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Tese Livre Docência - Sara Lopes
Tese Livre Docência - Sara Lopes
ANOTAÇÕES I
Campinas
2004
2
ANOTAÇÕES
Campinas
2004
3
agradeço
aos professores
Adriana Dal Forno, da UFSM,
e Armindo Bião, da UFBA;
aos colegas
Eusébio Lobo da Silva,
e Verônica Fabrini;
aos mestres
Moacir Ferraz de Carvalho,
Mariane Magno Ribas,
Cecília de Almeida Borges,
Fernando Manoel Aleixo;
aos mestrandos
Alessandra Guedes Rondina,
Ana Carolina Mundim,
Christiane Lafayette,
Daniela Varotto,
Daniel Reis,
Gustavo Xella,
Paulo Rowlands;
a Neyde Veneziano,
pelo prazer da convivência,
pelo privilégio da amizade
e pela atenção da primeira leitura;
para
Cesar e Vera,
minhas mais constantes
e seguras referências.
6
Resumo
Abstract
sumário
apresentação
I. a voz de alguém
1.1. um conceito, uma função... ... 14
1.2. ... alguns princípios... ... 19
1.3. ... e outros tantos procedimentos. ...24
bibliografia ... 95
8
apresentação
a voz de alguém
11
1
O som é resultado de um fenômeno físico que só acontece num meio onde exista matéria, e acontece
por meio de uma seqüência periódica de compressão e descompressão dela. Quando um som é produzido,
alterações ocorrem no meio. O mesmo se dá com a voz. A vibração das pregas vocais altera o fluxo de ar que
passa por elas, e este meio material, ar, alterado, é o som vocal. Um som, produzido, multiplica a alteração da
matéria: uma porção alterada, altera a que lhe está mais próxima, e essa seqüência de alterações, através da
matéria, é a propagação do som.
17
2
O termo foi utilizado por Franco RUFFINI em Conferência durante o Seminário Internacional “Teatro em fim de
milênio”. Tradução e transcrição da fala por Ricardo Ponti, Maria lucia Raimundo e Nair d’Agostini.
18
II
tantas palavras
30
3
Verso de Francisco ALVIM no livro de poemas Elefante.
32
No uso comum da fala, a presença física daquele que diz é diluída e se funde entre as
circunstâncias. No uso poético essa presença se afirma e reclama a plenitude de seu espaço ao manifestar uma
interioridade que é livre para invadir fisicamente o outro: ao desejo de dizer, a fala poética soma a vontade de
conseguir o reconhecimento de uma intenção, de provocar a submissão à força expressiva da voz.
4
José Miguel WISNIK. Onde não há pecado nem perdão, apud Luiz TATIT, O Cancionista, p.15.
35
5
A emissão caracteriza uma voz e uma fala pois diz respeito à forma dada ao som pelo trabalho da
musculatura dos órgãos fonadores (palato mole, língua, lábios), definindo o que se pode chamar de postura
vocal.
6
A altura, juntamente com a duração e a intensidade, é um dos parâmetros do som.
36
7
A entoação é a curva melódica criada pela fala, garantia de seus sentidos.
37
8
Roland BARTHES. O Prazer do Texto, p.85-86
38
9
Considerada, gramaticalmente, a parte da fonética que tem por objetivo a exata acentuação tônica das
palavras, sua pronúncia regular, prosódia, aqui, é tomada em um sentido mais amplo, englobando tudo que
resulta no ritmo da palavra poética.
44
10
A medida rítmica da música ou do verso costuma ser definida pela repetição periódica de um sistema de
acentuação e divisão do tempo. Às vezes, por uma imposição convencional, a medida pode se tornar injusta,
num compasso determinado; será sempre justa enquanto respeitar o tempo, ou melhor, a pulsação.
45
11
O timbre é a identidade do som, uma de suas características próprias, juntamente com a intensidade, a altura
e a duração. O timbre é resultado do meio físico através do qual o som é produzido. Na voz humana a
distinção se dá por características físicas individuaistais como espessura e extensão das pregas vocais, ,
estrutura e porosidade óssea do esqueleto, posicionamento da musculatura, etc. distinção se dá por
características físicas individuaistais como espessura e extensão das pregas vocais, , estrutura e porosidade
óssea do esqueleto, posicionamento da musculatura, etc. ,
46
III
jeitinho brasileiro
47
3.1. o material
12
Oliver SACKS. A fala do Presidente in O Homem que confundiu sua mulher com um chapéu, p.
48
mesmo que o significado das palavras escape. Dito assim, o trabalho sobre
a fala pode parecer uma inversão da ordem comum das coisas, uma
reversão a algo mais primitivo e elementar, apesar da complexidade
exigida em sua elaboração. E realmente o é: procurar o significado, antes
de sua cristalização em significantes; extrair das palavras seu movimento
interior, seu tom emotivo, antes e além de seu sentido mais evidente - eis
um trabalho para o ator sobre sua voz e sua fala.
3.2. as circunstâncias
3.2.1. identidade
13
Mário de ANDRADE. A Pronúncia Cantada e o Problema do Nasal Brasileiro Através dos Discos in
Aspectos da Música Brasileira. p. 121.
54
14
Lygia FERNANDES (org.). Setenta e uma cartas de Mário de Andrade. (RJ: São José, s/d.) Carta a Carlos
Drummond de Andrade, 18.02.1925, pp 71-73.
55
15
Phonê ou fonia diz respeito à voz e à combinação estética dos sons vocais.
56
16
Um padrão respiratório resulta da interdependência entre altura (freqüência) e intensidade (pressão do ar)
do som e é responsável pelo sistema de entoações de uma determinada língua. Fernando J.C. DUARTE. O
Chá das Sílabas: o Canto e o padrão respiratório da Fala no Brasil in Voz Profissional: o Profissional da Voz.
p. 64.
57
17
Lorenzo MAMMI. João Gilberto e o Projeto Utópico da Bossa Nova in Novos Estudos - CEBRAP, n.º 34,
p. 66.
18
Fernando J.C. DUARTE, op. cit., p. 64.
19
Fernando J.C. DUARTE, op. cit., p. 65.
58
20
Luiz TATIT. Canção:Eficácia e Encanto, p. 06
60
21
Mário de ANDRADE. Villa Lobos in 1º Tempo Modernista, p.369.
61
3.3. as formas
22 “O mesmo Villa, nas Serestas (1925) deu um passo à frente e empregou os elementos
23
Mário de ANDRADE. Os compositores e a língua nacional in Aspectos da música brasileira, pp. 98-99.
68
suas possibilidades. Repensar, rever, refazer sempre e a cada vez pode ser
inquietante. Mas é a base da criação. Desprezar esse todo em potencial é,
no mínimo, desperdício.
24
Luiz TATIT. Canção: Eficácia e Encanto, p.21.
75
25
Neyde VENEZIANO. Não adianta chorar – Teatro de Revista Brasileiro... Ôba!, pp. 114 e 115
26
Luiz TATIT, op.cit., p.09.
76
27
Luiz TATIT, op.cit., p.06.
78
expansão estética da fala e, como o canto, cria música pela entoação, ritmo
e dinâmica pela cadência e pulsação do texto. O sons, os ritmos e os
movimentos, as melodias da Canção Brasileira, estabelecem contato entre
o cantar e o falar. O exercício do canto brasileiro é meio propício ao
desenvolvimento dos parâmetros ligados à voz e se presta adequadamente
ao entendimento daqueles outros, referentes à fala, pois sua construção se
origina na palavra.
28
Luiz TATIT, op.cit., p.07.
79
significados que ela possa conter, criam formas na Canção Brasileira. Por
todas elas perpassam características de uma brasilidade bem definida,
perfeitamente compreendida pelos criadores de nossa canção.
considerações finais
86
bibliografia
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1.1. livros:
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89
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CAYMMI, Dorival. Song Book. Org.: Almir Chediak. Rio de Janeiro, Lumiar.
2v.
DIVERSOS. Bossa Nova - Song Book. Org. Almir Chediak. Rio de Janeiro,
Lumiar, 5v.
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95