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11ª Lista de Exercícios - INTEGRAIS DUPLAS

VOLUMES E INTEGRAIS DUPLAS

INTEGRAIS ITERADAS

Se f for contínua no retângulo R = { (x,y) | a < x < b, c < y < d }, então calculamos a integral dupla de f em R
através de integrais iteradas, como mostrado abaixo:

b d  d b 
 f ( x , y ) dA    f ( x , y ) dy 

dx     f ( x, y)dx  dy
R a c ca 

Este resultado, conhecido como Teorema de Fubini, vale sempre que f for limitada em R, podendo ser
descontínua em um número finito de pontos de R.

 x
2
Exemplo 1: Calcule o valor da integral ydA , onde R = [0,3] x [1,2]
y R

2
R
1

0 3 x

2 2 
2 3
3 3
 2 y2  3
 2 4 1
3
3 2 3 x3 
Solução:  x ydA =   x ydy  dx =   x
2
 dx =   x  x 2 dx = 2  2 3  =
 x  dx =
0
R 01  0
2 1 2 2 0 0
3
x3  27
   13,5 ou
2 0 2
3 2 
3 2
x3  9y 2 
2 2 2 2
 27  36 9 27
 x ydA =   x ydx dy =   3 y dy =   3 y  0 dy =   9ydy = 2  =  2  2  2  13,5
2

R 1 0  1 0 1 1 1
O valor obtido é o volume do sólido acima de R e abaixo do gráfico da função f(x,y) = x2y (Veja figura acima)

Exemplo 2: Calcule  y sen( xy )dA , onde R = [1,2] x [0,].


R
Solução:
2 

 y sen( xy )dA    y sen( xy )dxdy    cos xy 1 dy 


2

R 0 1 0
 
1 
 ( cos 2 y  cos y)dy   2
sen 2 y  sen y 
0
0
1 1
 sen   sen   sen 0  sen 0  0
2 2
Exemplo 3: Determine o volume do sólido S que é delimitado pelo parabolóide elíptico x2 + 2y2 + z = 16, os
planos x = 2 e y = 2 e os três planos coordenados.

Solução:
Observemos, primeiro, que S é o sólido que está abaixo da superfície z = 16 – x2 – 2y2 e acima do retângulo
R = [0,2] x [0,2], como mostra a figura.
Vamos calcular o volume deste sólido usando integral dupla:


V   16  x 2  2 y 2 dA 
R

 
2 2
   16  x 2  2 y 2 dxdy
0 0
2
2
 x3 
  16 x   2xy 2  dy
0 0
3
2
 8 
   32   4 y 2 dy
0 
3
2
 88 
    4 y 2 dy
0 
3
2
 88 y3  88.2  4.8
  y4    48
3 3 0 3

INTEGRAIS DUPLAS EM REGIÕES GENÉRICAS

Para integrais simples, a região sobre a qual integramos é sempre um intervalo. Mas, para integrais duplas,
queremos ser capazes de integrar a função f, não somente sobre retângulos, mas também sobre um região D de
forma mais geral, como mostra a figura abaixo. Vamos supor que D seja uma região limitada, o que significa
que D pode ser cercada por uma região retangular R. Definimos, então, uma nova função F com domínio R por

 f ( x, y), se x, y  está em D


F( x, y)  
0, se ( x, y) está em R mas não está em D

y y
R

0 x 0 x

Se a integral dupla de F sobre R existe, então definimos a integral dupla de f sobre D por
 f (x, y)dA   F(x, y)dA
D R
Cálculo da Integral Dupla sobre Regiões Planas Genéricas

1) Regiões planas inscritas em faixas verticais:

Consideremos uma região D inscrita na faixa vertical a < x < b e entre o gráfico de duas funções contínuas de x,
ou seja:
D = { (x,y) | a < x < b, g1(x) < y < g2(x) }

onde g1 e g2 são contínuas em [a,b]. Por exemplo, as regiões D representadas abaixo:

y = g2(x)
y = g2(x) y = g2(x)
y y y

0 a b x 0 a b x 0 a bx
y = g1(x) y = g1(x)
y = g1(x)
A integral dupla de f em D é calculada pelas seguintes integrais iteradas:
b g2 (x)

 f (x, y)dA    f (x, y)dydx


D a g1 ( x )
sempre que f for contínua em D.

2) Regiões planas inscritas em faixas horizontais:

Consideremos uma região D inscrita na faixa horizontal c < y < d e entre o gráfico de duas funções contínuas de
y, ou seja:
D = { (x,y) | c < y < d, h1(y) < x < h2(y) }

onde h1 e h2 são contínuas em [c,d]. Por exemplo, as regiões D representadas abaixo:


y
y x = h2(y) y x = h2(y)
d d
d x = h2(y)

x = h1(y)
c
c c
0 x 0 x 0 x
x = h1(y)
x = h1(y)

A integral dupla de f em D é calculada pelas seguintes integrais iteradas:


d h2 (x)

 f (x, y)dA    f (x, y)dxdy


D c h1 ( x )
sempre que f for contínua em D.
Exemplo 4: Calcule  (x  2y)dA onde D é a região limitada pelas parábolas y = 2x2 e y = 1 + x2.
D
Solução: y
A região D está inscrita na faixa vertical –1 < x < 1, pois essas são as
abscissas dos pontos de intersecção das duas parábolas e podemos
y = 1 + x2 escrever:
D = { (x,y) | –1 < x < 1, 2x2 < y < 1 + x2 }
Assim, calculamos a integral dupla através das seguintes integrais
y = 2x2 iteradas:

–1 1 x

1 1 x 
 
1
1 x 2
 (x  2 y)dA    2(x  2 y)dydx   xy  y
2
2x 2 dx
D 1  2 x  1

   
1
  x (1  x 2 )  (1  x 2 ) 2  2x 3  4 x 4 dx
1

 x  x 
1
 3
 1  2 x 2  x 4  2 x 3  4 x 4 dx
1

  3x 
1
 4
 x 3  2x 2  x  1 dx
1
1
 x5 x4 x3 x2  32
  3  2   x 
 5 4 3 2  1 15

Exemplo 5: Determine o volume do sólido que está abaixo do parabolóide z = x 2 + y2 e acima da região do
plano xy limitada pela reta y = 2x e pela parábola y = x2.

Solução: D é uma região inscrita na faixa vertical 0 < x < 2, portanto: D = { (x,y) | 0 < x < 2, x2 < y < 2x }

Assim, o volume é:
2 2 x 
y = 2x
V     
x 2  y 2 dA     x 2  y 2 dy dx 
D 0x2 
2x
2
 y3 
2
 8x 3 x6 
   x 2 y   dx   2x 3   x 4   dx
0
0
3  x2 3 3 
2
y = x2 2
 14x 3 x6  14x 4 x 5 x 7 
    x4  dx  
   
0  
3 3 12 5 21  0
14.16 32 128 216
   
12 5 21 35
Mas também podemos inscrever a região D na faixa horizontal 0 < y < 4, com:
y
D = { (x,y) | 0 < y < 4,  x  y }
2
Portanto, o volume pode ser calculado como:
4 y  4  32
y 3 y 3 
y

    x3 2
4
V   ( x  y dA    x  y dx dy     xy    
  y 5
2 2 2 2
y 2   dy

0 y

 3   3 24 2 
  
D 0 y 0
 2 2
4 4
1 3 5 13 3  2 5 2 7 13  2 2 13 216
  y 2  y 2  y dy   y 2  y 2  y 4   .32  .128  .256 
0
3 24  15 7 96  0 5 7 96 35

 xydA , onde D é a região limitada pela reta y = x – 1 e pela parábola y


2
Exemplo 6: Calcule = 2x + 6.
D

Solução: y2 = 2x + 6

y=x–1

A intersecção das duas curvas é calculada da seguinte maneira:


y2  6 y2  6
[y2 = 2x + 6]  [y = x – 1]  x  ex=y+1  y  1  y2 – 2y – 8 = 0
2 2
 y = –2 ( x = –1 ) ou y = 4 (x = 5 )

Portanto os pontos de intersecção das curvas são (-1,-2) e (5,4).

Novamente, a região D pode ser considerada inscrita tanto em uma faixa vertical como em uma faixa
horizontal. Mas a descrição de D considerada inscrita na faixa vertical -3 < x < 5 é mais complicada, pois sua
fronteira inferior é constituída por mais de uma curva.

Assim, preferimos expressar D como:

y2  6
D = { (x,y) | -2 < y < 4, <x<y+1}
2

Logo:
  y 1
 y 1
4  4
x2 
 xydA    2 xydx dy    2 y y2 6 dy
D  2 y 6 2
 2  2

y 3  2 y 2  y y 5  12 y 3  36 y
4
 (  )dy
2
2 8
1  y 5  16 y 3  8y 2  32 y
4
  dy
2 2 4
4
1  y6 y3 
   4y  8
4
 16 y 2 
8 6 3  2
1  2048 512 32 64 
    1024   256   64   64  36
8 3 3 3 3 

Exemplo 7: Determine o volume do tetraedro limitado pelos planos x + 2y + z = 2, x = 2y, x = 0 e z = 0.

Solução: Em uma questão como esta, é prudente desenhar dois diagramas: um do sólido tridimensional e
outro da região plana D sobre a qual o sólido está.
Igualando as equações dos planos, duas a duas, obtemos as retas que contém as arestas do
tetraedro:
z
y
(0, 0, 2)
T
x + 2y = 2
1
x + 2y + z = 2
D
x = 2y
½

(0, 1, 0) y 1
x
x = 2y

x (1, ½, 0)

A figura acima, à esquerda, mostra o tetraedro T limitado pelos planos coordenados x = 0, z = 0, o plano
vertical x = 2y e o plano x + 2y + z = 2.
Como x + 2y + z = 2 intercepta o plano xy (de equação z = 0) na reta x + 2y = 2, vemos que T está sobre a
região triangular D, do plano xy, limitada pelas retas x = 2y, x + 2y = 2 e x = 0.

O plano x + 2y + z = 2 pode ser escrito como z = 2 – x – 2y e a região D como:

D = { (x,y) | 0 < x < 1, x/2 < y < 1 – x/2 }.


Portanto o volume de T é:
1 1 2
x

 2  x  2ydydx   2 y  xy  y x
1
1 x
V   2  x  2 y dA   2 2
dx
D 0 x/2 0 2

1
x2 x2 
2
 x  x  x
  21    x1    1    x   dx
0   2   2   2  2 4 
1
 x2 x2 x2 x2 
   2  x  x  1 x  x  dx
0
2 4 2 4 
1

  x3 
1
1
  1  2 x  x dx   x  x   
2 2

0  3 0 3

PROPRIEDADES DAS INTEGRAIS DUPLAS:

1)  [f ( x, y)  g( x, y)]dA   f ( x, y)dA   g( x, y)dA


D D D
2)  cf ( x, y)dA  c  f ( x, y)dA , onde c é uma constante
D D

3)  f (x, y)dA   f (x, y)dA   f (x, y)dA , se D = D1  D2, onde D1 e D2 não se


D D1 D2 sobrepõem exceto, possivelmente, nas
fronteiras.

Exemplo 8: Expresse, de duas maneiras, as integrais iteradas que resolvem  2y cos xdA , onde D é a região do
D

plano xy limitada pelos gráficos de x  , y = 1, y = 3, 3y + x = 10 e x = y2.
6

Solução: No gráfico abaixo, aparecem as curvas que formam a fronteira de D.


y =3
3
x =/6
3y + x = 10

x = y2

y =1

/6
A região que tem como fronteira todas as curvas citadas é a parte sombreada do plano. Portanto essa é a região
D. Assim, podemos descrevê-la de duas formas:

1) Inscrita na faixa vertical /6  x  4 e, nesse caso dividi-la em


D1 = { (x,y) | /6  x  1, 1  y  3 } e
10  x
D2 = { (x,y) | 1  x  4, x  y  }
3
2) Inscrita na faixa horizontal 1  y  3 e, nesse caso, dividi-la em
D1 = { (x,y) | 1  y  2, /6  x  y2 } e
D2 = { (x,y) | 2  y  3, /6  x  10 – 3y }
Na forma 1), as integrais iteradas são:
10 x
1 3 4 3

 2 y cos xdA   2 y cos xdA   2 y cos xdA    2 y cos xdydx    2 y cos xdydx
D D1 D2 1 1 x
6
Na forma 2), as integrais iteradas são:
3 103 y
2
2 y

 2 y cos xdA   2 y cos xdA   2 y cos xdA    2 y cos xdxdy    2 y cos xdxdy
D D1 D2 1 2
6 6

Exercícios:

1) Calcule as integrais:

2  2 x 2
22 x
1 2 2 x 1
 y2 
1
 
a)   1  3x  y dydx
0 0
   y  3xy  
0 
2 0
dx    2  2 x  6 x  6 x 2 
0
2
dx


1
 x3 
   
1 1
4 8
  2  4 x  6 x  2  4 x  2 x dx  
2 2
4  4 x dx  4 x  4   4  
2

0 0  3 0 3 3

 2  2 x 2 2  2x 2  2x 
1 22 x 2 2 x
 y2 y2 y3 
  y  3xy  y dydx
1 1 2 3
b) 2
    3x   dx      3x  dx

0 
0 0
2 2 3 0 0
2 2 3 
1
 8 8x 
3
   2  4 x  2 x 2  6 x  12 x 2  6 x 3   8 x  8 x 2  dx
0
3 3 
1
 14 10  14 5 
1
2 14 2 5 5 11
    6 x  2 x 2  x 3 dx   x  3x 2  x 3  x 4    3    1 
0
3 3  3 3 6 0 3 3 6 6 6

2  2 x 2
22 x
1 22 x
 y2   
  x  3x 
1 1
c) 2
 xy dydx    xy  3x 2 y  x  dx    2 x  2 x 2  6 x 2  6 x 3  x dx

0 
0 0
2 0 0
2 

     
1 1
  2 x  4 x 2  6 x 3  2 x  4 x 2  2 x 3 dx   4 x  4 x 3 dx  2 x 2  x 4
1
0  2 1  1
0 0
3 5
d)   4 dx dy
1 2
Re sp : 24

4 2

  (2 x  6 x
2
e) y ) dy dx Re sp : 234
1 1

2 2x

  (x  4 y) dy dx
3
f) Re sp : 32 / 3
0 x 2

3 y2

g)   2 y . cos x dx dy
1
6

2 2

  (12 xy  8 x 3 ) dy dx Re sp :  36
2
h)
1 1

2 x 163
i) 
1 1 x
x 2 y dy dx Resp.
120

1 2x
47
j)   ( y 2  x3 ) dy dx Re sp :
0 x
60
3 4

  (2 x  3x
2
k) y) dy dx Resp: 252
0 0

3 1
l)   (1  4 xy) dx dy
1 0
Resp: 10

m) ∬𝐷 ( 𝑥 3 𝑦 2 + 𝑥)𝑑 A − 1 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1 Resp: 0

𝝅
n) ∬𝐷 2 cos 𝑥 . 𝑠𝑒𝑛 𝑦 𝑑 A 0≤y≤𝝅 𝟎≤x≤
𝟐

o) ∫01 ∫𝑥2𝑥( 2𝑥 − 4𝑥𝑦 ) 𝑑𝑦 𝑑𝑥

p) ∬𝐷 ( 𝑥 + 𝑦 − 4)𝑑 A 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 2

q) ∬𝐷 ( 3𝑥² + 𝑦² − 10)𝑑 A , sendo D a região definida por 0 ≤ x ≤ 1,0 ≤ y ≤ 3

1 √𝑥
r) ∫0 ∫𝑥² (2𝑥𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥

s) ∬𝐷 ( 𝑥² + 𝑦² − 10)𝑑 A 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 3

t) ∫02 ∫−𝑦
𝑦
(𝑥𝑦 2 − 𝑥𝑦 ) 𝑑𝑥 𝑑𝑦
2) Sendo a região limitada pelas curvas ao lado de cada integral
i) coloque os limites
ii) calcule o valor da integral
3𝑥
a)_∬𝐷 𝑥 𝑦 𝑑 𝐴 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑦 = 2
e y = √𝑥

𝑏) ∬𝐷 𝑥²𝑦𝑑 A entre y= 3 x² e y = 3𝑥

c) ∬𝐷 10 𝑥𝑦𝑑 A entre y = -3 x² e y = - 3𝑥

d ) ∬𝐷 𝑥𝑦𝑑 A entre y = - 𝑥2 e y = −√𝑥

e) ∬𝐷 10 𝑥𝑦𝑑 A entre y = -4 x² e y = - 4x

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