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PROCESSO CIVIL Prof.

Juliano Colombo

PONTO: PRAZOS

“Em se tratando de prazos, o intérprete, sempre que possível, deve


orientar-se pela exegese mais liberal, atento às tendências do processo
civil contemporâneo – calcado nos princípios da efetividade e da
instrumentalidade – e à advertência da doutrina de que as sutilezas da
lei nunca devem servir para impedir o exercício de um direito.(Revista do
Superior Tribunal de Justiça 34/362) .

Art. 177 - Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos


em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo
em conta a complexidade da causa.

Prazos para a Fazenda Pública ou o Ministério Público

Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para


contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a
Fazenda Pública ou o Ministério Público.

A Fazenda Pública é a Administração Pública por qualquer de suas entidades


da administração direta: União, Estados e Municípios.

As empresas públicas e sociedades de economia mista não fazem jus ao


benefício do prazo.

Autarquias e Fundações Públicas: Por expressa disposição de lei (DL


7659/45, 1 o), as autarquias já podiam utilizar-se da prerrogativa do prazo. O
CPC 188 se aplica, igualmente, às fundações públicas: “Art. 10. Aplica-se às
autarquias e fundações públicas o disposto nos arts. 188 e 475 caput e no seu
inciso II, do Código de Processo Civil” (Lei 9469/97)

No que tange à Defensoria Pública, não se aplica o art. 188 do CPC.


Entretanto, os defensores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Territórios têm as prerrogativas de serem intimados pessoalmente nos
processos em que atuam e de gozarem da contagem em dobro de todos os
prazos processuais, forte na Lei Complementar 80/94 – Lei da Defensoria
Pública.

Sendo requisito legal a simultaneidade, entre contestação e reconvenção, fica


igualmente, nos casos do art. 191 e 188 do CPC, quadruplicado e duplicado o
prazo para reconvir. Tal não se aplica para a exceção. Poderá o réu reconvir
sem contestar, entretanto se optar pelas duas formas de resposta deverá ser
simultânea.

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Prazos para Liticonsortes com Diferentes Procuradores

Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes


procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos
para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar
nos autos.

A duplicação dos prazos beneficia tanto os litisconsortes ativos como os


litisconsortes passivos. Importante que sejam diferentes os procuradores. Na
expressão ‘falar nos autos’ estão abrangidas todas as manifestações da parte
no processo, inclusive contrarrazões de recursos. Aplica-se o art. 191
somente enquanto durar o litisconsórcio. Duplicação de prazos legais e não
de prazos judiciais.

Se a parte for litisconsorte da Fazenda Pública ou do MP, aplica-se a estes


últimos o art. 188 e, para falar nos autos, o art. 191. Ao particular se aplica
somente o art. 191. Não há aplicação cumulativa do art. 188 e art. 191.

Súmula 641 do STF: “Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando
só um dos litisconsortes haja sucumbido”

PROCESSO CIVIL. REVISIONAL DE ALUGUEL. LITISCONSORTES COM


PROCURADORES DIVERSOS. BENEFÍCIO DO PRAZO EM DOBRO PARA
CONTESTAR. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 191 DO CPC. 1. No âmbito
desta Corte, prevalece o entendimento de que a regra mais benéfica do
artigo 191 do Códex Instrumental, qual seja, a contagem em dobro dos
prazos, independe de prévia declaração dos litisconsortes e é aplicável,
ainda que fora do prazo simples. Precedentes. 2. Mesmo que o
magistrado não esteja adstrito ao laudo, não ofende ao princípio da livre
apreciação da prova a utilização de perito da sua confiança a fim de formar
seu convencimento, conforme faculta-lhe o Código de Processo, haja vista ser
o destinatário final da prova. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag
1146930/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
09/03/2010, DJe 12/04/2010)

PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CONSIDERADA INTEMPESTIVA.


DESCONSIDERAÇÃO DO PRAZO EM DOBRO, DECORRENTE DO
LITISCONSÓRCIO. VIOLAÇÃO DO ART. 191 DO CPC. INEXISTÊNCIA. 1.
Hipótese em que o Ministério Público Federal ajuizou Ação Civil Pública
contra cinco réus. Ao receber a petição inicial e determinar o processamento
do feito, o juiz de 1º grau decidiu, de plano, excluir quatro deles,
permanecendo no pólo passivo apenas o recorrente. 2. Embora o Parquet
tenha interposto Agravo de Instrumento, não obteve efeito suspensivo e, ao
final, foi negado provimento ao recurso. Constata-se, portanto, que o

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litisconsórcio, na origem, foi desfeito desde o despacho inicial. 3. Importa,


dessa forma, destacar que jamais existiu, concretamente, litisconsórcio na
Ação Civil Pública. 4. Nessa circunstância, o prazo para interposição de
recursos não sofre incidência do art. 191 do CPC. Precedentes do STJ. 5. No
caso, a sentença foi publicada em 11.2.2008; os aclaratórios opostos em
19.2.2008 foram considerados intempestivos por decisão publicada em
14.3.2008; e, finalmente, a apelação foi protocolada em 27.3.2008. 6. Correta
a decisão que julgou intempestivos os Embargos de Declaração, pois não se
aplicou, na espécie, a situação descrita no art. 191 do CPC. 7. Tampouco
merece reparo a decisão que inadmitiu a Apelação. O STJ possui orientação
pacificada no sentido de que os aclaratórios intempestivos não interrompem o
prazo para interposição de outros recursos. 8. Recurso Especial não provido.
(REsp 1178061/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,
julgado em 15/04/2010, DJe 19/05/2010)

"Em interpretação integrativa, é de aplicar-se a regra benévola do art. 191,


CPC, mesmo quando apenas um dos co-réus contesta o feito, e no prazo
duplo." (REsp 277.155/PR, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO
TEIXEIRA).

Prazos Próprios e Impróprios

- Prazos Próprios: São os fixados para as partes, cuja inobservância


acarreta desvantagem para aquele que o descumpriu, gera a imediata
perda do direito de prática do ato processual, independentemente de
manifestação judicial. A inobservância do prazo próprio gera o
fenômeno processual da preclusão.

A preclusão processual é a perda do direito processual, a perda da


faculdade de realizar o ato processual, em virtude do seu não-exercício
no tempo útil. É princípio básico e fundamental do direito processual. A
preclusão aqui referida é a preclusão temporal, sendo um dos efeitos
da inércia da parte, acarretando a perda da faculdade de praticar o ato
processual.1Em regra, não haverá preclusão temporal para o juiz.

Art. 183. Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de


declaração judicial, o direito de praticar o ato, ficando salvo, porém,
à parte provar que o não realizou por justa causa.
1
Não confundir com a preclusão lógica e com a preclusão consumativa. Preclusão lógica: incompatibilidade
entre o ato praticado e outro que se queira praticar. Preclusão consumativa: fundamento no art. 473, o ato já foi
realizado, não importando se com bom ou mal êxito, não sendo possível tornar a realizá-lo.
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§ 1o Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da


parte, e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.
§ 2o Verificada a justa causa o juiz permitirá à parte a prática do ato
no prazo que Ihe assinar.

A justa causa referida nos §§1o e 2o é o impedimento eficaz que por si


só faz com que não se possa realizar o ato processual. Importante que
este impedimento deve ser alheio à vontade da parte ou interessado e
conseqüência de fato ou evento imprevisto.

Súmula n.º 418/STJ: "É inadmissível o recurso especial interposto


antes da publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem
posterior ratificação."

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO


ESPECIAL. TEMPESTIVIDADE. INTERPOSIÇÃO ANTES DO JULGAMENTO DOS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. FORMAÇÃO DO AGRAVO. ÔNUS DO
AGRAVANTE. - É extemporâneo o recurso especial interposto antes do julgamento
dos embargos de declaração, salvo se houver reiteração posterior, porquanto o prazo
para recorrer só começa a fluir após a publicação do acórdão integrativo. - É vedada
a juntada posterior de quaisquer das peças essenciais à formação do instrumento.
Agravo no agravo de instrumento não provido. (AgRg no Ag 1299791 / RJ, Ministra
NANCY ANDRIGHI, Terceira Turma, p. em 3/08/2010 e p. no DJe de
09/08/2010)

PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO


AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO.
INTEMPESTIVIDADE. PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. EMBARGOS
NÃO CONHECIDOS. 1. O dies a quo para a oposição dos embargos declaratórios dá-se com a
publicação do acórdão atacado na imprensa oficial, sendo intempestivos aqueles manifestados antes
desse ato, pois "A extemporaneidade do recurso ocorre não apenas quando é interposto além do prazo
legal, mas também quando vem à luz aquém do termo inicial da existência jurídica do decisório
alvejado" (EDcl no REsp 210.522/MS, Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO, DJ de 25/2/02). 2.
Embargos de declaração não conhecidos. (EDcl no AgRg no Ag 898.919/RS, Quinta Turma, da
minha relatoria, DJe 28/10/08)

PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO. RECURSO INTERPOSTO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO.
INTEMPESTIVIDADE. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. EMBARGOS NÃO-CONHECIDOS.
1. É assente na jurisprudência do STF e do STJ que a intempestividade recursal advém não só
de manifestação tardia da parte, mas, igualmente, da impugnação prematura. 2. Embargos de
declaração não-conhecidos. (EDcl na SE 3660/GB, minha relatoria, Corte Especial, DJe 8/3/10,
original sem grifo)

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A parada dos serviços judiciais, em razão de greve do funcionalismo,


constitui obstáculo ao curso regular do prazo recursal (STJ, Resp
11618).

Os atestados médicos graciosos, além de vagos e imprecisos, e após o


indeferimento do recurso intempestivo, não comprovam força maior
impeditiva da prática do ato processual (Revista Trimestral de
Jurisprudência do STF 91/143)

- Prazos Impróprios: São os prazos destinados ao juiz, aos órgãos


judiciários e aos auxiliares da justiça, cuja inobservância não acarreta
situação processual detrimentosa para aquele que o descumpriu. Pode
dar ensejo à sanções disciplinares. O ato processual praticado além do
prazo impróprio é válido e eficaz. Não há preclusão temporal.

Regra Geral do Curso dos Prazos

Art. 241. Começa a correr o prazo:


I – quando a citação ou intimação for pelo correio, da data da
juntada aos autos do aviso de recebimento;

Ciência Inequívoca: Na visão de Luiz Fux e Humberto Theodoro. Caso o


advogado do réu tenha juntado procuração aos autos, ou retirado os
autos do cartório, a partir desses momentos é que se conta o prazo para
contestar, sendo prescindível a publicação de qualquer ato pela
imprensa oficial, como também é desnecessária a juntada do mandado
ou aviso de recebimento aos autos: o prazo se inicia com a ciência
inequívoca de que existe ação proposta contra o réu.

II – quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data


de juntada aos autos do mandado cumprido;

III – quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do


último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido;

Não se aplica esta regra no processo de execução, para efeitos de


contagem do prazo para o ajuizamento da ação de embargos do
devedor. Na execução cada executado é considerado autônoma e
individualmente, de modo que o prazo para cada um embargar é

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singular: conta-se a partir da juntada do respectivo mandado de citação


cumprido aos autos e não do último mandado (CPC 738, §1o)

§ 1o Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles


embargar conta-se a partir da juntada do respectivo mandado citatório,
salvo tratando-se de cônjuges.

Art. 184 - Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos,


excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento.

§ 1º. Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o


vencimento cair em feriado ou em dia em que:
I - for determinado o fechamento do fórum;
II - o expediente forense for encerrado antes da hora normal.

§ 2º. Os prazos somente começam a correr a partir do primeiro dia


útil após a intimação (art. 240 e parágrafo único).

Nenhum prazo se inicia ou extingue em dia não útil. Sábado é dia não
útil para a contagem de prazos, não havendo expediente forense.

A regra sobre a contagem dos prazos no sistema do CPC é a de que o


dia do início não se computa no termo, no qual se inclui o dia do final.
Quando o expediente forense for anormal, não se tem início nem
término de prazo naquele dia.

Para efeito de contagem de prazo, deve ter-se como equiparado ao dia


não-útil aquele em que o expediente encerra-se anormalmente. Deste
modo, o prazo começará a fluir do primeiro dia útil subseqüente, em que
haja expediente normal (STJ, 3a. T, Resp 11234-SP)

“Publicada no Sábado, considera-se a intimação como feita no primeiro


dia útil, contando-se daí o prazo para recorrer” (STJ, 3a Turma, Resp
533-488- PB)

“Feita a intimação no sábado (onde não houver expediente forense) ou


no domingo, o primeiro dia do prazo, havendo expediente na segunda-
feira, será a terça-feira (RSTJ 56/271)

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Súmula 310 do STF: Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira,


ou a publicação com efeito de intimação for feita neste dia, o prazo
judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver
expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se
seguir.

No caso de intimação pelo Diário da Justiça Eletrônico, os prazos serão


contados segundo as regras comuns já vigorantes para as
comunicações de atos processuais pela imprensa escrita.

A Lei n. 11.419 define como data da publicação, para efeito da


eficácia da intimação “o primeiro dia útil seguinte ao da
disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico”(art.
4o, §3o). Conseqüentemente, os prazos, que se abrem em função
dessa modalidade de intimação,“terão início no primeiro dia útil
que se seguir ao considerado como data da publicação” (art. 4o,
§4o)

Art. 185. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será
de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo
da parte.

Esta regra é subsidiária, pois havendo prazo legal ou este sendo


assinado pelo juiz, não aplica-se o art. 185. Na seqüência didática
observa-se: Quando houver prazo legal, expressamente determinado
pela lei, deve prevalecer sobre a regra subsidiária do art. 185. Apenas
quando a lei não estabelecer o prazo é que pode o juiz fixá-lo. Na
ausência de previsão legal expressa, bem como na falta de assinação
pelo juiz, incide a regra geral de que trata este artigo.

Prazos Regressivos

Como prazos regressivos previstos no CPC podemos elencar por


exemplo:

- protocolo do rol de testemunhas 10 dias antes da audiência de


instrução e julgamento, se outro não for determinado pelo juiz
(art. 407);

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Aplica-se as regras gerais dos prazos progressivos, com observações a


serem feitas ...

A contagem é iniciada no primeiro dia útil anterior (Resp 299.211/MG) e,


repita-se, é realizada de modo regressivo. O dia do término do prazo
(dies ad quem) deve também ser útil (Resp 5.510/MG). Eventualmente,
se o termo final recair em data que não haja expediente forense, ele
deverá ser antecipado para o dia útil imediatamente anterior. Note que
aqui reside um ponto importante da distinção entre o prazo regressivo e
o progressivo. Quando o final do prazo se dá, por exemplo, em um
sábado (em que não haja expediente forense), a prática válida do ato
poderá ocorrer até sexta-feira e não se prorroga até segunda-feira. A
título de exemplo, imagine-se que certa audiência seja realizada no dia
15 do mês. O dies a quo é 15. A contagem se inicia no primeiro dia útil
imediatamente anterior (dia 14, aqui considerado útil). Contados os dez
dias, o dies ad quem será 5. Eventualmente, se não ocorrer expediente
nessa data, o prazo será antecipado para 4 ou para o primeiro dia útil
que lhe seja anterior.2

PONTO: CITAÇÃO

Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o


interessado a fim de se defender.

- A citação visa cientificar o demandado dos termos em que proposta


ação.

- Ampla defesa e contraditório.

Art. 234. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos


atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer
alguma coisa.

- Na regra, a intimação é realizada para o advogado. Nota de


Expediente - Publicação/Disponibilização no Diário de Justiça
Eletrônico.

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Processo Civil 1. Allan Helber de Oliveira. Marcelo Dias Gonçalves Vilela
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Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz


litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada
por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe
a prescrição.

- 5 efeitos típicos da citação válida: a) torna prevento o juízo (fixa a


competência do juízo); b) induz litispendência (indica que pende a
lide ao demandado); c) faz litigiosa a coisa (a demanda para o réu); e
mesmo que ordenada por juiz incompetente d) constitui em mora o
devedor; e) interrompe a prescrição.

- Outros efeitos: vedação a adição ou modificação do pedido, sem o


consentimento da outra parte.

§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura


da ação.

§ 2o Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez)


dias subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando
prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço
judiciário.

§ 3o Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o


máximo de 90 (noventa) dias.

§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos


parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a
prescrição.

- Não haverá a interrupção da prescrição com retroação à data da


propositura da ação se a parte não requerer a citação ou se mostrar
omissa ou relapsa em relação à concretização do ato.

§ 5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.

§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo


anterior, o escrivão comunicará ao réu o resultado do
julgamento.

Art. 220. O disposto no artigo anterior aplica-se a todos os


prazos extintivos previstos na lei.

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Art. 221. A citação far-se-á:

I - pelo correio;

II - por oficial de justiça;

III - por edital.

IV - por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria.


(Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006).

CORREIO

Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca
do País, exceto:

O juiz de uma comarca poderá determinar a citação do réu que reside


em outra comarca.

a) nas ações de estado;

- Refere-se as ações que denotam a posição da pessoa diante do


ordenamento jurídico: exemplo: separação judicial, divórcio, anulação
de casamento, interdição...)

b) quando for ré pessoa incapaz;

c) quando for ré pessoa de direito público;

d) nos processos de execução;

e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega


domiciliar de correspondência;

f) quando o autor a requerer de outra forma.

Regra geral é a citação pelo correio.

OFICIAL DE JUSTIÇA

Art. 224. Far-se-á a citação por meio de oficial de justiça nos


casos ressalvados no art. 222, ou quando frustrada a citação
pelo correio.

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Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver


procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o
encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a
qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho,
que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora
que designar.

- A citação por hora certa não necessita de nova determinação


judicial para que se realize. Há dois pressupostos que a legitimam: a)
efetiva procura do citando; b) suspeita de ocultação.

- É imprescindível que o oficial de justiça certifique os dias e horários


que tentou citar o réu antes da citação por hora certa sob pena de
nulidade do ato.

Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça,


independentemente de novo despacho, comparecerá ao
domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência.

§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça


procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a
citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra
comarca.

§ 2o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará


contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho,
conforme o caso, declarando-lhe o nome.

O art. 9º, II do CPC é expresso ao irradiar a ampla defesa e o


contraditório. Ocorre que referido inciso dispõe acerca da
determinação dada ao juiz para que ao revel citado por edital ou
com hora certa, seja nomeado curador especial. Assim, com base
na ampla defesa, somente haverá necessidade de o juiz nomear
curador especial, se o réu que tiver sido citado fictamente (por edital
ou com hora certa) tornar-se revel, deixando de comparecer ao
processo e não apresentando contestação.

“Art. 9º O juiz dará curador especial:


I - ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os
interesses deste colidirem com os daquele;
II - ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com
hora certa.”

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Art. 229. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao


réu carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo ciência.

Art. 230. Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas


que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de
justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer
delas.(Redação dada pela Lei nº 8.710, de 24.9.1993)

Questões

01. ( ) Considera-se “preclusão lógica” a que se opera em razão da


faculdade processual já ter sido exercida.

02. ( ) Consideram-se prazos impróprios aqueles cujo descumprimento


não gera conseqüências processuais, mas apenas disciplinares, como é
o caso do prazo conferido ao juiz para proferir a sentença ou aos
serventuários para praticar atos de sua atribuição.

03. ( ) nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se


situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá
efetuar citações ou intimações em qualquer delas.

04. ( ) a citação pelo correio, para qualquer comarca do País, é válida


quando for a ré pessoa de Direito Público e nos processos de execução.

05. O despacho que ordenar a citação se prolatado por juiz


a) competente, constitui em mora o devedor e suspende a prescrição.
b) competente ou incompetente, constitui em mora o devedor e
interrompe a prescrição.
c) incompetente, constitui em mora o devedor mas não interrompe a
prescrição.
d) competente, não constitui em mora o devedor mas suspende a
prescrição.
e) incompetente, constitui em mora o devedor e suspende prescrição.

06. A citação poderá ser feita pelo correio:


a) se for ré pessoa incapaz.
b) se o réu residir em outra Comarca.
c) se for ré pessoa jurídica de direito público.
d) no processo de execução.
e) nas ações de estado.
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07. ( )Quando não for possível fazer citação por correio, ela será feita
por meio do oficial de justiça, na pessoa do réu ou de seu advogado, se
este tiver procuração para o foro em geral, o que confere ao advogado
poderes para receber a citação de seu cliente.

08. ( ) A citação com hora certa pode ser efetuada quando o oficial de
justiça, além de suspeitar que o réu se oculta para evitar a citação, não
conseguir encontrá-lo em seu domicílio ou residência, por três vezes,
para dar-lhe pessoalmente a ciência do ato cuja prática foi-lhe
incumbida.

09. ( ) Citação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e


termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.

10. ( ) De acordo com o Código de Processo Civil, quando, por três


vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou
residência, sem o encontrar, havendo suspeita de ocultação, será feita a
citação por edital.

11. ( ) Começa a correr o prazo quando a citação ou intimação for


pelo correio, da data em que recebida a carta pela parte.

12. ( ) Começa a correr o prazo quando houver vários réus, da data


de juntada aos autos do aviso de recebimento ou mandado citatório
cumprido

13. O mandado de citação cumprido validamente por oficial de justiça,


porém ordenado por juiz incompetente para processar o feito, produzirá
os seguintes efeitos:

(A) prevenção do juízo, interrupção da prescrição e constituição em


mora do devedor citado.
(B) prevenção do juízo, litigiosidade da coisa demandada e
litispendência.
(C) constituição em mora do devedor citado e suspensão da prescrição.
(D) interrupção da prescrição e constituição em mora do devedor citado.
(E) litispendência e prevenção do juízo.

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14. A citação cível poderá ser feita por via postal


(A) nas ações de alimentos.
(B) nas ações de estado.
(C) quando o réu for pessoa incapaz.
(D) quando o réu for pessoa de direito público.
(E) nos processos de execução.

15. O oficial de justiça, ao receber para cumprimento um mandado de


citação em ação cautelar inominada oriundo de Vara Cível do Foro
Regional do Alto Petrópolis, Comarca de Porto Alegre-RS, verificou que
o endereço indicado para a realização da diligência situa-se em comarca
vizinha, na Região Metropolitana. O auxiliar do juízo, em face dessas
circunstâncias,

(A) por estar impedido de atuar fora da jurisdição da Comarca de Porto


Alegre, deverá certificar a impossibilidade de cumprimento do mandado
e devolvê-lo ao cartório.

(B) poderá efetuar a diligência, pois não está impedido de atuar nas
comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na
mesma região metropolitana.

(C) deverá cumprir, incontinente, a diligência, pois este é o seu dever de


ofício, sendo-lhe vedada qualquer discricionariedade na atuação.

(D) poderá contatar outro oficial de justiça atuante na comarca onde a


diligência deve ser realizada e, havendo anuência, transferir-lhe o
encargo, por termo lançado no próprio mandado.

(E) poderá cumprir o mandado, mas antes deverá solicitar autorização


ao juiz de direito diretor do foro da comarca que jurisdiciona o endereço
indicado.

16. ( ) Havendo litisconsórcio passivo entre a fazenda pública e outra


pessoa, o prazo para recorrer será em quádruplo, pois o prazo normal
em dobro deverá ser dobrado novamente, por conta do peculiar regime
de prazo de litisconsortes com procuradores distintos.

17. ( ) Ao réu citado por edital ou com hora certa deve o juiz dar
curador especial.

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PROCESSO CIVIL Prof. Juliano Colombo

18. ( ) Em razão do princípio da ampla defesa, em sendo revel o réu,


cumpre ao juiz nomear-lhe curador especial, ainda que tenha havido
defesa apresentada por outro litisconsorte.

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