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MALCOLM & MARIE

MALCOLM
Sabe o que acabei de perceber, Marie? Não se trata de justificar a sua existência. Não. Mas
de você ter tanto medo e egoísmo a ponto de precisar acabar comigo. Me fazer duvidar de
tudo o que faço. “Será que sou medíocre? Eu consigo fazer isso sem ela? Não sei. Melhor
perguntar para Marie. Talvez ela saiba. Cadê ela? Preciso dela.” Fim de cena. “Marie, aonde
você foi? Você viu aquela atuação? O que achou? Gostou? Eu também.” Deus me livre de
ser seguro o bastante para não precisar de você. É disso que se trata. Todo o seu discurso
sobre filmes falsos... Você precisa de uma razão para ser necessária porque, se eu não
precisar de você, o que estou fazendo com você? Você quer ter o controle porque não
consegue imaginar que estou com você por amor. Eu amo você, meu bem. Eu não preciso
de você, mas amo você. Tem alguém nesse planeta que ama você. Eu amo o jeito que sua
mente funciona, Marie. Eu amo. Eu amo a sua visão de mundo. Eu amo sua forma de
pensar. Seus instintos. E sou muito grato porque tudo o que você passou a tornou quem
você é. A garota que eu amo, a garota com quem eu trepo, com quem fico acordado até às
2h da manhã na noite mais importante da minha vida porque ela é incansável. E louca. E eu
sinto muito. Eu pedi desculpas mil vezes. Sei que fiz merda. Mas quando chegamos em casa,
só o que eu queria fazer era comemorar com você, amor. Marie, minha garota, o amor da
minha vida. Quer saber que parte da Imani é baseada em você? O fim. A parte que torna
tudo uma tragédia. A parte em que ela se odeia tanto por causa da culpa e da vergonha, que
não consegue mais se abrir para as coisas boas. Essa é a parte baseada em você. A
incapacidade de entender que tem alguém nesse planeta Terra que a ama, embora ela não
se ame. Essa é você. Essa é a parte não fictícia.

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