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1º Grupo
Nagiba Cláudio
Selemane Sircate
Nacala-Porto
2022
UNIVERSIDADE ROVUMA
1º Grupo
Nagiba Cláudio
Selemane Sircate
Nacala-Porto
2022
Índice
1. Introdução............................................................................................................................................4
Objectivos................................................................................................................................................4
1.1.1. Objectivo geral........................................................................................................................4
1.1.2. Objectivos específicos.............................................................................................................4
1.2. Metodologia.................................................................................................................................4
2. Escolha intertemporal..........................................................................................................................5
2.1. Restrição orçamentária................................................................................................................6
2.2. Escolha óptima de consumo em dois períodos.............................................................................8
3. Escolha em situação de incerteza.........................................................................................................9
3.1. Modelagem das incertezas.........................................................................................................10
3.2. Teoria de Utilidade....................................................................................................................11
4. Conclusão..........................................................................................................................................14
5. Bibliografia........................................................................................................................................15
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1. Introdução
Objectivos
1.2. Metodologia
2. Escolha intertemporal
Escolhas intertemporais definem-se como escolhas que envolvem trocas entre custos e benefícios
que ocorrem em diferentes pontos temporais (Loewenstein, Read, & Baumeister, 2003).
As escolhas intertemporais podem ser definidas como “decisões que envolvem um compromisso
entre custos e benefícios que ocorrem em diferentes momentos” (Frederick, Loewenstein, &
O’Donoghue, 2002)
A escolha intertemporal pode ser definida como a opção entre dois bens. Mas em lugar de
escolher entre o produto X e Y, a decisão passa a ser entre consumir hoje e amanhã. Assim, Y
representa a aquisição de bens no período presente e X a compra no futuro.
Mapa de indiferença
Considere uma renda de R$ 1.000,00. É possível gastá-la toda no período actual ou no futuro. A
compra de bens no período actual depende dos preços dos produtos no período (P Y) e a aquisição
futura depende desses preços no período futuro (P X). Muito parecido com a escolha de dois bens.
Mas há um elemento que deve ser considerado: não consumir hoje aumenta a possibilidade no
futuro! Afinal, é possível aplicar os recursos não gastos no período actual e ganhar juros. Assim,
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a renda disponível para gasto no período presente é maior que a renda do período futuro. No
futuro a renda deverá ser igual a R(1 + r), considerando r como a taxa de juros real, ou seja,
descontada a inflação.
Para essa função de restrição orçamentária há duas escolhas: o consumidor pode gastar
integralmente a renda nos dois períodos – gastando D1 no período 1 e D2 no período 2 –, ou pode
consumir menos no primeiro período de forma a poder fazê-lo em quantidade maior no segundo.
Na vida real, sem as hipóteses simplificadoras, a segunda escolha – consumir menos no primeiro
período – permite um ganho de juros. Dessa forma, a poupança pode ser definida como renda
menos consumo (D1 – X) e o ganho de juros será denominado r. Isso modifica a capacidade de
gasto no segundo período que era originalmente D 2. Agora, o indivíduo poderá gastar
adicionalmente em D2 o valor correspondente a (D1 – X) × (1 + r), ou:
D2 + (D1 – X) × (1 + r)
Mas também é possível escolher o oposto. Gastar mais hoje e sacrificar o consumo futuro. Esse é
o caso em que são tomados empréstimos para financiar o consumo. Caso o consumo no período
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presente seja maior do que a renda (D1) permita, isso implica em conseguir empréstimos no
cartão de crédito, no cheque especial ou em outra forma de financiamento. Os juros incorrerão
em todas elas. Nesse caso, a quantidade de consumo no primeiro período será maior que D 1 ou X
será maior que D1. Será necessário pagar juros pelo serviço de empréstimo. Então, no segundo
período o consumidor pagará (X – D 1) × (1 + r). Logo, no segundo período, a restrição
orçamentária será:
Y = D2 – (X – D1) × (1 + r)
Em resumo, quando se gasta mais do que a renda no primeiro período, são pagos juros no
período subsequente, sendo menor a quantidade de bens que se pode adquirir. Caso haja
poupança naquele primeiro período, pode-se ampliar o consumo no futuro em função do ganho
de juros e do valor poupado.
A restrição orçamentária do indivíduo que decide poupar está representada no Gráfico a seguir:
Admitindo que a escolha seja adquirir zero no período actual e tudo no período futuro, é então
admissível consumir Y = D1 × (1 + r) + D2. No entanto, se a escolha for esgotar toda a renda
futura hoje, será possível consumir X = D1 + D2/ (1 + r).
Note que uma mudança na taxa de juros altera as possibilidades de escolha no presente e no
futuro. Um aumento nessa variável eleva as possibilidades de consumo futuro e desloca o
intercepto do eixo Y para cima. Ao mesmo tempo, um aumento na taxa de juros reduz as
possibilidades de gasto no período presente, deslocando o intercepto do eixo X para a esquerda.
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De forma análoga, uma redução nos juros desloca a função de restrição orçamentária, permitindo
menor procura por bens no futuro e punindo menos quem consome no presente:
Não importa a alteração na taxa de juros, essas preferências estão dadas. Um aumento na taxa de
juros, no entanto, pode alterar as escolhas do gastador e do poupador mudando as respectivas
cestas de consumo.
A palavra dispersão foi utilizada entre aspas por não “expressar” todas as possíveis preocupações
que se possa eventualmente exigir nestes modelos, mas já introduz o conceito de que, de alguma
forma, as decisões de primeiro estágio deverão considerar toda uma gama de possíveis cenários
que as incertezas podem proporcionar. Além disso, a importância que cada agente atribui aos
possíveis resultados caracteriza o seu perfil de preferências. Este perfil também
deve ser levado em consideração na selecção das variáveis de segundo estágio.
Por exemplo, se um “dado produtor industrial” deve contratar hoje os montantes de suprimento
firme de matéria prima para a sua produção para os próximos três meses a preços pré-fixados,
essas podem ser encaradas como decisões de primeiro estágio. Desta maneira, se no decorrer
destes três meses subsequentes de produção a demanda pelos seus produtos superar a quantidade
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respaldada pelos montantes de matéria prima já contratados, o industrial deverá buscar tais
insumos no mercado de curto prazo ou à vista (spot), caso haja disponibilidade para os montantes
requeridos e o preço seja interessante. Assim, as compras no mercado à vista são decisões do
segundo estágio que dependem de três factores de incerteza: (i) demanda pelos produtos em cada
período, (ii) preço dos insumos no mercado à vista e (iii) disponibilidade da quantidade
requisitada no mercado à vista.
Como estas decisões são tomadas após a verificação da realização das incertezas de cada
período, tais decisões são funções das incertezas e das decisões de primeiro estágio.
É importante notar que existe um contexto mais geral que o descrito anteriormente, onde as
decisões sob incerteza são tomadas ao longo do tempo, ou seja, à medida que as informações
parciais das incertezas são reveladas. Este caso é denominado multi-estágio e pode ser visto
como uma sucessão de problemas de dois estágios acoplados entre si. Tais problemas sofrem do
“mau da dimensionalidade” por serem constituídos de uma árvore de decisão que cresce
exponencialmente com o número de períodos.
Além disso, existem processos estocásticos para os quais não se tem acesso às distribuições
analíticas, pois são originários de procedimentos computacionais complexos envolvendo,
inclusive, processos de optimização dentro da formação de suas realizações. Assim sendo, estes
só podem ser caracterizados através dos seus cenários simulados.
A função de utilidade (FU) leva em consideração toda a gama de cenários, atribuindo uma
utilidade ao consumo de cada cenário de receita financeira. Neste caso, o agente tomador de
decisão buscará tomar suas decisões de forma a maximizar a utilidade esperada das rendas
futuras, onde a função utilidade do agente descreve sua atitude frente ao risco (seu “perfil de
risco”), que pode ser de aversão, neutralidade ou propensão a risco.
A principal característica do agente “k” (avesso a risco ou dito “conservador”) é que este é muito
mais sensível a perdas do que a lucros. Por exemplo, para uma mesma variação de +d em torno
do ponto ro (representando um aumento da renda), o “ganho” da utilidade do indivíduo é menor,
em módulo, que o decréscimo de utilidade resultante da mesma variação negativa (–d) em torno
de ro, ou seja, DU+ ≤ DU-. Matematicamente isso pode ser explicado através de uma
característica de funções côncavas diferenciáveis, na qual a segunda derivada é negativa, ou seja,
decresce a primeira derivada ao longo do domínio da função. Assim, à medida que se avance no
sentido positivo de r (aumento da renda), o benefício marginal da utilidade (primeira derivada) é
decrescida de forma monótona.
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Para o perfil do agente “y” (neutro a risco), como a utilidade apresenta primeira derivada
constante ao longo de todo o domínio, variações positivas e negativas de mesmo módulo, em
torno de um mesmo ponto, proporcionam variações idênticas (em módulo) de utilidade, ou seja,
DU+ = DU-
No perfil do agente “z” (propenso ao risco), ocorre o oposto do caso de aversão. O agente dá
muito mais “valor” a variações positivas do que às variações negativas de mesma magnitude, em
torno de um mesmo ponto. Por isso a unidade deste tipo de perfil é convexa, ou seja, a primeira
derivada aumenta à medida que a renda cresce.
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4. Conclusão
Uma escolha racional que permita a maximização da satisfação compreende o reconhecimento
de que as decisões de hoje estão relacionadas com as possibilidades de escolha futura.
Contudo, o termo incerteza utilizado em todo o escopo desta trabalho devera ser compreendido
como o risco devido a uma distribuição de probabilidade objectiva, que assumiremos que possa
ser estimada pelos agentes.
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5. Bibliografia
Frederick, S., Loewenstein, G., & O’Donoghue, T. (2002). Time discounting and time reference:
A critical review. Journal of Economic Literature, 40, 351-401.
Pyndyck, Robert S.; Rubinfeld, Daniel L. (2013) Microeconomia. 8. Ed. Tradução de Eleutério
Prado Et Al. São Paulo: Pearson Education do Brasil.