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SÃO PAULO- SP
2021
MARCOS SANTANA DE QUEIROZ
SÃO PAULO- SP
2021
Santana de Queiroz, Marcos .
Monografia - Centro
Universitário FEI. Orientador:
Prof. Victor Cesar Costa.
Comissão julgadora
________________________________________
Orientador e presidente
_______________________________________
Examinador (1)
_______________________________________
Examinador (2)
Dedico este trabalho à minha mãe por todo
apoio e motivação que me deu para que eu
conseguisse chegar até aqui e planejar ir além.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a mim por ter forças, apesar das dificuldades, para nunca desistir
perante os desafios que enfrentei em minha vida. A minha família que sempre me apoiou e me
deu suporte para atingir meus objetivos com sucesso.
A todos os professores da FEI, os quais contribuíram imensamente para a minha
formação, através dos ensinamentos passados neste período de tantos aprendizados. A todos
os grandes amigos e colegas de curso que tive a oportunidade de conhecer.
A todos aqueles que de alguma forma estiveram e estão próximos de mim.
Agradeço de forma especial ao professor Victor Cesar Costa por ter aceitado ser meu
orientador nesta monografia.
“No meio da confusão, encontre a
simplicidade. A partir da discórdia, encontre a
harmonia. No meio da dificuldade reside a
oportunidade. ”
(Albert Einstein)
RESUMO
In the hospital environment, electric energy is crucial for the assistance to the patients'
lives, being indispensable the stability and continuity of the supply for the good functioning
of the medical equipment used, the execution of processes and the attendance to the
customers. With the expansion of hospitals and the installation of new specialties and
technologies, the demand for electric power has been increasing in view of the market supply
that oscillates and depends, in large part, on the hydroelectric system that presents limitations
due to lack of rainfall in some periods of the year, because the installed capacity matrix,
despite being diversified, corresponds to more than 60% of electric power generation through
hydroelectric plants. Its important use in the hospital context generates a dependency that can
result in irreparable losses with regard to the quality of care and safety of patients' lives when
there are interruptions in the supply. The present work presents a theoretical reference about
the energy quality in hospitals based on the insufficiency of the electric power supply of the
concessionary companies, describing the occurrences of the electric phenomena that can
interfere in the energy quality, the market regulation, limit indicators for supply occurrences,
the responsibility of the inspection and regulation bodies of the market and the measures for
management of the emergency systems, according to the ABNT standards and ANVISA
regulations. The objective is to show the importance of energy in the form of electricity for
the provision of quality services and how the lack of this supply can harm all hospital
processes, identify the impacts and present the measures that must be adopted to mitigate the
risks caused. And, for this, a quantitative and descriptive research was carried out regarding
the energy supply data, the occurrence of interruption in the supply, and the restrictions
resulting from this deficit of electric energy in hospital environments. From the data of
interruption indicators, used by ANEEL for inspection, we can see how the fragility of the
supply becomes a risk against the needs of continuous supply ensuring the required energy
quality. Adopting emergency measures, such as a generator group, and certifying its operation
during interruptions with the correct maintenance are actions that guarantee the continuity of
operation during an interruption in the supply of electricity. For a better result, it is
recommended to adhere to systems that provide energy efficiency in the building, bringing
positive results both in the quality of use and in reducing the environmental impact generated
by excessive consumption of this resource.
Keywords: Energy quality. Impacts of energy deficit. Health care facilities. Hospital electrical
installations.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................11
2 SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO..................................................................................13
2.1 OCORRÊNCIAS DE INTERRUPÇÕES...........................................................................14
2.1.1 CLASSIFICAÇÃO DE INTERRUPÇÕES.................................................................17
2.2.2.1 Indicadores...................................................................................................................19
6 SISTEMA IT MÉDICO......................................................................................................38
7 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA APLICADA EM EAS.....................................................40
7.1 MEDIDAS PARA APLICAÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA...............................41
7.1.1 Iluminação......................................................................................................................41
7.1.2 Ar Condicionado............................................................................................................42
1 INTRODUÇÃO
planalto abastecidos por chuvas tropicais distribuídas em dezesseis bacias hidrográficas nas
diferentes regiões do país, sendo considerado um dos maiores sistema de transmissão do
mundo percorrendo quase todo o território nacional com uma extensão da rede básica de
145.600 km de linhas de transmissão.
A matriz de capacidade instalada vem se diversificando e a oferta interna de energia
elétrica (OIEE) por geração de energia através de hidrelétricas representou mais de 65% da
produção total em 2020, conforme ilustra a tabela 1.
Segundo (Tronchoni, 2008) os desligamentos não programados são um dos fatores que
mais contribuem para a interrupção do fornecimento de energia e, portanto, na qualidade do
serviço prestado. Em novembro de 2020 enquanto ocorria uma tempestade em Macapá uma
explosão seguida de incêndio comprometeu três transformadores na mais importante
subestação do estado, que fica na zona Norte de Macapá. A explosão afetou o primeiro
transformador que pegou fogo causando assim, uma sobrecarga no segundo transformador
levando a região a ficar sem energia. A existência de um terceiro transformador reserva não
atuou nesse caso de emergência, pois estava em manutenção desde novembro de 2019, um
ano antes. O evento proporcionou uma insuficiência de fornecimento que durou vinte dois
dias e afetou treze das dezesseis cidades do estado gerando desordem e prejuízos para 90% da
população (G1, 2020). A ANEEL emitiu um relatório que revela que as falhas do ONS e da
empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), responsável pela subestação.
Segundo o (Senado Federal, 2021) a ANEEL concluiu que a falha da supervisão de controle
do ONS não promoveu as devidas análises das condições de atendimento das cargas de
energia e demanda do estado do Amapá depois que um dos três transformadores da
subestação Macapá ficou indisponível, no final de 2019, levando a constatação que as
manutenções em atraso deixaram a subestação de Macapá exposta à possibilidade de não
suprimento total das cargas por meio do SIN.
As informações descritas no relatório que investigou a ocorrência levantam a atenção
para a dificuldade de resolução de falhas do setor, e a ausência do planejamento e fiscalização
de autoridades do setor elétrico nas empresas envolvidas contribuiu com a crise resultando no
fornecimento precário de energia para o estado. Na primeira quinzena de março de 2021,
durante elevados números de caso de Covid-19, o Hospital Regional Homero de Miranda
Gomes, em São José, na Grande Florianópolis, que recebeu o primeiro paciente do estado
diagnosticado com Covid-19, em março de 2020, após uma interrupção, se manteve durante
uma hora e meia sem o fornecimento de energia, pois o grupo gerador não conseguiu ser
acionado para substituição do fornecimento por conta de uma pane elétrica, deixando o
hospital em situação crítica (G1, 2021). Nesse caso, podemos analisar que somente a
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instalação do grupo gerador no hospital não é suficiente para atender os casos de interrupções
provenientes de diversos fatores. A manutenção é indispensável e deve ser executada por
profissionais capacitados para assegurar o correto funcionamento e a comutação automática
dentro dos parâmetros de tempo e qualidade. Devido as falhas a situação afetou pacientes da
emergência e da UTI, sendo necessário que os profissionais de saúde de plantão solicitasse as
equipes de folga ajuda no hospital para não deixar os pacientes sem assistência. Segundo o
Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Florianópolis
(SindSaúde) os trabalhadores ventilaram pacientes da mergência e da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) manualmente, prática que envolve grande esforço físico, e alguns respiradores
e aparelhos que funcionam à bateria demonstraram sinais de queda brusca no nível de energia.
Falhas como essa geram grandes perdas para os hospitais principalmente no coontexto atual
que, segundo o governo de Santa Catarina, assumir que a saúde do estado estava em colapso e
os hospitais catarinenses cheios, com ocupação superior a 96%. A companhia de Centrais
Elétricas de Santa Catarina S.A. (Celesc), empresa de comercialização e distribuição de
eletricidade informou que foi constatado que um disjuntor do hospital tinha desarmado e após
os reparos a energia foi reestabelecida em seguida. Observando a dificuldade descrita para os
problemas apresentados, é perceptível a fragilidade do setor em casos extremos de ocorrências
onde não há um planejamento que possa mitigar uma crise energética eminente.
As ocorrências de interrupção do fornecimento, no que diz respeito à avaliação da
qualidade do serviço, são registro de informações referente ao sistema elétrico da
distribuidora e podem ser de origem externa ou interna no sistema de distribuição pelos
conjuntos de unidades consumidoras, definido por Subestação de Distribuição (SED). Nos
casos de ocorrências externas se caracterizam pela indisponibilidade no suprimento da
distribuidora diferente da ocorrência interna que se caracteriza pela origem da interrupção no
próprio sistema de distribuição com repercussão eminente localizada em determinadas áreas
ou restritas aos alimentadores de distribuição, exemplificada pela interrupção no estado do
Amapá, conforme relatado anteriormente, sendo subdivididas em ocorrência emergencial,
utilizadas para cálculo de tempo de atendimento, ocorrência do sistema, necessárias para
operação do sistema de distribuição, e a ocorrência programada, paradas realizadas com aviso
prévio de acordo com o módulo 8 do PRODIST (Procedimentos de Distribuição de Energia
Elétrica no Sistema Elétrico Nacional) (PRODIST, 2017).
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Segundo a (ENEL, 2020) as interrupções de longa duração, com tempo maior que 3
minutos, caracterizadas pela descontinuidade do neutro ou da tensão disponível em qualquer
uma das fases de um circuito elétrico que atende a unidade consumidora ou ponto de conexão,
trata-se de um evento que deve estar associado com uma ocorrência no sistema de
distribuição, sendo essas interrupções utilizadas para cálculo dos indicadores de continuidade
do sistema de distribuição de energia. São classificadas em interrupção programada, quando a
interrupção é antecedida por aviso prévio possuindo um tempo pré-estabelecido para fins de
intervenção do sistema elétrico; interrupção não programada, quando a interrupção do
fornecimento de energia elétrica é motivada por desligamentos não programados de
componentes do sistema elétrico; interrupção de emergência, sendo o desligamento realizado
manualmente quando não há tempo hábil para comunicação com o centro de operação,
realizado para evitar danos ao equipamento ou à linha e risco para a integridade física de
pessoas, para a instalação, para o meio ambiente ou para o sistema; interrupção de urgência,
deliberada no sistema elétrico, sem possibilidade de programação e caracterizada pela
urgência na execução de serviços; e interrupção em situação de emergência, interrupção
crítica originada no sistema de distribuição, resultante de evento que comprovadamente
impossibilite a atuação imediata da distribuidora e que não tenha sido provocada ou agravada
por esta e que seja:
ii. Decorrentes de Evento cuja soma do CHI das interrupções ocorridas no sistema de
distribuição seja superior ao calculado conforme a equação a seguir: 2612 × N 0,35, onde
N representa o número de unidades consumidoras faturadas atendidas em BT ou MT,
com 2 (duas) casas decimais, do mês de outubro do ano anterior ao período de
apuração.
falta de chuvas que trouxeram a preocupação com a gestão dos recursos e a falta do
fornecimento. As operadoras de energia, diante dessa questão, adotaram o uso de bandeiras
tarifárias que determinam o nível e o potencial de geração de energia de acordo com a
capacidade dos reservatórios através das tarifas que são repassadas ao consumidor, uma vez
que é necessária a utilização de termoelétricas para a geração de energia.
Diante desse cenário, fontes de energia renováveis como eólica e solar fotovoltaica
têm sido opções para a demanda em épocas de estiagem. O crescimento de instalação de
parques de energia eólica nas regiões Nordeste e Sul pode ser uma resposta para a crise
hídrica com um custo menor, sendo uma fonte sustentável, em comparação com a solução
adotada atualmente.
2.2.2.1 Indicadores
Os valores das transgressões estabelece que todo o montante seja convertido para os
consumidores em forma de desconto na fatura do mês seguinte ao período de apuração.
Todavia, a compensação não leva em consideração a possibilidade da existência de lucro
cessante durante a interrupção, uma vez que a compensação é calculada com base na duração
em horas, mas não considera a paralisação dos serviços prestados por consumidores com
perfil hospitalar, por exemplo, nem os danos causados a imagem do hospital. Cabe às
instituições acionar o ministério público para que haja a compensação dos valores referentes
às interrupções, desde que estejam fora dos limites estabelecidos pela ANEEL, pois configura
danos morais, sendo o fornecimento do produto caracterizado como essencial. Para os
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) a fiscalização é um processo importante que
garante o acompanhamento e a melhoria dos sistemas que suprem a capacidade energética que
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quantitativa de serviços prestados ou disponíveis. Deve sim ser baseada numa relação
custo/benefício que garanta os benefícios com baixo custo (SAMED, et al, 2012).
O vocábulo brasileiro “hospital” tem origem do termo francês “hôpital” que deriva do
latim “hospitale” relativo a hospede, hospitalidade, tendo como primeira função local de
abrigo e hospedagem aos peregrinos e doentes através de ordens religiosas na Grécia antiga,
entre 1200-400 a.C. Inicialmente possuía o objetivo do tratamento espiritual, cuidando da
alma e posteriormente se aperfeiçoando no período do Renascimento, meados do século XIV,
aos cuidados do corpo físico com suas especialidades. Segundo (Mezzomo, 2003) o hospital é
a parte integrante de um sistema coordenado de saúde, cuja função é dispensar à comunidade
completa assistência à saúde, preventiva e curativa, incluindo serviços extensivos para os que
trabalham no campo da saúde e para pesquisas biossociais.
Os hospitais são classificados de acordo com suas características como proprietário,
público ou privado; tempo de permanência, curta permanência ou casos crônicos; tipos de
serviços, geral ou especializado; acesso, comunitário ou não comunitário (militar);
localização, urbano ou rural; e tamanho, sendo hospital abaixo de 100 leitos considerado
como pequeno, de 101 a 150 leitos como médio, de 151 a 500 leitos como grande e especial
com mais de 500 leitos.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
(CREMESP, 2018) existem 6.140 hospitais, sendo 55% do mercado provém da iniciativa
privada, segundo o diretor de estratégia hospitalar da Informa Markets, Rodrigo Moreira. As
dimensões territorias e populacionais, que fazem do Brasil o 5º maior em habitantes e em
extensão do mundo, potencializam o mercado de saúde no país e movimenta cerca de R$ 20
bilhões anuais no país. Apesar da posição, segundo a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), o panorama da saúde em 2019 demonstava que os
gastos per capita na área no país estão entre os mais baixos entre 44 países desenvolvidos e
emergentes.
É importante observar o impacto na entrega de saúde e na geração de valor para a
população, garantindo melhores resultados clínicos, mais acesso à população e adequação dos
custos para entrega desses serviços. O crescimento da demanda por atendimentos na área da
saúde de maneira personalizada e pensada para oferecer uma experiência positiva para o
paciente, associado ao emprego de novas tecnologias e procedimentos humanizados, exige, de
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Tabela 5- Participação por setor no consumo de energia do país nos últimos 5 anos
Fonte: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE. Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2020 – Ano
base 2019. Rio de Janeiro, 2020.
segurança ao paciente. Os locais para uso médico se dividem em três grupos que classifica as
instalações quanto ao nível de segurança elétrica e a garantia de manutenção dos serviços.
Locais médicos são classificados em “grupos” de acordo com:
A classe 0,5 requer uma alimentação automática para suprimento da energia no tempo
máximo de 0,5 segundos, com sistema no-break, devendo ter duração mínima de 1 hora e
destina-se à alimentação de luminárias cirúrgicas. A classe 15 para equipamentos utlizados
em procedimentos cirúrgicos, sustentação de vida e equipamentos integrados ao suprimento
de gases devem ter alimentação automática para a fonte de emergência no tempo máximo de
15 segundos e deve ser mantida pelo tempo minímo de 24 horas. A classe >15 destina-se à
equipamentos não não ligados diretamente à pacientes, admitindo um chaveamento
automático ou manual para fonte de emergência em um período superior a 15 segundos e deve
ser mantida pelo tempo mínimo de 24 horas.
Com base nos dois critérios apresentados acima tem-se a listagem de ambientes para
fins médicos com a determinação que corresponde ao grau de segurança para utilização. Os
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locais que possuem mais de uma destinação deve ser enquadrados no grupo e classe
correspondetes ao nível mais elevado de segurança, conforme apresenta a tabela 8 abaixo.
Para a escolha adequada do grupo gerador é necessário que o gestor hospitalar faça
uma análise de todas as cargas essenciais e defina quais serão assumidas pelo sistema de
emergência, caso tenha uma fonte que consiga assumir somente cargas parciais do EAS,
optando pelo gerador com potência suficiente para alimentar os equipamentos utilizados sem
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que haja risco de exceder a sua capacidade. Além da escolha adequada do gerador para o EAS
é necessário também realizar a manutenção correta para garantir o funcionamento, bem como
a qualificação de colaboradores através de treinamento para a operação. De acordo com a
(ANVISA, 2001), no manual de Segurança no Ambiente Hospitalar, destaca-se os itens mais
importantes para conservação do gerador:
Nível do eletrólito, tensão das baterias e alarme para baixa tensão; o nível de
óleo diesel no tanque de combustível e alarme de baixo nível de combustível;
concessionária. A tabela 10 abaixo demonstra os níveis de carga (P) e o tempo nesses níveis
de carga (T) para a classificação de energia standby.
Quando utilizado em aplicações de carga variável, a energia prime está disponível por
um número ilimitado de horas em operação anual. Para esta aplicação o fator de carga média
não pode ultrapassar 70% da classificação, sendo limitado uma capacidade de sobrecarga de
10% por um período máximo de 1 hora dentro de um período de 12 horas de operação, não
sendo admitido que a duração de sobrecarga exceda 25 horas por ano. Na classificação de
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Energia Prime o tempo de operação não deve exceder 500 horas anuais. A tabela 11 abaixo
demonstra os níveis de carga (P) e o tempo nesses níveis de carga (T) para a classificação de
energia prime com tempo ilimitado de funcionamento.
Para aplicação de operação de cargas constantes, tais como redução de carga, corte de
pico e outras aplicações que em geral envolvem a operação em paralelo com a fonte normal
de energia, considerando o conceito de energia interrompível, a energia prime está disponível
por um número limitado de horas na operação anual em aplicação de carga constante. A
duração máxima de operação paralela com a fonte usual de energia não deve exceder 750
horas anuais pelos grupos geradores em níveis de energia que não ultrapasse a classificação.
Portanto, qualquer operação de necessite de uma duração maior que 750 horas de operação
anuais deverá utilizar a classificação de energia de Carga Básica, classificação de energia
contínua. A tabela 12 abaixo demonstra os níveis de carga (P) e o tempo nesses níveis de
carga (T) para a classificação de energia prime com tempo limitado de funcionamento.
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6 SISTEMA IT MÉDICO
Devido aos avanços tecnológicos, dos sistemas até os equipamentos que auxiliam
tanto no diagnóstico, como no tratamento de doenças, os estabelecimentos assistenciais de
saúde estão sempre passando por modificações em seus espações físicos e na infraestrutura
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para garantir melhor atendimento aos seus clientes e maior suporte aos seus usuários, obtendo
resultados com precisão e agilidade, garantindo, acima de tudo, a segurança dos pacientes e
colaboradores. As instalações elétricas são uma das principais instalações que sempre estão no
foco dessas alterações, conforme a necessidade dos equipamentos e sistemas utilizados, a
crescente demanda com expansões, e a implantações de novos setores, o que exige que as
instalações elétricas sejam cada vez mais confiáveis e seguras.
Para uma edificação que utiliza a energia elétrica em todos os processos a gestão do
aumento de cargas deve ser projetada para atendimento do suprimento, mas acima de tudo,
deve ter um projeto de eficiência energética para reduzir o consumo através de um
diagnóstico energético com objetivo de analisar o modelo das instalações atuais da edificação,
os problemas detectados com medidas para o reparo e planejamento direcionado a otimização
das instalações para o uso racional de energia elétrica. Segundo (TIOZO, 2012) esse modelo é
alcançado à medida que se utiliza uma quantidade menor de energia para produzir o mesmo
bem ou serviço, reduzindo assim os indicadores globais e específicos de energia utilizados
para a obtenção do mesmo resultado ou produto.
As limitações do suprimento de energias pelas concessionárias e a alta demanda de
utilização que resulta em custos elevados para a edificação constituem a necessidade da
abordagem do uso racional de energia através de programas que tem como objetivo combater
os desperdícios e o racionamento de energia não devendo ser alterado a qualidade, mas sim a
relação do custo/ benefício. Projetar um sistema elétrico satisfatório é atender determinadas
características que buscam cumprir exigências, que são necessárias para um ambiente
específico, de maneira que atenda as normas técnicas e permita uma utilização prática, segura
e confortável ao usuário (NERY, 2011). Sendo assim, garantir a utilização correta do sistema
elétrico é também garantir que o sistema seja utilizado da melhor forma possível através da
análise a apresentação dos potenciais de economia possíveis visando a utilização consciente.
Elaborar o diagnóstico energético de uma unidade consumidora pode ser feito a partir da
análise detalhada da situação energética. De acordo com PINTO (2009) a análise deve incluir,
dentre outros, a matriz energética, o perfil de consumo, os principais usos finais,
oportunidades de eficientização e racionalização, o potencial de economia e custo evitado.
Além das análises das instalações de acordo com o perfil hospitalar, é necessário também a
implantação, após a avaliação do potencial de redução de consumo de energia elétrica, as
medidas para otimização dos serviços prestados resultando em uma vida útil maior dos
equipamentos utilizados, menor impacto ambiental e redução do consumo.
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Partindo do princípio que a energia mais barata é a energia que deixamos de consumir.
Algumas alterações e práticas podem gerar a redução do gasto de energia através da troca de
sistemas mais eficientes com um menor consumo de energia. Assim, alguns potenciais de
economia podem ser explorados adotando alternativas viáveis em novos projetos, avaliando
os sistemas já implantados e propondo soluções para as adequações dessas implantações já
existentes.
7.1.1 Iluminação
7.1.2 Ar Condicionado
com tecnologia ultrapassada pode reduzir o tempo de realização dos exames diminuindo o
consumo de energia elétrica. A possibilidade da utilização dos equipamentos fora do horário
de ponta pode, também, apresentar benefícios econômicos, pois nesse faixa o valor do kwh
aumenta e uma operação fora desse horário, apesar de não reduzir a quantidade utilizada,
reduz os custos do consumo.
8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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de estratégias passivas: Estudo de redução do consumo com climatização artificial para
arrefecimento do ar em salas de cirurgia. 2013. 365 p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura
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