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Graduada em Direito pela Faculdade Dr. Francisco Maeda, e-mail: juhbezan@hotmail.com.
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Graduada em Direito pela Faculdade Dr. Francisco Maeda, e-mail: la.oliveira_pimentel@hotmail.com.
sobre como é realizada a triagem no hemocentro que frequenta e quais as dificuldades por
ele enfrentadas para a realização do ato.
INTRODUÇÃO
3.2. Entrevista
A fim de analisar como ocorrem os métodos de triagem na prática real, foi realizada
uma entrevista semiestruturada com o entrevistado autodeclarado homossexual,
atualmente com 22 anos de idade, que contou como foi sua experiência ao realizar a doação
de sangue no ano de 2014. Para fins de segurança, não foram mencionados os dados
pessoais do entrevistado e nem o local da doação.
A entrevista fora realizada no dia 02 de junho de 2018, via WhatsApp, e composta
por quatro perguntas a seguir. Para fins didáticos, logo abaixo da pergunta, será transcrita a
resposta do entrevistado.
Entrevistadora: “Você doa sangue com que frequência?”
Entrevistado: “Não! Eu tentei doar sangue uma vez e desde então nunca mais”.
Entrevistadora: “No momento da triagem, você já foi impedido de concluir a doação pelo
fato de se declarar homossexual?”
Entrevistado: “Na verdade, não! Eu preenchi a ficha e um dos requisitos da ficha era a
orientação sexual e eu coloquei homossexual... E a enfermeira que ia colher meu sangue, na
hora do colhimento, ela disse que tudo bem, que eu poderia doar o sangue, mas que
infelizmente ele seria descartado por eu fazer parte do grupo de risco...”
Entrevistadora: “Você tem conhecimento se, no ato da doação sanguínea, alguma pessoa do
sexo masculino, autodeclarada heterossexual, fora impedida de completar a doação
também?”
Entrevistado: “Olha, meu pai tem 49 anos de idade, heterossexual por óbvio, e.... doa
sangue de 3 em 3 meses nesse mesmo hemocentro, e... nunca foi impedido”.
Ainda fora informado pelo entrevistado que seu pai, na época dos fatos, havia duas
parceiras diferentes e mesmo as pessoas do local tendo o conhecimento disso, ele pôde
doar normalmente. Dessa forma, pode-se saber que os métodos de triagem para a
efetivação da doação são, em sua essência, falhos, já que não estão levando em
consideração aspectos realmente importantes, mas tão somente a orientação sexual do
indivíduo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o Boletim do Ministério de Saúde, fez-se corroborado que, a maior
população com DST está nos heterossexuais, então, a chance de infecção por essas pessoas
é proporcionalmente maior, diante disso, presenciamos hoje, um retrocesso injustificável,
pois, além do conhecimento cientifico, já houve incorporação do teste ácido nucleico (NAT)
nas triagens, onde abrevia em até 10 (dez) dias as janelas imunológicas para as detecções de
doenças sexualmente transmissíveis.
Por essa razão, não há o que se falar que os homossexuais são pessoas mais
propensas a conter contaminações camufladas pelo longo período entreaberto, já que, com
o estreitamento desse lapso temporal das janelas permanecerem entreabertas, o êxito do
teste apura a detecção de infecções para todas as pessoas. Portanto, deve-se combater a
avaliação imparcial, sem as devidas apreciações. Em prosseguimento disso, conforme as
estatísticas abordadas, servem de reforço ao fortalecimento das comprovações necessárias
para que, seja feito um novo reexame.
Os fatores comprovados neste trabalho fortalecem e impulsionam com maior força
em relação sobre a imprescindibilidade de uma reformulação dessas normas concernente à
saúde pública e se houver a afirmação sobre a existência da inconstitucionalização dessas
normas perante a ADIN 5.543 no STF, esse fato atribuirá a mais um reconhecimento dos
direitos homossexuais.
Muito já se foi alcançado em que pese os direitos dos homossexuais, embora, ainda
há muito o que se fazer para igualar a situação dessas pessoas que constantemente sofrem
com essas discriminações em diversos setores. Porém, para que isso se formalize,
primeiramente deve-se enfatizar a necessidade da conscientização de cada pessoa, pois só a
partir disso, o cotidiano desse grupo se tornará menos doloroso, propiciando um tratamento
igualitário, como uma pessoa dotada de direitos, igual todas as outras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNARDES, J. T. et. al. Col. Saberes do Direito 2 – Direito Constitucional I. Direito
Constitucional e Constituição. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 41-51