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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PROFESSORA CÉLIA SIQUEIRA

CURSO TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO

DANIEL NUNES DE SOUZA


JOÃO FRANCISCO FARIAS RESENDE
MICAEL DA SILVA MACHADO
SAMUEL GOMES ARAGÃO DE VASCONCELOS

TRABALHO DE PROJETO INTEGRADOR


A influência do marketing digital no comportamento do consumidor

SÃO JOSÉ DO EGITO - PE


2020
DANIEL NUNES DE SOUZA
JOÃO FRANCISCO FARIAS RESENDE
MICAEL DA SILVA MACHADO
SAMUEL GOMES ARAGÃO DE VASCONCELOS

TRABALHO DE PROJETO INTEGRADOR


A influência do marketing digital no comportamento do consumidor

Artigo científico, apresentado a


Escola Técnica Estadual Célia
Siqueira, como parte das exigências
para a conclusão do curso técnico
em administração.

SÃO JOSÉ DO EGITO - PE


2020
1. INTRODUÇÃO

Por volta do ano de 1760, surgia na Inglaterra a Primeira Revolução


Industrial: o modelo artesanal saía de cena, o ferro começava a ser melhor
explorado, apareciam as máquinas a vapor, a indústria gerava muitos
empregos e assim se formavam as primeiras grandes organizações e o
comércio como conhecemos. No processo anterior, a manufatura, cada produto
era único e atendia especificamente a necessidade de quem o encomendava,
no entanto, quando a produção passou a ser padronizada e feita em larga
escala, essa exclusividade deixa de existir. Nasce agora uma necessidade de
entender o perfil do cliente para fornecer exatamente o que ele deseja.
Posteriormente, esse processo de análise recebeu a alcunha de marketing.

Na contemporaneidade, é indubitável que nos encontramos submersos


num maciço tsunami tecnológico. No espaço virtual, ocorre uma constante e
incessável chuva de informações, propagandas, vídeos e anúncios, que são,
na maioria das vezes, indesejáveis. A internet se torna, cada vez mais, um
ambiente poluído, e isto levanta uma questão fundamental sobre o modo que
esta ferramenta está sendo usada: Até que ponto o marketing digital é
benéfico?

De acordo com Kotler (2010, p. 93): “A coisa mais importante é prever


onde os clientes vão e parar na frente deles.”. Analisando este postulado,
percebemos o quanto a internet é capaz de simplificar o processo.
Praticamente todo o mundo está na internet. Rockeiros, funkeiros, amantes de
carros, esportistas; todos estes grupos sociais têm perfis no Instagram, todos
eles consomem vídeos no YouTube e todos fazem isso regularmente. Todavia,
esta heterogeneidade pode se tornar uma faca de dois gumes. Quando os
algoritmos, meramente quantitativos, trabalham de forma indesejada,
bombardeando os possíveis consumidores com produtos que não os
interessam, ou mesmo quando pecam pela quantidade, poluindo visualmente a
página, e consequentemente, estressando o consumidor.
No presente trabalho, o marketing digital será exposto e decodificado,
mostrando como ele está presente e qual sua influência na vida e no
comportamento das pessoas. Sequencialmente, um modelo de marketing
menos agressivo e que se molde melhor ao estilo de vida e de compras de
cada um será apresentado, sugerindo uma restrição no uso de dados de
navegação e conciliando o fator econômico ao social.
1.1 PROBLEMA
Diante da evidente transformação do marketing e do surgimento das
ferramentas digitais para sua execução, faz-se mister investigar e expor os
óbices da temática. Isto posto, é lícito postular que as influências que o
marketing exerce no corpo social podem ser, se muito intensas, formas de
manobrar a população, e assim sendo, devem ser atenuadas com o fito de
manter o regime democrático e a liberdade de escolha da sociedade.

Em síntese, o presente trabalho se debruça sob a égide da manutenção da


autonomia do usuário dos meios digitais quanto às decisões relacionadas ao
ato de adquirir produtos ou serviços divulgados nesse meio.

1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral

Compreender e quantificar a influência do marketing digital sobre o


comportamento dos consumidores e propor uma forma de marketing menos
invasiva, primando pela autonomia do consumidor, pela liberdade de escolha e
pela navegação agradável entre os meios digitais hodiernos.

1.2.2 Objetivos Específicos

Visando atingir o objetivo geral, alguns objetivos específicos são requeridos:


● Realizar um panorama histórico do surgimento do marketing como
objetivo de compreender a sua atual conjuntura.
● Modelar uma base teórica que possibilite o entendimento sobre as
formas pelas quais o marketing pode influenciar o indivíduo.
● Desenvolver pesquisas que exponham em dados a realidade enxergada
pelo corpo social quanto à influência do marketing.
● Propor alternativa ao marketing invasivo.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONCEITO DE MARKETING


Na antiguidade clássica, existiam vendedores que receberam a alcunha
de “pregoeiros”. Vendiam escravos, especiarias e outros produtos, mas o que
chamava atenção nestes comerciantes era sua enorme habilidade de
persuasão. Nem sempre falavam as línguas dos compradores, por isso
dispunham de outros artifícios para convencer as pessoas da qualidade do que
vendiam. Patel (2010), afirma que estes foram os primeiros marqueteiros de
profissão.
Como caracteriza o autor: “O objetivo do marketing é tornar a venda
supérflua. A meta é conhecer tão bem o cliente que o produto ou serviço se
adapte a ele e se venda por si só.” (DRUCKER, 1973). Partindo deste
pressuposto, é factível afirmar que é de suma importância conhecer bem o
cliente para que o marketing seja realizado com excelência.
De acordo com o conceituado escritor Kotler (2004), o termo marketing
surge junto as revoluções industriais. Com a substituição da manufatura pela
produção em massa, a propaganda fazia-se necessária, como é dito
popularmente, “a alma do negócio”. Com o advento do rádio e, posteriormente,
da televisão, o marketing foi revolucionado. Passou a ser construído de forma
diferente, mais consistente e direcionado.
Nos anos 90, com o boom da internet, surgiam os blogs, e-mails, e aos
poucos engatinhava o marketing digital, foco do presente trabalho. Começavam
as ações com links patrocinados e o investimento no design de web. Kotler
(1996) afirma que esse é o marketing 3.0.
Na visão de Alves (2018), marketing digital é a promoção de empresas,
produtos ou marcas por meio dos meios digitais de comunicação. Na
contemporaneidade, esses meios se sobressaem em relação à famigerada
propaganda “boca-a-boca”, que não entra em total obsolescência e está
relacionada principalmente à experiência pessoal de cada cliente na
organização.

No contexto atual, é correto afirmar que o marketing se aproxima da


completa digitalização. Conceituar marketing digital é, de certa forma,
conceituar o marketing. Diante da revolução tecnológica que protagonizamos, a
realidade virtual é praticamente a nossa realidade.
2.2 MARKETING DIGITAL

2.23 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR


“Marketing também envolve analisar as necessidades do consumidor,
garantir informações precisas para desenhar ou produzir produtos ou serviços
que estão de acordo com as expectativas dos consumidores e fornecedores”
(BOONE, KURTZ, 2009 p.9). Subentende-se então que o bom marketing é feito
a partir do conhecimento do consumidor, de seus trejeitos e formas de agir e
pensar. No presente cenário de integração virtual e utilização massiva da
internet, torna- se fácil para as organizações adquirir informações que
desenhem o comportamento de cada consumidor.
A verdadeira questão é que existe uma linha tênue entre aquilo que o
marketing pode ou não ter acesso sobre a vida de uma pessoa. Até que ponto
é correto? Quando se torna invasivo? Para Solomon (2011, p.33), a partir do
momento em que a organização se apropria de uma informação sobre um
consumidor, é responsabilidade dela agir de forma justa e consciente.
É comum ouvir que o verdadeiro marketing, ou o melhor marketing é
aquele que cria necessidades. Na visão do autor Solomon, esta afirmação está
equivocada:
Pode-se compreender necessidade como um motivo biológico básico
e o desejo como o modo que nos foi ensinado pela sociedade para
satisfazer essa necessidade. Ou seja, a necessidade já existia
inicialmente. Assim, a tarefa dos profissionais de marketing consiste
simplesmente em recomendar modos de satisfazer as necessidades
a partir de sua identificação. O marketing não objetiva criar tais
necessidades, mas sim criar a consciência de sua existência
(SOLOMON, 2011).

Partindo deste pressuposto, percebemos que o consumidor se comporta


de forma relativamente lógica e dedutível. Junto ao sistema capitalista, foi
introduzido discreta e paulatinamente uma essência consumidora no âmago de
cada pessoa. Cada pessoa, apesar de ter suas características individuais
segmentadas em blocos diferentes, segue um padrão pouco mutável.
Solomon (2011, p.37) observa que as necessidades, no geral, são
somente despertadas pelo marketing, o mesmo apenas as retira do
subconsciente do ser. Todavia, essa visão é muito criticada e refutada
atualmente sob duas óticas. A primeira, que supõe que o marketing é sim
capaz de infundir necessidades ou desejos nas pessoas, e a segunda que
coloca em xeque se a ética e moral aprovam esse processo de criação de
necessidades. Em muitas culturas e concepções, seria eticamente injusto com
o consumidor.

Isto posto, é factível concluir que a influência do marketing no comportamento


do consumidor é inegável e deve ser levada em consideração no que tange à
regulamentação legal. Dessa forma, haverá um consenso sobre os limites da
invasão pessoal e a convivência harmônica do tecido social estará mais
próxima. Para tanto, faz-se mister analisar dados debruçados sobre a temática.
3. METODOLOGIA
O trabalho será desenvolvido com base em um questionário que absorva a
opinião da comunidade sobre o método de marketing utilizado no contexto dos
meios digitais, utilizando pesquisa bibliográfica e quali-quantitativa obtida por
meio do questionário. A metodologia do trabalho consiste em três etapas:
Etapa 1: Coletar dados quantitativos e depoimentos das pessoas sobre sua
experiência de uso dos meios digitais.
Etapa 2: Elaborar gráficos e tabelas de amostragem a partir das impressões do
público quanto ao marketing no meio digital.
Etapa 3: Discorrer e debater métodos de coleta de dados menos invasivas para
a população, almejando conciliar o marketing digital e a convivência harmônica
da sociedade com o mesmo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KOTLER, Philip. Marketing 3.0. [S. l.: s. n.], 2010
PATEL, Neil. História do Marketing: Como Surgiu e a Evolução ao Longo dos
Anos. Neil Patel, [S. l.], p. 1 3, 5 fev. 2010..

DRUCKER, Peter. Management: tasks, responsibilities, practices. Nova York:


Harper & Row, 1973, p.64-65.
SOLOMON, Michael R. O comportamento do consumidor: comprando,
possuindo e sendo. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. 680 p.
KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 9. ed. Rio de
Janeiro: Prentice Hall, 2003. 593 p.
BOONE, Louis E; KURTZ, David L. Marketing contemporâneo. 12. ed. Rio de
Janeiro: Cengage Learning, 2009. 776 p.

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APÊNDICES

1. QUESTÕES DA COLETA DE DADOS


1. Você já se sentiu observado pelas plataformas digitais? Se sim, assinale
as situações análogas as que você já vivenciou.
 Ter conversas pessoais sobre produtos e receber propagandas desses
mesmos produtos nas redes sociais posteriormente.
 Realizar pesquisas nas redes sociais e receber propagandas de
produtos semelhantes aos que você pesquisou.
 Utilizar buscadores (Google, Yahoo, etc) e ser direcionado à endereços
que reflitam os produtos que estiveram presentes nos seus diálogos
pessoais.

2. Você costuma ler e analisar os termos de privacidade dos aplicativos e


programas que utiliza?
3. Você concede permissões para aplicativos sem verificar os seus termos
de privacidade?
4. Você se sente incomodado com a exposição de dados que acontece nas
mídias digitais e internet no geral?
5. Você acredita que os atos supracitados compõem invasões de
privacidade?
6. Você tem ciência da quantidade de dados que são absorvidos pela
internet com o intento de oferecer navegações personalizadas com
bases nos seus interesses recentes?

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