Você está na página 1de 2

ORAÇÃO, UMA PRÁTICA INEGOCIÁVEL

A paz do Senhor Jesus! Hoje falaremos sobre uma das práticas cristãs mais conhecidas: a oração.
Para isso, gostaria que você ouvisse atentamente a leitura de Mateus 6:5-6. E, quando orardes, não
sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças,
para serem vistos dos homens (...). Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a
porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará .

A oração é para o cristão, o que leite é para o recém nascido. Assim como o bebê não pode ficar
sem o leite, um cristão não sobreviverá muito tempo de pé sem oração. Osmar Ludovico diz que “a
oração é uma relação de amizade pessoal com Deus. Não cabe num molde para ser reproduzida. É
pessoal, espontânea e transformadora”. A oração é, e continuará sendo uma prática de todo cristão
autêntico.

Orar não significa dedicar alguns minutos de manhã e à noite para balbuciar algumas palavras a
Deus. Oração é relacionamento. Um relacionamento que controla a vida toda. Orar significa que a
própria vida tornou-se um diálogo com Deus. Envolve muito mais do que proferir palavras. É muito
mais do que falar com a boca, é falar com o coração.

A oração é uma prática indispensável. No texto que lemos, existem pelo menos dois princípios
fundamentais sobre a oração que você deve saber. Estes princípios estão ligados com as nossas
motivações ao orarmos.

O primeiro princípio está nos versículos 5 e 6 de Mateus 6, e é o seguinte: Nós não oramos para
que os homens nos aplaudam: Oramos para nutrir a nossa amizade com Deus, o nosso Pai.
Você conhece alguém que gosta de orar para ostentar aparência de espiritualidade? É disso que
Jesus está falando. De gente que ora “para” ser visto e aplaudido pelos homens, e não para buscar
aquietar a alma, saindo da agitação, dos olhares humanos e das tagarelices, para falar com Deus.

Jesus não estava condenando a oração pública, mas orar para se exibir. Os religiosos do tempo de
Jesus tinham horários de oração determinados para a manhã, ao meio-dia e à noite. Há um tratado
rabínico que diz que a oração matinal era feita na sinagoga, e quando a pessoa não conseguia chegar
deveria orar onde estivesse. Por isso, muitas vezes se via uma pessoa no meio da rua orando. Desse
modo ele cumpria fiel e pontualmente o horário da oração. Todavia, estes religiosos, para se
mostrarem espirituais, faziam questões de estarem nas “esquinas das ruas” nos horários da oração.
Jesus os chama de hipócritas! Essa palavra, no original, esta relacionada com teatro. Eles eram
atores! E se tem uma coisa que ator gosta é de platéia. Por isso gostavam de orar em pé, nas
esquinas das ruas. Ali, as pessoas podiam olhá-los e admira-los pela sua devoção.

Jesus, no entanto, mostrou que o que deve nos levar a orar não deve ser receber o aplauso dos seres
humanos, mas a aprovação divina. Ele incentivou seus seguidores a orarem no quarto, em secreto.
O quarto a que Jesus se refere é o “quarto dos suprimentos”. Nas casas dos agricultores da
Palestina, era o lugar mais íntimo, porque os suprimentos precisavam ficar escondido dos ladrões e
dos animais selvagens. Este lugar, normalmente, era a única parte da casa com tranca. Ele também
não possuía janelas. Por isso mesmo, é duplamente apropriado para ilustrar o que Jesus quis ensinar.
Nele, ninguém podia entrar e nem olhar para dentro.

No quarto em secreto, não existe platéia, não existem pessoas para aplaudir e parabenizar. Que ator
gosta de atuar no quarto em secreto? Atores não gostam do quarto, mas é ali que o discípulo de
Cristo deve buscá-lo. E por quê? Porque o alvo da nossa oração não é o homem, mas Deus. Oração
é relacionamento. Trata-se de uma experiência do coração. Você tem orado a teu Pai? Faça isso.
Sozinho. Você e Ele. Jesus diz que ele nos vê e nos “recompensará”. A palavra grega tem o sentido
de “devolver o que recebeu” ou “saldar uma dívida”. A ideia é que Deus reconhece o fato de
reservarmos um tempo em nosso corre e corre, para estar com ele. À sua maneira, ele nos
recompensará por isso. Creia!

O segundo princípio está nos versículos 7-8 de Mateus 6, e é o seguinte: Nós não oramos apenas
para reproduzir palavras: Oramos para mostrar a nossa dependência de Deus, o nosso Pai.
Você sabia que oração é muito mais do que falar? Sabia que, na verdade, Deus, se assim quisesse,
nem precisaria das nossas palavras? Jesus disse que, quando orarmos, não devemos usar de
repetições inúteis. Não é pelo muito falar que somos ouvidos? O que será que ele está querendo
mostrar? ...

Jesus não está combatendo apenas a repetição, mas a falta de reflexão. Ele está combatendo o orar
de forma irrefletida. É mais que falar de modo repetitivo, é falar sem sentido. Falar sem meditar no
que se fala. É falar por falar. O Senhor combate a oração vazia, verborrágica e supersticiosa. Afinal,
não é pelo muito falar que seremos atendidos. Não pense que, com muitas palavras, Deus será
constrangido a ceder os nossos desejos quando orarmos. Por outro lado, ele não está querendo
proibir orações longas, persistentes e confiantes, afinal, temos na Palavra de Deus a ordem “Orai
sem cessar”.

Contudo, o que devemos saber quando estivermos orando? Que Deus o nosso Pai “conhece o que
necessitamos, antes mesmo de pedirmos a ele”. Deus não depende das nossas palavras! Mas, por
que então, mesmo já sabendo de tudo o que nós precisamos, Deus, o Pai, quer lhe confidenciemos e
falemos com as nossas próprias palavras? É simples: falar a Deus o que queremos, em oração,
demonstra nossa confiança e dependência dele.

Quando oramos, mostramos que somos submissos a Deus e que a nossa confiança está posta nele.
Não oramos para liquidar todos os nossos problemas de forma mágica, mas para demonstrar à Deus
que, confiamos nele, e dependemos de sua ajuda para nossa vida cotidiana. Às vezes ele não
transforma as circunstâncias adversas que nos cercam, mas nós somos transformados e,
conseguimos enxerga-las de outra maneira. Lembre-se: toda vez que você ora, com sinceridade, está
fazendo muito mais do que reproduzir palavras, está mostrando a Deus que depende dele.

Tu, porém, quando orares... disse Jesus. Isto é, ele supôs que seus discípulos orariam. Faça isso.
Termino com uma frase de Osmar Ludovico: “A oração é, ao mesmo tempo, uma graça de Deus a
ser recebida e uma disciplina espiritual a ser exercitada e desenvolvida”. Oremos sempre!

Você também pode gostar