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PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

Por que investir?

Antes de pensar em investir, você deve se fazer a seguinte pergunta: “Para que vou
aplicar meu dinheiro?”
Se você ainda não tiver a resposta, pare e reflita. Ter um objetivo é o primeiro passo para
um investimento de sucesso. Analise, antes de tudo, a sua situação financeira. Anote em
um papel, o que você possui de bens (e aí você pode incluir carro, casa etc), quanto
dispõe de capital (ou seja, quanto você tem no banco) e quais são as suas despesas e
dívidas( prestações, cartões de crédito, despesas mensais, absolutamente tudo).

Nada deverá escapar deste “pente fino”, pois do contrário, você pode se prejudicar ao
gastar um dinheiro que pode lhe fazer falta.

O que você possui é chamado, no mercado financeiro, de ativo e o que você deve, de
passivo. Então, depois de listar tudo, subtraia dos ativos, os passivos. Se o resultado for
positivo, então você tem um patrimônio liquido positivo, se for o contrário, seu patrimônio
liquido está negativo.

Ao relacionar todos os seus bens e direitos (ativo), bem como os compromissos


financeiros (passivo), você conhecerá sua real situação patrimonial e poderá traçar, de
forma mais realista, uma meta para o seu patrimônio líquido, que deverá orientar seus
esforços de poupança e investimento.

O dinheiro não poupado pode faltar quando precisarmos. Por isso, quem tem planos para
o futuro, que dependam de dinheiro para serem alcançados, pode optar por uma entre
duas principais alternativas: ou conta com a ajuda da sorte ou economiza no presente
para utilizar no futuro - em outras palavras: poupa.

Além de garantir tranquilidade financeira, poupar possibilita a realização de sonhos. Com


hábitos de poupança e investindo adequadamente, uma pessoa pode aumentar seu
patrimônio pessoal e familiar, aumentando as chances de alcançar seus objetivos.

Poupar é acumular valores no presente para utilizá-los no futuro, o que geralmente


envolve mudança de hábitos, pois requer uma redução nos gastos pessoais e familiares.

Reduzir despesas pode significar desde simples cuidados para evitar o desperdício até o
esforço, por vezes árduo, no sentido de conter gastos.

Além disso, poupar exige a avaliação objetiva das despesas, a fixação de metas e,
principalmente, muita persistência, a fim de manter-se economizando pelo tempo
necessário até que sejam alcançados os objetivos que motivaram a poupança.

Investir é diferente de poupar

Investir é empregar o dinheiro poupado em aplicações que rendam juros ou outra forma
de remuneração ou correção.
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

O investimento é tão importante quanto a poupança, pois todo o esforço de cortar gastos
pode ser desperdiçado quando mal investido.

Ainda que a maioria das pessoas esteja acostumada a pesquisar e comparar preços de
bens e serviços, isso nem sempre acontece quando o objetivo é escolher serviços
financeiros. Quando se trata de finanças, tendemos confiar mais na opinião de amigos e
familiares do que em conselhos de profissionais especializados.

Isso se deve, em parte, à escassez de informações sobre as características dos


investimentos, mas também ao fato de que há opções demais a considerar e comparar.

Quando se tem muitas alternativas, a tendência é simplificar o processo de decisão,


apoiando-se em opiniões e dicas nem sempre técnicas.

Não há investimento sem risco

É comum o investidor prestar mais atenção à promessa de rentabilidade do que às


chances de perda do que foi aplicado. Mas acredite: não há investimento sem risco! 
Vejamos, por exemplo, um imóvel. Mesmo quando utilizado como moradia, tem todas as
características de um investimento e, portanto, está sujeito a riscos.

Apesar do imóvel poder ser vendido, permitindo a recuperação do valor investido, seu
preço está sujeito às altas e baixas do mercado e, dependendo do momento da venda,
pode não ser fácil encontrar alguém disposto a pagar o preço desejado.

Além disso, em caso de emergência, pode ser necessário vender a um valor mais baixo do
que o considerado justo.

Sendo assim, há pelo menos dois riscos principais: o de não conseguir vender o imóvel no
momento desejado e o de não conseguir recuperar o valor investido. Porém, apesar de ser
fácil percebermos, pelo exemplo acima, que o risco faz parte do negócio de investir, ainda
assim, quem investe bem pode atingir mais rápido seus objetivos, além de poder alcançá-
los com menor esforço.

Poupar e investir são duas atitudes relacionadas. Sem poupança, é muito difícil acumular
recursos para realizar investimentos. Por outro lado, um investimento inadequado ao perfil
do investidor pode resultar em prejuízos e, assim, comprometer os recursos poupados.

Importância da segurança financeira

A segurança financeira é um dos principais fatores de felicidade, pois nos confere maior
tranquilidade em relação ao futuro.

Além disso, uma melhor situação econômica pode ser fundamental para realizar projetos
que dependam de mais recursos, como a aquisição da casa própria, a compra de um
carro, a educação dos filhos ou até mesmo uma inesquecível viagem de férias.
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

É claro que sempre é possível recorrer a um financiamento. Porém, este deve ser bem
planejado, já que precisará ser pago no futuro, além de escolhido com atenção, pois
existem alternativas de diferentes custos.

Mas mesmo quando é necessário se endividar, quem tem uma poupança maior
geralmente consegue negociar melhores condições, além de poder enfrentar, com mais
facilidade e por longo prazo, o comprometimento de parte da própria renda para o
pagamento da dívida.

Além do mais, as condições de vida mudam e devemos estar preparados para novas
situações e desafios, como aqueles momentos em que o salário estiver defasado, a saúde
necessitar de cuidados especiais ou despesas inesperadas surgirem.

Nessas ocasiões, a existência de uma reserva financeira nos dá melhores condições para
atravessar as dificuldades. Se, por um lado, nem sempre o dinheiro é solução para os
problemas, por outro, sua falta pode ser um fator complicador.

A tranquilidade financeira, no entanto, não está ao alcance apenas daqueles que


receberam heranças ou ganharam na loteria. Ela pode ser perseguida por todos, dentro
das possibilidades de cada um, através de medidas simples, tais como a mudança nos
hábitos de consumo e melhores decisões de investimento.

É claro que atingir a estabilidade nas finanças depende, em grande parte, dos nossos
rendimentos. E quanto menor for esse valor, mais difícil pode se tornar o alcance desse
objetivo.

Mas em todos os níveis de renda, desenvolver bons hábitos financeiros pode fazer uma
diferença real e positiva, pois quem gerencia bem sua própria vida financeira consegue
poupar mais, administrar melhor seus rendimentos e realizar investimentos mais
adequados, sem precisar contrair dívidas para realizar seus planos.

Isso acontece quando aprendemos a guardar no presente para usufruir no futuro,


economizando parte do que ganhamos e investindo corretamente.

Para tanto, é necessário fazer um "Planejamento Financeiro", que nada mais é do que o
ato de estabelecer regras bem definidas de como, onde e quando o dinheiro será gasto.
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Caminho para ao investimento

Traçando Objetivos
Quando queremos viajar, traçamos algumas metas e rotas não é mesmo?

Quando o assunto é poupar ou investir não é diferente. O objetivo a ser alcançado deve
estar bem definido, assim como as reais possibilidades de atingi-lo. Não adianta
estabelecermos metas impossíveis a serem cumpridas e desistirmos no meio do caminho.

É melhor começarmos devagar, traçando objetivos fáceis de alcançar até irmos, pouco a
pouco, adquirindo a disciplina necessária e aprendendo com os erros e acertos, para então
podermos finalmente definir metas mais arrojadas.

A primeira tarefa é definirmos nossos planos para o futuro, estimando o valor a ser
investido e o período no qual este valor ficará aplicado para, em seguida, adotarmos as
providências necessárias para alcançar tais objetivos.

ATENÇÃO: É muito importante cumprir o planejado!

A persistência é fundamental para o sucesso do plano, pois costuma ser grande a


tentação de gastarmos imediatamente o que ganhamos.

Embora o valor a ser poupado varie conforme os rendimentos e a meta financeira de cada
um, uma atitude é comum a todos: é necessário gastar menos do se que ganha.

Sendo assim, precisamos ter sempre em mente os motivos que nos levaram a economizar,
além de converter o ato de poupar em um hábito presente no nosso dia-a-dia.

Saindo do Endividamento

Um objetivo importante, se você está endividado e com a renda muito comprometida, é


procurar eliminar suas dívidas ou trocar por outro financiamento com taxas de juros
menores.

Um grande problema pode vir de um relacionamento pouco adequado com o limite de


crédito oferecido pelo seu banco.

O Cheque Especial é um crédito automático, disponibilizado pelo Banco em conta-corrente


que, quando utilizado, sofre a incidência de juros e de tributos - o IOF: e isso incide em
operações de crédito, câmbio, seguro e títulos e valores mobiliários

Quando o Cheque Especial passa a fazer parte do seu orçamento doméstico, é necessária
a adoção de medidas urgentes para a correção do problema.

Para sair de uma situação assim, é recomendável que procure uma forma de
financiamento mais barata, como a realização de um empréstimo, com taxa de juros e
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prazo de pagamento mais favoráveis, que permita cobrir o valor devido ao banco e
organizar suas dívidas.

Para uma pesquisa sobre as taxas cobradas pelas instituições bancárias nas operações de
créditos, recomendamos uma visita ao site do Banco Central do
Brasil,  http://www.bcb.gov.br/ , no link Taxa de operações de crédito.

Também o cartão de crédito, que é uma alternativa útil e versátil, pode se tornar um
problema em termos de endividamento. Sua facilidade de utilização, na verdade, pode
torná-lo uma forma de financiamento muito perigosa para pessoas que não têm controle
sobre os seus gastos de consumo.

Se bem utilizado, o cartão de crédito tem vantagens, uma vez que permite que o
pagamento pelas despesas efetuadas seja adiado, possibilitando que a quantia seja
investida ou usada para outros fins. Uma vantagem do cartão é permitir a concentração
dos pagamentos e recebimentos numa mesma data. Além disso, ele facilita a compra de
bens ou a utilização de serviços, mesmo no exterior, diminuindo a necessidade de
transitar com um volume maior em dinheiro.

Em contrapartida, devido à facilidade de uso, o cartão exige cuidados para que você não
realize compras, muitas vezes por impulso, que estejam além da sua capacidade de
pagamento, considerando suas despesas mensais (alimentação, educação, aluguel,
transporte etc.), sua renda e as metas de poupança assumidas.

Portanto, as claras vantagens desse instrumento, que o tornam muito útil para algumas
situações, exigem, no entanto, maior controle na sua utilização.

Para financiar certos gastos mais elevados, ou por um período maior, pesquise também as
alternativas com taxas de juros menores, como o crédito consignado, por exemplo. Para
atingir qualquer objetivo, é necessário especificar quais as metas financeiras a serem
alcançadas, no médio e no longo prazo.

Em um horizonte de tempo mais curto, pode-se, por exemplo, planejar a troca de um


financiamento de automóvel, de um ano para seis meses, quitando antecipadamente as
prestações de forma a obter uma redução no seu valor e saindo do endividamento para
começar a poupar. Pensando no longo prazo, pode-se economizar pequenas quantias
mensais que, acumuladas ao longo de toda a vida produtiva, poderão resultar em um
montante significativo para a complementação da aposentadoria.

Organize-se!

Faça uma lista das suas receitas e despesas e veja quanto sobra. Se não sobrar nada,
corte despesas desnecessárias. É possível começar investindo mensalmente uma pequena
quantia e depois ir aumentando à medida que mais despesas puderem ser eliminadas.

Por exemplo: se você paga prestações de um imóvel, pode destinar este valor para a
previdência ao terminar de pagá-lo, ao contrário de simplesmente passar a consumir mais.
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

Caso tenha chegado à conclusão que, mesmo cortando todos os gastos possíveis, inclusive
economizando nos considerados essenciais, como água, luz, gás e alimentação, não
conseguirá contribuir com o valor necessário para se aposentar confortavelmente,
considere a possibilidade de transformar algum bem em um investimento.

Por exemplo: a quantia auferida na venda de um automóvel, somada aos valores das
despesas mensais com este mesmo carro, se bem aplicada por um determinado período,
pode conferir uma boa renda mensal no futuro.

Planeje!

Definido o objetivo que se deseja atingir, deverá ser traçado um plano para alcançá-lo. O
primeiro passo será identificar como e onde o seu dinheiro é gasto.
Para controlar seus gastos, é necessário que você faça, primeiro, um Planejamento
Financeiro Pessoal, ou um orçamento, através do qual poderá identificar como o seu
dinheiro é gasto e definirá onde é possível economizar, para que sua meta de poupança
seja atingida.

Isso é muito importante, especialmente quando sua meta financeira for de longo prazo,
quando pequenas economias podem fazer uma grande diferença. Há várias opções de
investimento, mas antes de aplicar é importante estabelecer:

• A quantia que será aplicada;


• Por quanto tempo poderá dispor do dinheiro;
• Quanto risco está disposto a assumir em face do que pretende ganhar.

Em regra, quanto maior o retorno (rentabilidade) do seu investimento, maior será o


risco da aplicação, ou seja, há a possibilidade da aplicação não valorizar o esperado e,
em alguns casos, até de perder parte do principal investido (a quantia aplicada).

Atenção: Antes de efetuar sua aplicação, é importante que você conheça muito bem as
características do investimento, verificando se o mesmo atende ao nível de risco,
retorno e tempo de aplicação definidos em seu planejamento.

Além disso, procure saber também quais os tributos (impostos, contribuições etc.) e
outros encargos que serão cobrados, pois todos estes fatores influirão nos ganhos
(rentabilidade).

Não esqueça de verificar também a solidez da instituição ou do administrador do


investimento, e, principalmente, verificar o registro dos mesmos na CVM consulte
http://www.cvm.gov.br/, em "Participantes do Mercado").
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Entendendo o Mercado de Valores Mobiliários

O Sistema Financeiro
O sistema financeiro pode ser definido como o conjunto de instituições, produtos e
instrumentos que viabiliza a transferência de recursos ou ativos financeiros entre os
agentes superavitários (poupadores) e os agentes deficitários(tomadores) da economia. O
Sistema Financeiro Nacional é segmentado em quatro grandes "mercados", que são:

√ Mercado monetário: é o mercado onde se concentram as operações para controle da


oferta de moeda e das taxas de juros de curto prazo com vistas a garantir a liquidez da
economia. O Banco Central do Brasil atua neste mercado praticando a chamada Política
Monetária.

√ Mercado de crédito: atuam neste mercado diversas instituições financeiras e não


financeiras prestando serviços de intermediação de recursos de curto e médio prazo para
agentes deficitários que necessitam de recursos para consumo ou capital de giro. O Banco
Central do Brasil é o principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização
deste mercado.

√ Mercado de capitais: tem como objetivo canalizar recursos de médio e longo prazo para
agentes deficitários, através das operações de compra e de venda de títulos e valores
mobiliários, efetuadas entre empresas, investidores e intermediários. A Comissão de
Valores Mobiliários é o principal órgão responsável pelo controle, normatização e
fiscalização deste mercado.

√ Mercado de câmbio: mercado onde são negociadas as trocas de moedas estrangeiras


por reais. O Banco Central do Brasil é o responsável pela administração, fiscalização e
controle das operações de câmbio e da taxa de câmbio atuando através de sua Política
Cambial.

Para entender melhor a estrutura do Sistema Financeiro Nacional, clique aqui.

O Mercado de Valores Mobiliários

O mercado de valores mobiliários é o segmento do sistema financeiro que viabiliza a


transferência de recursos de maneira direta entre os agentes econômicos. Nesse mercado,
as instituições financeiras atuam como prestadoras de serviço. O risco de uma possível
inadimplência dos tomadores de recursos é dos próprios investidores. As operações são,
em geral, de médio e longo prazo, e os títulos negociados são valores mobiliários. As
operações que ocorrem no mercado de valores mobiliários, bem como seus participantes,
são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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As companhias abertas, por exemplo, necessitam de recursos financeiros para realizar


investimentos produtivos, tais como: construção de novas plantas industriais; inovação
tecnológica; expansão da capacidade; aquisição de outras empresas ou mesmo o
alongamento do prazo de suas dívidas. Os investidores, por outro lado, possuem recursos
financeiros excedentes, que precisam ser aplicados de maneira rentável e valorizar-se ao
longo do tempo, contribuindo para o aumento de capital do investidor.

Existem companhias de diferentes portes, com necessidades financeiras variadas. Ao


mesmo tempo, investidores podem aplicar com o objetivo de obterem retorno financeiro
no curto, médio ou longo prazo, e com diferentes níveis de risco.

Para compatibilizar os diversos interesses entre companhias e investidores, estes recorrem


aos intermediários financeiros, que cumprem a função de reunir investidores e
companhias, propiciando a alocação eficiente dos recursos financeiros na economia. O
papel dos intermediários financeiros é harmonizar as necessidades dos investidores com
as das companhias abertas.

Por exemplo, uma companhia que necessita captar recursos para investimentos, se
desejar fazê-lo através do mercado de capitais, deve procurar os intermediários
financeiros, que irão distribuir seus títulos para serem oferecidos a diversos investidores,
possibilitando mobilizar o montante de recursos requerido pela companhia. Esses
intermediários financeiros irão orientar a companhia sobre a melhor alternativa de
financiamento, isto é, alternativas para que a companhia possa se financiar.

Clique aqui para conhecer mais sobre o Mercado de Valores Mobiliários. 

Abertura do Capital - Por que uma empresa abre seu capital?

Caso a companhia decida pelo mercado de capitais, vários procedimentos jurídicos e


administrativos para a abertura do capital serão necessários. O primeiro passo para isso é
a obtenção do registro de companhia aberta junto à CVM. A companhia irá solicitar e
deverá apresentar uma série de documentos que são especificados pela CVM, entre eles
os principais atos societários, as últimas demonstrações financeiras, parecer de auditor
independente, entre outros.

Uma vez obtido o registro de companhia aberta junto à CVM, a empresa pode, por
exemplo, emitir títulos representativos de seu capital, as ações, ou títulos representativos
de dívida da companhia, como debêntures e notas comerciais ("commercial papers"),
através de uma operação de oferta pública de valores mobiliários.

O que são valores mobiliários?


PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

O mercado de valores mobiliários brasileiro negocia, predominantemente, ações,


debêntures e quotas de fundos de investimento. Entretanto, existem vários outros tipos de
valores mobiliários. O art. 2o da Lei nº 6.385, de 07.12.76, com alterações feitas pela Lei
nº 10.303, de 31.10.01, define como valores mobiliários:

I. as ações, debêntures e bônus de subscrição;


II. os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento
relativos aos valores mobiliários;
III. os certificados de depósito de valores mobiliários;
IV. as cédulas de debêntures;
V. as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de
investimento em quaisquer ativos;
VI. as notas comerciais;
VII. os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes
sejam valores mobiliários;
VIII. outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes
Além desses, a Lei nº 10.303 introduziu a seguinte importante definição:
"IX - quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de
investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de
remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos
advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros".

Estão expressamente excluídos do mercado de valores mobiliários os títulos da


dívida pública federal, estadual ou municipal e os títulos cambiais de
responsabilidade de instituição financeira, exceto as debêntures.

Nenhuma emissão pública de valores mobiliários poderá ser distribuída, no mercado, sem
prévio registro na CVM, entendendo-se por atos de distribuição a venda, promessa de
venda, oferta à venda ou subscrição, aceitação de pedido de venda ou subscrição de
valores mobiliários.

Para conhecer mais sobre o assunto, clique aqui.

Ofertas Públicas

As distribuições públicas de valores mobiliários devem ser registradas na Comissão de


Valores Mobiliários (“CVM”) (Instrução CVM nº 400/03).
Para isso, a companhia emissora deverá contratar um ou mais intermediários financeiros,
que irão atuar como líderes da distribuição, organizando a operação e solicitando o
registro da mesma junto à CVM.

Em geral, os intermediários financeiros se associam, em consórcios, num esforço para


vender todos os títulos ou valores mobiliários emitidos pela companhia. A colocação inicial
desses títulos ou valores mobiliários se dá no chamado mercado primário, onde as ações
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e/ou debêntures, por exemplo, são vendidas pela primeira vez e os recursos financeiros
obtidos são direcionados para a respectiva companhia.

A sistemática de registro estabelece os elementos mínimos de informação com base nos


quais decisões de investimento possam ser adequadamente tomadas. Serve também
como proteção para os investidores, inclusive através da verificação da legitimidade da
emissão de valores mobiliários e da legalidade dos atos societários e legais que lhe deram
origem, não se constituindo todavia em atestado de qualidade do empreendimento.

A responsabilidade principal sobre as informações prestadas é do emissor, mas cabe ao


intermediário líder da colocação revisar essas informações, a fim de verificar se são
fidedignas e suficientes para uma tomada de decisão pelos investidores.

IMPORTANTE: A CVM pode dispensar o registro de ofertas de determinados valores


mobiliários, como debêntures não conversíveis em ações, Cotas de fundos de
investimentos fechados, Commercial Papers, certificados de recebíveis imobiliários,
certificados de agronegócio, Cédula de Crédito Bancário (“CCB”) e Letras Financeiras.
Nesse caso são chamadas de ofertas públicas com esforços restritos, reguladas pela
Instrução 476/09, e buscam um publico-alvo específico, os chamados investidores
qualificados (fundos de investimentos, por exemplo)
Os investidores qualificados são os elencados no art. 109 da Instrução CVM nº 409/04, a saber:
I – instituições financeiras;
II – companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
III – entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
IV – pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$
300.000,00 (trezentos mil reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de
investidor qualificado mediante termo próprio, de acordo com o Anexo I;
V – fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados; VI –
administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação
a seus recursos próprios;
VII – regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou por Municípios.

Para os fins de ofertas públicas de valores mobiliários distribuídos com esforços restritos, deve-se
observar que:

I – todos os fundos de investimentos serão considerados investidores qualificados, mesmo que se


destinem a investidores não-qualificados; e

II – As pessoas naturais e jurídicas mencionadas no inciso IV do art. 109 da Instrução CVM nº


409, de 2004, deverão subscrever ou adquirir, no âmbito da oferta, valores mobiliários no
montante mínimo de R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais)

Acesse aqui para informações mais completas sobre as ofertas públicas de distribuição.


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Fechamento do capital

Uma empresa, da mesma forma que decide abrir seu capital, poderá desejar, por uma
decisão estratégica/empresarial fazer a operação inversa.

O fechamento do capital obedece as regras previstas na Instrução CVM 361/02 e ocorre


por meio de uma OPA (Oferta Pública de Aquisição de ações). De forma simplificada, o
acionista controlador irá recomprar ações de emissão da companhia e poderá fechar o
capital desde que acionistas minoritários titulares de mais de 2/3 (dois terços) das ações
em circulação aceitem os termos do negócio.

Negociação

Finalizada a oferta pública de distribuição, os investidores que adquiriram os títulos e


valores mobiliários podem revendê-los no chamado mercado secundário, onde ocorre a
sua negociação entre os investidores.

Os investidores podem negociar diretamente entre si para comprar e vender ações e


outros títulos e valores mobiliários. Contudo, na maioria dos casos, essa não é a forma
mais eficiente porque implica em altos custos de transação.

Para facilitar a negociação desses títulos no mercado secundário, foram criadas


instituições que têm por objetivo administrar sistemas centralizados, regulados e seguros
para a negociação desses títulos. A função básica dessas instituições é proporcionar
liquidez aos valores de emissão de companhias abertas, ou seja, possibilitar ao investidor
que adquiriu esses títulos vendê-los de forma eficiente e segura. São exemplos destas
instituições as bolsas de valores e as entidades administradoras do mercado de balcão
organizado.

A atuação nas bolsas de valores e nos mercados de balcão, organizado e não organizado,
é restrita aos integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, dentre estes as
instituições financeiras e sociedades corretoras e distribuidoras devidamente autorizadas a
funcionar pela CVM e pelo Banco Central do Brasil, que atuam em nome de seus clientes,
os investidores, comprando e vendendo ações, debêntures e outros títulos e valores
mobiliários emitidos pelas companhias abertas.

As bolsas de valores e as entidades do mercado de balcão organizado têm o status de


autorreguladores, pois são responsáveis por estabelecer diversas regras relativas ao
funcionamento dos mercados por elas administrados e à atuação dos intermediários que
neles atuam. Ao mesmo tempo, as bolsas de valores e os mercados de balcão organizado
são supervisionados pela CVM.
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

Compreenda as terminologias usadas no Sistema Financeiro

√ Mercado primário: As empresas ou o governo emitem títulos e valores mobiliários para


captar novos recursos diretamente de investidores.

√ Mercado secundário: é composto por títulos e valores mobiliários previamente


adquiridos no mercado primário, ocorrendo apenas a troca de titularidade, isto é, a
compra e venda. Não envolve mais o emissor e nem a entrada de novos recursos de
capital para quem o emitiu. Seu objetivo é gerar negócios, isto é, dar liquidez aos títulos.

√ Distribuição primária: corresponde à distribuição de novas ações, sendo os recursos


captados destinados a aumento de capital da companhia emissora.

√ Distribuição secundária: corresponde à distribuição de ações já emitidas e os recursos


captados se destinam aos acionistas vendedores, que podem ser investidores estratégicos
tais como os Fundos de "Private Equity" (Fundo de Investimento em Participações).

O que é Bolsa de Valores

As bolsas de valores são ambientes organizados para negociação de títulos e valores


mobiliários. Sua principal função é proporcionar um ambiente mais líquido, transparente e
seguro para a realização de negócios, contribuindo assim para a eficiência do mercado de
capitais.

As bolsas de valores utilizam sistemas eletrônicos de negociação para registro das ordens
de compra e venda. No Brasil, atualmente, as bolsas são organizadas sob a forma de
sociedade por ações (S.A.), regulada e fiscalizada pela CVM. As bolsas têm autonomia
para exercer seus poderes de autorregulamentação sobre as corretoras de valores que
nela operam. Todas as corretoras são registradas no Banco Central do Brasil e na CVM.

Somente através das corretoras e distribuidoras, os investidores têm acesso aos sistemas
de negociação para efetuarem suas transações de compra e venda.

As companhias que têm ações negociadas nas bolsas são chamadas companhias
"listadas".  A companhia deve, ainda, atender aos requisitos estabelecidos pela Lei das
S.A. (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976) e pelas instruções da CVM, além de
obedecer a uma série de normas e regras estabelecidas pelas próprias bolsas.

Os mercados de capitais são mais eficientes em países onde existem bolsas de valores
bem estruturadas, transparentes e líquidas. Para que elas desempenhem suas funções, o
ambiente de negócios do país tem que ser livre e as regras devem ser claras. Nestes
contextos, as bolsas podem beneficiar todos os indivíduos da sociedade e não somente
aqueles que detêm ações de companhias abertas. Vejam, a seguir, quais são os benefícios
gerados pelas bolsas de valores para a economia e a sociedade como um todo:
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

- Levantando capital para negócios : As bolsas de valores fornecem um excelente


ambiente para as companhias levantarem capital para expansão de suas atividades
através da venda de ações, e outros valores mobiliários, ao público investidor.

- Mobilizando poupanças em investimentos: Quando as pessoas investem suas poupanças


em ações de companhias abertas, isto leva a uma alocação mais racional dos recursos da
economia, porque os recursos - que, de outra forma, poderiam ter sido utilizados no
consumo de bens e serviços ou mantidos em contas bancárias - são mobilizados e
redirecionados para promover atividades que geram novos negócios, beneficiando vários
setores da economia, tais como, agricultura, comércio e indústria, resultando num
crescimento econômico mais forte e no aumento do nível de produtividade.

- Facilitando o crescimento de companhias: Para uma companhia, as aquisições e/ou


fusões de outras empresas são vistas como oportunidades de expansão da linha de
produtos, aumento dos canais de distribuição, aumento de sua participação no mercado
etc.

As bolsas servem como um canal que as companhias utilizam para aumentar seus ativos e
seu valor de mercado através da oferta de compra de ações de uma companhia por outra
companhia. Esta é a forma mais simples e comum de uma companhia crescer através das
aquisições ou fusões. Quando feitas em bolsas, as aquisições e fusões são mais
transparentes e permitem uma maior valorização da companhia, pois as informações são
mais divulgadas e há uma maior interação dos agentes envolvidos, tanto compradores
quanto vendedores.

- Redistribuindo a renda: Ao dar a oportunidade para uma grande variedade de pessoas


adquirir ações de companhias abertas e, consequentemente, de torná-las sócias de
negócios lucrativos, o mercado de capitais ajuda a reduzir a desigualdade da distribuição
da renda de um país. Os investidores - casuais ou profissionais -, através do aumento de
preço das ações e da distribuição de dividendos, têm a oportunidade de compartilhar os
lucros nos negócios bem sucedidos feitos pelos administradores das companhias.

- Aprimorando a Governança Corporativa: A demanda cada vez maior de novos acionistas,


as regras cada vez mais rígidas do governo e das bolsas de valores têm levado as
companhias a melhorar cada vez mais seus padrões de administração e eficiência.
Consequentemente, é comum dizer que as companhias abertas são mais bem
administradas que as companhias fechadas (companhias cujas ações não são negociadas
publicamente e que geralmente pertencem aos fundadores, familiares ou herdeiros ou a
um grupo pequeno de investidores).
Os princípios de governança corporativa estão, cada vez mais, sendo aceitos e
aprimorados.
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

- Criando oportunidades de investimento para pequenos investidores: Diferentemente de


outros empreendimentos que necessitam de grandes somas de capital, o investimento em
ações é aberto para quaisquer indivíduos, sejam eles grandes ou pequenos investidores.
Um pequeno investidor pode adquirir a quantidade de ações que está de acordo com sua
capacidade financeira, tornando-se sócio minoritário (mesmo tendo participação
percentual ínfima no capital da companhia), sem que tenha que ficar excluído do mercado
de capitais apenas por ser pequeno. Desta forma, a bolsa de valores abre a possibilidade
de uma fonte de renda adicional para pequenos poupadores.

- Atuando como Termômetro da Economia: Na bolsa de valores, os preços das ações


oscilam dependendo amplamente das forças do mercado e tendem a acompanhar o ritmo
da economia, refletindo seus momentos de retração, estabilidade ou crescimento. Uma
recessão, depressão, ou crise financeira pode eventualmente levar a uma queda (ou até
mesmo uma quebra) do mercado. Desta forma, o movimento dos preços das ações das
companhias e, de forma ampla, os índices de ações são um bom indicador das tendências
da economia.

- Ajudando no financiamento de projetos sociais: Os governos federal, estadual ou


municipal podem contar com as bolsas de valores ao emprestar dinheiro para a iniciativa
privada para financiar grandes projetos de infraestrutura, tais como estradas, portos,
saneamento básico ou empreendimentos imobiliários para camadas mais pobres da
população.

Geralmente, esses tipos de projetos necessitam de grande volume de recursos financeiros,


que as empresas ou investidores não teriam condições de levantar sozinhas sem contar
com a participação governamental. Os governos, para levantarem recursos, utilizam-se da
emissão de títulos públicos. Esses títulos podem ser negociados nas bolsas de valores.

O levantamento de recursos privados, por meio da emissão de títulos, elimina a


necessidade (pelo menos no curto prazo) de os governos sobretaxarem seus cidadãos e,
desta maneira, as bolsas de valores estão ajudando indiretamente no financiamento do
desenvolvimento.

BM&FBOVESPA S.A.

No Brasil, opera hoje, como principal bolsa, a BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores,
Mercadorias e Futuros - criada em maio de 2008 com a integração entre Bolsa de
Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), tornando-se a
maior bolsa da América Latina, a segunda das Américas e a terceira maior do mundo.

Nela são negociados títulos e valores mobiliários, tais como: ações de companhias
abertas, títulos privados de renda fixa, derivativos agropecuários (commodities),
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

derivativos financeiros, entre outros valores mobiliários. A BM&FBOVESPA também


administra mercados de Balcão Organizado.

O que é Mercado de Balcão Organizado

O mercado de balcão é dito organizado no Brasil quando as instituições que o administram


criam um ambiente informatizado e transparente de registro ou de negociação e têm
mecanismos de autorregulamentação. A principal diferença entre mercado de bolsa e de
balcão organizado está nas regras de negociação estabelecidas para os ativos registrados
em cada um deles. Nesse mercado, onde também as instituições são autorizadas a
funcionar pela CVM e por ela são supervisionadas, cria-se um ambiente de menor risco e
transparência para os investidores se comparado ao mercado de balcão não organizado,
em que as instituições financeiras negociam títulos e valores mobiliários sem um local
físico ou sistema eletrônico definidos e organizados.

Atuam como intermediários no mercado de balcão organizado não somente as corretoras


de valores, mas também outras instituições financeiras, como bancos de investimento e
distribuidoras de valores. Além das ações, outros valores mobiliários são negociados em
mercados de balcão organizado, tais como debêntures, cotas de fundos de investimento
imobiliário, fundos fechados, fundos de investimento em direitos creditórios - FIDCs,
certificados de recebíveis imobiliários - CRIs, entre outros.

O primeiro mercado de balcão organizado destinado à negociação de ações criado no


Brasil foi a Sociedade Operadora de Mercado de Ativos - SOMA, adquirida pela BOVESPA
em 2002. Em seu lugar, foi implantado o SOMA FIX, atual mercado de balcão organizado
de títulos de renda fixa da bolsa paulista.

Cetip - Mercados Organizados

A Cetip é uma companhia de capital aberto que oferece serviços de registro, central
depositária, negociação e liquidação de ativos e títulos.

Em maio de 2008, os associados da Cetip aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária,


a proposta de desmutualização e a transformação da empresa em uma sociedade
anônima, e, em 28 de outubro de 2009, a companhia passou a ter capital aberto, com
ações negociadas no Novo Mercado.

A empresa é líder no Brasil no registro e depósito de ativos de Renda Fixa e Derivativos de


Balcão e concentra grande parte das negociações eletrônicas de títulos públicos e
privados.

Participantes do mercado brasileiro

Estes são alguns dos principais agentes participantes do mercado de capitais brasileiro:

√ Emissores
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

- Companhias abertas

√ Intermediários

- Bancos de Investimento

- Corretoras de Mercadorias

- Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários

- Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários

- Agentes autônomos de investimento

- Administradores de carteiras

√ Administradores de Mercado

- Bolsas de Valores

- Depositárias

- Câmaras de Compensação e Liquidação

√ Outros

- Analistas de Mercado de Valores Mobiliários

- Empresas de Auditoria

- Consultorias

√ Investidores

- Pessoas Físicas

- Institucionais

- Empresas

- Estrangeiros

- Outros
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

O Papel da CVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem a finalidade de disciplinar e fiscalizar o
mercado de valores mobiliários, aplicando punições àqueles que descumprem as regras
estabelecidas. Esse mercado é representado por um conjunto de produtos de investimento
oferecidos ao público, tais como ações de empresas negociadas em bolsa e fundos de
investimento, entre outros.Por se tratar de um mercado em que pode haver perdas e não
há rentabilidade assegurada, a proteção do cidadão, nesse caso, não se dá contra perdas
normais decorrentes, por exemplo, de variações no preço de uma ação, mas por meio da
ação de fiscalização da CVM, assegurando que as regras sejam cumpridas e,
principalmente, oferecendo um conjunto de informações que permita ao cidadão tomar
decisões de investimento conscientes.

Nesse sentido, a CVM desenvolveu em 1998 o PRODIN - Programa de Orientação e Defesa


do Investidor, que é responsável pelo atendimento ao cidadão, acolhendo consultas,
reclamações e denúncias, e pelas ações de educação de investidores. O cidadão pode
recorrer aos canais de atendimento do Programa sempre que tiver dúvidas ou quando
enfrentar problemas, mas a melhor forma de se proteger de decisões que não sejam
adequadas é a informação.

CVM - Comissão de Valores Mobiliários

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07 de dezembro de 1976 pela Lei


nº 6.385 para fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.

Até o ano de 1976 não havia uma entidade que absorvesse a regulação e a fiscalização do
mercado de capitais, principalmente nos temas relativos às sociedades de capital aberto.
Por isso, a Lei nº 6.385  ficou sendo conhecida como a Lei da CVM.

A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da


Fazenda, porém sem subordinação hierárquica.

Com o objetivo de reforçar sua autonomia e seu poder fiscalizador, o governo federal
editou, em 31.10.01, a Medida Provisória nº 8 (convertida na Lei nº 10.411 de 26.02.02)
pela qual a CVM passa a ser uma "entidade autárquica em regime especial, vinculada ao
Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de
autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato
fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária" (art. 5º).

É administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da


PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

República e aprovados pelo Senado Federal. Eles formam o chamado "colegiado" da CVM.
Seus integrantes têm mandato de 5 anos e só perdem seus mandatos "em virtude de
renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo
disciplinar" (art. 6º § 2º).

O Colegiado define as políticas e estabelece as práticas a serem implantadas e


desenvolvidas pelas Superintendências, as instâncias executivas da CVM.

Sua sede é localizada na cidade do Rio de Janeiro, com Regionais nas cidades de São
Paulo e Brasília.

A CVM tem as seguintes atribuições:

• Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;

• Promover a expansão e o funcionamento correto, eficiente e regular do mercado


de ações, além de estimular as aplicações permanentes em ações do capital social
de companhias abertas sob o controle de capitais privados nacionais;

• Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de valores, do mercado


de balcão e das bolsas de Mercadorias e Futuros;

• Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra:


emissões irregulares de valores mobiliários; atos ilegais de administradores e
acionistas controladores de companhias abertas, ou de administradores de carteira
de valores mobiliários; e o uso de informação relevante não divulgada no mercado
de valores mobiliários;

• Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de manipulação que criem condições


artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no
mercado;

• Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários


negociados e sobre as companhias que os tenham emitido;

• Assegurar o cumprimento de práticas comerciais equitativas no mercado de valores


mobiliários;

• Responsável por fazer cumprir a Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976 (Lei da


Sociedade por Ações), em relação aos participantes do mercado de valores
mobiliários;
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

• Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de auditores independentes,


administradores de carteiras de valores mobiliário, agentes autônomos, entre outros;

• Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de investimento;

• Apurar, mediante inquérito administrativo, atos legais e práticas não-equitativas de


administradores de companhias abertas e de quaisquer participantes do mercado de
valores mobiliários, aplicando as penalidades previstas em lei;

• Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores independentes; consultores e


analistas de valores mobiliários.

A CVM NÃO TEM COMPETÊNCIA PARA DETERMINAR O RESSARCIMENTO DE EVENTUAIS


PREJUÍZOS SOFRIDOS PELOS INVESTIDORES EM DECORRÊNCIA DA AÇÃO OU OMISSÃO
DE AGENTES DO MERCADO.
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

Princípios do Investimento

Qual o melhor investimento para você?


Para responder esta pergunta é necessário que você aprenda um pouco sobre você e o
momento em que vive. Vamos fazer isso juntos
Qual o objetivo para a quantia que está sendo aplicada?
Antes de escolher onde investir, é importante decidir como o capital investido será
utilizado no futuro, pois essa decisão será determinante na hora de escolher o tipo de
investimento. Por isso, tente listar seus objetivos e decidir o quanto será aplicado para
atender a cada um. Caso existam mais objetivos que sua capacidade de poupança, tente
eleger os mais importantes.
Os objetivos de investimento podem ser listados em termos mais específicos, como, por
exemplo, "compra de uma casa", ou mais gerais, como, por exemplo, "formação de
poupança para utilização futura". Porém, especificá-los melhor pode ajudar na hora de
escolher o investimento mais adequado, principalmente se a cada um estiver associada
uma estimativa de valor.
Por quanto tempo a quantia poderá permanecer aplicada?
O horizonte de aplicação é também um fator decisivo na hora de definir o investimento
mais apropriado, pois o tempo que o valor ficará aplicado poderá influenciar na
rentabilidade e até na tributação. Portanto, além de especificar seus objetivos, associando
a cada um deles o valor correspondente, é necessário estimar o tempo desejado para
resgatar o investimento.
Qual o seu perfil de risco?
Na hora de optar por um investimento tenha sempre em mente que, em regra, quanto
maior a rentabilidade prometida, maior o risco de perder a quantia aplicada. Então, antes
de escolher, compare a rentabilidade prometida com a média do mercado e desconfie de
promessas boas demais, pois não existe milagre no mercado de capitais.
Além disso, quem escolhe correr riscos deve fazê-lo de forma consciente e estar
preparado para que eventuais perdas não provoquem grandes danos. Por isto, evite
aplicar a parte essencial do seu patrimônio em investimentos de alto risco.
Tendo isso em mente, descubra agora qual dos perfis abaixo melhor reflete sua
propensão a riscos:
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

• Conservador - privilegia a segurança e faz todo o possível para diminuir o risco de


perdas, para isso aceitando até uma rentabilidade menor.
• Moderado - procura um equilíbrio entre segurança e rentabilidade e está disposto a
correr um certo risco para que o seu dinheiro renda um pouco mais do que as
aplicações mais seguras.
• Arrojado - privilegia a rentabilidade e é capaz de correr grandes riscos para que
seu investimento renda o máximo possível.

Descobrir seu perfil pode ajudá-lo na escolha da aplicação mais adequada, desde que
esta informação seja utilizada apenas como orientação (e não como verdade absoluta)
e que sejam tomadas as precauções necessárias, antes e ao longo do investimento,
tais como:

• verificar se há registro na CVM;


• ler atentamente o regulamento e/ou o prospecto;
• informar-se sobre os custos incidentes;
• conhecer a estratégia do administrador e os riscos assumidos;
• e pesquisar a reputação das instituições envolvidas, entre outras precauções.

Assim, a título de orientação, podemos dizer que investimentos como Poupança,


Títulos Públicos e Fundos de Curto Prazo são mais compatíveis com investidores de
perfil conservador.
No outro extremo, os Fundos Multimercado são exemplos de investimento mais
compatíveis com investidores de perfil arrojado, uma vez que há muita liberdade na
composição de suas carteiras e mais exposição ao risco em busca de maior
rentabilidade.
No entanto, alguns investimentos, tais como Fundos Cambiais, Fundos de Renda
Fixa, Ações e Debêntures, poderão ser considerados moderados ou arrojados
dependendo, entre outros fatores, da política de investimento constante do
Regulamento e do risco do emissor do título.
O mais importante é, antes de qualquer aplicação, verificar a solidez das instituições
envolvidas (emissor do título, administrador, gestor, custodiante) e pesquisar nos
documentos correspondentes (Regulamento do Fundo, Prospecto da Oferta Pública
etc.) qual o perfil de risco assumido. E lembre-se também que, qualquer que seja o
investimento escolhido, é preciso ter sempre em mente estas duas afirmações:

• Aplicações em valores mobiliários sempre têm risco de perda do capital investido .


• Se a quantia a ser investida é parte essencial do seu patrimônio, não arrisque .

Como combinar objetivos e prazos na hora de escolher o melhor


investimento?
PRIMEIROS PASSOS – Antes de investir

Uma vez que você conheça seu perfil de risco e defina seus objetivos, poderá se
informar sobre os investimentos disponíveis no mercado e verificar o mais
adequado às suas necessidades. Vejamos alguns exemplos:
Viagem de férias - supondo que, neste exemplo, o valor aplicado tenha que
ser resgatado em três meses. Neste caso, faz mais sentido escolher uma
aplicação de curto prazo e baixo risco, pois, além do resgate ter que ser feito
em breve, qualquer perda pode causar grande dano, uma vez que não há
tempo suficiente para sua recuperação.
Compra de uma casa - neste caso, como provavelmente se trata de um
montante alto e de um tempo de aplicação longo, é mais sensato escolher um
investimento de longo prazo, onde é provável obter maior rentabilidade com
menor risco. Porém, é necessário cuidado redobrado, por um lado, devido ao
montante aplicado ser significativo e, por outro, pelo fato da expectativa de
resgate estar distante no tempo, o que faz com que seja necessário o
constante acompanhamento da aplicação e sua permanente reavaliação para
verificar a necessidade de mudança, caso o cenário que foi tomado por base
para a aplicação mude.
Formação de poupança para utilização futura - neste exemplo, pelo fato do
objetivo não estar claramente determinado (definindo quando e onde será
utilizada a quantia investida), o mais indicado pode ser a diversificação das
aplicações. Com essa estratégia, o investidor poderá escolher aplicações de
diferentes riscos, rentabilidades e prazos, permitindo que tenha sempre
quantias disponíveis para eventuais gastos, ao mesmo tempo em que
maximiza seu lucro, além de poder compensar as perdas em uma aplicação
com os ganhos em outra.
Por fim, lembre-se que, seja no curto ou longo prazo, seus investimentos se
destinam a financiar seus planos para o futuro e, consequentemente, terão que ser
modificados ou adaptados, à medida que tanto os planos quanto o contexto
(político, econômico etc.) forem mudando.
Por isso, para ter certeza de que seus objetivos serão realmente atingidos,
acompanhe sempre o desempenho de suas aplicações, procure manter-se
permanentemente informado e, de tempos em tempos, reavalie suas decisões de
investimento para ver se continuam coerentes em relação aos seus planos e ao
ambiente que o cerca

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