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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES - ICHCA


CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS
Disciplina: Técnicas e instrumentos de comunicação dirigida em RP
Prof. Dr. Amilton Gláucio de Oliveira

Cinthya Oliveira
Cinthya.oliveira@cedu.ufal.br

RESUMO INTERPRETATIVO SOBRE A TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS

A teoria das janelas quebradas foi desenvolvida pelo psicólogo especialista em


criminologia George Kelling e pelo cientista político James Wilson ao realizarem um
estudo empírico em dois bairros de classes sociais diferentes. No estudo, foram
utilizados dois carros do mesmo modelo, um deixado em uma região periférica e outro
em uma região elitizada dos EUA. No primeiro contexto, o carro logo foi saqueado e
destruído, já no segundo cenário o carro permaneceu intacto.
Dando continuidade ao estudo, os pesquisadores decidiram então quebrar
uma janela do carro e prosseguir com a observação e ao perceber a janela do carro
quebrada, outras pessoas deram continuidade aos atos de vandalismo, levando os
pesquisadores à conclusão de que atos de pequenas desordens favorecem o
surgimento de atos de desordem maior.
Seguindo essa linha de raciocínio, se uma janela for quebrada e não for
consertada com rapidez, a tendência é que outras pessoas passem a jogar pedras
nas outras janelas, fortalecendo a teoria de que a desordem gera desordem.
Por ser um modelo voltado inicialmente para a política de segurança pública e
combate à criminalidade, a ideia era adotar medidas visando controlar ou reprimir os
pequenos atos, acreditando que assim evitariam a ocorrência de problemas maiores,
e consequentemente, o aumento da criminalidade.
Assim também, trazendo para a área da comunicação, um pequeno ruído de
comunicação pode repercutir rapidamente, gerando novos ruídos, causando uma
série de conflitos e quanto mais tempo levar para ser resolvido, maiores serão as
consequências. De modo geral, trata-se de resolver ou evitar os pequenos conflitos,
para assim, prevenir a existência de conflitos maiores e mais graves, considerando
que zelar pela ordem, diminui a ocorrência de situações de desordem.
Nesse sentido, propiciar um ambiente que reflita a imagem de ordem, incentiva
condutas mais éticas e o seguimento de regras por parte das pessoas ao redor, ou
seja, o comportamento das pessoas varia de acordo com o ambiente em que estão
inseridas, pois a ausência de regras, o fato de parecer que ninguém se importa,
reforça a ideia de que não há problema em dar continuidade às condutas
consideradas reprováveis.
Em suma, a teoria está centrada na afirmação de que não agir diante dos
pequenos atos ilícitos, tende a desencadear uma falta de controle que favorece a
evolução para atos mais nocivos. No entanto, do ponto de vista criminal, para o qual
a teoria foi originalmente criada, apesar de provocar reflexões interessantes e que até
certo ponto fazem sentido, não podemos generalizar o resultado deste estudo e
associar as causas motivadoras de pequenas infrações às de grandes crimes, ou
seja, combater um não evita necessariamente a existência do outro, os motivos são
diversos e devem ser analisados do ponto de vista político, social, histórico,
econômico e cultural, para assim determinar sua causalidade.

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