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Universidade Federal de Alagoas

Campus de Engenharias e Ciências Agrárias


Curso de Engenharia de Energia

Disciplina: Eficiência e Gestão Energética


Professora: Alana Kelly Xavier Santos

Atividade de Pesquisa: AB1

Estudante: Ingrid Teixeira Feitoza

Rio Largo – Alagoas


Novembro de 2022
A matriz energética de um país é o conjunto de fontes disponíveis, ou seja, a
quantidade de recursos energéticos oferecidos por um país ou região para suprir a sua
demanda de energia. A origem dessa energia pode ser de fontes renováveis ou não
renováveis. A maior parte dos países ainda prioriza em suas matrizes energéticas fontes
de energia não renováveis, como os combustíveis fósseis. Diante disso, devido às
mudanças climáticas, há uma enorme preocupação em substituir essa matriz energética
baseada em combustíveis fósseis para uma outra baseada nas fontes renováveis.
O mundo, portanto, se encontra em uma transição energética, visto que o
mesmo está se empenhando para combater o aquecimento globo ao diminuir as
emissões de gases de efeito estufa. Nesse contexto, então, a matriz energética se torna
estratégica.

Imagem 1: Participação das Renováveis na Repartição da Oferta Interna de Energia

Fonte: BEN, 2022.

Apesar disso, como no mostrado na imagem 1, o Brasil possui uma matriz


energética diversificada, sendo uma das mais renováveis do mundo industrializado. No
entanto, apesar de ter sua base na produção hidrelétrica, a escassez hídrica causou uma
redução do nível dos reservatórios das principais hidrelétricas do país e na oferta de
hidreletricidade, além do acionamento das usinas termelétricas, provocando uma queda
da oferta de energia hidráulica em 2021. Porém, as fontes eólicas (+26,7%) e solar
fotovoltaica (+55,9%) na geração de energia elétrica (perda zero) e o biodiesel
(consumo final biodiesel no país em m3 aumentou de 5,3%) trouxeram uma ampliação
ao contribuir para que a matriz energética brasileira continuasse com seu patamar
renovável de 44,7%, muito superior ao que é visto no resto do mundo.
. O ano de 2020 apresentou uma queda de 2,2% em relação ao ano de 2019 no
que diz respeito à Oferta Interna de Energia (OIE), já o ano de 2021 registrou um
avanço de 4,5% em relação à 2020.

Imagem 2: Oferta Interna de Energia 2012-2021

Fonte: BEN, 2022.

Desde a década de 70 o Brasil vem investindo consistentemente em energias


renováveis.  Na imagem 2, observa-se que, devido à queda da oferta hidráulica,
aconteceu uma redução no incremento das fontes renováveis entre os anos de 2012 e
2014. Mas, a partir de 2015, essas fontes voltaram a crescer com a expansão dos
derivados da cana, eólica e biodiesel. O crescente consumo de biodiesel se deve à
política de adição deste combustível no diesel fóssil, que atingiu 12% em volume (B12)
em 2019 e continuou durante a maior parte de 2020.
Segundo o Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2022, da EPE, as
fontes renováveis presentes da matriz energética brasileira são: biomassa de cana
(16,4%), hidráulica (11,0%), lenha e carvão vegetal (8,7%) e outras renováveis (8,7%).
Já as não renováveis são petróleo e derivados (34,4%), gás natural (13,3%), carvão
mineral (5,6%), urânio (1,3%) e outras (0,6%). Dito isso, ainda, pode-se fazer uma
comparação no consumo final de Energia por fonte (participação) ao analisar a imagem
3:

Imagem 3: Gráfico do Consumo Final de Energia por fonte

Fonte: BEN, 2022

Nessa análise e, sabendo que o ano de 2021 sofreu grandes impactos devido à
pandemia de Covid-19, é notório que lixívia, etanol, lenha, diesel e eletricidade tiveram
maior participação em 2021 relação a 2012. Enquanto o bagaço, gás natural, querosene,
óleo combustível, gasolina e outras fontes tiveram uma menor participação em 2021 se
comparado à 2012.
Na imagem 4, pode-se notar que a energia solar apresentava no período entre
2012 e 2018 um valor muito baixo, representando somente 0,013mtep da oferta. Mas,
teve sua participação dobrada entre os anos de 2019 e 2020 e, principalmente, nos dias
atuais. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, só em 2020, a capacidade
instalada em energia solar fotovoltaica cresceu 66% no país.
Imagem 4: Gráfico da Participação das fontes na OIEE

Fonte: EPE, 2020

Em relação ao avanço da energia eólica estar sendo crescente, ainda que o país
já possua 695 parques (cerca de 90% se encontram no Nordeste), o mesmo tem
potencial de geração de energia eólica o suficiente para atender o triplo da demanda
atual de sua energia. No caso da biomassa e do gás natural, pode-se notar que ambos
apresentam um crescimento gradativamente positivo. Por exemplo, de 2015 a 2018, o
crescimento médio dos insumos naturais energéticos da biomassa foi de 1,4%. A
produção do biodiesel foi a que teve o maior crescimento médio no período (10,7%),
seguida pela de lixívia (6,5%) e pela do álcool (3,0%). A lenha também teve aumento
(0,9%). Hoje em dia, a biomassa é uma das fontes mais utilizadas e inovadoras.
O setor industrial e, sobretudo, o de transporte de carga e de passageiros, foi
responsável por 65% do consumo de energia no país em 2021, tendo um aumento de
3,4% em relação ao ano anterior. O consumo energético nas indústrias teve 58% de
renovabilidade na sua matriz energética, como podemos ver na imagem 5 a seguir:
Imagem 5: Participantes energéticos de renovabilidade no consumo de energia
na indústria

Fonte: BEN, 2022

A participação de renováveis na matriz elétrica brasileira atingiu 78,1% de


renovabilidade em 2021, sendo importante salientar que a retração da oferta de carvão
mineral, explicado pela redução da produção de aço bruto no Brasil, também contribuiu
para o alto percentual de renovabilidade da matriz. Dito isso, por esse seu alto potencial
(proveniente do clima, agricultura e distribuição hídrica) de uso de fontes renováveis, o
Brasil emite menos gases de efeito estufa por habitante do que a maioria das nações no
mundo todo. Ainda assim, devido aos seus problemas econômicos e operacionais, não
consegue usufruir totalmente esse potencial que possui. Segundo o Atlas Brasileiro de
Energia Solar, o país possui mais de 3 mil horas de sol ao longo do ano, mas só
explorou 1,6% da matriz energética correspondente, uma vez que embora essas fontes
consigam reduzir tarifas, os investimentos para sua inserção no mercado são
maiores. Se tais problemas fossem resolvidos, ele teria capacidade de produzir uma
energia cada vez mais limpa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALÉM DA ENERGIA. Matriz energética brasileira: fique por dentro de sua


evolução ao longo dos anos. Disponível em:
<https://www.alemdaenergia.engie.com.br/matriz-energetica-brasileira/
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%C3%A1veis%20(7%2C7%25).>. Acesso em: 29 jun. 2022.

EPE. Balanço Energético Nacional. Disponível em:


<https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-
nacional-ben>. Acesso em: 30 jun. 2022.

EPE. Matriz Energética e Elétrica. Disponível em: <


https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica>. Acesso em: 30
jun. 2022.

FGV ENERGIA. Dados – Matriz Energética. Disponível em:


https://fgvenergia.fgv.br/dados-matriz-energetica>. Acesso em: 29 jun. 2022.

GAZETA DO POVO. Energia renovável: o potencial brasileiro para geração de


energia limpa. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/conteudo-
publicitario/brde/energia-renovavel-o-potencial-brasileiro-para-geracao-de-energia-
limpa/#:~:text=De%20acordo%20com%20a%20Associa%C3%A7%C3%A3o,de
%20cerca%20de%20500%20gigawatts>. Acesso em: 30 jun. 2022.

Jokura, Tiago. O que é matriz energética?. Disponível em:


https://netzero.projetodraft.com/o-que-e-matriz-energetica/. Acesso em: 30 jun. 2022.

UDOP [União Nacional de Bioenergia]. Energia da biomassa: conheça o potencial


no Brasil. Disponível em: <https://www.udop.com.br/noticia/2021/09/28/energia-da-
biomassa-conheca-o-potencial-no-brasil.html>. Acesso em: 29 jun. 2022.

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