Você está na página 1de 33

nova friburgo rj

MODA
APRESENTAÇÃ O Com o estudo histórico da região, é possível analisarmos as
questões econômicas e sociais fundamentais que levaram
a cidade de Nova Friburgo ao auge do cenário da indústria da moda,
transformando-se em referência mundial como Polo da Moda.
N O V A
F R I B U R G O
I N T R O D U ÇÃO 11

O N T E M : A C H E G A DA DA S I N D Ú S T R I A S 15

ÍNDICE H O J E : N OVA F R I B U R G O PA R A O B R A S I L

A M A N H Ã : O F U T U R O D O P O L O D E M O DA

C R É D I TO S
33

51

63
M AIS DE UM SÉ CULO
DE IN DUST RIALIZ AÇÃO
INTRO DU ÇÃO

Nova Friburgo está localizada a 135km da cidade do Rio


de Janeiro, no seio da Serra dos órgãos. A população, de
aproximadamente 180mil habitantes, é equivalente a cerca
de 50% da população da região Centro-Norte Fluminense.
Sob um clima serrano ameno, a influência da colonização
suíça e alemã, a presença exuberante da Mata Atlântica
e a base econômica diversificada, a cidade de Nova
Friburgo é um território com grande identidade cultural
e potencial turístico. A economia representa 51,1% do PIB
da região Centro-Norte Fluminense e passou por um
processo notável de industrialização no início do século XX.
Com sua colonização iniciada por imigrantes suíços,
circunstância esta que se vale a denominação “Suíça
brasileira” e juntamente à similitude das características
geográficas da cidade com a Suíça, Nova Friburgo teve
seu processo de industrialização proveniente de grupos
originários da Alemanha, instalados na cidade após
alianças com grupos de grande expressividade política.
O fator histórico gerador de industrialização friburguense,
foi fruto de articulações, pronunciamentos e conflitos.

11
Sob um clima serrano ameno, a influência
da colonização suíça e alemã, a presença
exuberante da Mata Atlântica e base econômica
diversificada, a cidade de Nova Friburgo é um
território com grande identidade cultural
e potencial turístico.
ONTEM A CHEGADA
DAS INDÚSTRIAS
E m 1911 as atividades industriais se iniciaram em Nova Friburgo, com
a chegada dos empresários alemães Peter Julius Ferndinand Arp[1]
e Maximilian Falck [2] , através da criação das firmas M. SINJEN e Cia
e M. FALCK e Cia - um inegável marco da história. Associadas à criação da Companhia
de Eletricidade de Nova Friburgo, a industrialização friburguense como aspecto
de expansão do capitalismo mundial em sua fase imperialista, pode ser citado
como o fator causador das empresas industriais na cidade.
A ideia da indústria como sinônimo do progresso e bem-estar material,

1911
estava associada às condições de salubridade, beleza e encanto de Nova
Friburgo, fazendo uma ligação à criação de uma base sólida e indestrutível.
No processo de criação industrial, a questão da energia elétrica exerceu
papel fundamental. A discussão sobre a implantação de uma usina
hidroelétrica remonta ao final do século XIX. Somente em 1906, a Câmara
Municipal concedeu ao empresário Coronel Antonio Fernandes da Costa o
direito de explorar este serviço.
A disputa entre Coronel Fernandes e Julis Arp pelo controle do fornecimento
da eletricidade, apontou para um conflito mais amplo entre as duas facções
das elites friburguenses, associado também pela direção política do município.
A empresa de eletricidade, já iniciando suas operações, passou a exercer
um grande papel no processo de implantação das novas empresas e no
direcionamento da ocupação do espaço. Após garantir o controle da energia
elétrica, Julius Arp adquiriu terras dos herdeiros do Barão de Nova Friburgo, às
margens do rio Cônego e próximo a Praça Paissandu, dando início a Fábrica de
Rendas M. Sinjen & Cia. Em junho de 1911, chegaram as primeiras máquinas alemãs,
iniciando a produção de rendas com 36 empregados.

[1] Peter Julius Arp nasceu em 26 de março de 1858 em Fahrem Holstein. Veio para o Brasil aos 23 anos de idade.
[2] Maximilliann Falck, nascera em Berlim, no ano de 1865 e teria vindo para o Brasil, aos vinte e seis anos de idade,
16 como funcionário do Brasiltanische Bank Fuer Deutschland.
Já em 1913, uma diversificação da produção se inicia quando a empresa importa
da Alemanha um pantógrafo[3] , iniciando-se a produção de rendas bordadas em
filó grosso de sete jardas. Já em 1913, uma diversificação da produção se inicia
quando a empresa importa da Alemanha um pantógrafo[3], iniciando-se a produção
de rendas bordadas em filó grosso de sete jardas.
Em janeiro de 1925 era fundada a Fábrica de Filó S/A, de propriedade de Carl
Ernst Otto Siems e na qual Arp era acionista, e instalada em um grande terreno
da Vila Amélia nas proximidades da estrada de Teresópolis e próximo à Praça
do Suspiro. Sua criação em Nova Friburgo, está ligada à crise capitalista vivida
pela Alemanha nos anos 20.
O processo de implantação industrial em Nova Friburgo, só se completou

1937
em 1937, quando, mais uma vez, por iniciativas e contatos de Julius Arp
e os engenheiros Hans Gaiser e Frederico Sichel, outra fábrica se instalou
na cidade. Desta vez, criou-se no bairro Village a Fábrica de Ferragens
Hans Gaiser, hoje conhecida como HAGA. A metalúrgica localizada à margem
direita do rio Bengala, utilizou-se de cerca de 10 operários. Com a criação
da Fábrica de Ferragens Hans Gaiser, o quadro de implantação industrial
em Nova Friburgo se fecha, com capitais pertencentes aos alemães.
Os anos que sucederam à implantação da indústria têxtil, de propriedade
dos capitalistas alemães, presenciaram a consolidação da situação de
cidade industrial e turística. Nesse contexto, esboça-se a visão de que
Nova Friburgo constituía um exemplo de cidade moderna, ordenada, um tanto
imune ao contágio das novas “estranhas ideias” que proliferaram no mundo
a partir da década de 30.
De 1930 a 1980, o processo de industrialização estava sólido na cidade. Além
das indústrias pioneiras criadas na segunda década do século XX, verificamos
a ampliação da indústria têxtil, bem como o surgimento de outros ramos industriais.
O crescimento da indústria têxtil foi evidente, mas paralelamente surgiram
e cresceram novos ramos como vestuário, plástico e metalurgia. Nas décadas de
60 e 70, acompanhando uma tendência nacional, que redundou no chamado “milagre
brasileiro”, foi possível perceber um forte crescimento industrial em Nova Friburgo[4].

[3] O pantógrafo é um instrumento de desenho que permite transferir e redimensionar figuras e que pode ser regulado de modo a executar ampliações e reduções nas
proporções desejadas. [4] ARAÚJO, João Raimundo. Nova Friburgo: a construção do mito da suíça brasileira (1910-1960).
Tese (Doutorado em História) - Departamento de História, Programa de Pós-Graduação em História. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2003.

19
MAXIMILIAN WILHELM
BOGISLAV FALCK
PE T E R J U L IU S
Maximillian Falck nasceu em Berlim em 07 de Abril de 1865 e veio
para o Brasil aos 26 anos de idade. Foi funcionário do Brasiltanische
Bank Fuer Deutschland e sócio da empresa Dennis e Falck. Em 1912, Falck

FE R D INA N D A RP
associou-se a Julius Arp, que comprara o sítio Ypu. Dá-se aí a criação da
produtora de passamanarias de propriedade de Falck, a Fábrica M. Falck
& Cia, conhecida como Fábrida de Rendas, que se localizava à margem
esquerda do rio Santo Antônio, nas proximidades do rio Bengala.
Peter Julius Arp nasceu em Holstein, na Alemanha e A sociedade entre Falck e Arp, corroboraram para a presença
veio para o Brasil aos 23 anos, chegando ao Rio de Janeiro e imbricação dos negócios em Nova Friburgo do início do século XX.

1
em 9 de janeiro de 1882. Inicialmente, fixou residência na cidade

T EUTÔ N ICA
de Santos, dedicando-se ao comércio de café. Mais tarde, retornando
ao Rio de Janeiro empregou-se em uma empresa de importação.

T RI N DA DE
Tratava-se da firma M Nothmann & Cia. Após morte de seu dono, Maximillian
Nothmann, a M. Nothamann & Cia foi renomeada como ARP & Cia, tendo
como sócio Julius Arp.
Os primeiros contatos com Nova Friburgo aconteceram através de
um amigo pessoal e corretor da Bolsa de Valores, o alemão Maximillian CARL ERNST
Falck, futuro sócio. A aproximação destes empresários, assim como
as dificuldades percebidas na implementação de sua fábrica junto ao OTTO SIEMS
governo catarinense, transferiram o empreendimento de Julius Arp e
MaximillianFalck para a cidade Nova Friburgo. Otto Siems nasceu em 27 de Abril de 1899, filho do proprietário
Tais capitais, provindos dos setores comercial e financeiro, não deixam de uma fábrica de filó em Plaunen, Alemanha. Encontrou-se com Arp
dúvidas quanto às origens dos capitais responsáveis pelo início do em um cruzeiro marítimo e este o convencera a instalar uma fábrica de
processo de industrialização de Nova Friburgo. filó em Nova Friburgo. A Fábrica de Filó foi então fundada em janeiro de
1925. Otto Siems era o proprietário da fábrica, na qual Arp também era
acionista, e onde o controle maior era de origem germânica, acentuando
ainda mais a importância da presença alemã na cidade.
O filó da fábrica de Ernst Siems servia como matéria-prima da Fábrica
de Rendas, onde a energia era gerada na empresa de Julius Arp
e empregada nas demais fábricas.

[1] Julius Arp, Maximiliam Falck e Otto Siems foram comparados, no passado, à Santíssima Trindade, a “Trindade Teutônica”, por terem gerado
20 milhares de empregos em Nova Friburgo. 21
PROGR E S S O
SOB T R I L H O S
O declínio e extinção do trem na década de 60 do
século XX, denota a adoção de um novo modelo de
modernidade ao país: a rodovia, onde não cabia mais
o transporte ferroviário.

Até meados do século XX, a ferrovia continuou exercendo


papéis importantes na distribuição de mercadorias, transporte
de pessoas, promoção de encontros e despedidas, enfim,
Passagem do trem pela Praça XV de Novembro (atual Getúlio Inicialmente, a estrada de ferro Leopoldina foi a participação ativa no pulsar da vida friburguense.
Vargas) em direção a Rua General Argollo (atual Avenida resultado da expansão cafeeira no Paraíba Oriental,
Alberto Braune), principal artéria da cidade.” na segunda metade do século XIX.

Em 1890, a recém cidade era constituída por um território composto por um núcleo urbano A expansão do capital cafeeiro e suas relações com a grande empresa de serviço público, foi aos
situado nas proximidades do rio Bengala e por áreas rurais que circundavam esse território. poucos minimizando sua importância. A partir de 1915, o café vai perdendo a função de gerador de
As regiões de Rio Grande, Terras Frias e Lumiar, eram responsáveis na época pela produção de outras atividades (indústrias, ferrovias, bancos), e começa um processo de automatização desses
hortifrutigranjeiros e de flores. No núcleo denominado Estação de Conselheiro Paulino[1] , embora setores da economia, gerando acumulações próprias. O trem exerceu um papel importantíssimo
também ligado a produção rural, assumia características urbanas sendo este a região em torno nas transformações sociais em curso na cidade dos primórdios do século XX. Se antes o rio
da estação ferroviária da Leopoldina Railway[2] . Bengala se fazia mais importante na ocupação do espaço urbano friburguense, com a chegada
da ferrovia, o direcionamento da população passou a acompanhar a linha férrea. É inegável a
importância desempenhada pela Companhia Leopoldina Railway para esse desenvolvimento e
para a vida social de Nova Friburgo. Desde a sua criação até meados do século XX, a ferrovia
continuou exercendo papéis importantes na distribuição de mercadorias, transporte de pessoas,
promoção de encontros e despedidas, enfim, participação ativa no pulsar da vida friburguense.
[1] Conselheiro Paulino constitui-se hoje um Distrito de Nova Friburgo. Naquela época, fazia parte do primeiro Distrito juntamente com Rio grande,
Terras Frias e núcleo central da cidade. O segundo Distrito era a região de Lumiar, que englobava o atual Distrito de São Pedro da Serra.
[2] Inicialmente resultada da expansão cafeeira no Paraíba Oriental na segunda metade do século XIX, A Companhia Estrada de Ferro Leopoldina passou a ser de capital inglês em 1898
e foi denominada The Leopoldina Railway Company Limited. 23
O caminho para Nova
Friburgo antes da era
do trem.

Trilhos do trem na descida da serra


em direção a Niterói.
Fábrica Filó

Fábrica de Rendas Arp


Construção da Fábrica YPU
Fábrica YPU

Operários da Fábrica Ypu

26 27
LINHA 1925 1968
DO Em janeiro é fundada a Fábrica
de Filó S/A, de propriedade
Completa-se o processo de
implantação industrial quando

TEMPO de Carl Ernes Otto Siems,


por sugestão de Julius Arp.
a Fábrica de Ferragens Hans
Gaiser se instala na cidade.

1911
Concessão da Companhia
1937
A Triumph, uma grande
1982
A crise econômica resulta na
de Energia Elétrica indústria de moda dispensa de inúmeros operários
ganha por Julius Arp, íntima, se instala em fabris, marcando o surgimento
marcando o início da Nova Friburgo. das micro e pequenas empresas
Era Industrial friburguense. (MPEs). Nova Friburgo se tornou
Criação da Fábrica de então Polo de Moda Íntima.
Rendas M. Sinjen & Cia
e Fábrica M. Falck & Cia.

28 29
HOJE NOVA FRIBURGO
PARA O BRASIL
GRANDES
NEGÓCIOS
N o início, quando a indústria da moda começou a se desenvolver, os pequenos
empreendedores eram discriminados. Esse pensamento mudou a medida
que as médias e grandes empresas entraram em crise no fim dos anos 80.
A cadeia têxtil do município tinha como base os recursos movimentados
pelas indústrias de grande porte, as fábricas de rendas/passamanarias,
Arp, Ypu e Sinimbu, e por uma grande produtora de lingerie, a Filó, cujo
controle acionário foi assumido em 1968 pelo grupo multinacional Triumph.
A crise dos anos 80 atingiu fortemente essas empresas, assim como
o setor metal-mecânico local que começou a perder importância na
economia friburguense. A retração do mercado fez com que as indústrias
dispensassem uma grande quantidade de funcionários que, como forma de
sobrevivência, construíram a base para a indústria da moda em Nova Friburgo.
O custo de capital relativamente baixo, simplicidade, domínio do processo
produtivo, fornecedores na região e uma mão-de-obra treinada na indústria
de lingerie disponível, foram fatores cruciais para que a relativa modernidade
do parque fabril do polo beneficiassem vantagens da indústria na cidade.
O momento definitivo para o início e ampliação de pequenos negócios familiares foi
a crise de 1989, quando a Filó/Triumph dispensou centenas de empregados. Com o
dinheiro da indenização, investiram na compra de máquinas de costura profissionais.
Grandes empresas caíram no Plano Collor, em 1990, mas uma grande
parte das pequenas e médias empresas sobreviveram muito bem
e consolidaram o polo de confecções em Nova Friburgo. O então polo
de produção de moda de Nova Friburgo e região, ganhou notoriedade
rapidamente e, nos últimos, anos, é tido como um exemplo bem-sucedido
de integração entre micro, pequenos e médios empresários em uma cadeia
produtiva bem articulada com notável capacidade de renda e empregos.

34 35
FEVEST
Uma outra iniciativa empresarial de sucesso mundial surgiu em 1997.
A FEVEST[1] é referência para o setor de moda no Brasil e no exterior.
Em muitos pontos, a experiência do polo de confecções de Nova Friburgo
lembra a gênese dos distritos industriais italianos. Esse polo abrange
hoje os municípios de Cantagalo, Cordeiro, Duas Barras, Bom Jardim,
Macuco e Nova Friburgo - localizados na região Centro-Norte do Estado.
A história desse polo, se confunde com as estratégias de sobrevivência
das costureiras, costureiros e mecânicos, despedidos pelas grandes
empresas em épocas de crise, mas já em 1997 a evolução da indústria da
moda havia atingido tal nível que a atenção externa já estava focada no
polo. Partindo dessa notoriedade, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), FIRJAN
e SEBRAE, apoiados pelo Governo Federal, realizou para as oito regiões do
estado o primeiro estudo sistemático das condições de desenvolvimento.

36 [1] Inicialmente conhecida como Feiras de Vestuário e agora Feira de Moda Íntima de Nova Friburgo Distrito de Nova Friburgo. 37
O CONSELHO
DA MODA
Em 2002 fundou-se o Conselho da Moda, inaugurando e consolidando
um sistema institucional de governança para o APL e se encarregando,
sobretudo, de estabelecer a estratégia de desenvolvimento do polo.
A adesão de entidades e instituições dos setores público e privado,
estruturou e articulou programas que prestam serviços de apoio às empresas.
A cultura do design, passa a ser o diferencial no cenário, estreitando
a relação com a empresa e mostrando que a tecnologia é, sobretudo, o design.

38 39
R E P R E S E N TA Ç Ã O
NACIONAL
A região Centro Norte Fluminense tem, hoje, cerca de 600 empresas de confecção
voltadas para o mercado de moda íntima. A produção gira em torno das linhas:
dia, noite, sensual, moda praia e fitness. Em alguns segmentos do mercado
de lingerie, o polo é responsável por 25% do mercado brasileiro, gerando
20 mil postos de trabalho – 8 mil diretos e 12 mil indiretos. A maior parte das
confecções da região (68,5%) é formada por micro empresas que têm entre
1 a 9 trabalhadores. Em segundo lugar (29,9%) ficam as pequenas empresas que
empregam entre 10 e 49 pessoas. O mix de produtos tem como carro-chefe
a lingerie usada no dia a dia (70%), seguida da lingerie sensual, com 14,42%.
Os negócios com o exterior têm uma participação inexpressiva na comercialização
da produção brasileira de lingerie: 0,8%. Mas a região registra desempenho
superior à média nacional, destinando 1% da produção ao mercado externo.

40 41
42 43
Comparado apenas aos setores de Hoje o setor do vestuário Comparado ao setor das Indústrias
Indústria de Transformação representa 21% (11.018) comparado do Vestuário do Rio de Janeiro,
(Comércio, Serviço, Construção a todos os setores de trabalho somente o município de
Civil, Administração Pública, formais de Nova Friburgo. Nova Friburgo representa 17%
entre outros), o setor do vestuário da mão de obra formal.
representa 60% deste montante,
18.273 (Ind.Transformação)
dividido por 11.018 (Ind. Vestuário)
do Município de Nova Friburgo.

44 45
NÚMEROS QUE D E S E N V O LV I M E N T O 1,0

IMPRESSIONAM ANUAL DO POLO 0.8407 0.8453


0.8143
0.7568
ANO 2011 0,8

0,6
O crescimento do Polo de Moda de Nova Friburgo é demonstrado
aqui pelo IFDM, sigla para Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal,
0,4
no ano base de 2011, pontuados entre 0 e 1. De acordo com tais
dados, o setor manteve uma significativa tendência de crescimento.
Neste estudo feito pelo Sistema FIRJAN, que acompanha
0,2
anualmente o desenvolvimento socioeconômico de mais de 5 mil
municípios brasileiros, com bases estatísticas públicas e oficiais, são
disponibilizados pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde, dados
e apontando das transformações na área de Desenvolvimento Municipal.
0
Tais estudos, apontam que Nova Friburgo teve crescimento no ranking
IFDM do Estado e pontuação superior nas áreas de desenvolvimento. IFDM EDUCAÇÃO SAÚDE EMPREGO
Vale destacar que a totalidade da oferta gerada no polo, pode ser muito E RENDA
maior se consideradas as ocupações informais e os contratos temporários Desenvolvimento moderado Alto desenvolvimento
ocorrentes, sendo estes últimos de difícil mensuração. A expressiva (entre 0,6 e 0,8 pontos) (superiores a 0,8 pontos)
e crescente participação do emprego formal no polo em relação ao emprego
formal no setor de confecções do Estado do Rio, mostra que o crescimento do
desenvolvimento do Polo de Moda destaca-se também na ampliação do mercado,
direcionando seu crescimento em todos os vetores que constituem seu mercado. R A N K I N G E S TA D U A L
POSIÇÃO DO MUNICÍPIO NO RANKING DO IFDM - CONSOLIDADO

RESENDE 1º
VOLTA REDONDA 2º
NOVA FRIBURGO 3º

46 47
FOTO: REGINA LO BIANCO
O FUTURO
AMANHÃ DO POLO
DE MODA
LIDERANÇA,
SUSTENTABILIDADE E VALOR
A visão para o futuro do polo de Nova Friburgo está baseada em alcançar
a liderança nacional em produção de lingerie, tornando-se referência
também em fitness e moda praia. O sistema em vigor será aquele que
resultará de atividades sustentáveis, inovadoras e diversificadas. A busca pela
conscientização e enriquecimento da cultura do design tornará os produtos
mais atraentes para consumidores de todas as classes sociais, com maior
valor agregado, orientando o polo de moda friburguense a um futuro desejável.

52 53
2030
NOVOS TEMPOS
A posição desejada para 2030 tem sua base na capacidade de acompanhar o novo
e fixar empresas entre as mais rentáveis do setor de moda íntima, praia e fitness.
O objetivo é trabalhar cada vez mais a aproximação dos novos negócios e novos
canais de distribuição e comunicação, na relação entre empresas e clientes finais.
O polo segue em direção à consolidação, como provedor de moda inovadora
e eficaz, em termos estratégicos, e nos segmentos varejista e atacadista.
Será preciso aproveitar oportunidades rentáveis de crescimento com a
implantação de novas tecnologias. As roupas inteligentes irão decolar com
tecnologias vestíveis. Designers e estilistas inovadores terão, junto ao
avanço tecnológico, possibilidades fascinantes, como circuitos eletrônicos
flexíveis e biodegradáveis. Toda a indústria deverá garantir o menor tempo
de resposta às exigências do mercado e a customização elevada de
todos os processos, tornando-se capaz de acompanhar os novos tempos.

54 55
SENAI
E S PA Ç O D A M O D A
Espaços para pesquisa e inovação são a base para o futuro desejado.
As tendências de mercado apontam para a aquisição de novas tecnologias
e criação de valor para segmentos selecionados de clientes. Os novos
símbolos introduzidos na moda pela ampliação e diversificação da base de
consumo adotam novos princípios e impulsionam a demanda do consumo
ligado à qualidade, segurança, ética e responsabilidade socioambiental.
Assim, podemos afirmar que para vencer em uma economia complexa,
o Polo de Moda de Nova Friburgo dependerá do trabalho com energia, paixão
e respeito às pessoas. A indústria dependerá da agilidade e capacidade
de promover inovações e desenvolver processos mais avançados, flexíveis
e eficientes, para conquistar cada vez mais espaço no mercado da moda.

57
RE F E RÊ N CI AS ARAÚJO, João Raimundo de (2003).
Nova Friburgo: A construção do mito da suíça brasileira - 1910-1960.
BI BL I OGRÁF I CAS Niterói, UFF, tese de doutorado.
A PAZ, JORNAL. 21 de maio de 1911.
CORRÊA, Helloisa Sersedello (1986).
A industrialização de Nova Friburgo.
Niterói, UFF, dissertação de mestrado.

GUIMARÃES, Arthur. Um Inquérito em Nova Friburgo. RJ,


Typographia do Jornal do Comércio de Rodrigues e Cia, 1916.
RADIOGRAFIA de uma cidade.
Biblioteca de Estudos Fluminenses, Prefeitura Municipal de Nova Friburgo.
Niterói: Imprensa Oficial, 1988.

BI BL I OGRAF I A ARAÚJO, João R. de e MAYER, J. M. M. (orgs.) (2003).


CON SULTADA Teia Serrana. Formação Histórica de Nova Friburgo.
Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico.
CORRÊA, Maria Janaína Botelho (2008).
O Cotidiano de Nova Friburgo no Final do Século XIX: Práticas
e Representação Social.
Rio de Janeiro, Educam.
________ (2011). Histórias e Memórias de Nova Friburgo.
Rio de Janeiro, Educam.
SIQUEIRA, Edmundo. Resumo Histórico de The Leopoldina Railway
Company Limited, RJ,
Gráfica Editora Carioca, 1938.

SI T E S Mundo das Marcas


CON SULTADOS www.mundodasmarcas.blogspot.com.br

Triumph Internacional
www.triumph.com

61
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
P R E S ID E N T E D O S IS T E M A FIR J A N

CRÉDITO S Cezar Vasquez


D IR E T O R - S U P E R IN T E N D E N T E S E B R A E RJ

Marcelo Porto
P R E S ID E N T E D O S IN D V E S T

DIRETORIA SINDVEST
Alexandre Rangel
Patrícia Ribeiro Schuabb
Janaina do Nascimento
Carlos Eduardo de Lima
Nely de Souza Teixeira
Jamil Brum Kazan
Rita Nazaré Tardin
Eleonora Maria Monnerat Erthal
Andrea Luiza de Souza Barbosa
Elver Rodrigues da Silva
Neucileia Layola Porto
Paulo Roberto Chelles
Wagner Marquette
Victor Soares Rodrigues
José Carlos Bastos
Aderson Carvalho

Márcia Carestiato Sancho


P R E S ID E N T E D O C O N S E LH O D A M O D A

63
Coodernação Editorial
André Abicalil Cereja
José Manoel Pereira

Projeto gráfico
CRÉD I TO S Layout DMP

Design e diagramação
Demian Lamblet

Textos
Rebecca Coutinho

Imagens históricas
Fundação D. João VI

Imagens originais
Rebecca Coutinho
Regina Lo Bianco
Osmar de Castro

Agradecimentos
Nelson Augusto Bohrer

Impressão
Gráfica Regente, Maringá - PR

Edição 2015

64

Você também pode gostar