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O CONSUMISMO
Mateus 6.25-34

Objetivo da Lição
Persuadir o aluno a combater o consumismo

INTRODUÇÃO
Estou convencido de que este é um dos maiores males da nossa época. Infelizmente
a maioria dos cristãos ainda não percebeu o quanto já foram engolidos por esta
síndrome.

Parece que nos acostumamos de tal maneira a conviver com o consumismo de nossa
era, que não conseguimos distinguir com clareza a maneira pela qual devemos nos
comportar, como discípulos de Jesus, diante dele.

Este fato não é muito difícil de ser notado se formos sinceros em nos auto-ava- liar.
Valorizamos em demasia a estética, o novo, o "bonito" que são sempre definidos de
acordo com os valores e padrões da sociedade.

O que fazemos nós, com palavras, como as de Paulo, em Romanos 12.1-2; de Jesus,
em Mateus 6.33, ou com as do escritor da carta aos Hebreus, que no contexto da
exposição sobre os heróis da fé, fala do valor daqueles que buscam uma pátria
superior (Hb 11.15-16)?

Na verdade, o nosso problema é que vivemos tempos de muita afluência econômica,


tecnológica, psicológica entre outras e nos esquecemos de que o discipulado de Jesus
tem um preço.

O surgimento das teologias modernas sobre a prosperidade, a saúde e o sucesso, têm


feito muitos cristãos sinceros perderem o foco central do compromisso cristão. Como
filhos do rei estamos dispostos a desfrutar do "bônus" (vantagens) do Reino, mas não
queremos participar do ônus (desvantagens), deste mesmo Reino.

Jesus, quando foi definir como seriam os seus seguidores, disse: "se alguém quer vir
após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me" (Lc 9.23).

Qualquer que seja a interpretação que se queira dar a este versículo, ela terá que
considerar como parte integrante do discipulado de Jesus, o sofrimento, o sacrifício, o
abrir mão de privilégios e regalias, por amor daquele a quem queremos seguir.

1. O CORAÇÃO
1.1. O coração iludido - A primeira preocupação que devemos ter é a de não nos
permitirmos dominar por algumas ilusões com relação ao consumismo.

Estas ilusões nos fazem pensar que não estamos contaminados por este mal, e que
estamos andando como bons discípulos de Jesus. Geralmente nos iludimos ao tomar
algumas decisões externas e temporárias. Por exemplo: não comprar muitas roupas
novas, não trocar o carro agora, não reformar a casa, não trocar o carpete, etc...

1.2. O coração consciente - Consideremos agora as palavras de Jesus em Mateus


6.19-21. Esta é uma passagem muito interessante das Escrituras, porém, ela pode ser
entendida de uma forma errada.

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Muitos ao lerem este trecho do Sermão do Monte, parecem entender que ao


encontrarem o lugar em que está o seu coração, automaticamente encontrarão o seu
tesouro. Há um equívoco nesta maneira de entender o texto sagrado.

O que Jesus está dizendo, é exatamente o inverso. Se você quer saber onde está o
seu coração, descubra onde está o seu tesouro.

Não adianta apenas ter a atitude certa, é preciso ter a motivação, a intenção, a
disposição e o coração no lugar certo (no tesouro), para podermos ter atitudes
coerentes com as esperadas naqueles que se dizem seguidores de Cristo.

A grande lição de Jesus é que, se o nosso coração estiver genuinamente voltado e


preocupado com o Reino de Deus (o tesouro), nossos atos e atitudes expressarão
nossa fé e o verdadeiro amor de Jesus.

Consequentemente a primeira mudança radical que precisamos experimentar não é


em nossos atos, mas em nosso coração. Se conseguirmos cultivar esta disposição, os
outros aspectos do problema do consumismo serão resolvidos como uma feliz e
agradável consequência em nossa vida cristã.

2. AS POSSES MATERIAIS
Hoje em dia somos bombardeados com a ideia diabólica de que temos direitos
irrestritos sobre aquilo que é nosso.

Esta ideia é expressa de forma aceitável através do conceito da individualidade, o qual


afirma: "é problema meu o que eu faço com as minhas coisas (posses), ninguém tem
nada com isto"; e para alguns cristãos: "nem Deus, nem a igreja".

A Bíblia é absolutamente contra este conceito. Ela nos ensina que todas as coisas
pertencem a Deus, portanto devemos tratar o nosso dinheiro e as nossas posses, com
a certeza de que iremos dar contas a Deus daquilo que fizermos com o que Ele tem
nos emprestado.

2.1. De quem são as posses? - Ageu 2.8 - Tudo pertence a Deus. O povo estava
desanimado com a aparência do Templo, quando foi surpreendido com esta afirmação
do Senhor. Mais uma vez, o Senhor está mostrando que é impossível ao homem
alcançar o padrão divino sem uma atitude correta de coração.

Levítico 25.23 - neste trecho da Lei de Moisés, Deus é ainda mais enfático quanto à
sua prerrogativa sobre as posses. Nada pode ser negociado definitivamente pois o
único proprietário, na realidade, é o próprio Deus. A legislação teocrática instituída por
Deus para o seu povo trazia embutida a idéia da redistribuição das riquezas de
maneira justa. Para isto é que foi instituído o Ano do Jubileu.

2.2. O desejo de possuir - Êxodo 20.17 - o décimo mandamento é contra toda e


qualquer forma de anseio pelo que não é nosso. Inveja pelas posses do outro, ou até
mesmo o fato de não conseguirmos nos conter diante de uma vitrine, no desejo de
adquirir algo, é cobiça.

Tiago 4.1-3- este problema é tão sério para o ser humano, que Tiago associa as
guerras, a opressão e o desejo incontrolável de se ter as coisas com o pecado da
cobiça.

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3. O DESAFIO
Que fazer diante de tamanhos desafios? Se realmente cremos na Bíblia como palavra
de Deus, é imprescindível que busquemos nela a orientação para moldarmos nosso
coração, nossa mente e consequentemente nossas atitudes.

4. ATITUDES CRIATIVAS DIANTE DO CORRIQUEIRO DA VIDA


4.1. Trabalho - Para que Deus instituiu o trabalho? Será que foi para podermos
enriquecer e juntar bens? Esta pergunta só tem uma resposta: um sonoro NÃO.

Efésios 4.28 - Este versículo está falando das mudanças que acontecem quando
alguém se encontra com o Senhor Jesus Cristo. É neste contexto que Paulo fala sobre
o propósito do trabalho.

Ele diz : o fruto do trabalho deve ser usado para administrar a nossa vida, a de nossa
família e a daqueles que não têm como suprir as suas necessidades básicas.

Este último propósito é um desafio muito grande, pois, nos dá uma perspectiva mais
abrangente sobre o que fazer com o fruto do nosso trabalho, o qual Deus tão
graciosamente nos outorgou.

É, no mínimo, interessante considerar que Deus, quando nos permitiu ter o nosso
trabalho, não pensou apenas no nosso bem estar e no de nossa família.

4.2. Poupança - Uma preocupação e incentivo em nossa cultura atual, é a de


guardarmos o máximo que pudermos, garantindo assim nosso futuro, o de nossos
filhos, e às vezes, até dos nossos netos.

É preciso colocar que até mesmo este cuidado de planejamento e organização


financeira, que todos devemos ter, precisa ser orientado por princípios bíblicos e não
apenas pelas melhores oportunidades ou opções do mercado financeiro.

Em Lucas 12.16-21, Jesus conta a parábola do fazendeiro rico. Ele ganhou tanto com
a sua produção, que não tinha como armazená-la. Ele, então, decide reestruturar seus
depósitos e guardar tudo. Depois disto feito, ele diz para si mesmo: "descansa, come,
bebe e regala-te".

Muitos, hoje em dia, aplaudiriam a atitude deste homem de negócios. Afinal de contas
ele foi muito bem sucedido e garantiu o seu futuro. Jesus, no entanto, o chama de
louco. De quem queremos receber aplausos?

Se temos dinheiro que nos permite oportunidade de poupar, será que não deveríamos
buscar orientação do Mestre sobre como e onde devemos aplicar este dinheiro?
Lembre-se de incluir nesta conversa com Deus a possibilidade de um investimento
que não traga nenhum benefício financeiro direto, mas que seja bênção na vida de
outros.

4.3. Prazer - Vamos terminar o nosso estudo corrigindo um possível equívoco


bastante comum, quando este assunto é tratado.

Ao analisarmos o consumismo, podemos incorrer no erro de achar que qualquer tipo


de prazer ou de usufruir dos nossos bens, não é conveniente para o cristão ou está,
de algum modo, ligado ao pecado consumista.

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Deus está interessado em que tenhamos prazer e lazer. Em 1 Timóteo 6:17 Paulo
exorta aos ricos que não sejam orgulhosos, porque é Deus quem proporciona tudo
para o nosso prazer.

Devemos nos lembrar de que tudo o que temos vem de Deus, e por princípio deve ser
encarado como uma boa dádiva. Em Filipenses 4.12, Paulo nos ensina que é preciso
aprender a viver feliz, em toda e qualquer situação.

Se suas necessidades básicas estão supridas, porém, não há sobras, busque a Deus.
Peça a Ele ajuda para encontrar soluções criativas, mas não abandone o sonho de um
tempo gostoso de prazer e lazer para sua família.

Para aqueles que vivem uma situação, na qual, até mesmo as necessidades básicas
não estão sendo supridas, a solução é a mesma: busque a Deus, confie nele, pois, Ele
agirá em seu tempo.

Lembre-se ainda de que o próprio Deus lhe providenciou a família da fé, onde
situações como estas deveriam ser compartilhadas e soluções encontradas permitindo
que mesmo na dificuldade seja possível desfrutar do prazer e do lazer.

E no caso daquele que tem todas as necessidades supridas e ainda há sobras? O


caminho é sempre o mesmo: busque a Deus. O desafio é desfrutar do que Deus lhe
proporcionou, sem perder de vista a possibilidade de ser bênção para outros.

CONCLUSÃO
Concluindo, devemos ter prazer através do lazer e podemos desfrutar de todas as
dádivas de Deus em nossas vidas. No entanto, não podemos, jamais, deixar de lado o
princípio de que tudo o que Deus nos dá é para ser bênção na nossa vida e na vida de
outros.

AUTOR: REV. HILTON FIGUEIREDO DE OLIVEIRA

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