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Comida, memória e afeto

Nesta edição especial de fim de ano,


personagens de norte a sul do Brasil
abrem suas cozinhas para você se deliciar
2 | Nestlé Com Você
Comida,
memória
e afeto
A Nestlé reúne histórias e receitas de norte
a sul do país para você se deliciar.

U
ma das maiores cronistas aprendidas em família. São sabores
de gastronomia do país, e cheiros que nos emocionam e nos
Nina Horta certa vez escre- remetem ao carinho de casa.
veu que a receita inédita era uma Acreditamos que quando fala-
utopia. Receitas existem para se- mos de cozinha, falamos de ances-
rem ensinadas, roubadas, copiadas, tralidade, de sabedoria e segredos
adaptadas e, às vezes, até inven- passados por gerações. As 12 histó-
tadas. Ao longo do tempo, ingre- rias que você vai ler a seguir contam
dientes e sabores ganham novas muito do nosso país, esse belo cal-
formas, já que além de ser uma ne- deirão de diversas delícias. Falam
cessidade vital, comida é também também de memórias bem guar-
expressão cultural e de afeto. dadas em livros de receitas, muitas
São muitas as questões contem- vezes com marcas do tempo, com
pladas pela magia gastronômica, e letras escritas à mão.
foi em busca dessa variedade ali- A Nestlé tem muito orgulho em
mentar e de sentimentos que re- fazer parte dessas histórias por-
unimos, nesta edição especial da que, na verdade, o que nos inspira e
Com Você, depoimentos — e recei- move é a emoção que a comida des-
tas — de personagens de diversos perta. Existimos para vê-las sendo
cantos do Brasil. construídas, e aqui eternizamos
Consumidoras abriram suas co- algumas delas, para homenagear
zinhas e corações para a Nestlé e, todos os afetos vividos e expressa-
ponto comum entre todas, as recei- dos em garfadas e colheradas. Para
tas marcantes de suas vidas foram degustar à vontade.

Frank Pflaumer
Vice-presidente de Marketing e Comunicação

Nestlé Com Você | 3


Foto: Caio César
Esta edição reúne
segredos bem guardados,
ótimos ingredientes
e receitas deliciosas
Foto: Caio César

Foto: Rodrigo Peixoto

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Histórias

08 As broinhas de milho e os 60 Dona Jeiza e os sabores


causos da Dona Rosa do Maranhão

16 Juliana e o café da manhã Muita doçura na história


que a leva de volta para casa
68 de superação de Gisele

24 A receita de pão nas mãos 76 Sonia e a lembrança


de Isabela e sua avó Bebel das manhãs de Natal

34 As misturas ancestrais e 86 As delícias sírias


generosas da Simone da Chyntia

42 A comida como conexão 94 A cozinha como herança


afetiva para Ana Paula das irmãs Tati e Piti

50 Analiny e a arte de receber 102 Lara e a arte de cozinhar


bem os amigos com afeto

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Para começar
bem o dia

N
esta edição especial da Com Você, cada se-
ção da revista traz histórias e preparos deli-
ciosos. Aqui, na primeira parte, você conhe-
ce três dessas narrativas — cozinheiras profissionais
ou amadoras, nossas personagens compartilham
com você receitas para um café da manhã capricha-
do. Dona Rosa, em Minas Gerais, traz suas broinhas
de milho. A baiana Juliana lembra da infância com
um delicioso beiju. E de São Paulo vem um preparo
de pão caseiro feito por Isabela e sua avó Bebel. Na
sequência das histórias, você encontra uma receita
exclusiva criada por Receitas Nestlé para fazer com a
sua família. Vamos lá?

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Aos 84 anos, Dona Rosa não
abre mão de fazer o almoço
diariamente — além de seus
quitutes maravilhosos

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Segredo
de família
A história da mineira Dona Rosa é um convite a
uma xícara de café e uma broinha saída do fogo.
Aqui, ela revela como criou 12 filhos em torno de
uma mesa coberta de quitutes.

Por Erica Gonsales


Fotos: Rodrigo Peixoto

D
ona Rosa começa a contar seus causos e receitas e a von-
tade que dá é de sentar, tomar uma xícara de café, comer
uma broa de milho quentinha, tudo na beira do forno a le-
nha. Em meio a esse ambiente tão mineiro, é difícil acreditar que
essa senhora de 84 anos, quituteira de mão cheia, que já teve um
restaurante e não dispensa a chance de cozinhar diariamente já
foi, um dia, um desastre nas panelas. Ao lembrar da primeira vez
que preparou algo depois de casada, ela cai na risada: “fui fazer
uma sopa de macarrão e não sabia que precisava ferver a água
antes. Claro que ficou tudo grudado!", diverte-se. 
O ingresso tardio nas aventuras culinárias foi por causa justa.
Quando adolescente, Rosa trabalhava com o pai produzindo fari-
nha de milho. Era responsável por torrar o produto. “Hoje temos
máquina para torrar, mas na época eu fazia na mão. Depois de fi-
car o dia todo em pé, à noite eu só queria deitar e dormir. Por isso,
não aprendi a cozinhar”, explica.

A coisa que mais amo


fazer é cozinhar. É como se
eu tivesse feito faculdade.

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Detalhe das
broinhas de milho
indo para o forno

10 | Nestlé Com Você


E
ainda que o trabalho não família para inúmeros almoços,
deixasse tempo livre para todas as panelas grandes, além
outros afazeres, a vida se- da louça numerosa, para impro-
guiu, Rosa casou e foi dona Olívia, visar no espaço um restaurante:
sua sogra, que despertou seus ta- o Nova Era. A empreitada durou
lentos para o forno e fogão. Aluna Depois dos filhos três anos com muita variedade
dedicada, a jovem Rosa aprendeu de salada fresca, torta de frango,
o bê-á-bá das panelas e se saiu tão crescidos, Dona arroz, feijão, cozidos de carnes,
bem que virou uma cozinheira
talentosa e mãe de família.
Rosa criou seus quitutes e, claro, a famosa
broinha de milho.
Depois de ter criado nada me- coragem e A receita da broa, conta Dona
nos que 12 filhos muito bem ali- Rosa, vem da mãe: “A gente en-
mentados, diga-se — “naquele
abriu o próprio trava num carro de boi para ir
tempo a gente plantava, tinha restaurante. a Aparecida e demorava uma
horta” —, todos seguiram seus semana pra chegar lá! Então
caminhos. Quando o marido fa- mamãe assava as broinhas no
leceu, restaram ela e a filha Guta forno a lenha pra levar na via-
na casa em Paraisópolis, cidade gem”, recorda. O que tem essa
do interior de Minas Gerais. Ti- broinha de tão especial?
veram então a ideia de aprovei- Na receita não vai fermento,
tar a grande mesa que recebia a apenas ovos batidos para ela

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Tenho
saudade do
biscoito de
polvilho que
minha mãe
preparava,
com farinha
de milho na
massa.

crescer. O outro segredo é usar o


fubá de canjica, em vez do fubá
mimoso. A diferença é que, para
fazer fubá de canjica, limpam o
grão tirando o coração do milho,
o que deixa a farinha mais fini-
nha e sequinha. O fubá mimoso é
feito com o milho inteiro.
Herança passada entre gera-
ções, as receitas da família levam
Dona Rosa a outros tempos e ou-
tros lugares. “O biscoito de polvilho
que minha mãe preparava, com
farinha de milho na massa, eu não
consigo acertar. Desse eu tenho
saudade”, derrete-se. 
Mesmo com um problema no
joelho que já não permite que
passe muito tempo em pé, Dona
Rosa faz almoço todos os dias.
Quando os filhos a visitam, faz
uma “montoeira” de doces varia-
dos para agradar cada um: doce
de figo, doce de abóbora, doce de
leite. “Minha mesa continua farta,
a coisa que mais amo fazer é co-
zinhar. É como se eu tivesse feito
uma faculdade. Não sabia nada,
aprendi, pratiquei e saí formada!”.
Quem duvida que Dona Rosa não
é especialista no assunto?

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O segredo da receita
é que a massa não
leva fermento

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Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Casadinho de
Broa de Milho Rendimento: 30 unidades
Tempo de preparo: 10 minutos
Tempo total: 50 minutos

INGREDIENTES 2 - Junte de uma só vez o fubá pe-


neirado com o polvilho doce e mexa
• 1 xícara (chá) de açúcar rapidamente para não formar grumos.
• Meia xícara (chá) de óleo Continue mexendo até começar a soltar
• 1 colher (chá) de sal da panela, deixando no fundo uma
• 2 colheres (chá) de erva-doce crosta. Passe para um recipiente grande
• 1 xícara e meia (chá) de fubá e junte os ovos, um a um, mexendo
• 1 xícara e meia (chá) de polvilho doce bem após cada adição. 
• 2 ovos
• 1 xícara (chá) de NESTLÉ Aveia Flocos 3 - Quando a massa já estiver fria, jun-
• 1 colher (sopa) de fermento em pó te a NESTLÉ Aveia Flocos, o fermento
e misture bem. Modele as broas e
Recheio coloque em uma assadeira untada
• 200 g de goiabada cremosa com manteiga e polvilhada com fubá.
Leve ao forno alto (220°C), preaqueci-
do, por cerca de 20 minutos. Depois
de assado, reserve. 
MODO DE PREPARO
Montagem 
1 - Em uma panela, misture bem o açú- 4 - Pegue uma broa e coloque um
car, 1 xícara (chá) de água, o óleo, o sal pouco do recheio de goiabada.
e a erva-doce e leve ao fogo até iniciar Coloque a outra broa por cima,
fervura. formando um casadinho. 

Veja mais receitas em


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Juliana começa
bem o dia com
beiju quentinho

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Chega
de saudade
Aos cinco anos, a garota baiana Juliana só fazia a
primeira refeição do dia se fosse com o preparo da
tapioca. Hoje, em São Paulo, ela mantém o hábito
para se sentir mais perto de suas origens.

Por João Paulo Vicente


Fotos: Rodrigo Peixoto

É
um verdadeiro dilema: o que fazer quando sua filha de cin-
co anos só aceita comer um único tipo de comida no café da
manhã? Foi o que aconteceu com Juliana Pithon, que hoje
já crescida, continua amando começar o dia com um beiju sem-
pre que possível. A mãe da jornalista, Leila Fagundes, resolveu o
problema da filha ao oferecer para a pequena a mesma receita
todo santo dia. Sorte de ambas, quando a comida em questão é o
beiju, um preparo de tapioca típico do Nordeste em que a massa é
enroladinha e acompanhada de manteiga.
Juliana nasceu e cresceu em Vitória da Conquista, cidade do
interior da Bahia. Quando pequena, não conseguia comer logo
cedo. “Eu odiava tomar café da manhã. Acordava enjoada, com
ansiedade antes de ir para a escola, não gostava”, diz. Mas havia
uma exceção: a mãe percebeu que a disposição da filha mudava
quando o cardápio tinha beiju.
Apesar de simples, o preparo requer atenção e, mais importan-
te, rapidez. Para o beiju ficar perfeito, tudo deve ser feito na hora.
“Tem que comer assim que fica pronto, quando ainda está bem
quentinho, com a manteiga derretida. Não dá para fazer e deixar
em cima da mesa por uma hora", explica Juliana.

Tem que comer o beiju assim


que fica pronto, quando
ainda está bem quentinho,
com a manteiga derretida.

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Na casa da jornalista,
o beiju só é feito com
tapioca da Bahia

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N
a infância, ela foi muito aprendeu a cozinhar, mas ainda
paparicada para comer tinha lá suas regalias porque a
bem no começo do dia. irmã mais velha, a médica Ma-
Em casa, todo mundo fazia a re- riana Pithon, assumia a respon-
ceita para a menina: a mãe, as tias As mudanças sabilidade na cozinha. Juliana,
e a avó. Aos poucos, o paladar da de cidade e a por sua vez, começou a cuidar
menina se expandiu. O café da da sua própria alimentação em
manhã ganhou elementos como vida adulta 2015, ao chegar em São Paulo,
a banana-da-terra, primeiro fri-
ta, depois cozida, que Juliana gos-
fizeram Juliana onde passou a morar sozinha.
Foi assim que aprendeu o
tava — e até hoje gosta de comer aprender a passo a passo do beiju perfeito.
enrolada em fatias de muçarela. Quer dizer, mais ou menos. “É
Na mesa farta da ainda jovem
cozinhar pratos muito besta, mas eu acho difícil
estudante, também apareceram que remetem até hoje. Não sei fazer bonitinho,
ovos mexidos e mandioca cozida às vezes a manteiga está muito
com manteiga. Mas o beiju conti- à sua cidade dura e desmancha a tapioca”,
nua sendo a estrela.
O cenário de mimos mudou em
natal. diz ela, aos risos.
Pode ser falsa modéstia, mas
2012, quando ela foi fazer o tercei- este é um ponto importante. A
ro ano do ensino médio em Belo manteiga é colocada na tapioca
Horizonte. Na capital mineira, ainda na frigideira. Depois, quan-

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A sensação de
colocar o beiju
na boca, e depois
tomar um gole de
café, é algo que
me leva de volta
à minha família.

do sai da panela, ela é enrolada e


fica no formato de uma panqueca.
E Juliana não faz beiju com
qualquer ingrediente. Cozinha
apenas com barras de goma fres-
ca que a mãe ou ela própria tra-
zem da Bahia. A cada viagem, são
três quilos de tapioca na mala. E
tudo isso dura só três meses. “Eu
ralo e vou guardando em diver-
sos potinhos”, conta. “Quando eu
estou sozinha, eu abro um poti-
nho desses e passo uma manhã
no fogão, comendo ele inteiro.
Faço um beiju atrás do outro.”
Se tiver visitas, por outro lado,
Juliana divide o beiju. Põe uma
mesa bonita e deixa os convida-
dos à vontade. Em geral, eles fi-
cam surpresos ao ver a tapioca de
uma maneira tão diferente, sem
recheio. Mas logo se rendem ao
gostinho que conquistou a garo-
ta que detestava café da manhã.
“O cheiro, o gosto, a sensação
de colocar o beiju na boca, e de-
pois tomar um gole de café, é algo
que me leva de volta à minha fa-
mília, para quando eu era crian-
ça.” Tudo para matar a saudade.

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Uma dica é colocar a
manteiga no beiju ainda na
frigideira e depois enrolar
como uma panqueca

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Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Beiju com
Manteiga
Rendimento: 6 unidades
Tempo de preparo: 15 minutos
Tempo total: 40 minutos

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Tapioca Tapioca
•3
 xícaras (chá) de goma para tapioca 1 - Aqueça uma frigideira antiaderente,
peneire a goma de tapioca, cobrindo to-
Recheio dos os espaços, formando uma camada
•4  colheres (sopa) de manteiga uniforme semelhante a uma panqueca.
• 1 sachê de MAGGI Natusabor
2 - Espere a massa ficar unida e vire-a,
Salsinha, Orégano e Cebolinha
deixando-a secar rapidamente do outro
lado. Repita o processo até acabar o
polvilho. Depois de pronto, reserve.

Recheio
3 - Misture bem a manteiga em tempe-
ratura ambiente e o MAGGI Natusabor.
Passe um pouco em cada disco de
tapioca e enrole-o. Sirva ainda quente.

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Isabela e a sua avó
Bebel: uma receita de
quatro gerações

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Pão nosso
A jovem paulistana Isabela, de 20 anos, conta como
uma receita passada no boca a boca, há décadas,
segue viva na sua família.

Por João Paulo Vicente


Fotos: Rodrigo Peixoto

N
ada melhor do que um pão feito na hora para começar
bem o dia. Quentinho, macio, faz a manteiga derreter só
de encostar. A estudante Isabela Alves conhece bem essa
sensação. Desde pequena, ela come o pãozinho preparado pela
avó, Bebel. Virou tradição: hoje, é Isabela quem faz a receita para
conquistar os amigos.
Mas algo tão cotidiano pode exercer um papel tão importante
na vida de uma pessoa? Mais do que isso. A receita, que aprendeu
com a avó, virou uma verdadeira herança. Bebel, que se chama
Maria Izabel dos Santos Costa, aprendeu a fazer o pão com a so-
gra, bisavó de Isabela.
“Minha bisavó ensinou muito minha avó a cozinhar. E ela sem-
pre fez esse pão para a família e também para presentear as pes-
soas”, conta Isabela, a Bela, que tem 20 anos e estuda Letras na
USP (Universidade de São Paulo). O apelido parecido com o da avó
não é à toa. A mãe, Elisabete, vai num caminho parecido, todo
mundo a chama de Beta.

Minha avó sempre


fez esse pão para
a família e para
presentear as pessoas.

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Companheirismo
entre avó e neta
na cozinha

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A
relação de Bebel com a Mas o sucesso era mesmo
cozinha é, acima de tudo, a receita tradicional de famí-
de afeto, afirma a neta. lia. Como toda criança, Isabela
"Todo mundo ama o feijão dela, aprontava, comia massa crua
todo mundo ama o pão dela", diz.
Tanto é que, ainda pequenininha,
Bela aprendeu e fazia bagunça na cozinha. Ao
mesmo tempo, aprendia o se-
Isabela aprendeu a receita que as o segredo do gredo do ponto certo da massa,
une até hoje. cuja receita não possui qualquer
Como a menina frequentava
ponto da massa medida registrada.
muito a casa da avó, era necessá- no olho, já que “Quando eu pergunto para
rio dar um jeito de entretê-la. Para minha avó, ela fica até confu-
isso, Bebel chamava Isabela para a a receita não sa”, diz Bela. “Ninguém nunca
cozinha para que ficassem juntas.
Tinha coxinha, mas enrolar era
tem nenhuma anotou essa receita, então ela
fala que você tem que ver, tem
complicado nas mãos pequenas medida que sentir a massa.” Vão ovos,
da menina — ficava mal-acabada
e o frango do recheio, escapando.
registrada. óleo, leite, água, farinha, sal, um
pouquinho de açúcar — e dá
Também surgiam pães comple- para enriquecer a massa com
xos, como trançados e recheados mandioca ou batata, por exem-
de tomate e queijo. E lá ia ela na plo. A medida da farinha deve-
base da tentativa e erro. ser acertada na mão. É preciso

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28 | Nestlé Com Você
Ninguém nunca
anotou essa
receita, então
minha avó fala
que você tem
que ver, tem que
sentir a massa.

observar quando a mistura passa


de um líquido para uma massa,
que é amassada, virada de lado,
amassada novamente, tudo para
o oxigênio entrar e sair.
“Após a massa ficar fofinha, co-
locamos para descansar e acom-
panhamos o seu crescimento...
Como eu lembro do cheiro do
fermento”, fala a garota com
saudade. E com a memória, vem
a lembrança de ir comprar fer-
mento a granel com a avó, em
mercados próximos à casa dela.
Isabela cresceu e o carinho
da avó não diminuiu. Há quatro
anos, aos 16, ela se tornou vege-
tariana. Ao ir à casa de Bebel, ela
sempre faz um prato para a neta.
Desde um simples legume refoga-
do a um molhinho sem carne, fei-
to na medida, tudo para agradar.
O afeto e o talento para cozinha,
aliás, se estendem ao restante da
família. O pai de Isabela, Vonicio,
também faz um ótimo pão. A mãe,
Beta, tem uma farofa de banana
irresistível. E ela, é claro, leva a
tradição para frente. Quando está
com os amigos, gosta mesmo de
preparar pratos e mais pratos.
Isabela conta que costuma se
instalar com o amigo Ulisses Dias
na cozinha e de lá não sai até que
todos os convidados da festa es-
A medida da farinha tejam alimentados e felizes. O pão
para o pão perfeito tem da avó Bebel nunca falta, é claro.
que ser sentida na mão Uma herança e tanto.

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30 |
Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Pão
Caseiro
Rendimento: 2 pães
Tempo de preparo: 10 minutos
Tempo total: 2 horas e 30 minutos

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

• 1 kg de farinha de trigo 1 - Em um recipiente grande coloque a


• 3 ovos farinha e faça uma cova no meio. Junte
• 3 colheres (sopa) de açúcar os ovos, o açúcar, o sal, o NESTLÉ
• 2 colheres (chá) de sal Creme de Leite, o óleo e misture bem. 
• 1 lata de NESTLÉ Creme de Leite
• 4 colheres (sopa) de óleo 2 - Dissolva os tabletes de fermento
• 1 e meia xícara (chá) de Leite Líquido biológico no Leite NINHO morno e
NINHO Forti+ Integral junte à massa. Misture bem e sove por
•3  tabletes de fermento cerca de 10 minutos, até a massa ficar
biológico fresco (45 g) bem macia e lisa. Deixe crescer por 30
minutos. 

3 - Divida a massa ao meio, coloque


em 2 formas de bolo inglês (26 x 10 x
7 cm) e deixe descansar por mais 30
minutos. Leve ao forno médio (180°C),
preaquecido, por 40 minutos ou até
dourar.

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32 | Nestlé Com Você
Tá na mesa

A
seguir, histórias para inspirar seu almoço
em família. Simone, de Belo Horizonte, ensi-
na a fazer um substancioso feijão-tropeiro.
Ana Paula traz os sabores da sua terra natal com a
receita do feijão paraense. E Analiny convida os ami-
gos para um almoço de domingo com a sua capricha-
da costelinha com quibebe.

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Simone é a
principal cozinheira do
quilombo onde vive, em
Belo Horizonte

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Mesa farta
Criada em um quilombo urbano em Belo Horizonte,
a manicure Simone Abranches faz feijão-tropeiro
vegano ou feijoada completa. O mais importante é
que seja sempre para muita gente.

Por Erica Gonsales


Fotos: Beto Hektor

S
imone, quando criança, pegava a massa de bolo que a mãe
estava fazendo e colocava em latinhas de sardinha para
assar minibolinhos. Hoje, com 55 anos, a manicure se tor-
nou amante e expert da culinária. E na sua mesa de almoço não
falta ótima comida — sempre para um batalhão. No Quilombo
Souza, em Belo Horizonte, Simone Martins Abranches vive em
comunidade com a família de quase 40 pessoas. Ali, ela é a prin-
cipal cozinheira de almoços que ocupam as mesas no centro
do terreno, debaixo de um pé de maracujá. “A gente faz batida
de maracujá, rabada com agrião, anguzinho, frango ensopado,
macarrão, pernil com maionese... Feijoada é imprescindível”, se
empolga citando o prato que mais gosta de preparar, além do
tradicional feijão-tropeiro.
Hoje, além dos pratos clássicos da sua cozinha, Simone faz
também versões veganas, para agradar todos os paladares. "Fui
criada comendo língua, dobradinha e pé-de-galinha. Sentávamos
todos juntos pra chupar cana”, diz ela com a voz da experiência.

Minha avó fazia um


bacalhau, em pedaços bem
gordinhos, empanados na
farinha de fubá.

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Nos almoços
comunitários não pode
faltar feijão-tropeiro

36 | Nestlé Com Você


S
empre na tentativa de agra- família foi se misturando com ita-
dar, ela tem uma receita sem lianos e portugueses ao longo das
carne do feijão tropeiro que décadas: “Temos essa descendên-
ela faz para a filha Stephanie, de 23 Para Simone, cia negra e indígena”. A miscigena-
anos. Simone usa linguiça e torres- ção influenciou tanto no biotipo
mo vegetais. “O segredo é temperar a regra é quanto nas receitas da família.
bem para compensar a falta da
carne e equilibrar a soja, que é mais
abundância: “Minha avó fazia um bacalhau que
ninguém aprendeu a fazer. Era em
doce. Coloco aquele temperinho de paneladas pedaços bem gordinhos, empa-
legumes Maggi. Gosto de usar a fari-
nha de mandioca e o feijão roxinho,
para fazer a nados na farinha de fubá e fritos
no azeite. Era servido com batata
não o carioca”, ensina. E pra ver Si- felicidade de soutée”, lembra citando o prato ti-
mone feliz é só raspar o prato, não picamente português com o toque
pode sobrar nada na panela. muita gente brasileiro do fubá.
O quilombo onde vive com a fi- em datas Para ela, a abundância é regra.
lha foi fundado pelo bisavô, Petro- Paneladas para fazer a felicidade
lino de Souza. Ele nasceu escravo e de festejos. de muita gente em datas de fes-
trabalhou, no período colonial, na tejos. Ela recorda de um almoço
construção da Catedral Nossa Se- comunitário que fez, era o “dia
nhora de Boa Viagem, igreja mais da feijoada”. Recebeu convidados
importante da capital mineira. A até de outras cidades, e foram

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No dia da
feijoada no
quilombo,
Simone recebeu
convidados
até de outras
cidades, e foram
usados 10 kg de
feijão. “Acabou
tudo!”

usados 10 kg de feijão. “Menina,


acabou tudo!”, gaba-se. Outra
ocasião especial que ela adora
são as festas juninas. Além do
feijão-tropeiro com carne e ve-
gano, não pode faltar canjica e
quentão — e quem vai pra cozi-
nha tem que pegar pesado pra
dar conta de encher a barriga
do povo todo.
Uma das memórias mais que-
ridas da infância de Simone é a
de brincar na terra e colher tem-
peros na horta, para as receitas
da TV que fazia junto com a mãe.
Hoje, ela aprende novos pratos de
outra forma. “Queria fazer coca-
das para distribuir no dia de Cos-
me e Damião, e resolvi pesquisar
uma receita na internet. Descobri
um preparo fácil", conta.
E, assim, entre doces para as
crianças, quitutes de festa juni-
na, paneladas de feijão-tropeiro
e feijoada e muita gente querida
ao redor do fogão e da mesa, Si-
mone vê suas tradições serem
preservadas. Isso, é claro, com a
regra número um de não deixar
nada no prato!

38 | Nestlé Com Você


A regra da Simone na
cozinha é fazer boa
comida sempre pra
muita gente

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Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Feijão-Tropeiro
Especial
Rendimento: 4 porções
Tempo de preparo: 15 minutos
Tempo total: 30 minutos

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

• 2 colheres (sopa) de óleo 1 - Em uma panela, aqueça o óleo


• 1 cebola picada e doure a cebola e o alho. Acrescente
• 2 dentes de alho amassados a linguiça e o bacon e frite bem
• 1 linguiça calabresa picada por aproximadamente 10 minutos.
em cubos pequenos
2 - Acrescente o MAGGI Natusabor,
• Meia xícara (chá) de bacon picado
o feijão e a farinha de milho e
em cubos pequenos
misture bem.
• 1 sachê de MAGGI Natusabor
Tomates Suculentos com Ervas 3 - Desligue o fogo, polvilhe
• 3 xícaras (chá) de feijão carioca a salsa e sirva.
cozido, sem caldo
• 2 xícaras (chá) de farinha
Dica
de milho flocada
Se desejar, acrescente 1 banana-da-ter-
• Meia xícara (chá) de salsa picada
ra em cubos.

Veja mais receitas em


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Ana Paula sorri orgulhosa
depois de acertar o ponto
do seu feijão paraense

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Conexão
afetiva
Uma mudança de cidade ensinou Ana Paula a cozinhar.
E o primeiro passo foi recriar o feijão do almoço que a leva
de volta para as ruas de Belém do Pará, sua cidade natal.

Por João Paulo Vicente


Fotos: Rodrigo Peixoto

A
os 17 anos, Ana Paula Souza desembarcou em São Paulo
com um isopor repleto de delícias do Pará. Bombom de
cupuaçu, doce de cupuaçu, castanhas, farinha d'água,
sorvete de açaí e tapioca. Era 2011 e ela vinha atrás de um sonho:
estudar jornalismo na USP (Universidade de São Paulo). Para
além da profissão, a distância de casa e a saudade da família a
fizeram descobrir outros talentos, como cozinhar um feijão pa-
raense tão bom quanto o do seu pai.
"Eu fiquei em São Paulo e construí carreira aqui e, desde o co-
meço, eu sempre usei a comida como uma conexão afetiva com
minha cidade, minha cultura e, principalmente, minha família",
diz Ana Paula, que nasceu e cresceu em Belém. Além de comer os
pratos tradicionais do Pará nas ruas da capital paulista, ela vem
de uma família que cozinha muito bem. A avó, Zuleide, é mestre
no vatapá paraense. A tia, Leide, no bombom de cupuaçu. E o pai,
José Roberto, no feijão paraense.

Aqui em São Paulo,


sempre usei a comida
como uma conexão com
minha cidade, minha
cultura e, principalmente,
minha família.

Nestlé Com Você | 43


Bem temperado,
o feijão paraense é feito
com tomate e pimentão,
além de ervas e
condimentos

44 | Nestlé Com Você


N
o primeiro ano em São três anos depois de experi-
Paulo, Ana Paula fazia cur- mentos com o prato.
sinho e morava com uma Tanta dificuldade se deve ao
tia distante. "Nessa época, meus O trânsito arranjo complexo de temperos.
pais vinham muito para cá e eu Enquanto em São Paulo o feijão
sempre pedia para meu pai fazer de isopores é feito com "cebola, alho, uma fo-
esse feijão", conta. Em 2012, quan-
do passou no vestibular, começou
com delícias lha de louro — e depois você reza",
brinca Ana Paula, no Pará, o pre-
a morar sozinha e foi então que paraenses entre paro é outro, bem temperado. Ela
aprendeu a cozinhar. conta que é necessário acrescen-
"Eu aprendi sozinha, guiada
Belém e São tar, no mínimo, pimenta-do-reino,
pela minha memória afetiva. Paulo é uma salsinha, coentro e cominho pra
Sou tímida e como meu pai cozi- chegar perto da receita original. O
nha muito, muito bem, nunca ia constante na pai dela adiciona ainda um toque
cometer a audácia de cozinhar
ao lado dele", diz.
vida de Ana especial de noz-moscada. "E tam-
bém é uma tradição da família
Não foi fácil — na verdade, a Paula. colocar tomate e pimentão", conta.
aventura na cozinha foi bem Acertar o coentro foi o primei-
desafiadora. Ana Paula recorda ro desafio. Nas tentativas iniciais,
que a primeira vez que acertou Ana Paula colocava de menos, e
o feijão paraense foi em 2015, faltava sabor ao feijão. Em segui-

Nestlé Com Você | 45


46 | Nestlé Com Você
Aprendi
a cozinhar
sozinha, guiada
pela minha
memória
afetiva

da, exagerou na quantidade do


tempero, e o gosto da erva se so-
bressaía. Outro problema foi o fei-
jão. Sem o suporte do pai, a garota
penou com o carioquinha, a va-
riedade utilizada de forma mais
corriqueira em São Paulo.
"Foi aí que descobri que todo
erro que cometia se devia justa-
mente ao tipo de feijão. O grão que
meu pai usava era o jalo. Quando
eu fiz com ele, vi que o grão era
maior, o caldo ficava mais gros-
so, foi uma alegria", diz. Faltava só
misturar com a farinha d’água,
que é uma farinha de mandioca
um pouco mais grossa, e ela final-
mente havia conseguido reprodu-
zir o gostinho de sua infância.
No primeiro dia em que acer-
tou a receita, Ana Paula estava so-
zinha. Mas desde então, diversos
amigos já foram apresentados ao
sabor marcante do prato. Uma
pessoa em especial, no entanto,
não. O pai dela. “Ele nunca comeu
e nem sei quando vai comer”, diz.
“Mas eu acho que já está tão bom
quanto o dele”, brinca.
Enquanto isso, os isopores com
delícias do Pará continuam a che-
gar em São Paulo — para a alegria
dos colegas de trabalho. E Ana Pau-
la também começou a explorar
outros pratos paraenses. Algumas
receitas, no entanto, ela ainda tem
dificuldade para fazer completa-
O segredo do feijão está na mente. "Mas um dia eu consigo", ela
medida certa de coentro promete. Quem duvida?

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48 |
Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Feijão
Paraense
Rendimento: 12 porções
Tempo de preparo: 10 minutos
Tempo total: 1 hora e 30 minutos

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

• 500 g de feijão carioca 1 - Em um recipiente, coloque o feijão e


• 1 folha de louro cubra com água. Deixe de molho de um
• 2 colheres (sopa) de óleo dia para o outro.
• 1 cebola picada
2 - Escorra a água. Em uma panela de
• 2 dentes de alho amassados
pressão coloque o feijão e a folha de
• 2 tomates picados
louro, cubra com 2 litros de água. Tam-
• 1 pitada de pimenta-do-reino
pe a panela e cozinhe em fogo médio,
• 1 pitada de cominho
por 40 minutos após pegar pressão.
• 1 pitada de noz-moscada
• 1 sachê de MAGGI Alho 3 - Desligue o fogo, espere toda a pres-
e Cebola Tostadinhos são sair e verifique se o grão do feijão
• 3 colheres (sopa) de salsa picada está macio. Mantenha cozinhando em
• 3 colheres (sopa) de coentro picado fogo baixo.

4 - Em uma frigideira, aqueça o óleo e


doure a cebola e o alho. Acrescente os
demais ingredientes e uma concha do
feijão cozido. Amasse os grãos e volte
essa mistura para a panela de pressão
temperando todo o feijão.

5 - Cozinhe por mais 10 minutos, me-


xendo de vez em quando. Sirva.

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Nestlé Com Você | 49


Analiny adora receber
os amigos para almoços
em sua casa

50 | Nestlé Com Você


Cozinha
de estar
Inspirada em programas de gastronomia e em visitas a
restaurantes em São Paulo, Analiny cria suas próprias
receitas para reunir amigos e comer sem pressa.

Por Erica Gonsales


Fotos: Rodrigo Peixoto

U
ma das lembranças mais fortes que Analiny Mendes
guarda da infância, em Espírito Santo do Pinhal, interior
de São Paulo, é a das mulheres reunidas na cozinha con-
tando histórias e comendo aperitivos por horas antes do almoço
ficar pronto. Hoje, aos 30 anos e morando na capital, esse hábito
só mudou de lugar e de família — a que ela formou com os amigos.
Ana adora receber pessoas em casa. Nestas ocasiões é frequen-
te o assunto ser comida, já que muitos compartilham o interesse
por programas de gastronomia, livros de receitas e restaurantes.
Os pratos, por sua vez, são variados. Uma de suas especialidades
é a costelinha de porco com quibebe, que pode demorar até duas
horas para ficar pronta, desculpa perfeita para esticar a conversa.
No seu tempo de estudante universitária em Londrina, as re-
feições eram no bandejão. Depois começaram os almoços comu-
nitários aos fins de semana. “Tinha o clássico almoço dos domin-
gos, depois da balada do sábado. Todo mundo ajudava com grana
para comprar os ingredientes”, lembra Ana.

Comecei a sair pra


almoçar todo sábado,
e os pratos que gostava,
pesquisava na internet
para reproduzir em casa.

Nestlé Com Você | 51


Analiny pesquisa
na internet os pratos
que experimenta
em restaurantes

52 | Nestlé Com Você


D
e lá pra cá, ela se mudou técnica do ‘pinga e frita’, pra carne
para São Paulo, casou, se ficar suculenta”, ensina ela, se re-
tornou agente do mundo da ferindo ao processo de cozinhar o
moda, conheceu vários restauran- alimento deixando secar o fundo
tes e acabou virando a cozinheira da panela e pingando um pouco
preferida dos amigos. “Quando de água, assim sucessivamente,
cheguei, comecei a sair pra almo- até estar no ponto.
çar todo sábado, para conhecer Ana acredita Ana acredita no encontro e na
novos lugares. Os pratos que eu
gostava, pesquisava na internet
no encontro troca que a comida proporciona.
“Hoje faço questão de cozinhar
para reproduzir em casa”, explica. e na troca para os meus pais, não quero dar
Apesar de provar muitas delí- trabalho para minha mãe, apesar
cias de cozinhas profissionais, Ana que a comida de ficar feliz quando ela oferece
garante que não faz nada com- proporciona. fazer o macarrão com calabresa
plicado. “Faço receitas práticas e e erva doce, que eu amo”, admite.
muito no olho, na intuição. O boli- E toda vez que ela chama um
nho de carne que todo mundo me grupo seleto para ir comer na
pede, por exemplo, eu fiz depois de sua casa, tem prazer em toda a
experimentar num boteco”, revela. experiência do evento, que inclui
Já o segredo da costelinha de por- conversar, ouvir música, trocar
co com quibebe é simples. “Uso a confissões e, claro, muitas receitas.

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54 |
Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Costelinha
com quibebe
(Quibebe mineiro) Rendimento: 4 porções
Tempo de preparo: 10 minutos
Tempo total de preparo: 1 hora e 20 minutos

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

• Meio quilo de costelinha suína 1 - Em um recipiente tempere a cos-


• 1 sachê de MAGGI Natusabor Alho telinha com o MAGGI Natusabor e a
e Cebola pimenta-do-reino e deixe descansar por
• 1 pitada de pimenta-do-reino 20 minutos.
• 1 colher (sopa) de óleo
• Meio quilo de abóbora japonesa em 2 - Em uma forma retangular (35 x 24
pedaços cozida cm), distribua as costelinhas, cubra com
• 3 colheres (sopa) de cheiro-verde papel-alumínio e leve para assar em
picado forno médio-alto (200°C), preaquecido,
por 30 minutos.

3 - Acrescente a abóbora e o cheiro-ver-


de e asse por mais 20 minutos. Sirva.

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Nestlé Com Você | 55


56 | Nestlé Com Você
Hora do lanche

U
ma seleção de histórias para fazer a hora do
lanche ainda mais feliz. A maranhense Dona
Jeiza divide com você a receita dos filhós
com chocolate quente. A amazonense Gisele ensina o
segredo do brigadeiro perfeito. E a gaúcha Sonia lem-
bra como a sua torta de nozes com damascos se tor-
nou um clássico natalino na sua família.

Nestlé Com Você | 57


Dona Jeiza se dedica
a vender pratos típicos do
Maranhão em barraquinhas
na capital São Luiz
58 | Nestlé Com Você
Para partilhar
A maranhense Dona Jeiza tem na cozinha seu
orgulho e seu sustento. Aqui ela fala sobre os
sabores típicos de seu estado — e da sua família
—, além de ensinar uma receita perfeita para o
lanche da tarde.

Por Erica Gonsales


Fotos: Jeferson Stader

O
cheiro do tempero torrando, cominho e pimenta-do-
-reino passeia da cozinha pela casa. Essa é uma das
memórias preciosas que Jeiza Moraes guarda da infân-
cia. “Primeiro, minha mãe torrava os grãos, depois socava no
pilão e guardava em vasilhas separadas”, explica a cozinheira
nascida no Lago da Pedra, interior do Maranhão. Da família
paterna, a receita que aprendeu ainda criança foi a do choco-
late quente que acompanha os filhós — preparo que está na
sua família há mais de oito décadas.
Funcionária pública aposentada, hoje Jeiza se dedica com
paixão à culinária, fazendo cursos e vendendo pratos genuina-
mente maranhenses em barracas em São Luiz: vatapá, torta
de camarão, arroz de toucinho e arroz de vinagreira (azedinho).
“Sou interessada nessa coisa mais gourmet, essas técnicas que
já eram praticadas na nossa casa, por ensinamento de papai”,
diz ela se referindo a José Alípio de Moraes, o homem que alfa-
betizou sete filhos em casa e ensinou a mãe de Jeiza a cozinhar.

Comida não é só o prazer


de encher a barriga,
mas o prazer de conviver
com o outro.

Nestlé Com Você | 59


Filhós são parecidos
com bolinhos de chuva

J
osé Alípio nasceu em Portu- seguem vivas e serão eterniza-
gal, em 1883. “Papai era uma das por Jeiza no que ela chama
pessoa muito interessante, de “Álbum Culinário”. A publica-
tinha uma visão bem moderna ção amadora terá ilustrações de
para o tempo dele. Cozinhava, era um cartunista, além de reunir as
maestro, foi bombeiro e advoga- memórias da cozinha da família,
do”, conta a filha orgulhosa. Ele Jeiza se dedica com receitas de comidas típicas
veio para o Brasil com três irmãos maranhenses, como o caruru de
e cada um escolheu um lugar di- com paixão quatro ingredientes, e a dupla
ferente para viver no país: Per-
nambuco, Rio de Janeiro e Bahia.
à culinária, queridinha de todos: filhós com
chocolate quente.
Ele foi para o Maranhão.  Casou-se fazendo cursos e O nome do doce parece estra-
com mais de 60 anos com a mãe nho, mas todo mundo já provou
de Jeiza e faleceu quando a filha
vendendo pratos algo parecido. A bebida, uma
tinha apenas 5 anos. “Tínhamos genuinamente mistura supercremosa feita com
hábitos diferentes de outras fa- ovos crus e açúcar, é feita há
mílias do interior daquela época. maranhenses mais de 80 anos pelos Moraes.
Em nossa casa sentávamos sem- “Primeiro a gente bate ovo com
pre à mesa", lembra. açúcar, para depois cozinha-lo.
E a família Moraes cultiva suas Depois, acrescenta um pouco de
tradições ao longo dos tempos. raspa da casca do limão para ti-
As receitas do clã, por exemplo, rar o cheiro de ovo. Então você

60 | Nestlé Com Você


Nestlé Com Você | 61
Sou interessada
nessa coisa
mais gourmet,
essas técnicas
que já eram
praticadas na
nossa casa, por
ensinamento
de papai.

coloca esse creme no fundo da


xícara e, na sequência adiciona
uma mistura de leite quente com
chocolate amargo. Quando joga o
líquido no creme, ele já sobe com
uma coloração meio marrom.
Fica um sonho!”, ensina ela.
Os filhós são bastante pareci-
dos com os bolinhos de chuva. A
massa é feita a partir da mistura
de farinha de trigo, leite, sal, ovo e
óleo. E depois vai para a frigideira.
Dona Jeiza lembra que, pra recei-
ta dar certo, precisa escaldar a fa-
rinha de trigo com leite fervente.
“Isso muda a textura, fica seme-
lhante à massa de sonho”, explica.
E mais uma dica na hora de de-
gustar: “A gente come com mistu-
ra de canela e açúcar”.
Mesmo estudando e descobrin-
do novas técnicas e ingredientes,
a maranhense garante que não
abandona a culinária que cha-
ma de “fundamental”. Suas me-
mórias de gostos e perfumes de
temperos são sagradas, como o
cheiro de fritura da fatia de pa-
rida (a rabanada) nas manhãs de
Natal. Mais que alimento, para
Jeiza a comida significa comu-
nhão e partilha. “Não é só o prazer
de encher a barriga, mas o prazer
de conviver com o outro.”

62 | Nestlé Com Você


Dona Jeiza ensina:
“A gente come os
filhós com mistura de
canela e açúcar”

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Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Filhós com
Chocolate Quente
Rendimento: Filhós: 30 unidades
Chocolate Quente: 4 porções
Tempo de preparo: 10 minutos
Tempo total: 35 minutos

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Filhós Filhós 
•2  00 ml de Leite Líquido NINHO 1 - Em uma panela coloque o Leite
Forti+ Integral NINHO, o sal e 200 ml de água e leve
• 1 pitada de sal ao fogo até levantar fervura. 
• 1 e meia xícara (chá) de farinha 2 - Em um recipiente, coloque a
de trigo farinha de trigo peneirada e faça uma
• 1 ovo cova. Despeje o líquido fervente, aos
• Óleo para fritar poucos, incorporando bem. Acrescen-
• Açúcar e canela para polvilhar te o ovo e misture até incorporar. 
3 - Frite pequenas porções da massa
Chocolate Quente no óleo quente e deixe escorrer no
• 500 ml de Leite Líquido NINHO papel toalha. Polvilhe o açúcar com
Forti+ Integral canela e sirva. 
• 200 g de Chocolate Meio Amargo
GAROTO picado Chocolate Quente 
4 - Em uma panela, aqueça o Leite
NINHO e despeje sobre o Chocolate
Meio Amargo GAROTO picado. Mis-
ture até derreter o chocolate e ficar
homogêneo. Sirva. 

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Nestlé Com Você | 65


Quituteira de mão cheia,
Gisele se formou e
construiu uma carreira
vendendo docinhos
66 | Nestlé Com Você
Doçura
de superação
A amazonense Gisele começou a vender doces ainda jovem.
E foram os quitutes que permitiram que ela estudasse.
Hoje, dona do próprio negócio, ela divide esses segredos com você.

Por João Paulo Vicente


Fotos: João Paulo Machado

G
isele Granjeiro de Almeida tinha 12 anos quando viu uma
reportagem que mudaria sua vida. Moradora de Cacho-
eirinha, um bairro de classe média em Manaus, a garota
vinha de uma família humilde e tinha dificuldades até para com-
prar os materiais escolares. Na TV, a matéria sobre renda extra
trazia a sugestão de vender brigadeiros e outros docinhos. “Dos
meus irmãos, eu que mexia mais na cozinha”, lembra ela. “Então
minha mãe virou para mim e falou ‘minha filha, você não quer
tentar vender na escola?’”
Dezoito anos depois, os brigadeiros que Gisele começou a ven-
der em 2002 a ajudaram a terminar dois cursos superiores, cons-
truir uma carreira como professora de inglês e criar uma empre-
sa de doces com a mãe, Keila, e a irmã Geovana.

A revista
Com Você especial com
receitas dos docinhos
foi uma ‘mão na roda’
para começarmos
a vender.

Nestlé Com Você | 67


Foi com a Nestlé que Gisele
aprendeu receitas infalíveis
de docinhos variados

68 | Nestlé Com Você


M
as ela conta que não foi ‘mão na roda’ para começarmos
nada fácil. Na época, a a vender”, lembra Gisele.
família não tinha acesso E como ela vendeu! Tanto na
à internet e mãe e filha penavam
para encontrar a maneira correta
Os brigadeiros escola, quanto na vizinhança,
passou a ser conhecida como a
de preparar o brigadeiro. No meio que Gisele menina do doce. Os maiores su-
desse processo, Gisele notou o cessos eram o brigadeiro e o bei-
endereço da Nestlé numa lata de
começou a jinho. Conforme Gisele crescia, o
leite condensado que havia com- vender em 2002 negócio crescia junto.
prado. Sem muita expectativa, Tanto que quando os pais se
sugeriu que Keila escrevesse uma a ajudaram separaram e foram morar cada
carta pedindo algumas receitas
para usar o produto.
a terminar um em um bairro distante de
Manaus, foram os doces que de-
Menos de um mês depois, elas dois cursos ram sustento à jovem.
recebiam um envelope com duas
edições da revista Nestlé Com
superiores e Foram anos de correria entre
duas graduações e muito trabalho.
Você. Uma trazia receitas de doci- construir uma De manhã, ela trabalhava numa
nhos variados, inclusive de briga- creche. De tarde, assistia às aulas
deiro. Outra, preparos de pratos carreira. de Pedagogia. De noite, de Inglês.
natalinos. “A gente ficou tão feliz! Chegava em casa, mas não tinha
Essa revista dos docinhos foi uma descanso. “Eu ia para a beira do

Nestlé Com Você | 69


Tenho a receita
do brigadeiro na
cabeça até hoje. É
tão simples, e tão,
tão gostosa!

fogão fazer doces para vender no


outro dia”, conta. “Vendia tudo.”
Quando terminou as faculdades,
em 2015, foi uma época de mudan-
ças. Ela passou a priorizar o tra-
balho como professora e os doces
ficaram de lado por um período —
talvez em definitivo, caso a Nestlé
não tivesse cruzado sua vida nova-
mente.“Em 2017, mandei um e-mail
para a marca contando minha his-
tória e me ligaram em resposta per-
guntando se eu não havia estudado
Gastronomia e por que não abria
um negócio”, lembra. Gastrono-
mia nunca esteve nos planos, mas
a menção ao negócio fez acender
uma luzinha em sua cabeça. Nascia
o Empório Brigaderia.
“A minha irmã, que nem cozi-
nhava, descobriu um talento. Hoje
ela é bem melhor que eu”, brinca
Gisele. O negócio também uniu a
família: enquanto preparam os
doces, mãe e filhas aproveitam
para botar o assunto em dia. Hoje,
são cerca de 20 tipos diferentes de
produtos, inclusive sabores pró-
prios como o de banana-pacová
(conhecida como banana-da-terra
em outras regiões do país).
Mas aquela receita original de
brigadeiro que veio junto à revista
da Nestlé, essa Gisele nunca esque-
ce. “Precisa só de manteiga, Leite
Moça e Nescau”, diz.“Tenho na cabe-
ça até hoje. É tão simples, e tão, tão
gostosa!” Quem resiste?

70 | Nestlé Com Você


Para o brigadeiro
perfeito: manteiga,
Leite Moça e Nescau

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72 |
Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Torta de
Brigadeiro
Rendimento: 12 porções
Tempo de preparo: 10 minutos
Tempo total: 1 hora e 30 minutos

INGREDIENTES
2 - Forre o fundo e as laterais de uma
Massa forma de aro removível (24 cm de
• 1 e meia xícara (chá) de farinha diâmetro), fure a massa com o auxílio
de trigo de um garfo e leve ao forno médio-al-
• Meia xícara (chá) de Chocolate to (200°C), preaquecido, por cerca de
em Pó GAROTO 20 minutos ou até dourar. Reserve. 
• 1 pitada de sal
• 1 ovo Recheio brigadeiro branco 
• 100 g de manteiga em 3 - Em uma panela, coloque o Leite
temperatura ambiente MOÇA e a manteiga. Leve ao fogo
médio, por cerca de 8 minutos ou até
Recheio de brigadeiro branco desgrudar do fundo da panela. Desli-
• 1 Leite MOÇA® (lata ou caixinha) gue o fogo, junte o NESTLÉ Creme de
• 1 colher (sopa) de manteiga Leite e misture bem. 
• 1 lata de NESTLÉ Creme de Leite
Cobertura de brigadeiro 
Cobertura de brigadeiro 4 - Em uma panela, coloque o Leite
• 1 Leite MOÇA® (lata ou caixinha) MOÇA, o Chocolate em Pó GAROTO
• 3 colheres (sopa) de Chocolate e a manteiga. Misture bem e leve ao
em Pó GAROTO fogo baixo, mexendo sempre até des-
• 1 colher (sopa) de manteiga prender do fundo da panela (cerca de
• Meia xícara (chá) de chocolate 8 minutos). 
granulado
5 - Retire do fogo, passe para um
MODO DE PREPARO prato untado com manteiga e deixe
esfriar. Com as mãos untadas, enrole
Massa  em bolinhas e passe-as no granulado. 
1 - Em um recipiente, coloque a farinha
de trigo, o Chocolate em Pó GAROTO e Montagem 
o sal. Junte o ovo e a manteiga. Misture 6 - Distribua o recheio de brigadeiro
e trabalhe com a ponta dos dedos até branco já frio sobre a massa reser-
obter uma massa homogênea.  vada e finalize com os brigadeiros
enrolados. Sirva. 

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Nestlé Com Você | 73


Há 20 anos Sonia ganha
a vida vendendo
deliciosas tortas

74 | Nestlé Com Você


Guardado
na memória
A gaúcha Sonia lembra da infância quando prepara a receita da
torta de nozes da avó. E hoje, ela faz o mesmo para seus quatro
netos que estão sempre em busca de um lanche gostoso da vovó.

Por João Paulo Vicente


Fotos: Caio Cezar

F
amília reunida, as crianças brincando, um pouquinho de
bagunça e um cheiro gostoso na cozinha. Comida é um in-
grediente essencial em datas importantes, e não era dife-
rente na casa de Sonia Maria Marques Soares, na cidade de Ere-
chim, no interior do Rio Grande do Sul. Aos 66 anos, ela volta no
tempo só de falar sobre a torta de nozes com geleia de damasco
feita por sua avó, Alzira.
“Essa torta me remete a momentos felizes em família, aguça uma
memória saudosista. Eu me lembro especialmente das manhãs de
Natal, quando minha avó estava cozinhando”, diz ela. E olha que
para um doce se destacar na vida de Sonia, precisa mesmo ser ines-
quecível. Isso porque desde que se mudou para Florianópolis, há
cerca de 20 anos, a neta da Alzira ganha a vida fazendo tortas.
Torta de castanhas, torta síria, torta de limão — o cardápio de
Sonia, que trabalha em parceria com diversas cafeterias da cidade,
tem alguns sucessos, mas o destaque é mesmo a receita de nozes
com geleia de damasco. “É uma torta neutra que se encaixa bem
em diversas ocasiões, por isso é uma das que mais vendem”, conta.

Essa torta me remete


a momentos felizes em
família, aguça uma
memória saudosista.

Nestlé Com Você | 75


A receita da torta
de nozes é herança
da avó Alzira

76 | Nestlé Com Você


P
edagoga de formação, Sonia participava da dança das pane-
entrou no ramo dos doces, já las. E foi ao observar como a avó
que estava com muito tem- e a mãe trabalhavam que come-
po livre após a mudança de cida- çou a anotar as receitas em um
de. Fazia sentido. A família já tinha
essa vocação culinária e ela tam-
Pedagoga de caderninho próprio desde mui-
to nova. A busca pelo preparo
bém se interessava pela atividade formação, Sonia perfeito de variadas receitas
desde criança.
O curioso nessa história é que
entrou no ramo sempre foi encarada como um
desafio. Ela sempre experimen-
a cozinha já foi território proibi- dos doces. Hoje, tava e buscava novas soluções.
do para Sonia. Nem a avó, nem E Sonia é ousada. Depois de
a mãe, que se chamava Vladis, aos 66 anos, aprender as receitas, passou a
gostavam que ela ajudasse nos suas tortas são adaptá-las. A própria torta de
afazeres culinários. “Elas não nozes, cujos detalhes guarda
gostavam que criança metesse o um sucesso em num caderninho manuscrito,
bedelho, sabe como é”, relembra,
rindo. “Mas em compensação,
Florianópolis. mudou: a original, feita apenas
com creme de confeiteiro tradi-
na hora de raspar a panela, todo cional, ganhou adições primeiro
mundo estava lá.” com Vladis, depois com Sonia. “A
Sem ligar para a proibição So- minha mãe começou a aperfei-
nia colocava a mão na massa e çoar e eu segui nesse caminho.

Nestlé Com Você | 77


Nas festinhas
de crianças
e encontros
familiares,
Sonia ficara
responsável por
fazer salgados,
docinhos e
as tortas.

Hoje, faço o creme do recheio


com chocolate branco e outras
variações”, conta ela.
Em 1975, ano em que Alzira
morreu, Sonia teve suas primei-
ras filhas: duas meninas gêmeas.
Ali começava a prova de ferro da
mão boa para doces. Nas festinhas
de crianças, eventos sociais e en-
contros da família da qual agora
ela era o núcleo, ficara responsá-
vel por fazer salgados, docinhos e,
é claro, as tortas doces. Deu certo.
Outras duas filhas vieram e,
depois delas, os netos. Hoje são
quatro crianças, que também es-
peram ansiosos a oportunidade
de provar a comida da vovó So-
nia. Torta de nozes com geleia de
damasco? Pode parecer um doce
muito sofisticado, mas a menina-
da gosta sim, senhor.
“Ainda assim, eles preferem um
brigadeiro, fazer o quê?”, fala a avó.
Tudo bem Sonia, o importante é
que, daqui a algumas décadas, eles
vão sentir o mesmo sabor afetivo
que te leva de volta para as ma-
nhãs de Natal em Erechim.

78 | Nestlé Com Você


Ingredientes selecionados para
as receitas anotadas de próprio
punho em um caderninho

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80 |
Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Torta de Nozes
com Damascos Rendimento: 20 porções
Tempo de preparo: 10 minutos
Tempo total: 1 hora e 30 minutos

INGREDIENTES 2 - Acrescente o Chocolate GALAK e misture


até o chocolate derreter. Junte o NESTLÉ Cre-
Creme me de Leite e reserve. 
• 1 Leite MOÇA (lata ou caixinha)
• 2 xícaras (chá) de Leite Líquido NINHO Geleia de damasco 
Forti+ Integral 3 - Deixe o damasco de molho em água quente.
• 2 colheres (sopa) de amido de milho Em um liquidificador, coloque os damascos e
• 100 g de Chocolate GALAK bata bem. 
• 1 lata de NESTLÉ Creme de Leite 4 - Transfira para uma panela, acrescente o açú-
car e leve ao fogo baixo até formar uma geleia. 
Geleia de damasco
• 250 g de damasco Calda 
• Meia xícara (chá) de açúcar 5 - Em uma panela, coloque o açúcar, o cravo-
da-índia e 1 xícara (chá) de água e leve ao fogo
Calda médio, por cerca de 10 minutos. Espere esfriar. 
• 4 colheres (sopa) de açúcar
• 1 cravo-da-índia Cobertura 
6 - Em uma panela, coloque as claras e o açúcar
Cobertura e leve ao fogo baixo, mexendo sempre, por
• 4 claras 3 minutos, tirando a panela do fogo a cada
• Meia xícara (chá) de açúcar minuto, para não cozinhar. Transfira para uma
batedeira e bata até dobrar de volume. 

Montagem 
7 - Corte o pão-de-ló de nozes em 3 partes, for-
MODO DE PREPARO mando 3 discos. Distribua metade do creme e
por cima, metade da geleia de damasco. Repita
Creme o procedimento finalizando com a massa. 
1 - Em uma panela, coloque o Leite MOÇA,
o Leite NINHO e o amido de milho e leve ao 8 - Cubra a torta com a cobertura de
fogo médio até engrossar.  marshmallow e doure com o maçarico. 

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Nestlé Com Você | 81


82 | Nestlé Com Você
Reconfortante

P
ara fechar o dia, nada como uma comida ca-
seira. A paulistana Cynthia mostra como faz
seu quibe de ascendência síria. As irmãs gaú-
chas Tati e Piti contam como herdaram a receita de
um capeletti in brodo. E Lara, com sua torta de bana-
na, mostra como fazer comida é uma forma de afeto.

Nestlé Com Você | 83


As comidas de ascendência
síria estão sempre presentes
na cozinha de Cynthia

84 | Nestlé Com Você


Comida
de raiz
A paulistana Cynthia Zaidan vem de uma família de
ascendência síria. Com o caderno de receitas escrito pela mãe,
ela aprendeu que comida boa é aquela que tem história.

Por Erica Gonsales


Fotos: Frâncio de Holanda

O
aroma de pimentas com canela e sumak, a textura do bis-
coito de nata derretendo na boca, a intuição na ponta dos
dedos para enrolar os quibes e medir a temperatura do
leite da coalhada. As memórias das comidas da família de ascen-
dência síria de Cynthia Zaidan se fazem presentes hoje em sua co-
zinha, na zona oeste de São Paulo. Mas demorou um alguns anos
para que ela mesma colocasse a mão na massa.
Cynthia não era a garotinha que ficava cozinhando com a mãe,
interessada em ver como se preparavam os pratos sírios que per-
fumavam a casa. A professora de matemática se casou aos 27 anos
sem saber fritar um ovo. Preocupada em como a filha ia alimen-
tar a nova família, dona Darcy produziu um caderno de receitas
variadas, escrito de próprio punho, como um dos presentes de
casamento. "A primeira receita que fiz para o meu marido foi um
macarrão ao molho branco… nada típico! Em geral, cozinho porque
preciso, mas os pratos árabes eu tenho prazer em fazer", conta ela.

Nunca teve um peru de


Natal na mesa da minha
família, mas os pratos
sírios não podem faltar.

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Cynthia se diverte
no preparo dos
seus quitutes

86 | Nestlé Com Você


O
gosto pela cozinha sí- mente alguns ingredientes por
ria veio também da avó achar que ficava mais leve.
Leonor, a quem descreve Ainda assim, ela entende que
como uma mulher acolhedora e os segredinhos da receita de-
bondosa. "Lembro do quibe mi- Cynthia vem ser mantidos. Como o mix
chui que ela fazia: recheado com
banha e cebola. Ela morava em
aprendeu da pimenta síria que usa para
temperar a carne. Guardado em
apartamento, mas fazia chur- a cozinhar um potinho com etiqueta escri-
rasco naquelas churrasqueiras ta à mão, a mistura de pimentas
elétricas. Colocava esse quibe
com um e especiarias tipicamente sírias
para grelhar e o cheiro invadia o caderno de é feita, ainda hoje, pela mãe. "Ela
prédio todo!", relembra Cynthia, nunca me revela um dos oito in-
enquanto, sentada em sua cozi- receitas feito gredientes que usa, faz questão
nha, recheia uma leva de seus
quibes com uma mistura de
de próprio de me dar", explica Cynthia.
Em um jantar na casa de
cebolas refogadas com pimen- punho pela Cynthia, não é difícil se depa-
ta síria e snobar (pinhole). Essa
versão ela adaptou do tradicio-
mãe. rar com a mesa cheia. Coalha-
da, quibe de forno e quibe cru,
nal quibe de carne da mãe, recei- além de arroz marroquino com
ta presente em seu caderninho. carne moída, amêndoas e peda-
No seu preparo, mudou pontual- ços de frango cozido por cima

Nestlé Com Você | 87


Cozinho
porque preciso,
mas os pratos
árabes eu tenho
prazer em
fazer.

são alguns dos pratos preferidos


da família. E em ocasiões espe-
ciais, como no Natal, faz charuto
de folha de uva e cuscuz de ca-
marão. "Nunca teve um peru de
Natal na mesa da minha família,
nem quando eu era criança, mas
o que não pode faltar são os pra-
tos sírios", garante.
Hoje, Cynthia e o marido, Wal-
ter, vivem sozinhos. O casal de fi-
lhos cresceu e recentemente saiu
de casa, mas para atraí-los para
o lar, basta fazer feijoada. "Dizem
que a minha é imbatível." Sempre
que a visitam, os filhos assaltam
o freezer, pois nunca faltam qui-
bes. "Eu deixo pré-assado antes
de congelar", ensina.
Esse elo construído com os
herdeiros pela comida é algo que
atravessa gerações na família de
Cynthia. "Para mim, o biscoito de
nata da minha avó lembra de-
mais o jeito acolhedor e bondoso
que tinha com todos. Ela colocava
os potes com biscoitos em locais
baixos da casa para as crianças
poderem pegar", conta ela, sau-
dosa, entre seu caderninho, um
antigo livro de receitas, e as lem-
branças de sabores da vida toda.

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Detalhes afetivos:
livro e caderno de
receitas, além da foto do
casamento da mãe

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90 |
Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Quibe
de Carne
Rendimento: 8 porções
Tempo de preparo: 30 minutos
Tempo total: 1 hora

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

• 150 g de trigo para quibe 1 - Em um recipiente, coloque o trigo,


• 500 g de patinho moído cubra com água e deixe de molho por
• 1 cebola ralada 20 minutos. Escorra bem a água do
• 1 pimentão vermelho trigo, eliminando todo o excesso.
em fatias pequenas
2 - Misture o trigo com o restante dos
• 10 folhas de hortelã
ingredientes.
•2  sachês de MAGGI Natusabor
Tomates Suculentos com Ervas 3 - Em uma forma retangular (35 x 24
• Meia colher (chá) de pimenta síria cm) untada com azeite, disponha toda a
massa. Com o auxílio de uma faca, faça
losangos na superfície, leve para assar
em forno médio (180°C), preaquecido,
por cerca de 30 minutos, ou até que a
superfície esteja dourada.

Dica
Se desejar, coloque pedaços de muça-
rela para ter um quibe recheado.

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As irmãs Tati e Piti que
abriram um negócio
graças às receitas
herdadas da avó Mia
92 | Nestlé Com Você
Cozinha
como herança
As irmãs gaúchas Tati e Piti reconstruíram a vida a
partir de um transplante de rim e começaram um
negócio com as receitas da avó, uma mulher forte,
paciente e à frente do seu tempo.

Por João Paulo Vicente


Fotos: Talita Menezes

U
m fogão de brinquedo numa casa de bonecas é algo co-
mum de se ver. Um fogão de verdade, com gás e tudo,
nem tanto. Mas foi exatamente isso que Emília Nedeff,
a vó Mia, fez para as netas Tatiana e Katchsuka Nedeff Kappel
quando ambas sequer haviam entrado na pré-adolescência.
Ainda bem. Tati e Piti, como são conhecidas, hoje vivem das re-
ceitas que aprenderam com Mia. “Minha mãe trabalhava e, por
isso, a vó Mia era muito presente”, conta Tati. A família morava
em Nova Prata, uma pequena cidade do Rio Grande do Sul, 180
km distante de Porto Alegre, que hoje tem cerca de 27 mil habi-
tantes. Naquela época, lembra Tati, Nova Prata inteira conhecia
Mia. Além de ser dona do cinema local com o marido, José Gui-
lherme, um descendente de italianos e árabes, a avó ainda tinha
um talento raro para culinária e artes.

Minha avó era muito


paciente. Não se
importava que nós,
crianças, fizéssemos
bagunça na cozinha.

Nestlé Com Você | 93


O cuidadoso
caderno de receitas
da avó Mia

94 | Nestlé Com Você


V
ó Mia era famosa pela ex- Décadas depois, o tortei é
perimentação culinária um dos sucessos da TK Mas-
nas festas que oferecia. seria, empresa que Tati e Piti
Em um aniversário de Tati, por Ainda mais abriram após problemas de
exemplo, usou o dorso de uma bo- saúde colocarem as duas ir-
neca como molde para criar um unidas graças a mãs, lado a lado, em uma cirur-
vestido de glacê. “E ela era mui-
to paciente, explicava tudo que
um transplante gia de transplante de rim.
Após um teste de compati-
fazia. Não se importava que nós, de rim, as bilidade genética, descobriu-se
crianças, fizéssemos bagunça”,
lembra a neta, hoje com 45 anos.
irmãs também que ambas eram praticamente
gêmeas na constituição do DNA,
Um dos pratos que a avó mais empreendem o que permitiria um transplan-
fazia era o tortei, uma massa em te com altas taxas de sucesso
formato de pastel recheado de com receitas — o que de fato aconteceu em
moranga — a abóbora cabotiã. A herdadas da 2013. Tati e Piti se recuperaram
abóbora era cozida, depois refo- com uma rapidez surpreenden-
gada com cebola, ervas verdes e avó Mia. te, uma energia que lembrava a
recebia um ingrediente secreto: da própria vó Mia.
mel. Servida com um molho de to- Discutiram franquias, lojas de
mates, fez a alegria de todo mundo roupas e outros negócios. Mas a
que teve a sorte de prová-la. mãe das duas, Maria Luiza, foi

Nestlé Com Você | 95


Mão na massa para
a produção artesanal
de capeletti

96 | Nestlé Com Você


Quando
cozinhamos,
o assunto
é sempre
nossa avó.

taxativa: deveriam cozinhar, o


que fazem de melhor. E foi as-
sim que, nasceu a TK Massaria.
“Primeiro fazíamos as massas,
começamos com os doces, aos
poucos ficamos responsáveis
pelo cardápio de festas inteiras”,
conta Tati. Seis anos depois, a
produção do negócio faz suces-
so: chega a quatro mil itens em
determinados fins de semana.
A base das receitas, como não
podia ser diferente, vinha dire-
to do livro de receitas de Mia. Os
primeiros três produtos da TK
foram o tortei, as lasanhas e o ca-
peletti in brodo, feito apenas nas
épocas mais frias. E o segredo
do capeletti, revelam as irmãs, é
fechar na mão um a um. Dá tra-
balho, mas compensa, garantem.
O preparo tradicional herda-
do de Mia é respeitado até hoje:
recheio de carne de boi bem tem-
peradinha. No caldo, vão galinha
caipira, um pouco de carne e tem-
peros. Trocar o recheio por frango,
Tati e Piti concedem como aceitá-
vel. Mas o caldo, nem pensar.
E assim elas seguem em fren-
te com o negócio próprio. E não
passa um dia em que as irmãs
não lembrem as frases da avó
na cozinha, durante o trabalho.
“Quando cozinhamos, o assunto
é sempre nossa avó.” E para ma-
tar as saudade, só um bom tortei.

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Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Capeletti ao
Molho Branco
Rendimento: 4 porções
Tempo de preparo: 25 minutos
Tempo total: 40 minutos

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

•2  colheres (sopa) de manteiga 1 - Em uma panela, aqueça a manteiga,


• Meia cebola picada refogue a cebola e doure a farinha de
• 3 colheres (sopa) de farinha de trigo trigo. Acrescente o Leite NINHO, a
•5  00 ml de Leite Líquido NINHO noz-moscada, o MAGGI Natusabor e
Forti+ Integral misture até engrossar. Reserve.
• 1 pitada de noz-moscada
2 - Em uma panela, ferva 2 litros de
• 1 sachê de MAGGI Natusabor Alho
água e uma pitada de sal.
e Cebola
• 1 pacote de capeletti de queijo (1 kg) 3 - Acrescente o capeletti e cozinhe
• 1 xícara (chá) de queijo de 8 à 10 minutos.
parmesão ralado
4 - Escorra, acrescente o molho branco
e finalize com o queijo parmesão. Sirva.

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Nestlé Com Você | 99


A viajada Lara junta
sabores de diferentes
lugares na sua cozinha

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Mistura
diplomática
Para a paulista Lara, cozinhar também é uma forma de afeto.
Não por acaso, sua cozinha foi construída sob a influência de
pessoas e lugares que passaram por sua vida.

Por Erica Gonsales


Fotos: Rodrigo Peixoto

O
bife maravilhoso, o feijão sensacional, o melhor molho
quatro queijos, as batatinhas personalizadas para cada
neta. Toda comida da avó de Lara Stahlberg recebe adjeti-
vos que dão nome próprio às receitas.
Virginiana, jornalista e mãe do casal de cachorros Gerso e Vana,
Lara vive sozinha em Brasília. Natural de São Carlos, cidade do
interior de São Paulo, já se aventurou por alguns países como El
Salvador, Venezuela, Argentina e Inglaterra. Carrega influências
genéticas e culturais da Itália, Alemanha, El Salvador e Hondu-
ras. E é justamente essa mistura diplomática que dá caldo: na sua
cozinha tem espaço para os mais variados ingredientes e espe-
cialidades, importados de viagens ou resgatados do caderno de
receitas da falecida avó Rosa. “Logo que ela morreu, fui fuçando
no caderninho que eu tinha como referência. Tem o estrogonofe
dela, o lombo com farofa, o repolho gostoso, a torta de banana. A
torta, inclusive, era um dos preparos preferidos do meu pai e foi a
primeira receita que fiz. Não ficou igual a dela, mas foi uma expe-
riência completamente emocional pra mim”, revela.

A torta de banana foi


a primeira receita que fiz
da minha avó. Foi uma
experiência emocional
pra mim.

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A receita da torta de
banana é uma herança
do caderninho da avó

102 | Nestlé Com Você


A
família de Lara sempre “A gente adorava ver a 'Cozinha
foi de se reunir para os Maravilhosa da Ofélia' e depois
tradicionais e saudosos ia fazer as comidas”. Hoje, Lara,
almoços de domingo, quando cozinheira habilidosa, é a res-
chegava o aguardado momento ponsável oficial pelo lombo e
de comer o “bife mais perfeito do pelo arroz de champanhe que
mundo”, com fritas. Rosa prepa- Para Lara, Rosa fazia no Natal.
rava as batatinhas fininhas e cro- Na vida cotidiana, ela tam-
cantes para a neta, e outros dois cozinhar é uma bém não foge na hora de por a
tipos para as primas: as médias forma de dar mão na massa. Cozinha diaria-
e as gordinhas. “E sempre tinha mente e faz questão de alimen-
a saladinha do vovô. Ele cortava carinho para si tar amigos e amados sempre que
minuciosamente cebola, tomate,
tudo do mesmo tamanho, e tem-
mesma e para possível. Considera uma forma
de dar carinho para si mesma e
perava com azeite e Fondor”, lem- quem ama. para quem ama, além de ser um
bra animada. ritual terapêutico. “Cozinhar me
A garota, que passava bastan- relaxa muito, é um momento de
te tempo na casa da avó, vendo parar tudo, um prazer enorme
programas de culinária na TV, que tenho”, define.
começou a testar seus dotes na Ultimamente, Lara tem se
cozinha ainda cedo, aos 10 anos. aventurado por culinárias in-

Nestlé Com Você | 103


Cozinhar me
relaxa muito, é
um momento de
parar tudo, um
prazer enorme
que tenho.

ternacionais, como a indiana e


tailandesa, aproveitando especia-
rias que conheceu em Londres.
Mas também volta às origens la-
tinas da avó salvadorenha Orália,
devorando pupusas — uma torti-
lha recheada com pasta de feijão,
queijo e chicharrón (uma espécie
de torresmo) —, com curtilho (pi-
cles de repolho e cenoura) e mo-
lho vermelho para acompanhar.
Tudo porque Lara está sempre
aberta a novos sabores.
Essa rica variedade de pratos
e recordações faz da cozinha dela
um grande mosaico formado por
histórias de amor. Quando morou
em Londres, ela descobriu os sabo-
res característicos do gengibre em
pó e do curry. Da infância, guarda o
molhinho da salada do vovô, feito
com azeite e aceto balsâmico. Para
homenagear a avó Rosa, sua maior
inspiração culinária, tem sempre à
mão queijos variados para compor
um bom molho. Para Lara, lugares
e pessoas que fazem parte da sua
história, vivem em pratos que ali-
mentam também a alma. Não é à
toa que o ato de cozinhar, para ela,
tem tudo a ver com a generosida-
de das relações humanas: “Amor
incondicional, entrega, energia. É
também um gesto de confiança de
quem recebe o alimento”.

104 | Nestlé Com Você


Para Lara, cozinhar
é um ato de amor

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Nestlé Com Você
Foto: Rodrigo Peixoto
Bolo de Nozes
com Maçã-Verde
Rendimento: 12 porções
Tempo de preparo: 10 minutos
Tempo total: 1 hora

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

•3  ovos 1 - Em uma batedeira bata os ovos,


• 1 00 g de manteiga a manteiga e o açúcar mascavo até
• 1 e meia xícara (chá) de açúcar mascavo misturar bem. Desligue a batedeira e
•M  eia colher (chá) de canela em pó junte a canela em pó, a farinha de trigo,
• 1 e meia xícara (chá) de farinha a NESTLÉ Aveia, o suco de maçã, as
de trigo nozes, a maçã-verde e o fermento em
• Meia xícara (chá) de NESTLÉ Farelo pó e misture bem. 
de Aveia Orgânica e Sem Glúten
• 1 xícara (chá) de suco de maçã integral 2 - Em uma forma redonda (24 cm de di-
• 1 xícara (chá) de nozes picadas âmetro), de aro removível, untada com
• 1 maçã-verde picada óleo e forrada com papel manteiga,
• 1 colher (sopa) de fermento em pó coloque as maçãs fatiadas nas laterais
e despeje a massa. 
Montagem
• 1 maçã-verde fatiada 3 - Leve ao forno médio (180°C), pré-a-
quecido, por cerca de 40 minutos. Sirva
polvilhado com açúcar de confeiteiro. 

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Anotações
Use e abuse deste espaço para colocar suas impressões,
dicas e, claro, adaptações das receitas desta edição.

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Anotações

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Anotações

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