cada vez mais
justa e abrangente com relação a todas as pessoas da sociedade. Porém, uma par-
cela que sofre com inclusão, sob diversos aspectos, são as Pessoas Portadoras de
Deficiências. Dados da Organização das Nações Unidas estima que uma em cada
dez pessoas apresenta algum tipo de deficiência, possuindo limitações funcionais
permanentes, parciais, temporárias, totais, congênitas ou adquiridas.

Cabe ao estado prever aos indivíduos portadores de deficiências auditiva, física,


mental e visual terapias e tratamentos que permitam que estas pessoas possam convi-
ver em sociedade e exercer sua cidadania visando à sua plena integração na sociedade.

O cidadão portador de deficiências tem direito de levar uma vida normal, com
acesso à educação, saúde, informação, trabalho e lazer, como todas as outras pes-
soas. Infelizmente nem sempre isso ocorre devido à falta de oportunidades iguais
no trabalho e à inadequação dos bens e serviços coletivos, o que torna esses direi-
tos, apesar de garantidos pela Constituição, quase sempre passíveis de desrespeito
(DHNET, 2019).

Direitos dos Idosos


Nos dias atuais, devido às novas tecnologias da área da saúde, cada vez mais a
expectativa de vida aumenta, e assim, aumenta junto o número de pessoas idosas.
Estas pessoas não podem vir a sofrer qualquer forma de negligência, discrimina-
ção, violação, crueldade ou agressão. Toda pessoa acima de 60 anos tem direito à
assistência social pública sempre que dela necessitar, e todos os serviços precisam
ser ajustados de modo que possam exercer sua cidadania de forma plena.

Alguns benefícios concedidos aos idosos, pela constituição, é o Voto facultativo,


o acesso gratuito aos transportes coletivos e a isenção de imposto de renda na
aposentadoria ou pensão paga pela Previdência da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios. Com o envelhecimento da população, cada vez mais os
produtos e serviços precisarão ser ajustados, visando ao atendimento das demandas
específicas deste público, que naturalmente possui limitações (DHNET, 2019).

Direito à Saúde
A Constituição previu a criação do SUS – Sistema Único de Saúde, com o objeti-
vo de integrar todas as ações dos serviços municipais, estaduais e federais que com-
petem à saúde. O SUS é um sistema público, de atendimento gratuito, que deve
permitir que ele seja atendido, independentemente do tipo de moléstia que sofra.

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Uma parcela da população, através de suas empresas ou de forma autônoma, re-
corre a serviços particulares de saúde, aderindo a um plano, convênio ou seguro de
saúde privado. Ao aderir, convém que o interessado analise com atenção o contrato
de prestação de serviços de saúde, observando itens como carência, abrangência de
cobertura, doenças excluídas, preço por faixa etária e tempo de internação em UTI.

A Lei Orgânica da Saúde (Lei Federal 8.080/90) assegura a gratuidade de todos


os serviços assistenciais prestados na rede pública, inclusive para medicamentos. É
expressamente proibida, sob qualquer justificativa, a cobrança de despesas comple-
mentares ou adicionais pelos serviços prestados na rede pública de saúde no Brasil
(DHNET, 2019).

Qualidade de Vida
A definição de Qualidade de Vida ganha, atualmente, um desenho singular no
sentido das pessoas se conscientizarem, cada vez mais, quanto às ações que pre-
cisam ser feitas em prol da melhoria de vida de toda a coletividade. Questões que
antes eram longínquas, como a qualidade do transporte público, hoje ganham con-
tornos reais e já fazem parte do rol de reivindicações das pessoas.

Nas grandes cidades, sofre-se muito com o efeito da poluição do ar, coleta de lixo
desorganizada, falta de proteção do meio ambiente, falta de tratamento de esgoto,
que juntos à falta de espaços livres e áreas verdes, tornam a vida nas cidades com-
plexa e desgastante. Desta forma, a pressão social para que os governantes mudem
esse quadro torna-se fundamental.

Cabe ao poder público zelar pela preservação da qualidade de vida da popula-


ção, ampliando o número de equipamentos urbanos de saúde, cultura, lazer e es-
portes, e melhorando os serviços de transporte. Por outro lado, é dever também de
cada indivíduo exercer a cidadania, cuidando e fazendo a manutenção dos serviços
disponibilizados pelo poder público.

Preocupar-se com o futuro e ter consciência de que os recursos naturais são fi-
nitos é necessário e urgente, vide as campanhas relacionadas ao meio ambiente, à
reciclagem, aos noticiários que diariamente abordam essas temáticas, pois se ações
não forem tomadas e a sociedade de hoje não despertar para essas questões, são
as futuras gerações que estarão comprometidas (DHNET, 2019).

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Direitos Humanos no Brasil
Mondaine, M. Direitos Humanos no Brasil. Editora Contexto. São Paulo: 2009. (e-book)
Ler o texto “Programa de Superação do Racismo e da Desigualdade Social” – página
126, que aborda importantes questões sobre o racismo e desigualdades sociais no Brasil.

 Vídeos
Violações aos Direitos Humanos são comuns 70 anos após declaração ser assinada
A Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos em 10 de dezembro
de 2018. O documento, dividido em 30 artigos, foi assinado em 1948, pouco depois
do fim da Segunda Guerra Mundial, a fim de garantir às pessoas uma série de direitos
considerados fundamentais pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Com patrocínio do Colégio e Curso de A a Z e com cooperação da Representação da
Unesco no Brasil, o GLOBO produziu o documentário ‘Toda pessoa tem o direito’,
em que cinco pessoas narram como tiveram seus direitos desrespeitados sete décadas
após a assinatura da Declaração.
https://youtu.be/7cpdbEp97d8
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Neste vídeo, o filósofo Leandro Karnal explana os principais conceitos sobre a
declaração universal dos direitos humanos.
https://youtu.be/JjZxODEOn3w

 Leitura
Gênese, Evolução e Universalidade dos Direitos Humanos Frente à Diversidade de Culturas
Mbaya, E. R. Gênese, evolução e universalidade dos direitos humanos frente à
diversidade de culturas in Revista Estudos Avançados 11 (30), 1997.
Este artigo faz uma abordagem interessante sobre os conceitos de diferentes humanos
frente a diferentes culturas.
https://bit.ly/2ZcIRXM

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Referências
DIAS, R. Introdução à Sociologia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.

DNET. Guia Cidadania e Comunidade. Conselho Estadual de Defesa da Pessoa


Humana. Disponível em: <http://dhnet.org.br/dados/guias/dh/br/sp/gcidadan.htm>.
Acesso em 16.05.19

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