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MICROECONOMIA

TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AULAS NO HORÁRIO HIBRIDO

Emílio Impissa

1. TEORIA DO CONSUMIDOR

Preferências do consumidor

Na microeconomia há uma forma pratica para determinar as preferencias do


consumidor, isto porque na sua cesta do mercado (conjunto de quantidades especificas
de um ou mais bem) escolhem mais de um bem do que o outro. Por exemplo:

CESTAS DE MERCADO UINIDADES DE ALIMENTO UINIDADES DE VESTUARIO


(A) (V)

A 30 30

B 10 50

C 40 20

D 30 40

E 10 20

F 10 40

Representação grafica:
As cestas A, B, C geram mesmo nível de bem-estar para o consumidor. Neste caso,o
consumidor é indiferente entre cesta A, B, C.

As preferencias do consumidor sao representadas analiticamente pela funçao utilidade


(Ut), esta que é a relação matemtica entre os niveis de utilidade com a cesta de mercado.

Permissas do consumidor

Integralidade – as preferencias são completas, os consumidores podem comparar e


ordenar todas as cestas de mercado, de acordo as suas preferencias; entre duas cestas A
e B um consumidor prefere a cesta A que B, ou B que a A ou será indiferente entre
qualquer uma das duas.

Transitividade – se um consumidor prefere a cesta de mercado A que a B, e prefere B


que a C então ele também preferirá A que a C, (se, A > B; e B > C, então A > C).

Não Saciabilidade – Maiores quantidades são melhor que menores quantidades.

Teoria do valor – “paradoxo da água e do diamante”

“Nada é mais útil do que a água: mas com ela praticamente nada pode comprar-se;
praticamente nada pode obter-se em troca dela. Pelo contrário, um diamante não tem
praticamente qualquer valor de uso; no entanto, pode normalmente obter-se grande
quantidade de outros bens em troca dele.”

A utilidade total da água é muito maior do que a do diamante, mas a utilidade marginal
do diamante é muito superior à da água pois, como há muita água e poucos diamantes,
pela lei da utilidade marginal decrescente, a utilidade marginal daquela desceu muito
em relação a este.

Utilidade – a satisfação que cada ser humano tira do uso do bem é o que dá valor às
coisas. Utilidade define-se como o grau de satisfação que os bens dão às nossas
necessidades. É forma de medir o “bem-estar” obtido pelos bens, materiais, ou não.

 Representação analítica da Função Utilidade


Partindo da utilidade que atribui a cada bem, o agente, que é racional, vai escolher a
combinação de bens que lhe dá maior satisfação (optimizá-la), dadas as limitações que
provêm da escassez.

Utilidade total (Ut): utilidade somada de todas as unidades consumidas de um bem.


Salienta-se que a Ut é crescente até um ponto (Ponto de saturação) e depois decresce.

Exemplo:

(Ut) Umg
Qtd de Coca
0 0
0
10 10
1
18 8
2
24 6
3
28 4
4
30 2
5
30 0
6
28 -2
7

Utilidade marginal (Umg): é o acréscimo de utilidade trazida pela última unidade


consumida. Salienta-se que Umg é sempre decrescente.
Lei da utilidade marginal decrescente: à medida que se consome mais de um bem, a
utilidade de cada unidade consumida desce, ou seja, o acréscimo de satisfação que o
consumo vai dando desce quando o consumo sobe.

Regra de ouro do consumidor: A utilidade marginal da última uinidade monetaria


gasta em cada bem deve ser igual em todos os bens.

Primeira lei de Gossen: À medida que se consome mais do bem, a utilidade de cada
unidade adicional consumida desce.

Segunda lei de Gossen: O consumidor, para obter o máximo de satisfação, deve


consumir até que a utilidade marginal da última unidade monetaria gasta em cada bem
seja igual em todos os outros bens.

Lei da substituição: Quanto menos de um bem se tem, maior é a utilidade marginal


desse bem.

Taxa marginal de substituição: Rácio das utilidade marginais de dois bens, o valor
relativo das duas última unidades consumidas de cada bem, a qual equivale à taxa, na
margem, a que se troca um bem pelo outro, mantendo a utilidade.

A utilidade marginal de um bem económico não escasso para uma pessoa racional que
escolhe a quantidade que consome é nula. A explicação reside no facto de um bem não
escasso existir em quantidades tais que chega e sobra para satisfazer as necessidades
que dele se têm e, por isso, poder sem obtido sem custo, pelo que o agente racional vai
escolher consumir até estar saciado (Um=0).

É possível encontrar um grande número de pontos que têm exactamente a mesma


utilidade para um certo consumidor. Isso quer dizer que, na decisão de consumo que o
consumidor toma, esses pontos são indiferentes para ele. Esses pontos formam uma
curva da indiferença. Não é necessário saber o valor absoluto da utilidade, bastando
saber o valor relativo dos bens, uns em relação aos outros.

Figura 7.(a): Curva de indiferença

Importa salientar-se que curva da


indiferença é um lugar geométrico dos
pontos que representam possíveis
combinações alternativas de bens (x;y)
que proporcionam ao consumidor o
mesmo nível de utilidade ou satisfação.

Figura 7.(b): Mapa de indiferença


O conjunto das curvas de indiferença
representando cada uma diferente nível
de satisfação ou utilidade, chama-se de
Mapa de indiferença.

Propriedades das curvas de indiferença


 A curva da indiferença tem de ser decrescente e a Primeira Lei de Gossen
implica que ela tenha de ser convexa. À medida que se tira mais de um bem, é
necessário dar cada vez mais de outro para compensar, mantendo a utilidade.
 São convexas em relação a origem;
 Nunca se cruzam e nem se tangenciam.

Cada curva divide o espaço em duas partes: uma zona melhor que os pontos da curva,
acima, e uma zona pior, abaixo. Para cada consumidor que saiba avaliar todas as
situações há um mapa da indiferença.
De todos os pontos das possibilidades de consumo qual é o melhor? Para isso temos de
sobrepor o mapa da indiferença à recta do rendimento. Nesse caso, vemos que o ponto
de possibilidades de consumo que tem maior utilidade é o da tangencia entre a curva da
indiferença e a recta do rendimento. Aí, as inclinações são iguais, ou seja, a Taxa
Marginal de Substituição (inclinação da rectas da indiferença) iguala o rácio de preços
(inclinação da recta do rendimento).

Recta de restrição Orçamental – representa todas as combinações possíveis de dois


bens que um consumidor pode adquirir, dada a sua renda monetária e os preços dos dois
bens.

Um consumidor com uma renda fixa de 80 unidades monetárias, que adquire bens X e
Y ao preço de 2 unidades monetárias e 5 unidades monetárias, respectivamente, as suas
combinações do bem X e Y que pode adquirir, esgotando todo o seu rendimento são
representadas pela restrição orçamental na figura 8.

Figura 8: Recta de Restrição Orçamental

Fórmula analítica da recta


orçamental

2.1.1. Equilíbrio do Consumidor


Um consumidor está em equilíbrio quando alcança a utilidade total máxima, dada a sua
renda individual e as restrições dos preços. Isto é, onde/ com que a recta orçamental
(figura 8), tangencia na figura 7b.
Figura 9: Cabaz óptimo do consumidor

O cabaz óptimo do consumidor


encontra-se no ponto “B”

Exemplo de deterninação de cabaz optimo do consumidor

O senhor Nilson posui uma funçao utilidade representada por U = XY, ele tem um
rendimento na ordem de 100mts e os preços dos bens X e Y sao, 5 e 10
respectivamente.

Determine o ponto e equilibrio do consumidor e apresente graficamente.

Resposta:

U = XY U = XV __________ __________

R = 5X + 10Y 5X = 100 – 10Y X =20 – 2Y

U = (20 -2Y) * Y U = 20Y + 2Y2 U' = 20 – 4Y U' = 0

_____________ ____________ ___________ _______

20 – 4Y = 0 Y=5 Y=5

__________ X = 20 – 2 * 5 X = 10

Representação gráfica
2.1.2. Três outras questões do consumidor

Lei de Engel – num conjunto de famílias com gostos semelhantes e enfrentando preços
iguais, o peso da despesa em alimentação é, em média, uma função decrescente do
rendimento.

Curva consumo - rendimento: o lugar geométrico dos pontos de consumo óptimo de


dois bens, para certos níveis de preço e vários níveis de rendimento.

Figura 10: Derivação da curva de rendimento

A curva de Engel relaciona directamente o consumo óptimo de cada bem com o nível
de rendimento que o gera. Assim, se de cada ponto da curva consumo - rendimento
forem anotados os valores de rendimento e os correspondentes valores de consumo de
dois bens (pão e livros), é possível construir as curvas de Engel para cada um dos bens.

Figura 11: Curva de Engel


2. TEORIA DE PRODUÇÃO

A produção consiste na combinação de vários elementos no sentido de obter, a partir


deles, um em que satisfaça uma necessidade humana.

Um produtor é, ao mesmo tempo, vendedor (do seu bem) e consumidor (de factores
produtivos). Isso faz com que ele tenha duas questões: quanto produzir do bem e como
produzir essa quantidade.

Função de produção: relação que existe entre a quantidade de produto e as quantidades


de recursos (trabalho, terra, capital). Em princípio, a produção é o resultado da acção
independente dos factores (manter todos os recursos constantes e variar apenas a
quantidade aplicada de um deles).

Função de produção na forma analítica:


Curva do produto total,

Curva do produto marginal – regista-se apenas a o acréscimo do produto que a última


unidade de trabalho trouxe.

Normalmente, a curva do produto marginal é negativamente inclinada, ou seja,


acréscimos sucessivos de um factor feitos sobre quantidades constantes dos outros
factores levam a acréscimos sucessivamente menores de produto – Lei dos rendimentos
marginais decrescentes.

Quando não se varia apenas um, mas todos os factores produtivos simultaneamente, ou
seja, quando o que varia é toda a escala de produção dá-se origem a rendimentos de
escala, que podem ser rendimentos de escala constantes, decrescentes ou crescentes
consoante a quantidade produzida varie proporcionalmente, menos ou mais que
proporcionalmente.

A distinção entre rendimentos marginais e rendimentos de escala tem a ver com o


tempo, em particular, com o prazo de análise e de equilíbrio – momentâneo, curto-prazo
e longo - prazo. Outro efeito que a passagem do tempo tem sobre a produção é o
aparecimento de novas formas de produção, que competem com as antigas, vencendo as
melhores. É o fenómeno do progresso tecnológico. Quando as técnicas melhoram, as
curvas do produto total e marginal sobem.

Isoquantas – “curvas de indiferença de produção”, curvas compostas por pontos que


geram a mesma produção. São negativamente inclinadas, devido à substituibilidade do
produto (se desce a quantidade de um factor é necessário subir a quantidade do outro
para manter o nível de produto) e são convexas devido à lei dos rendimentos marginais
decrescentes (que corresponde à lei da utilidade marginal decrescente). Ou seja, à
medida que utilizamos menos terra na produção, cada vez é preciso utilizar mais
trabalho para substituir uma unidade de terra e manter o produto. E isto devido ao facto
de a produtividade marginal da terra ir subindo e a do trabalho descendo, quando
diminui a primeira e se aumenta o segundo.

Assim, é possível traçar um mapa de isoquantas que determina, para cada ponto (terra,
trabalho), qual o produto gerado por essa combinação de factores. Quanto mais acima
estiver a isoquanta, maior o nível de produção que lhe corresponde. É claro que a
quantidade de produto que é registada em cada isoquanta é o máximo de quantidade que
essas quantidades de factores conseguem produzir, a aplicação da racionalidade assim o
exige (não desperdício de recursos).

A inclinação da isoquanta chama-se Taxa Marginal de Substituição Técnica. Esta taxa


diz-nos quantas unidades de trabalho têm de ser empregues para, mantendo a produção,
substituir uma unidade de terra a menos. A TMST é igual ao quociente das
produtividades marginais dos dois factores.
3. TEORIA DE CUSTOS
Também podemos encontrar uma recta de isocusto, definida pelo custo total que a
empresa está disposta a suportar pelos preços dos factores.

A recta do isocusto representa as possibilidades de consumo dos dois factores pela


empresa, dados o dinheiro que a empresa tem disponível e o preço dos factores. A
inclinação da recta, igual ao rácio dos preços dos factores, significa a taxa a que o
mercado está disposto a trocar um factor pelo outro.

Na Mapa do isocusto acima, as linhas são paralelas e isto mostra que os preços dos
factores são constantes e todas têm inclinações negativas iguais ao rácio entre os preços
dos insumos. As rectas mais afastadas da origem mostra maior nível de custo total.

O que se pretende decidir nesta parte do problema do produtor é maximizar a


quantidade produzida para determinados custos. Note-se que dado um certo custo, o que
significa uma certa recta de isocusto, o ponto que fornece maior nível de produção é
aquele que toca a isoquanta mais acima.

5.1. Determinação da posição óptima ou de custo mínimo


A combinação dos factores com custo mínimo ocorre no Ponto “A”. Este é o ponto que
a empresa encontra, de entre outros pontos para minimizar o custo de produção.

Neste ponto de tangencia (A) , em que a inclinação da isoquanta e da recta de custo são
iguais a TMST iguala o rácio de preços.

| | | |

O problema de como produzir pode ver-se de dois lados: qual o máximo que e pode
produzir com certos custos ou qual o mínimo de custo que se pode ter com certa
produção.

Quanto produzir?

Esta questão tem a ver com dois aspectos essenciais: a tecnologia de produção da
empresa e a estrutura do mercado em que a empresa se situa.
Tecnologia e Custos

O problema de quanto produzir está intimamente ligado à tecnologia de produção. É ela


que determina quanto se pode produzir. No entanto, a questão não é apenas tecnológica
pois queremos determina quanto se quer produzir.

Podemos tratar a questão de “quanto produzir” pelo lado dos custos, maximizando a
produção para certos custos ou minimizando os custos para certa produção.

Podemos definir uma função do Custo Total C(Q) onde, associado a cada quantidade
produzida do bem, vem o mínimo custo total de produzir esse bem. A função relaciona,
pois, cada quantidade do bem (Q) com o seu custo de produção (C).

Ao produzir, o empresário tem muitos custos monetários directos (salários, rendas,


juros). Se ele não tivesse produzido, poderia ter feito muitas coisas com o dinheiro.
Desses usos alternativos do dinheiro, ele escolheria aquele que lhe desse maior
utilidade. É esse máximo de utilidade alternativa que é o custo de oportunidade.

Um mercado competitivo tem como preço de mercado o custo de oportunidade, ou seja,


um mercado a funciona bem fornece directamente os custos de oportunidade através dos
preços.

Num processo produtivo existem elementos que se podem mudar e ajustar (número de
trabalhadores, quantidade de matéria-prima) enquanto outros são muito mais rígidos
(número de máquinas ou dimensão de uma fabrica). A distinção entre custos fixos e
custos variáveis tem, no fundo, a ver com o tempo. No equilíbrio momentâneo não há
elementos variáveis. Mas se o horizonte se alarga e é possível prever a curto e a médio-
prazo, então aí existem componentes dos custos que são fixas e outras variáveis. Se se
deixar passar tempo suficiente, num planeamento a longo-prazo, é de prever que tudo
seja ajustável e, portanto, variável. A questão central situa-se no horizonte de análise,
que determina qual a parte dos custos que varia com a quantidade (CV, função da
quantidade Q) e qual a parte fixa, que deve ser suportada qualquer que seja a quantidade
produzida (CF).
Um outro elemento importante da análise do custo de uma empresa é o chamado Custo
Médio, ou custo por unidade. Trata-se do custo que, em média, se pode atribuir a cada
unidade produzida, e é definido pela média dos custos totais.

Igualmente importante é a medição do Custo marginal, o custo da última unidade


produzida, o custo da unidade marginal.

5.2. Relação entre Função Produção e Função Custo

Leitura:
duas decisões são dois produto é
5.3. Factores de
lados da mesma moeda. CMg=W/PMgT.
Produção:
Demanda de Para entendermos Esta analise mostra que

insumos e melhor essa relação, o produto marginal

oferta de vamos ver como o decrescente está

produto1 produto marginal do estreitamente


trabalho (PmgT) e o relacionado ao custo
custo marginal (Cmg) marginal crescente.
Como a função de
estão relacionados.
produção liga a Quando o pomar de
Suponhamos que um
quantidade de insumos maças estivir lotado de
trabalhador adicional
a quantidade produzida, trabalhadores, cada
custe $ 500 e que tenha
você não deve trabalhador adicional
um produto marginal de
surpreender-se com o acrescentará menos à
50 caixas de mançã.
facto de que a decisão produção de maças
Neste caso, produzir
da empresa sobre a (PmgT ↓). Grandes
mais 50 caixas custa $
demanda de insumos quantidade de maças,
500; o custo marginal
esta estreitamente seu pomar já estará
de uma caixa é de $
relacionada a sua lotado de
500/50, ou $ 10. De
decisão de produzir e trabalhadores, de modo
forma mais geral, se o
ofertar. De facto, essas que o custo de produção
salário é W e uma
de uma caixa adicional
unidade extra de mão-
será maior (o Cmg ↑).
1
de-obra produz PMgT
MANKIW, N. G.
(2005), Introdução a unidades de produto,  Maximização do
Economia. Cap, Os então o custo marginal Lucro
Mercados de Factores
de produção. Pag. 397. de uma unidade de
competitiva contrata uso de uma unidade
trabalhadores até o adicional de mão-de-
ponto em que o preço é obra.
igual ao salário, ela
também produz até o

Esta equação quer dizer ponto em que o preço é Valor de produto

que o preço do produto igual ao custo marginal. Marginal de Trabalho

de uma empresa é igual (VPMTL) – o produto


marginal de um insumo
ao custo marginal de
produção de uma Produtividade Marginal multiplicado pelo preço
de Trabalho – o do produto.
unidade monetária de
produto. Assim, quando aumento da quantidade
produzida decorrente do
uma empresa
4. MERCADOS E SUA ESTRUTURA
Quando se fala de mercado, fala-se de compra e venda, em que quem compra incorre
um custo e quem vende faz uma receita. Visto que debruçou-se em torno dos custos,
torna importante falar-se das receitas e depois do lucro.

Assim sendo, Receita é a quantia que a empresa recebe pela venda de sua produção.

Conhecidos os custos e a receita de uma empresa, o lucro desta empresa é a


diferença entre receita total e custo total

Deste modo, importa realçar que existem os seguintes tipos de lucros:

 Lucro Economico => resulta da diferença entre RT – CT (custos explicitos +


custos implicitos) ou, RT – Custo de oportunidade.
 Lucro Contabilistico => RT – Custos explicitos totais.
 Lucro Normal ou Lucro económico zero => isto significa que a empresa tem um
pequeno lucro.
 Lucro Extraordinario => lucro posetivo acima do esperado.
 Lucro Negativo => prejuizo.

Quadro das estruturas de Mercado

OFERTA Um só Vendedor Pequeno número Grande número de


de vendedores vendedores
PROCURA
Um só comprador Monopólio Bilateral Quase Monopólio Monopsónio
Pequeno número Quase Monopólio Oligopólio Bilateral Oligopsónio
de compradores
Grande número de Monopólio Oligopólio Concorrência
compradores perfeita

O que um produtor produz depende crucialmente do tipo de mercado em que ele se


situa. Uma empresa, com uma dada tecnologia, comporta-se de maneira diferente
consoante o número de concorrentes que tem. A quantidade de produto que ela vai
lançar no mercado será muito diferente caso se encontre em: concorrência perfeita,
concorrência monopolística, monopólio ou oligopólio. Em toda esta análise é tomada
como hipótese global que as empresas maximizam o lucro. A razão desta escolha reside
na interpretação mais simples da racionalidade: o objectivo do empresário é não
desperdiçar, procurando obter o máximo proveito da sua actividade produtiva.

6.1. Concorrência perfeita


A situação de concorrência perfeita define-se quando existem muitos produtores e
consumidores, todos pequenos. Consequentemente, nenhum deles pode influenciar o
mercado e, assim, todos tomam o preço como um dado (se a empresa tentar vender a um
preço acima do preço vigente no mercado ninguém lhe compra, tentar vender a baixo
desse preço não lhe traz benefício, pois perde dinheiro por cada unidade vendida e a
descida de preço não lhe traz ganho por clientes adicionais que compense a perda de
receitas, visto ser um produtor muito pequeno). O produto deve ser homogéneo, deve
haver perfeita informação de todos os participantes no mercado sobre os aspectos
relevantes e livre mobilidade de recursos.

Como pretende maximizar o lucro, o produtor vai vendendo mais uma unidade
enquanto tenha benefício líquido positivo da venda, ou seja, enquanto o seu lucro
aumentar. Vender mais uma unidade traz como benefício o preço. Por outro lado, o
custo dessa unidade adicional é o custo marginal. O produtor ganha enquanto o
benefício adicional for maior que o custo. Mas vender mais do que isso, quando o custo
marginal é maior que o benefício, reduz o lucro. Logo, o produtor vende até preço =
custo marginal. Esta é a regra de lucro máximo por parte do produtor.

Assim se vê mais uma vez a aplicação do truque marginalista. Em vez de perguntar


“quanto produzir”, pergunta-se “vale a pena produzir mais uma unidade?”.
Qualquer que seja o nível de preços, a regra de lucro máximo é a do preço = custo
marginal. Logo, a cada preço eu ofereço a quantidade dada pela intercessão desse preço
na curva do custo marginal, É aí que se maximiza o lucro. Logo, a curva do custo
marginal é a curva da oferta na concorrência perfeita.

Tipos de lucros e sua representação gráfica na concorrência perfeita.

Lucro Contabilístico => RT – Custos explícitos totais (custos dos insumos que exigem
um desconto monetário da empresa).

RT – CT (Custos explícitos + Custos implícitos)


Lucro Económico RT – Custo de oportunidade total

Custos implícitos são custos dos insumos que exigem um desconto monetário da
empresa).

Curva da receita e demanda para uma firma de concorrência perfeita

Curva de Receita Derivação analítica das outras


receitas

A curva de demanda para uma firma de concorrência perfeita, a demanda é igual é igual
a:
 Abaixo do preço de equilíbrio afirma não pode vender se não vai perder receita.
 Acima do preço de equilíbrio não pode vender porque ninguém vai comprar.

Representação gráfica dos lucros na Concorrência Perfeita

 RT = OP*AQ*
 CT = OCBQ*
 CV = OEDQ*
 CF = ECBD
 Rme = P* ou OP*
 Cme = Q*B ou OC
 CVme = Q*D
 CFme = BD ou EC
 Lucro Extraordinário = ABCP*
 Lucro Unitário = AB
Maximização de lucro numa firma de concorrência perfeita na abordagem total de
curto prazo

 Condição Necessária 
 

 Condição Suficiente


Imperfeições na concorrência

Nas situações em que não existe concorrência perfeita, ou em que existem imperfeições
na concorrência, isso significa que algumas empresas têm poder de mercado, ou seja,
têm influência sobre o preço. As razões desse poder são essencialmente duas:

 Padrões de custo e procura. A curva de custos relativa a uma certa tecnologia


define a zona de produção da empresa que é economicamente razoável. Se essa
dimensão de produção for muito próxima da quantidade procurada, então o
número de empresas que são possíveis nesse mercado é relativamente baixo. Ou
seja, se a curva de custo médio só se torna crescente a quantidades muito
grandes face à procura, há poder de mercado.
 Barreiras à concorrência. A existência de leis que forçam a existência de limites
à concorrência é uma das principais causas da falta de concorrência nos
mercados. Existem também barreiras naturais e artificiais que impedem a livre
competitividade entre todos os potenciais participantes num mercado.

6.2. Monopólio
Mercado caracterizado pela existência de um só produtor que, portanto, controla todos
os aspectos relativos à produção. Na concorrência perfeita, a regra de óptimo era P =
Cmg. Aqui, se quiser vender mais uma unidade, o custo adicional é ainda o custo
marginal, mas o ganho adicional não é o preço pois, agora, ao variar a quantidade
oferecida, existe uma alteração no preço. A oferta monopolística já não é muito pequena
face à do mercado e por isso a curva da procura da empresa já não é horizontal. Aliás,
essa curva é exactamente igual à do mercado, visto que o monopolista tem de sozinho,
satisfazer toda a procura.
Curva de oferta no Monopólio e classificação da elasticidade

Representação gráfica dos lucros no Monopólio


Na concorrência perfeita o preço representava o benefício marginal. Por essa razão se
igualava o preço ao custo marginal. Agora temos de igualar o custo marginal à receita
marginal, só que esta já não é constante e igual ao preço. A Rmg é agora representada
por uma curva, sempre abaixo da curva da procura que, para cada valor de Q, nos
informa qual a variação da receita. Note-se que a curva da procura equivale à curva da
receita média.

Assim, a condição de equilíbrio continua a ser Receita marginal = Custo marginal e a


razão para isto continua a ser a mesma que era: se Cmg não fosse igual a Rmg, o lucro
não seria máximo, visto que existiriam variações de quantidade que subiriam o lucro.

Mas se a quantidade a oferecer é encontrada pela condição Rmg = Cmg, o preço que o
monopolista pode receber por essa quantidade é lido na curva da procura. É aí que se vê
o que os consumidores estão dispostos a dar por essa quantidade. Note-se que, por esta
razão, o monopolista não tem curva da oferta Não existe uma curva que relacione P e Q,
mas sim três. Deste modo, no equilíbrio do monopolista, o preço é muito superior ao
custo marginal.

Pode-se ver, então, que a situação de monopólio é ineficiente; na verdade, como por
definição, do lado do consumidor, o preço iguala a utilidade marginal, e como aqui o
preço é maior que a utilidade marginal, a qual é igual, no equilíbrio, ao custo marginal,
então temos em consequência que a utilidade marginal que a sociedade obtém devido a
este bem é superior ao seu custo marginal.

P = Umg, e P < Rmg = Cmg, então Umg>Cmg

Isso quer dizer que a sociedade deveria produzir mais do bem pois o que ganha pelo seu
consumo, na margem, é superior ao custo. Logo, o equilíbrio do monopolista não
garante a eficiência e causa o desperdício de recursos.

O facto de os monopólios serem maus sistemas de produção leva à existência de


políticas de intervenção (nacionalização da empresa, fixação de preços, impostos sobre
o monopolista) para sugar o lucro.

A ineficiência do monopolista verifica-se sobretudo a curto - prazo. Há que ter em conta


que a estabilidade da situação de monopolista e os lucros que daí resultam podem ser
muito mais favoráveis à criação de um ambiente próprio para a descoberta e
implantação de novas técnicas, de que a situação incerta e feroz da concorrência. São
estas inovações que dão dinamismo ao sistema económico. Por essa razão, o monopólio
poderá ser um importante factor de desenvolvimento, o que compensaria as suas
desvantagens imediatas.

6.3. Oligopólio
Caracteriza-se pela existência de algumas empresas, poucas, que concorrem no mercado
de um produto. O facto de serem poucas, dá a cada uma poder de influência sobre o
mercado, mas isso não quer dizer que não exista concorrência entre elas.

Oligopólio coligado – Algumas empresas, poucas, que dominam um mercado, mas,


além disso, combinam entre si estratégias, preços e quantidades (cartel ou trust). O
cartel apresenta um problema económico muito interessante. Em termos de incentivo
económico, e uma vez combinado com os parceiros um certo preço ou quantidade a
vender, cada membro tem vantagem em enganar os parceiros, quebrar esse acordo e
vender mais e mais barato, roubando clientes aos concorrentes. Por isso, os cartéis
acabam, normalmente, em guerras de preços ou de quantidade, ou seja, na situação
normal de oligopólio. Por ser aprofundado com exercícios durante as aulas praticas.
5. ECONOMIA DE INFORMAÇÃO

8.1. Escolha em contexto de incerteza


Seja qual for o tempo e a energia que gastamos a reunir informações, a maior parte das
nossas escolhas é feita sem completo conhecimento das alternativas pertinentes. A
escolha entre, continuar com os estudos ou ir concorrer ao Desafio Total, a escolha pode
ser feita de uma forma mais inteligente se consultar fontes como, Músicos idosos e com
longa experiência de vida. E no entanto em última analise, não podemos controlar
probabilidades tais como reprovar naquele ano na academia ou eliminação e humilhação
no concurso. Esses riscos são características proeminentes de muitas das nossas
decisões mais importante.

8.2. Diferença entre Incerteza e Risco


Incerteza – quando sabemos apenas que existem diferentes estados de natureza, sem
saber os rendimentos ou resultados (payoffs) de cada estado e a correspondente.

Risco – quando cada um dos possíveis resultados ou rendimentos e a sua


correspondente probabilidade são conhecidas.

Para poder medir o risco de um jogo, é necessário saber:

 Todos os estados de natureza;


 Todos os resultados possíveis de cada estado de natureza (payoffs);
 A probabilidade de ocorrência de cada resultado em cada estado de natureza;
 O valor esperado dos resultados do jogo ou do rendimento ou da riqueza;
 A variância e o desvio-padrão de cada jogo.

Depois de saber estas informações, para determinar que alternativas é que um individuo
irá escolher, depende da atitude do individuo em relação ao risco.

Diferenciamos 3 tipos de consumidor perante ao risco:

 Consumidor Avesso ao risco – com curva da utilidade concava ou convexa em


relação a origem e Umg decrescente e (Umg)` = (U)`` < 0. √
Dado que o consumidor é avesso ao risco, a utilidade Uo com dotação inicial > U1 com
jogo. Opta-se por não jogar.

Consumidor amante ao risco – com curva da utilidade convexa ou concava em relacao a


origem e Umg crescente e (Umg)1 = (U)`` > 0.
Dado que o consumidor é amante ao risco, a utilidade Uo com dotação inicial do ponto
“A” < U1 com jogo nos pontos “B” ou “C’. Opta-se por jogar.

Consumidor Neutro ao risco – com curva da utilidade linear e Umg constante e


(Umg)` = (U0`` = 0.

Dado que o consumidor é neutro ao risco, a utilidade inicial com dotação no ponto “A”
é igual a utilidade com jogo nos pontos “B” ou “C”. Neste caso, o consumidor é
indiferente em jogar ou não.

8.3. Relação entre Probabilidade e Valor Esperado

7.3.1. Teorema de Von-Neumann -Morgensterin


As decisões económicas tomadas em contexto de incerteza são essencialmente jogos; e,
uma propriedade importante de jogo é o seu valor esperado(VE), uma média ponderada
de todos os resultados possíveis, em que os ponderadores são as respectivas
probabilidades.


O Teorema de Von Neumann Morgensterin permite-nos analisar o comportamento
económico dos indivíduos que fazer as escolhas em condições de incerteza.

A pessoa faz as escolhas em condições de incerteza baseada na utilidade do consumidor.

O Índice de Von Neumann Morgensterin; e estão ordenados de


uma forma ascendente, atribuindo arbitrariamente números de utilidade; o menor
preferido .

O menor preferido terá uma utilidade mais baixa, logo,

O mais preferido terá uma utilidade mais alta, logo,

Haverá uma forma de atribuir número as restantes premissas

 Utilidade esperada de Von Neumann Morgensterin

Ilustração prática.

Considere um indivíduo com uma riqueza (w) de 200.000,00 que se confronta com 25%
de chance de perder 40.000,00 do seu carro por roubo no próximo ano.

Suponha que, este individuo tem um índice de utilidade Von Neumann Morgensterin,

Determine:

a) Utilidade esperada se o individuo não pagar seguro.


b) O Valor do seguro.
c) A riqueza do indivíduo pagando seguro.
d) Utilidade esperada do indivíduo pagando seguro.
e) Valor máximo a pagar a seguradora.
f) As despesas administrativas.

Resolução

a)

Se tivesse que pagar seguro

b)

c)

d)

e)
f)

8.4. Assimetria de Informação


O nível de informação que o individuo compra depende do preço unitário de quantidade
de informação que ele transmite.

Alguns indivíduos podem ter habilidades específicas que são relevantes ao processo de
informação. Esta habilidade pode-se adquirir através da experiencia e o nível de
informação é diferente entre diferentes informados.

Assimetria de informação tem um impacto forte naquilo que são as decisões de


consumo dos indivíduos. Como consequência, os indivíduos terão diferentes
informações e diferentes quantidades adquiridas dos bens.

8.5. O Valor da Informação


O valor da informação está directamente relacionado ao custo de informação; um
indivíduo com alta qualidade de informação, reduz a incerteza e terá maior
probabilidade de tomar a decisão certa.

A falta de informação resulta na incerteza, nas decisões que tomaram, como


consequência o individuo terá dificuldade de perceber que o que tomou esta errado.

8.6. Externalidades e Bens Públicos


Externalidades e Bens Públicos constituem fundamentos essenciais para a intervenção
pública. Justificados pelos dois teoremas fundamentais da economia do bem-estar.

1º). Não existe nenhuma afectação de recursos alternativa que melhore a situação de
um ou mais agentes económicos sem simultaneamente prejudicar um ou mais
agente económicos.
2º). Qualquer que seja a distribuição inicial de recursos conduzirá a uma afectação
eficiente dos mesmos (a um óptimo de pareto) se não houver interferência do
Estado no funcionamento descentralizado do mercado, em que compete aos
agentes económicos tomar livremente as suas decisões sobre o que, como e
quanto produzir e consumir.
 Ou: se a redistribuição as dotações iniciais de recursos entre os dois
indivíduos e deixar o mercado funcionar livremente, atingir-se-á também
uma afectação eficiente dos recurso – um óptimo de Pareto.

Entretanto, importa salientar que:

Externalidade – refere-se ao impacto de uma actividade económica a terceiros, e não


reflecte no sistema de preços.

Bens Públicos – são todos os bens que se caracterizam por impossibilidade de exclusão
no consumo; é impossível, ou muito difícil excluir alguém de usufruir de um bem
público; é também impossível ou difícil racionalizar o seu consumo. Caracteriza-se
também por irrivalidade no consumo, o consumo de um não reduz a do outro.

Bens Privados – são todos os bens que se caracterizam por possibilidade de exclusão
no consumo, o qual resulta do facto de o usufruto desses bens envolver o pagamento de
um preço. De salientar contudo que para alguns bens privados não há rivalidade no
consumo. Exemplo: Chapa 100.

Bens de Mérito – o mercado pode oferecer, mas oferece em quantidades reduzidas


daquilo que é desejado para a sociedade. E reúnem as características dos bens privados
(exclusividade), mas o mercado sozinho não consegue ofertar em quantidades óptimas
para a sociedade. Exemplo: educação; saúde e segurança social.
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