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PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE MECÂNICA
Professor Fábio Martins
PROCESSOS DE SOLDAGEM
Engenharia Mecatrônica
1
SUMÁRIO
Metalurgia Física 3
Fluxo de calor em soldagem 13
Defeitos e descontinuidades em soldas 18
Soldagem a gás oxi-combustível 30
Soldagem com eletrodos revestidos 39
Soldagem MIG/MAG e com Arames Tubulares 44
Soldagem por arco submerso 57
Soldagem TIG 68
Soldagem por Resistência 77
Outros processos de soldagem 96
2
INTRODUÇÃO À METALURGIA FÍSICA
3
ESTRUTURA CRISTALINA
4
Uma das características dos cristais, também chamados de células unitárias, é a
de ter uma direção preferencial de crescimento, durante a solidificação. Um metal, ao
solidificar, necessita de um substrato sólido para servir de âncora para o crescimento da
estrutura cristalina. Este substrato é chamado de núcleo. Em um metal fundido, prestes a
solidificar, quanto maior for o número de núcleos maior será a quantidade de grãos. A
orientação espacial do núcleo determina a direção de solidificação e crescimento da
estrutura cristalina. Se existirem 2 ou mais núcleos, com orientações distintas, estes irão
gerar estruturas cristalinas com direções de crescimento distintos. Em determinado
momento, ao se encontrarem, uma das estruturas cristalinas irá se sobrepor à outra,
truncando seu crescimento. Tal fenômeno é conhecido por crescimento competitivo. A
região de separação entre duas estruturas cristalinas é chamada de contorno de grão.
Nesta região os átomos são levemente deslocados de suas posições normais, provendo
uma região de transição entre as estruturas cristalinas discordantes. Um grão nada mais
é do que um conjunto de células unitárias que cresceu em um único sentido.
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exemplo, a presença de carbono no ferro, formando a conhecida liga de ferro e carbono
chamada de aço, ou de zinco no cobre (latão) tende a aumentar a resistência mecânica e
a dureza e a diminuir a condutividade térmica.
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Uma estrutura cristalina perfeita, ideal, é necessariamente irreal. Na realidade,
em uma rede cristalina existe uma quantidade de defeitos muito grande, cujos principais
são:
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térmicos e variações de composição química. Para isto, inicialmente veremos o
diagrama de equilíbrio Fe-C.
Perlita: mais duro e menos tenaz, composto por ferrita e cementita, um carboneto de
ferro (Fe3C)
A proporção de perlita aumenta gradativamente até que, para um aço com 0,8%
de carbono a estrutura de solidificação é 100% perlítica. Acima de 0,8% a estrutura
passa a ser de perlita e cementita.
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material a temperaturas homogêneas e resfriamento lento, condições que não se
verificam durante a soldagem.
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TRATAMENTOS TÉRMICOS DOS AÇOS
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Têmpera: Consiste do aquecimento do aço até a temperatura de austenitização, seguido
de um resfriamento rápido o suficiente para permitir a formação de martensita. A
têmpera pode causar um aumento significativo na dureza e resistência dos aços,
particularmente daqueles com maior teor de carbono. Contudo, o aumento da resistência
é acompanhado por uma perda proporcional de dutilidade.
Recozimento: Este tratamento tem como objetivo obter no material uma estrutura
próxima àquelas exibidas em diagramas de equilíbrio. Após o recozimento o aço tende a
se tornar macio, dútil e fácil de ser dobrado (maleável) e cortado. Consiste da
austenitização do material seguido de resfriamento lento, normalmente dentro do forno.
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QUESTÕES PROPOSTAS
1. Se eu desejo determinar o tamanho de grão de um aço, que tipo de técnica devo
utilizar? Esta determinação pode ser caracterizada como macrografia ou
micrografia? Por quê?
2. Defina estrutura cristalina de um metal.
3. Explique o fenômeno do crescimento competitivo.
4. Defina contorno de grão.
5. O que você entende por fase?
6. Defina solução sólida e explique os tipos que podem ocorrer.
7. Em condições de equilíbrio, quais são as fases que surgem em aços com composição
química variando entre 0 a 0,8%?
8. Quais as condições para o surgimento das fases metaestáveis?
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Fluxo de Calor em Soldagem
Energia concentrada
Elevada densidade
Alterações de Temperatura
- Zona Fundida
Consequências:
Fusão
Coalescência
Solidificação
Ocorrência de Falhas
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APORTE DE ENERGIA
V I
HI
v
Onde:
soldagem) [mm/s]
HI = 13,3 x VC2H2 x ,
Onde:
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Determinação da Eficiência do processo
Calorimetria
- Úmida
- Seca
Exemplos práticos:
Calcule a eficiência da fonte de energia de uma soldagem a arco elétrico com eletrodo
revestido se a energia coletada em um calorímetro úmido foi de 3040 W, a tensão do
arco foi de 38 V e a corrente, 100 A. Se a velocidade de soldagem foi de 72 cm/min,
qual foi o insumo de calor?
Sua utilização, contudo, deve ser feita com alguma cautela. Nem sempre existe uma
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pois os parâmetros de soldagem (corrente, tensão e velocidade de deslocamento) afetam
Questões Propostas
4. Calcule o insumo de calor para uma soldagem TIG de alumínio com I = 250 A, V =
16
Defeitos e descontinuidades em soldas
Estruturais
- Porosidade
- Inclusões
- Falta de fusão
- Falta de penetração
- Mordeduras
- Trincas
Propriedades inadequadas
- Mecânicas
- Químicas
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- Outras
Distorções
Deformações plásticas causadas pelas tensões internas do material, que por sua vez são
causadas pelo ciclo térmico de soldagem.
Causas Práticas: Soldagem em excesso, soldagem em juntas livres (não restringidas),
seleção incorreta de chanfro e da sequência de soldagem.
Consequências: alterações de formas e dimensões.
Medidas Corretivas: A distorção pode ser removida ou minimizada, durante a soldagem,
diminuindo-se a quantidade de calor aportado e metal depositado, pela adoção de
dispositivos de fixação, pelo martelamento entre passes, escolha correta do chanfro e
sequência de soldagem. A correção da distorção de soldas prontas exige medidas, em
geral, onerosas, tais como desempenamento mecânico ou térmico, remoção da solda e
posterior soldagem, etc.
Porosidade
Porosidade pode ser definida como a presença de poros ou bolhas dentro do metal de
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A porosidade ocorre em virtude dos metais apresentarem aumento na capacidade de
absorver gases com o aumento de sua temperatura e também com a mudança de estado.
A ocorrência da porosidade pode ser verificada de várias formas. As mais comuns são:
- uniformemente distribuída
- agrupada
- alinhada
- vermicular
Causas principais:
Comprimento de arco elevado
Umidade na peça, fluxos, eletrodos ou gases de proteção
Contaminação do gás de proteção devido a vazamentos
Instabilidade do arco
Velocidade de soldagem elevada em relação à intensidade de corrente. Não permite
o escape dos gases antes da solidificação
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Aços com baixo teor de Mn e altos teores de S e P. A diminuição da ação
desoxidante do Mn e a elevação de formadores de gases pode ser combatida usando-
se eletrodos básicos
Juntas com ângulos de abertura estreitos
Consequências
Pequenas quantidades de poros não são consideradas prejudiciais. Acima de
determinados limites (em geral determinados por normas), a porosidade pode afetar o
desempenho da junta.
Medidas Corretivas:
A formação de porosidade pode ser evitada ou minimizada pelo uso de materiais limpos
e secos, de equipamentos em boas condições e pelo uso de parâmetros de soldagem
adequados. A utilização de pré-aquecimento, quando possível, tem ação benéfica sobre
a ocorrência de porosidade.
Inclusões
São materiais sólidos, metálicos ou não, retidos dentro da solda após a solidificação
(entre a face da junta e o cordão ou entre faces de cordões subsequentes). Podem se
apresentar isoladas, aglomeradas ou alinhadas, tendo formato, tamanho e forma de
distribuição em função do tipo de inclusão.
As inclusões não metálicas são constituídas normalmente por óxidos ou sulfetos,
provenientes da reação escória-metal fundido. As inclusões metálicas são provenientes
do contato do metal fundido com materiais estranhos à solda, como por exemplo
tungstênio, na soldagem TIG.
Causas Principais:
Condução ou inclinação inadequada do eletrodo, possibilitando a sobreposição do
metal líquido sobre escória solidificada.
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Chanfros de pequena abertura ou formatos de cordão muito convexos, que
dificultam a limpeza da escória entre os passes
Limpeza incompleta da junta
Contaminação da solda com revestimento não fundido de eletrodo, por contato do
mesmo com o metal fundido
Desgaste excessivo de eletrodo de W em soldagem TIG, por excesso de corrente ou
uso de polaridade inadequada
Contato entre o eletrodo de tungstênio e a poça de fusão durante a soldagem TIG
Abertura do arco em soldagem TIG com fontes convencionais por contato direto
entre eletrodo e peça
Contato entre bocal ou bico de contato de cobre com a poça de fusão
Uso de cobre-junta inadequado ou mal dimensionado, ou ação direta do arco sobre o
cobre-junta
Incorreto dimensionamento da poça de fusão, levando a um resfriamento muito
rápido e impedindo a expulsão da escória. Este efeito é mais aparente em soldagens
verticais ou sobre-cabeça, para os quais não se deseja poças de fusão com volumes
muito grandes.
Consequências:
Quantidades excessivas de inclusões prejudicam a tenacidade da solda, particularmente
no caso de inclusões alongadas que são concentradores de tensões relativamente
severos.
Medidas Corretivas
Manipulação correta dos eletrodos e remoção adequada da escória antes da soldagem.
Falta de Fusão
Define-se falta de fusão, ou fusão incompleta, como uma região não fundida localizada
nos bordos do chanfro da junta soldada ou nas superfícies entre passes, isto é, a não
solubilização do material fundido com o metal base. Quando isto acontece surge apenas
uma aderência entre o metal de solda e a superfície do chanfro, caracterizando
descontinuidade planar.
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Causas principais:
Desvio do arco, por ação de sopro magnético
Limpeza incompleta dos bordos, deixando óxidos, tintas, óleos, carepas, etc.
Movimento de tecimento incompleto do eletrodo, não fundindo completamente as
bordas do chanfro.
Transferência metálica do tipo curto-circuito em soldagem MAG sem tecimento,
especialmente em chapas grossas
Comprimento de arco muito pequeno, dificultando o acesso e o aquecimento das
bordas laterais
Insumo de calor muito baixo
Dificuldade de acesso a certas regiões da solda, como por exemplo em solda
multipasse com convexidade excessiva.
Consequências
A falta de fusão é um concentrador de tensões severo, podendo propiciar o surgimento e
a propagação de trincas. Além disso, pode reduzir a seção transversal da solda.
Medidas corretivas
O controle deste tipo de defeito é feito atuando-se no controle de suas causas.
Falta de Penetração
Trata-se da falha de preenchimento total de uma junta, no sentido da espessura ou
profundidade.
Causas práticas
Insumo de calor insuficiente
Preparação inadequada da junta
Eletrodos de diâmetro excessivo
Em soldagem TIG, ângulos de ponta de eletrodos muito grandes
Desvio do arco por ação de sopro magnético
Consequências
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Redução da seção transversal da solda e concentração de tensões.
Medidas Corretivas
A falta de penetração pode ser evitada pelo projeto adequado da junta e utilização de
procedimentos de soldagem adequados. Deve-se ressaltar que muitas juntas são
projetadas para serem soldadas com penetração parcial. Nestes casos a penetração
parcial não se constitui em defeito de soldagem.
Mordeduras
São depressões em forma de entalhes na região de concordância entre o metal base e o
cordão de solda, acompanhando-o longitudinalmente.
Causas principais
Velocidade de soldagem excessiva
Tensão de arco elevada (grande comprimento de arco)corrente de grande
intensidade (se a peça for muito fina poderá ocasionar a formação de furos)
Eletrodo de grande diâmetro, ocasionando correntes elevadas
Parâmetros de soldagem não compatíveis com o tipo de gás ou tipo de eletrodo,
ocasionando salpicagem intensa ou instabilidade do arco
Consequências
Redução da área útil e concentração de tensões. A resistência à fadiga é particularmente
reduzida.
Medidas corretivas
Atuar no sentido de se evitar suas causas. Quando ocorre na soldagem em vários passes,
a sua eliminação (com o esmeril, por exemplo) é importante para se evitar problemas
nos passes subsequentes.
Trincas
Trincas são consideradas as descontinuidades mais graves em soldagem. São fortes
concentradores de tensões, podendo favorecer a ocorrência de fraturas ou falhas. De
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uma maneira simples, pode-se considerar a ocorrência de trincas como o resultado da
incapacidade do material em atender às solicitações impostas localmente pelas tensões
decorrentes do processo de soldagem. Conforme já discutido, a aplicação concentrada
de calor, deformando localmente o material, causa o aparecimento de tensões bi ou
mesmo triaxiais na região da solda. Este estado de tensões, juntamente com a
fragilização associada às mudanças microestruturais durante a soldagem e/ou à presença
de certos elementos (notadamente o hidrogênio em soldagem de aços), pode resultar na
formação de trincas.
As trincas podem ser externas, isto é, atingirem a superfície, ou totalmente internas, não
sendo, neste caso, detectáveis por inspeção superficial da região da solda. Podem se
localizar na ZF, ZAC ou mesmo no metal base. Quanto as dimensões, podem ser tanto
micro como macroscópicas.
Vários mecanismos concorrem para a formação de trincas em soldas. Assim, estas
podem ser formadas durante a soldagem, na solidificação, durante o resfriamento da
junta, horas após a realização da soldagem e mesmo quando na realização de
tratamentos térmicos de alívio de tensões. Os principais tipos de trincas são brevemente
discutidos a seguir.
TRINCA A QUENTE
O termo trinca a quente, do inglês hot cracking, é utilizado atualmente como um termo
genérico, englobando dois tipos de trincas: a trinca de solidificação e a trinca de
liquação.
Trinca de solidificação pode ser definida como o surgimento de fissuras intergranulares
na zona fundida, motivado pelo nível de tensões internas trativas atuando na região, em
conjunto com a ocorrência de filmes líquidos ao redor dos contornos de grão durante a
solidificação. A trinca de liquação obedece às mesmas condições, ocorrendo na ZAC.
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Este tipo de trinca ocorre principalmente na ZAC, na região de crescimento de grão,
podendo também ocorrer na ZF de aços de maior resistência mecânica. A trinca aparece
depois de um período de incubação e cresce lentamente. Devido a este fato, uma
inspeção por ensaios não destrutivos, realizada logo após a soldagem, pode não revelar
a sua presença. Em geral, a trinca está completamente formada 48 horas após a
soldagem.
Materiais sensíveis
Aços temperáveis, isto é, aqueles que podem apresentar formação de martensita durante
a soldagem.
Fatores
Quantidade de hidrogênio absorvida durante a soldagem. O hidrogênio é gerado pela
decomposição da umidade presente no revestimento dos eletrodos ou nos fluxos, pela
presença de umidade ou contaminantes (graxa, tinta, etc.) na superfície da junta e pela
decomposição de material orgânico presente no revestimento dos eletrodos.
Controle:
Seleção do material: A sensibilidade ao problema aumenta com a temperabilidade do
material. Uma forma simples de se estimar a temperabilidade é através do conceito de
carbono equivalente, que, em função da composição química do material, classifica-o
como suscetível ou não ao problema. Existem várias formas de cálculo para o carbono
equivalente, das quais uma delas é apresentada a seguir:
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onde os teores de elementos estão em porcentagem em peso.
Fatores:
Tensões residuais
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Tipo de material: Quanto menor a dutilidade no sentido da espessura, maior a sua
sensibilidade ao problema. Esta dutilidade depende de vários fatores, destacando-se a
presença de inclusões alongadas (principalmente sulfetos) no material.
Controle
Mudança de geometria da junta: quando possível, a geometria da junta deve ser alterada
para minimizar as tensões de tração no sentido da espessura.
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Materiais sensíveis: aços ARBL, principalmente os do tipo Cr-Mo-V.
Controle
Seleção do material: existem vários métodos empíricos baseados na composição
química do material que podem ser utilizados para a determinação da suscetibilidade do
material ao problema. Um deles é conhecido por G:
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problemas de corrosão, pode-se citar a corrosão intergranular, corrosão sob tensão e
corrosão preferencial da solda.
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QUESTÕES PROPOSTAS
30
PROCESSO DE SOLDAGEM À GÁS OXI-COMBUSTÍVEL
31
razão volumétrica entre o gás combustível e o oxigênio regulado no maçarico não é
igual à calculada teoricamente.
A Chama Oxiacetilênica
A chama oxi-acetilênica é constituída basicamente de 2 regiões: cone interno e
envelope protetor
O cone interno, de forma bem definida, localizado logo à frente do bico, onde as
maiores temperaturas são alcançadas. Quando se utiliza acetileno, a reação química
geradora de calor é a seguinte:
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As maiores temperaturas ocorrem na ponta do cone interno, que é o que
efetivamente supre a energia para a realização da soldagem.
Equipamentos e Consumíveis
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Em instalações que usam o processo em larga escala pode existir uma ou várias
centrais de distribuição de gases. Neste caso, tubulações levarão os gases aos pontos de
utilização.
34
O maçarico misturador é indicado para uso com os dois gases à mesma pressão.
35
A proporção de gases na mistura determina o caráter da chama:
MATERIAIS
Apesar de pouco utilizado na indústria, devido à baixa concentração de energia, o
processo de soldagem à chama oxi-combustível tem capacidade de soldar uma
variedade relativamente grande de materiais, como mostra a tabela 2:
Metais altamente reativos, como titânio e zircônio, e refratários, tais como nióbio e
tungstênio, não podem ser soldagem por este processo.
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QUESTÕES PROPOSTAS
1- Quais são os tipos de chamas oxi-combustíveis e quais as suas funções? Para
quais materiais cada uma delas é adequada?
2- Desenhe uma chama oxi-acetilênica neutra, identificando suas regiões e
temperaturas correspondentes.
3- Por que o processo de soldagem à chama oxi-combustível está sendo pouco
utilizado atualmente?
4- Cite as principais vantagens e desvantagens do processo de soldagem à chama
oxi-combustível.
5- Quais as principais aplicações do processo de soldagem a gás oxi-combustível?
6- Quais as possíveis consequências de se soldar um aço alto carbono com chama
oxidante?
7- Qual é o gás mais utilizado para a soldagem oxi-gás? Por que?
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SOLDAGEM COM ELETRODOS REVESTIDOS
Desvantagens:
- Baixa produtividade
- Alguns tipos de eletrodos: Cuidados especiais
- Qualidade da solda muito dependente do soldador.
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Equipamentos:
Fonte de Energia
Baixa voltagem e alta corrente.
Fonte de corrente constante:
Cabos
Alicate (porta-eletrodos)
Grampo de terra
Bornes
Martelo
Escova
Máscara
Luvas
Eletrodos
- Alma metálica + revestimento
- Diâmetros entre 1,5 e 6 mm (2,5, 3,18 e 4 mm).
- Comprimentos entre 350 a 700 mm.
- Corrente elétrica: 20 a 550 A
39
- Materiais:
Aços carbono Aços baixa liga
Aços resistentes à corrosão Ferros fundidos
Algumas ligas de alumínio Cobre a suas ligas
Níquel e suas ligas
Posição de soldagem: 1, 2 e 4
1: Todas, exceto vertical descendente para eletrodos básicos
2: Plana e horizontal para juntas em ângulo
4: Todas as posições
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Algarismos Tipo de arco e Teor de Revestimento Tipo de Penetração
transferência Hidrogênio corrente
16 Médio, poucos Baixo Calcáreo (básico) CC+ e Média
salpicos, (2 ml/100g) com silicato de CA
globular potássio (baixo
hidrogênio)
18 Médio, poucos Baixo Calcáreo (básico) CC+ e Média
salpicos, (2 ml/100g) com silicato de CA
globular potássio e pó de
ferro (25 a 40%)
19 Suave, sem Médio Rutilo com silicato CC-, CC+ Grande
salpicos spray (15 ml/100g) de potássio e CA
20 Suave, sem Médio Ácido com silicato CC-, CC+ Grande
salpicos spray (15 ml/100g) de potássio e CA
22 Suave, sem Médio Ácido com silicato CC-e CA Grande
salpicos spray (15 ml/100g) de potássio
24 Suave, sem Médio Rutilo com silicato CC-, CC+ Média
salpicos spray (15 ml/100g) de potássio e pó de e CA
ferro (50%)
27 Suave, sem Médio Ácido com silicato CC-, CC+ Grande
salpicos spray (15 ml/100g) de potássio e pó de e CA
ferro (50%)
28 Médio, sem Baixo Básico com CC+ e Média
salpicos (2 ml/100g) silicato de potássio CA
e pó de ferro
(50%)
48 Médio, poucos Baixo Básico com CC+ e Média
salpicos, (2 ml/100g) silicato de potássio CA
globular e pó de ferro (25 a
40%)
Aços Baixa liga
E-XXXXX-XX
Exemplo: E-9018-D1
Ferros Fundidos
- Classificação auto-explicativa.
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Ligas de alumínio
- Alumínio puro ou Al-Si
- Segue as normas da Aluminum Association
Cobre e suas ligas
- Composição da alma metálica
Funções do Revestimento
Isolamento elétrico
Isolamento térmico
Função metalúrgica
Função ionizante
Componentes do revestimento
FUNÇÕES
Adição de elementos
Reforçador do
Estabilização
Desoxidação
revestimento
de escória
Formação
Oxidação
do fluxo
Geração
Fixador
do arco
de liga
de gás
Celulose O X O
Argamassa de O X
porcelana
COMPONENTES
Talco O X
Óxido de Titânio X X
(Rutilo)
Ilmenita X X
Óxido de ferro O X X
Carbonato de O X O X
cálcio
Ferromanganês X X O
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Dióxido de X O O O
manganês
Sílica X O O
Silicato de X X X
potássio
Silicato de sódio O X X
Classificação em função do revestimento
- Oxidante: Revestimento espesso, composto principalmente por óxido de ferro e
manganês. Produz escória espessa, compacta e facilmente destacável. A corrente de
operação pode ser alternada (CA) ou contínua com polaridade inversa (CC+),
alcançando baixa penetração do cordão de solda. O metal depositado apresenta
baixos teores de carbono e manganês, e não é adequado para soldas de
responsabilidade. É um tipo de revestimento pouco utilizado atualmente.
- Ácido: Revestimento médio ou espesso, constituído principalmente de óxido de
ferro, manganês e sílica. Produz escória abundante e porosa, de fácil remoção. É
indicado para CA e CC-, com penetração média. Sua taxa de fusão é elevada,
produzindo poças de fusão volumosas, o que restringe sua aplicação à posição plana.
As propriedades da solda são consideradas boas, porém sua resistência à trinca de
solidificação é baixa.
- Rutílico: Contém grandes quantidades de óxido de titânio (TiO2), também
conhecido por Rutilo. Produz escória espessa, compacta e de fácil destacabilidade.
São eletrodos de fácil operação, e podem ser utilizados em todas as posições. Por
sua versatilidade é chamado de eletrodo universal, podendo ser utilizado com
qualquer tipo de corrente, alcançando penetração média ou baixa.
- Básico: Revestimento à base de carbonato de cálcio. Produz pouca escória, com
aspecto vítreo e ação metalúrgica benéfica sobre o cordão de solda, retirando
enxofre e reduzindo a suscetibilidade à trinca de solidificação e trinca de hidrogênio.
Alcança média penetração e boas propriedades mecânicas, notadamente quanto à
tenacidade. É aplicado em soldagens de alta responsabilidade, de grandes espessuras
e em estruturas rígidas e também para aços de pior soldabilidade, tais como aços de
alto teor de carbono e/ou enxofre e aços de composição desconhecida. É
recomendado para CA e CC+. Este tipo de revestimento é altamente higroscópico e
os eletrodos deste tipo requerem cuidados especiais no armazenamento e
manipulação.
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- Celulósico: Revestimento com grandes quantidades de materiais orgânicos
combustíveis (como a celulose), cuja decomposição, pela ação do calor gerado pelo
arco elétrico, produz grande quantidade de gases protetores e pouca escória, de
difícil remoção. Em virtude dos gases produzidos serem de difícil ionização, o arco
é violento, produzindo soldas de grande penetração e grande quantidade de
respingos. As características mecânicas da solda são boas, exceto pela resistência à
trinca de hidrogênio. Os eletrodos com revestimento celulósico são particularmente
indicados para soldagens fora da posição plana e passes de raiz, com CC+ e, às
vezes, CA.
Eficiência do Processo
Tecimento
Melhor preenchimento
Flutuação da escória
Fusão das bordas
Ciclo térmico mais suave
Aumento do aporte térmico
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PROCESSO MIG/MAG
Eletrodo:
- Maciço
- Nu
- Contínuo
MAG (Metal Active Gas): gás ativo (CO2) ou rico em gases ativos. (Aços carbono e
baixa liga)
Arame-eletrodo:
Fornecido em bobinas
Alimentado continuamente
Composição varia em função da aplicação
Diâmetro: 0,8-3,2 mm
Não tem revestimento
45
Gás de Proteção:
Proteção da poça de fusão
Características do arco
Tipo de transferência metálica
Velocidade de soldagem
Perdas por projeção (respingos)
Penetração
Forma externa (Largura e altura do reforço)
Vantagens do processo
Alta produtividade
- Não tem escória
- Não necessita de substituição de eletrodo
Aplicável a vários tipos de materiais
- Aço carbono
- Aço baixa liga
- Aço inoxidável
- Ligas de alumínio
- Ligas de cobre
- Ligas de titânio
Não exige grande habilidade do operador
Pode ser automatizado
Grande densidade de corrente
- Até 300 A/mm2
- Pequeno comprimento de eletrodo energizado
Limitações
46
Altos níveis de radiação
O arco deve ser protegido de correntes de ar
Mais difícil de usar em locais de difícil acesso (Tocha maior e deve estar muito
próxima à junta)
Velocidade de resfriamento do cordão relativamente alta
O arame-eletrodo, para atender requisitos de flexibilidade, não pode atender
inteiramente requisitos metalúrgicos.
EQUIPAMENTOS
Fonte de energia:
- Corrente Constante
- Tensão Constante
- Modo Misto
47
Inovação: Fontes inversoras
Compactas
Leves
Comandos eletrônicos
Forma de onda
Pulsação de arco
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Comprimento do arco auto-ajustável
Fontes do tipo tensão constante
Demais Equipamentos
Tocha
- Refrigerada a ar ou água
- Retas ou curvas
- Materiais moles: push-pull
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Bico de contato
- Cobre ou ligas de cobre
- Furo com de 0,13 a 0,25 mm maior que o do arame
Bocal:
- Cobre ou cerâmica
- Direcionamento do gás de proteção
Conduíte:
- Movimentação do arame
- proporcional
- Aço ou nylon
TRANSFERÊNCIA METÁLICA
CURTO-CIRCUITO
3 TIPOS: GLOBULAR
SPRAY
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Baixos valores de energia
Útil para a soldagem de chapas finas
Arco instável
Grande quantidade de respingos (controlável)
CO2 puro ou Ar + CO2, com mais de 20% de CO2
Não é obtida na soldagem do alumínio (baixa resistividade do eletrodo)
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Transferência metálica Spray (ou aerosol)
Ar.
Arco estável
Poucos respingos
Solda homogênea
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Correntes de transição para arames de aço e de alumínio com diferentes diâmetros
Diâmetro do Corrente de Transição (A)
arame (mm) Aço carbono Aço inox Alumínio
(Ar + 2% O2) (Ar + 2% O2) (Ar)
0,8 160 ------ 90
1,0 185 170 100
1,2 220 225 120
1,6 275 285 170
Consumíveis
Arame-eletrodo Gás de proteção Spray anti-respingos
53
GASES
Inertes, Ativos ou Misturas
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Processo de Soldagem a Arco Elétrico com Arame Tubular
FCAW (Flux Cored Arc Welding)
revestimento.
55
Questões Propostas
1. Quais os papéis desempenhados pelo gás de proteção no processo MIG/MAG?
2. Em uma comparação entre os processos MIG/MAG e Eletrodo Revestido, qual deles
tem o eletrodo de maior comprimento? Por quê?
3. Como é feita a classificação do metal de adição para a soldagem MIG/MAG de aços
carbono?
4. Compare os processos de soldagem MIG/MAG e Eletrodo Revestido em função da
produtividade do processo, versatilidade e custo.
5. Qual o tipo de corrente e polaridade mais utilizado para a soldagem MIG/MAG? Por
quê?
6. Por que os arames para soldagem MIG/MAG de aços carbono ou baixa liga são cor
de cobre?
7. Qual a diferença, e onde são utilizados, entre os gases He e Ar na soldagem
MIG/MAG?
8. Descreva e comente os modos de transferência metálica no processo MIG/MAG.
Qual é o melhor? Como se faz a transição entre um e outro?
9. Quais as vantagens do processo de soldagem com arame tubular sobre o GMAW? E
as desvantagens?
56
PROCESSO DE SOLDAGEM A ARCO SUBMERSO
Características do Processo
Não há proteção gasosa
Tensão de trabalho: 20 a 55 V
tratores, etc.
Alta penetração
para o fluxo)
EQUIPAMENTOS
FONTES
Corrente constante ou tensão constante
58
Arames com diâmetros inferiores a 4,0 mm: fontes do tipo tensão constante e
alimentadores de arame com velocidade constante (comprimento do arco auto-
ajustável)
TOCHAS
Bico de contato deslizante, de cobre ou liga de cobre, com diâmetro coerente com
diâmetro do arame.
Dispositivo de alimentação do fluxo conjugado
Fluxo alimentado por gravidade
ALIMENTADOR DE ARAME
2 ou 4 polias
motor de corrente contínua para alimentação
SISTEMA DE CONTROLE
Ajuste de diversos parâmetros de soldagem: Valim, velocidade de soldagem, tensão,
etc.
59
MOVIMENTADOR
Tocha ou peça
Tartaruga sobre trilhos (portáteis, com velocidade limitada)
Carros em hastes guias (maior precisão)
Manipuladores ou lanças (movimento em 3 eixos)
VARIAÇÕES DO PROCESSO
60
Soldagem com eletrodo em forma de fita
Adequado para soldagem de revestimento, utiliza eletrodos com espessuras da
ordem de 0,5 mm e larguras de 15 a 90 mm, alimentados perpendicularmente à
direção de soldagem, resultando em cordões largos e com baixa diluição.
CONSUMÍVEIS
ARAMES
Normalmente maciços, de seção circular, podendo ser tubulares ou em forma de fita
Diâmetros: 1,6 a 6,4 mm (2,4; 3,25 e 4,0 mm)
Aço carbono e baixa liga: cobreados
diâmetro do eletrodo influencia a faixa de corrente de trabalho
Bobinas de 15 a 500 Kg.
FLUXOS
Misturas de compostos minerais na forma granular
Proteção da solda, do arco e da poça de fusão
Modificação da composição química e das propriedades mecânicas da solda
61
Estabilidade do arco
Classificados em função da reatividade: Ácidos, Neutros e Básicos
Fluxos Ácidos: maiores teores de oxigênio
Fluxos básicos: menores teores de oxigênio, enxofre e fósforo. Melhores
propriedades mecânicas
Valores em % em peso
Fluxos Misturados
Dois ou mais fluxos, fundidos ou aglomerados, misturados para obter a composição
ou efeito desejado.
Fluxos Sinterizados
Obtidos pela sinterização, a temperaturas elevadas, da mistura dos componentes.
São, em seguida, britados, moídos, peneirados e embalados.
Pouco utilizados
63
Fluxos classificados pelas propriedades da solda obtidas pala utilização com um
determinado eletrodo. Um mesmo fluxo pode ter classificações distintas,
dependendo do eletrodo utilizado.
Exemplo: F7A6-EM12K
Fluxo que produzirá metal de solda em que, na condição como soldado terá um limite
de resistência não menor do que 70.000 psi (480 MPa), e uma resistência ao impacto de,
no mínimo, 27 J a –51 ºC, quando utilizado em conjunto com o eletrodo EM 12K.
DETALHES OPERACIONAIS
65
Eletrodo energizado, com esfera de tela metálica ou de palha de aço colocada no
ponto de contato eletrodo-peça.
O contato elétrico funde a esfera ou palha de aço, permitindo a abertura do arco.
Arraste
Eletrodo em contato com a peça, com movimento relativo entre os dois. Após o
início do arco, o arame é imediatamente alimentado.
66
Questões Propostas
1. Por que o processo de soldagem a arco submerso é utilizado quase sempre no modo
automatizado?
2. Defina sopro magnético e explique como este fenômeno pode ser controlado na
soldagem a arco submerso.
3. Explique o nome soldagem a arco submerso.
4. Compare os processos de soldagem MIG/MAG e arco submerso. Quais as vantagens
do processo MIG/MAG sobre o processo arco submerso? E quais as vantagens do
arco submerso sobre o MIG/MAG?
5. Faça a mesma análise da questão anterior, desta vez comparando os processos arco
submerso e eletrodo revestido.
6. Um eletrodo em forma de fita exigiria mais ou menos energia do que um eletrodo
comum para ser depositado? Por que?
7. Qual é a principal limitação do processo de soldagem a arco submerso? E qual a sua
principal qualidade? Justifique.
67
PROCESSO TIG (Tungsten Inert Gas)
GTAW – Gas Tungsten Arc Welding
tungstênio não consumível e o metal base. A proteção do eletrodo, metal base e arco
Princípios de operação
68
Metal de adição: varetas (manual) ou arame em bobinas (automatizado)
Custo: relativamente elevado
Produtividade: relativamente baixa
Principal característica: qualidade
Equipamentos
Básicos:
Fonte de energia
Tocha
Dispositivo para abertura do arco
Fonte de gás
Cabos
Mangueiras
Fonte
Característica estática corrente constante
Correntes contínua, alternada e pulsada
Faixa de correntes de trabalho: 5 a 600 A
69
Semelhantes à fontes para soldagem com eletrodos revestidos
Correntes e polaridades
Ação de Limpeza de
Óxidos Não Sim Sim, a cada meio
ciclo
Balanço de Calor 70% na Peça 30% na Peça 50% na Peça
(aproximado) 30% no Eletrodo 70% no eletrodo 50% no Eletrodo
Penetração Profunda e Estreita Rasa e Média
Larga
O tipo de corrente mais utilizado é a corrente contínua com polaridade direta (CC-), por
alcançar maiores penetrações com menor concentração de corrente no eletrodo.
70
Corrente alternada (CA): Forma intermediária de corrente, que inverte a polaridade
periodicamente, cumprindo a função de remoção da camada superficial de óxido sem
concentrar excessivamente o calor no eletrodo. A corrente alternada pode ser
balanceada, quando os tempos e as intensidades de corrente são iguais para ambas as
polaridades, ou desbalanceada, com os tempos e intensidades diferenciados. As fontes
mais modernas permitem o total desbalanceamento da corrente alternada, assim como a
adoção de formas de onda diferentes da senoidal, suprida pela rede e com tendência à
interrupção do arco nas mudanças de polaridade, problema evitado com a imposição de
alta frequência ao arco elétrico.
Na soldagem TIG com fontes convencionais não é recomendável a abertura do arco por
contato direto entre o eletrodo e a peça. Este tipo de procedimento pode danificar a
ponta do eletrodo e contaminar a solda com inclusões de tungstênio. Por este motivo
foram desenvolvidos dispositivos e técnicas para abertura do arco sem o contato direto
entre eletrodo e peça.
Arco piloto: Nesta técnica um arco auxiliar entre um eletrodo adicional e a peça é
aberto por alta frequência. Em um certo instante o arco é transferido para o eletrodo
principal. Por exigir tochas complexas este método é de pouca utilização.
Alta tensão: Neste método, uma tensão elevada, por volta de 10.000 V, é imposta
entre o eletrodo e a peça, de modo a permitir o surgimento espontâneo do arco.
Contudo, o elevado risco de choque elétrico restringe este método à aplicações
automatizadas.
71
As fontes mais modernas permitem a elevação gradual da tensão, de modo que o toque
entre o eletrodo e a peça permite a abertura do arco e não causa danos.
Arco pulsado
Tochas
As tochas para soldagem TIG tem como funções básicas fixar o eletrodo,
energiza-lo e fornecer a proteção gasosa de forma apropriada. Podem ser retas ou
angulares. Tochas com maiores capacidades de corrente possuem sistema de
refrigeração interno à água.
A fixação e o contato elétrico dos eletrodos é feita por pinças de cobre ou de
ligas de cobre, específicas para cada diâmetro de eletrodo.
O fluxo de gás é direcionado pelo bocal, que pode ser metálico ou, mais
frequentemente, cerâmico. Os bocais possuem diferentes formas, diâmetros e
comprimentos, de acordo com a aplicação. Para tornar mais efetiva a proteção gasosa,
existem dispositivos especiais:
Gas lens: telas finas utilizadas para garantir o fluxo laminar do gás de proteção.
Consumíveis
72
Em casos especiais, podem ser adicionadas pequenas quantidades de hidrogênio (aços
inoxidáveis e ligas a base de níquel)e nitrogênio (cobre e suas ligas).
Gás mais utilizado: argônio. Em uma comparação com hélio, o argônio apresenta as
seguintes vantagens:
Mais barato
Promove a retirada da camada superficial de óxido
Melhor estabilidade do arco
Menor consumo (vazões menores)
Menores tensões de arco para uma mesma corrente e comprimento de arco
Maior facilidade para abertura do arco (mais ionizável)
Por outro lado, o hélio apresenta as seguintes características
Por ser mais leve (menor densidade) que o argônio, exige maiores vazões para ser
conseguir uma proteção gasosa efetiva, o que significa maior consumo.
Maior custo
Maiores tensões de soldagem
Maior penetração do cordão de solda
Maiores velocidades de soldagem
Metal de adição
Varetas de 1 metro de comprimento
Fios em bobinas
Eletrodos de tungstênio
Apesar de teoricamente não consumíveis, apresentam deterioração durante a soldagem,
necessitando de afiações periódicas.
Constituem-se de varetas sinterizadas, de diferentes diâmetros, de tungstênio puro ou
com adição de óxidos, com a função de conduzir a corrente elétrica e estabelecer e
manter o arco elétrico.
Ponto de fusão do tungstênio puro: 3.410 ºC
Adição de óxidos: melhora propriedades de emissão de elétrons
Atualmente, novos tipos de eletrodos vem sendo desenvolvidos: La2O3 - 1,5% (dourado
ou cinza)
74
Em CC-, eletrodos torinados apresentam melhor desempenho
Em virtude da radioatividade do tório, existe a tendência (Europa e EUA) de
substituir os eletrodos torinados por ceriados ou lantanados.
Métodos de apontamento
Arredondamento (balling)
Consiste do estabelecimento de um arco elétrico entre o eletrodo e um bloco de cobre
refrigerado à água utilizando CA ou CC+, até que ocorra o arredondamento da ponta do
eletrodo. O diâmetro da ponta do eletrodo deve ser de 1 a 1,5 vezes o diâmetro do
eletrodo.
Vantagens do processo
Produz soldas de alta qualidade
Ausência de respingos e escória
Permite fácil controle da penetração
Pode utilizar fontes de baixo custo
Indicado para chapas finas, devido ao bom controle do calor aportado
75
Fonte de calor e adição do material controlados separadamente
Pode ser utilizado sem material de adição (soldagem autógena)
Aplicável a quase todos os metais, com exceção dos de baixo ponto de fusão
(chumbo, estanho, etc.)
Especialmente útil para a soldagem de ligas de alumínio, magnésio e inox
Arco suave
Mínima geração de fumos
Permite boa visibilidade do soldador
Limitações do Processo
Baixa produtividade
Exige habilidade do soldador
Não recomendável, porém possível, para espessuras superiores a 10 mm
Sensível a correntes de ar
Suscetível a contaminações de tungstênio na solda
76
Questões Propostas
77
SOLDAGEM POR RESISTÊNCIA
A soldagem por resistência compreende um grupo de processos nos quais a união de
interface.
PROCESSOS
Soldagem por pontos (Resistance Spot Welding – RSW)
Soldagem por costura (Resistance Seam Welding – RSEW)
Soldagem por projeção (Projection Welding – RPW)
Soldagem de topo por resistência (Upset Welding – UW)
Soldagem de topo por centelhamento (Flash Welding – FW)
Soldagem por resistência a alta frequência (High Frequency Resistance Welding –
HFRW)
Princípios básicos
Processo automático
Alta produtividade
Pequena distorção
Não utiliza fluxos
Metal de adição raramente usado
Superfícies sobrepostas ou topo a topo
CONCEITOS BÁSICOS
78
Geração de calor
Onde,
A maior resistência se verifica no ponto de contato das superfícies do metal base, onde
ocorre o ponto de maior temperatura.
No circuito elétrico, a corrente será a mesma em qualquer ponto. O calor gerado,
contudo, será proporcional à resistência elétrica de cada ponto.
79
Efeito da corrente
Tem a maior influência (Q = I2Rt)
Densidade de corrente pode diminuir pelo desvio de corrente por soldas
anterioresresistência da solda diminui.
Corrente excessiva pode causar a expulsão do metal, resultando em vazios internos,
trincas e queda nas propriedades mecânicas das soldas.
Efeito do tempo
O tempo de aplicação de corrente elétrica deve ser otimizado visando a produção de
soldas com resistência adequada sem excessivo aquecimento e deterioração do
eletrodo
80
FUNÇÃO INTENSIDADE-TEMPO
Efeito da pressão
A resistência equivalente (Q = I2Rt) do circuito de soldagem é diretamente
proporcional à pressão aplicada pelos eletrodos (o que afeta o tempo e a intensidade
de aplicação de corrente).
Na maioria das aplicações, o material dos eletrodos é mais mole do que o metal
base. Deste modo, a aplicação de pressão diminui a resistência de contato entre
eletrodos e chapas.
81
Efeito do eletrodo
Em soldagem a ponto e por costura, a área de contato é um dos fatores
preponderantes na densidade de corrente e na solda resultante. Deteriorações ou
deformações na face de contato do eletrodo influenciam a qualidade da solda. Os
eletrodos devem Ter sua geometria refeita periodicamente, a fim de compensar o
desgaste pelo ciclo de soldagem.
82
Balanceamento de calor
Dissipação de calor
Mecanismo predominante: condução
Duas etapas:
- Durante a aplicação de corrente
- Depois da aplicação de corrente
83
Principal extrator de calor: eletrodo
- Retirada lenta: maior extração (para aços transformáveis podem
ocorrer alterações metalúrgicas)
- Retirada rápida: menor extração (pode favorecer o empenamento)
Ciclo de soldagem
O ciclo de soldagem para soldagem a ponto, por costura e projeção consiste
basicamente de 4 fases
84
Ciclos de soldagem mais elaborados podem ainda incluir tempos de pré-aquecimento,
de subida e descida de corrente, têmpera e revenimento, e pressão de forjamento.
MATERIAIS
A maioria dos metais utilizados na indústria pode ser soldado por um ou mais
processos de soldagem a resistência. A capacidade de soldagem dos processos é
inversamente proporcional à espessura das chapas.
Sete fatores são determinantes para a soldabilidade do material:
85
alumínio e magnésio são mais difíceis de soldar. Metais refratários, tais como
tungstênio e tântalo são muito difíceis de soldar, devido ao alto ponto de fusão.
Para se determinar a soldabilidade relativa de um material pelo processo de soldagem à
resistência utiliza-se a seguinte expressão:
R
W 100
K tf
onde,
EQUIPAMENTOS
SISTEMA ELÉTRICO
SISTEMA MECÂNICO
SISTEMA DE CONTROLE
86
Sistema elétrico
ELETRODOS
Constituídos de ligas de cobre, com alto ponto de fusão e elevada resistência
mecânica (compressão e desgaste). Desempenham quatro funções básicas:
Condução de corrente elétrica da fonte ao metal base, além da fixação da
densidade de corrente na zona de fusão. Em soldagem por projeção, a
densidade de corrente é determinada pelo tamanho, número e forma das
projeções.
Transmissão de força mecânica ao metal base.
Dissipação de parte do calor da solda.
Manutenção do alinhamento e posição das peças a serem soldadas (em
soldagem por projeção).
A geometria dos eletrodos tem grande influência na qualidade final das soldas, e
não raro tem formas específicas para cada aplicação.
Na soldagem a ponto, os eletrodos são divididos em 3 tipos principais:
apontados, arredondados e planos.
Sistema de controle
88
SOLDAGEM A PONTO POR RESISTÊNCIA
Utilizado para uniões até aproximadamente 3,2 mm. Excepcionalmente pode ser
aplicado para maiores espessuras
A solda é obtida na região da peça entre os 2 eletrodos.
Vantagens e limitações
Utilizado para chapas sobrepostas
Baixo custo da solda
Alta velocidade
Facilidade de automação
Não requer habilidade
89
Rápido
Processo mais utilizado
Soldas não estanques
Vantagens e limitações
As mesmas da soldagem a ponto, com a vantagem adicional de produzir soldas
estanques.
90
SOLDAGEM POR PROJEÇÃO
Vantagens e limitações
91
Menor desgaste dos eletrodos, uma vez que este processo utiliza eletrodos de
maiores dimensões.
A conformação das projeções pode configurar-se como uma operação adicional,
diminuindo a produtividade global do processo.
Necessita de um controle mais preciso de posição e alinhamento das peças.
Por produzir múltiplas soldas simultaneamente, exige fontes de maior capacidade.
92
QUESTÕES PROPOSTAS
93
Material Principal elemento de Ponto de fusão (ºC) Condutividade Condutividade Resistividade
liga térmica relativa elétrica (cobre=100%) (/cm)
(cobre=1,0)
Alumínio e suas ligas Mg, Zn, Mn 660 0.52 59.0 2.8
Latão (Naval) Zn, Sn 885 0.28 28.0 6.6
Bronze fosforoso Cu 845 0.12 11.0 16.0
Cobre (desoxidado) 1081 1.00 100.0 1.7
Cobre (Berílio) Be, Ni, Co 1030 0.22 9.6
Cobre-Níquel 1172 0.07 4.6 37.0
Inconel Ni, Cr, Fe 1390 0.04 1.5 98.1
Ferro fundido 1260 0.12 2.9
Magnésio 671 0.40 37.0 5.0
Monel Ni, Cu 1318 0.07 3.6 48.2
Níquel 1452 0.16 23.0 7.9
Aço Baixa liga 1430 0.12 14.5 12.0
Aço Alto carbono 1374 0.17 9.5 18.0
Aço Baixo carbono 1483 0.17 14.5 12.0
Aço 14% Mn 1342 0.04 72.0
Aço Médio carbono 1430 0.17 15.0 15.0
Aço Inox Austenítico 1395 0.12 3.0 75.0
Aço Inox Martensítico 1430 0.17 3.0 57.0
94
Aço Inox Ferrítico 1507 0.17 3.0 60.0
Tântalo 2996 0.13 13.9 12.5
Estanho 231 0.15 13.5 11.0
Titânio 1800 0.04 1.1 42.0
Tungstênio 3420 0.42 31.0 5.6
Zinco 419 0.27 30.0 5.9
95
OUTROS PROCESSOS DE SOLDAGEM
Laser
Feixe de elétrons
Plasma
Light
Amplification by
Stimulated
Emission of
Radiation
Processo mais recente
Feixe direcionado
Alta intensidade (109 W/mm2)
Monocromático (apenas 1 comprimento de onda)
Coerente (todas as ondas em fase)
3 tipos:
- estado sólido
- gás
- semi-condutor
Laser de estado sólido: utiliza cristais (rubi, safira e cristais artificialmente dopados:
noedímio-alumínio dopado com ítrio [Nd-YAG]) para direcionar e processar os fótons.
96
Equipamentos
Fonte de energia
Sistema de geração do laser
Dispositivo óptico para focalização do feixe
Sistema de proteção e controle
Em alguns casos pode-se usar uma câmara com atmosfera controlada para evitar a
contaminação da solda.
Utilizado para unir metais similares e dissimilares, sem metal de adição:
- Aço
- Cobre e suas ligas
- Níquel e suas ligas
- Aços inoxidáveis
- Ligas de alumínio (alta reflexividade)
- Ligas ferro-níquel
- Titânio
- Metais e ligas refratárias
97
Zona afetada pelo calor de pequenas dimensões
Pequenas alterações metalúrgicas
Pode ocorrer vaporização de elementos de liga de baixos pontos de fusão e
vaporização
Proteção gasosa: argônio, CO2, hélio ou OFN (oxigen-free nitrogen), canalizados
por sistemas independentes (tubos ou canais circulares em torno da região soldada)
98
SOLDAGEM POR FEIXE DE ELÉTRONS
99
Penetração é inversamente proporcional à temperatura de vaporização,
temperatura de fusão e condutividade térmica
Aços com até 300 mm de espessura podem ser soldados com um único passe. O
mesmo para ligas de alumínio com até 450 mm de espessura.
Como regra geral, qualquer material soldável por algum processo de soldagem a
arco pode ser soldado por feixe de elétrons.
100
PROCESSO DE SOLDAGEM A PLASMA
Processo de soldagem em que o aquecimento e coalescência das peças são obtidos por
um jato de plasma.
Plasma é definido como um fluxo de gás ionizado. A ionização do gás é obtida pela sua
passagem através de um arco elétrico a alta temperatura, que dissocia suas moléculas.
101
A exemplo do processo TIG, a soldagem a plasma utiliza um eletrodo de tungstênio
arco é restringido por um bocal constritor, que limita o seu diâmetro a aumenta a
de Elétrons.
O processo plasma pode também ser aplicado a peças de pequena espessura, da ordem
de frações de milímetro, com correntes na faixa de poucos ampères. Enquanto que o
processo plasma convencional pode soldar espessuras de 3 a 15 mm, este processo, que
utiliza tochas especiais, é chamado de microplasma.
EQUIPAMENTOS
Fonte de energia
Do tipo corrente constante, podendo fornecer correntes contínua ou pulsada,
com faixas de 0,1 a 10 A (microplasma) ou de 100 a 500 A (plasma), com grande
precisão de ajuste. Como o processo plasma exige tensões maiores que os outros
processo de soldagem, exige fontes específicas.
102
Sistema de controle
Ajuste das variáveis operacionais: corrente, tempos de ignição, etc.
CONSUMÍVEIS
Gás de plasma.
Deve ser quimicamente inerte. Gases mais utilizados: argônio, hélio, nitrogênio e
misturas destes. Argônio é o gás mais utilizado, tendo aplicação para a soldagem de
aços carbono, aços de alta resistência, titânio e zircônio.
Gás de proteção
Em altas correntes, normalmente se usa o mesmo tipo de gás para plasma e para
proteção. Em baixas correntes pode-se utilizar gases diferenciados. CO2 pode ser
utilizado em determinadas aplicações.
Metal de adição
Eletrodos
103
QUESTÕES PROPOSTAS
104