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Turma: N19.
Lactato
O AL foi descoberto pelo químico sueco Carl Wilhelm Schelle, em amostras de leite,
em meados do ano de 1870. É caracterizado por ser a forma ionizada do ácido láctico. Sendo
produzido durante a respiração anaeróbica (onde o O2 fica ausente). Acreditava-se que o
glicogênio muscular era degradado até gerar o AL e, subsequentemente, em lactato. Logo,
durante a contração muscular intensa em humanos, as concentrações sarcoplasmáticas e
plasmáticas de lactato aumentaram muito. Por sua vez, a sua produção durante a atividade
muscular foi considerada, por muito tempo, como um produto final da degradação parcial do
glicogênio/glicose, em razão da baixa disponibilidade do oxigênio mitocondrial.
Entretanto, essa relação causal tem sido muito reformulada. Por exemplo, evidências
mais recentes indicaram que ao induzir a redução de aproximadamente 22% do consumo de
oxigênio ( O2 ) das fibras musculares estimuladas eletricamente, as concentrações de lactato
são mantidas semelhantes à situação controle. Adicionalmente, Stainsby demonstrou que,
em alguns estudos realizados com animais, foram observados aumentos da produção do AL
sem a alteração da pressão de O2 no fluxo sangüíneo muscular. Nesse seguimento, de forma
alternativa, tem-se proposto que pela interação de múltiplos eventos bioquímicos a
mitocôndria não seria capaz de oxidar todos os piruvatos que são produzidos durante o
esforço intenso, o que resultaria na sua conversão em lactado pela enzima lactato
desidrogenase (LDH). Isso, provavelmente, ocorre devido ao fato de algumas enzimas
chaves do processo glicolítico, entre elas, a glicogênio fosforilase e a fosfofrutoquinase
(PFK), terem os seus respectivos desempenhos alterados na presença de algumas substâncias
químicas que atuam como sinalizadores.
Os valores das [La- ] parecem ser sensíveis ao estado de treinamento dos indivíduos
treinados anaerobiamente. Di Prampero e Ferretti afirmaram que é possível estimar o total
de lactato produzido por quilo de massa corporal e que, através desse cálculo, haveria
possibilidade de se adquirir informações sobre a energia transferida pelo metabolismo
glicolítico. Neste caso, é necessário assumir que: as elevações das [La- ] sobre os níveis de
repouso induzidos pelo exercício físico são acumuladas proporcionalmente no organismo, o
pico de concentração sangüínea de lactato após o exercício é resultante de uma condição de
equilíbrio entre o meio intracelular e extracelular, e que as taxas de remoção do lactato nos
vários compartimentos de fluídos corporais têm a mesma constante de tempo.
Sabe-se que ainda não foi encontrado um marcador específico para detecção da sepse.
No entanto, é sábido que esta possui como uma das características principais a hipoperfusão
tissular. Nesse sentido, quando se desenvolve uma sepse, haverá um desequilíbrio nos níveis
de lactato presente no sangue (o qual em condições normais, encontra-se num valor baixo na
corrente sanguínea), já que nesse quadro, ocorre uma diminuição no fornecimento de
oxigênio a nível tecidual, de forma descontrolada, e, por consequência, o organismo começa
realizar uma respiração anaeróbica, liberando assim, o lactato que fornece energia para o
corpo. Diante disso, o mesmo é dosado em casos de suspeita de septicemia, para assim
alcançar um diagnóstico de forma mais confiável. Ainda assim, é necessário ressaltar que o
percentual de lactato começam diminuir durante o tratamento inicial, sendo considerado
como um ponto satisfatório da terapêutica instituida. Como também, é bom destacar que na
gasometria arterial de um paciente que tem sepse os níveis de pCO2 vai estar elevado,
devido a uma possível insuficiência respiratória.
Referências:
JAN, B. Lactato é O alvo para ressuscitação precoce na sepse. Rev Bras Ter Intensiva. V:
29, n: 2, p: 124 – 127, 2017.