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GEOGRAFIA FRENTE 2 – CARTOGRAFIA E NOÇÕES DE

ASTRONOMIA
Prof. Gabriel Garcia Braz

Movimentos da Terra
O planeta Terra faz dois movimentos: o de Rotação, movimento que o planeta realiza
em torno do seu próprio eixo, durando aproximadamente 23h56min, numa velocidade de
aproximadamente 1700 km/h. E o movimento de Translação, movimento que a Terra realiza
em volta do Sol, com duração aproximada de 365 dias e 6 horas. Associado à inclinação do
eixo terrestre, resultando nas diferentes estações do ano.
A Terra tem um formato Geoide, um leve achatamento nos polos; possuí um leve
abaulamento (ondulação) na zona equatorial; e possuí rugosidades de relevo.
Estima-se que nosso planeta tenha 4,6 bilhões de anos. No início da Era Pré-
Cambriana, a Terra era formada por material rochoso no estado de fusão (magma), girando a
1700 km/h no seu eixo, na linha do equador, fazendo uma força centrífuga. Já nos polos, a
velocidade é quase nula, fazendo uma força centrípeta.
As datas que marcam o início das estações do ano determinam também a maneira e a
intensidade com que os raios solares atingem a Terra em seu movimento de translação. Essas
datas recebem a denominação de equinócio e solstício.
No dia 21 de março, os raios solares incidem perpendicularmente sobre a linha do
Equador, tendo o dia e a noite a mesma duração na maior parte dos lugares da Terra. Daí o
nome "equinócio" (noites iguais aos dias). Nesse dia, no hemisfério norte, é o equinócio de
primavera - e no hemisfério sul, o equinócio de outono. No dia 23 de setembro, ocorre o
contrário: é o equinócio de primavera no hemisfério sul - e o equinócio de outono no
hemisfério norte.
Os solstícios ocorrem nos dias 21 de junho e 21 de dezembro. No dia 21 de junho, os
raios solares incidem perpendicularmente sobre o trópico de Câncer, situado a 23° 27’ 30”, no

hemisfério norte. Nesse momento ocorre o solstício de verão nesse hemisfério. É o dia mais
longo e a noite mais curta do ano, que marcam o início do verão. Enquanto isto, no hemisfério
sul, acontece o solstício de inverno, com a noite mais longa do ano, marcando o início da
estação fria. Já no dia 21 de dezembro os raios solares estão exatamente perpendiculares ao
trópico de Capricórnio, situado a 23° 27’ 30”, no hemisfério sul. É o solstício de verão no
hemisfério sul.

Coordenadas Geográficas
É um sistema de pontos, onde se é possível localizar-se no globo terrestre.
É formado por latitudes, ou seja, as distâncias em graus a partir da linha do Equador,
em direção ao Norte e ao Sul (0° - 90°). A linha do Equador é de 0°. As linhas imaginárias
formadas pela latitude são chamadas de paralelas. E pela longitude, marcada pelos
meridianos, que tem por referência o Meridiano de Greenwich (0°). Marca o distanciamento
em graus para leste e oeste. Os meridianos são semicírculos que marcam o distanciamento da
posição central (Greenwich).
A linha oposta antípoda, é chamada de Linha Internacional de Data. Sua função é a de
estabelecer a separação entre o início e o final do dia civil na Terra. Ela separa o extremo
oeste do planeta do extremo leste que, apesar de distantes um do outro no mapa-múndi, são
regiões muito próximas, pois a Terra é uma esfera, e não um plano.
A linha do Equador possuí 0° de latitude, e separa o globo em hemisfério
norte/setentrional/boreal e hemisfério sul/austral/meridional.
O movimento de translação da Terra, gera um plano de translação, chamado de Plano
de Trajetória. Seria lógico imaginar que o plano de trajetória estaria alinhado com a linha do
Equador, entretanto, a linha do Equador está inclinada 23° 27’ 30”, como já foi explicado.
O Círculo Polar Ártico está a 66° N e o Círculo Polar Antártico está a 66°S.

Fusos Horários
Sistema Internacional de Fusos Horários, é uma medida de padronização de diferentes
horários em diferentes posições do planeta. Utilizando-se por referência o Meridiano de
Greenwich, de 0° à 180° tanto para Leste, quanto para Oeste.
Até o século XIX o horário era regional, e se pautava na posição do Sol. Por exemplo,
Meridiem, quer dizer meio-dia. Por isso Ante meridiem (AM) e post meridiem (PM).
Nos meados do século XIX, uma companhia ferroviária, resolveu padronizar seu
horário de chegada e partida, adotando como medida GMT (Greenwich mean time), Tempo
médio de Greenwich. Padronizando o horário em posição longitudinal. Nascia um esboço do
que seriam os fusos horários.
Em 1884, em Washington, aconteceu a Primeira Conferência Internacional sobre o
Meridiano. Onde ficou estabelecido que a Terra teria 24 faixas longitudinais de 15° cada,
tendo por ponto de referência o meridiano de Greenwich. 12 faixas mais tarde do que Londres
a Leste, e 12 faixas mais cedo do que Londres a Oeste.
Sendo assim, os 360° da circunferência terrestre foram divididos por 24, resultando em
15° de cada faixa.
360° ------ 24H 15° para Leste = + 1H
X ------ 1H 15° para Oeste = - 1H
X = 15°

Projeções Cartográficas
As projeções cartográficas são representações do globo terrestre em uma superfície
plana. Até por isso, toda a representação irá possuir deformidades.
As projeções podem ter propriedades:
1 – Projeção conforme – é fiel ao formato dos continentes, deformando as áreas;
2 – Projeções equivalente – é fiel às áreas, ao tamanho, deformando o formato;
3 – Projeção afilática – tenta ser o mais fiel possível aos formatos e as áreas.

Os mapas medievais eram representados com muita imaginação. Por exemplo, o Mapa
T-O, colocava a cidade de Jerusalém como centro. Depois os mapas dos navegadores
espalhavam monstros pelo mundo.

As projeções podem ser:


I – Cilíndrica: criada por Mercator, que fez a terra com matéria semitransparente, cera
de vela, e colocando uma lamparina dentro do globo feito, projetou sua imagem para fora;
colocou um papel em forma de cilindro sobre o globo e desenhou.
Mercator elaborou esse mapa no século XVI, ou seja, na época das grandes
navegações, representando o mundo o mais fiel possível para os navegadores.
O mapa é
retangular, com
meridianos retos e
verticais, os paralelos
retos e horizontais,
sempre formando um
ângulo reto (90°) nas
suas junções. A zona
de contato é a linha do
Equador, onde a representação é mais fiel, conforme se afasta da zona de contato, há mais
deformidades.
II – Cônica – representa
fielmente as medidas latitudinais,
geralmente representando apenas
um hemisfério, para tentar se
manter mais fiel. Os meridianos se
abrem em um sistema radial
incompleto, abrindo para as
extremidades. Os paralelos
formam semicírculos.
III – Plana – ou projeção polar, pois a zona de contato são os polos, representando
fielmente as altas latitudes. Os meridianos se abrem para as extremidades, formando um
sistema radial completo. Os paralelos formam círculos concêntricos, aumentando de tamanho
conforme se distanciam do ponto central.
Vamos analisar a bandeira das Nações Unidas: é
uma projeção plana/polar. Alguns pesquisadores dizem
que é uma projeção onucentrista, pois o norte é
representado no centro, ou seja, os maiores financiadores
da ONU, estão no centro da projeção.

Projeção Mercator X Peters


A

Projeçaõ de Mercator representa o norte em maiores proporções, principalmente a Europa,


portanto, é uma representação eurocentrista, sem falar na Antártica totalmente
desproporcional. A projeção de Peters coloca no centro o hemisfério sul, é chamada de
projeção terceiro mundista, colocando principalmente a África em destaque.

Escalas Cartográficas
Escala é a relação matemática proporcional existente entre as distâncias, ou seja, os
valores reais e sua representação no mapa.
A escala pode ser do tipo numérica ou do tipo geográfica.
I – Escala numérica: no exemplo temos
uma escala de 1:100.000, ou seja, a cada um
centímetro no mapa, equivale 100.000
centímetros na realidade. Portanto, a cada 1
centímetro representado no mapa, equivale a 1
km na realidade.
II – Escala gráfica: no exemplo notamos que a
escala é de 15 km na realidade para cada 1 cm no mapa.
0 15 30 45 km

1 1 1 1 cm

Para transformar cm em km é fácil, podemos fazer uma tabela:


Na escala de 1:100.000
K H DA M D C
M M M M M
1 0 0 0 0 0

Notamos que os 100.000 cm equivalentes a cada 1 cm no mapa, são referentes a 1 km


da realidade.
Ou podemos também, cortar cinco zeros do número, nos dando o mesmo valor.
Para transformar km em cm, é só adicionar os cinco zeros.

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