Você está na página 1de 4

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE _____________.

DIOGO (...), já qualificados nos autos do processo crime nº (...),


que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve
(procuração em anexo), vem respeitosamente perante Vossa Excelência,
apresentar RECURSO DE APELAÇÃO com fulcro no artigo 593, I Código de
Processo Penal requerendo seja recebida, processada e encaminhada com
inclusas razões ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de (...).

Nestes termos,
Pede deferimento

Cidade (...) 14 de maio de 2021.

Advogado
OAB nº (...)
Apelante: Diogo (...)
Apelado: Justiça Pública
Processo nº (...)

Egrégio Tribunal de Justiça


Colenda Câmara
Douta Procuradoria de Justiça

Em que pese o notável saber jurídico do magistrado a quo, merece ser


reformada a r. sentença que condenou o Apelante, pelas razões a seguir
expostas.

DOS FATOS

Consta nos termos da peça acusatória que no dia 10/11/2019, Diogo


teria pulado o muro de cerca de três metros que guarnecia a casa da vítima e,
então, após ingressar clandestinamente na residência, subtraiu diversos
pertences e valores, a saber: três anéis de ouro, dois relógios de ouro, dois
aparelhos de telefone celular, um notebook e quinhentos reais em espécie,
totalizando R$9.000,00 (nove mil reais).
Na audiência de instrução e julgamento foi exibido um DVD contendo as
imagens gravadas pelas câmeras de segurança presentes na casa da vítima e
nas imagens exibidas em audiência ficou constatado (dada a nitidez das
mesmas) que fora Diogo quem realmente pulou o muro da residência e realizou
a subtração dos bens. Em seu interrogatório o réu exerceu o direito ao silêncio.
O Juiz, então proferiu sentença em audiência condenando Diogo pela
prática do crime de violação de domicílio em concurso material com o crime de
furto qualificado pela escalada. Para a dosimetria da pena o magistrado
ponderou o fato de que nenhum dos bens subtraídos fora recuperado. Assim o
total da condenação foi de 4 anos e 40 dias de reclusão em regime inicial
semiaberto e multa à proporção de um trigésimo do salário mínimo.
DO DIREITO

Primeiramente, nobres Desembargadores, no caso em tela o crime de


violação de domicílio deve ser absorvido pelo delito de furto qualificado, com
base no principio da consunção, pois configurou um crime - meio, essencial à
execução do crime-fim, que era o furto qualificado.
De acordo com o princípio da consunção o crime segundo o qual a
conduta é mais ampla engloba, isto é, absorve outras condutas menos amplas
e, geralmente, menos graves, os quais funcionam como meio necessário ou
normal para fase de preparação ou de execução de outro crime.
Assim, Diogo deve ser absolvido da condenação pelo delito de violação
de domicílio, restando, apenas, o delito de furto qualificado.
Levando em conta a absolvição do delito de violação de domicílio, o réu
fará jus à diminuição da pena e conseqüente modificação de seu regime de
cumprimento, passando do semi-aberto para o aberto, nos termos do artigo 33,
§2º, c, do Código Penal.
Ademais, em razão da absolvição do delito de violação de domicílio,
verifica-se que o réu faz jus à substituição da pena privativa de liberdade por
pena restritiva de direitos, nos termos do artigo 44, do CP, já que a pena
aplicada não será maior do que 4 anos.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja reconhecido e provido o presente recurso


para que seja:

a) Absolvição do crime de violação de domicílio;

b) Conseqüente diminuição da pena;

c) Conseqüente fixação do regime aberto para cumprimento de pena;

d) Substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos.


Nestes termos,
Pede deferimento.

Cidade – UF, 14 de maio de 2021

Advogado
OAB nº (...)

Você também pode gostar