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História do Paraná

➔ Paraná: Movimentos de Ocupação do Território


● O Paraná era ocupado inicialmente por povos nativos: Tupi-guaranis,
caingangues e xoclengues;
● Os paranaenses pertenciam à família tupi-guaranis e je. Foram os tupis que
deram nome ao Estado: Rio caudaloso;
● Os primeiros contatos do nativo paranaense com o homem branco foram
conflituosos. Nas terras de Vera Cruz, o conceito de guerra justa era
empregado para justificar a captura, aprisionamento e escravização de
indígenas;
● As características socioculturais desses povos eram:
➢ Agrafos: Não dominavam nenhum tipo de escrita;
➢ Sociedades tribais;
➢ Propriedade: Não existia propriedade privada, apenas coletiva;
➢ Coivara: Faziam queimadas controladas para abrir clareiras e
descampados, preparando o solo para plantar;

● Chegada dos Europeus XVI: Chegava ao território o bandeirante Aleixo


Garcia; (Nesse século o território ainda era dominado pelos Espanhóis;
● Paraná Espanhol 1557: Na região do atual estado que era de domínio
Espanhol, estimulou-se que a ordem religiosa dos vicentinos contatasse a
bacia hidrográfica do rio da Prata e percorre a costa meridional com muita
frequência. Quando em 1557 nasce, na Foz do Rio Piquiri, com o nome de
Ciudad Real del Guayrá, o Paraná, que junto com Vila Rica do Espírito Santo,
nas margens do Ivaí, tornou-se Província de Vera ou do Guayrá;
● Paraná Portugues: No início do século XVI os portugueses criaram duas
capitanias. A Capitania de São Vicente (entre a Barra de Paranaguá e a de
Bertioga). E a Capitania de Sant'Ana, desde a Barra de Paranaguá até onde
fosse legítima pelo Tratado de Tordesilhas. O Paraná Portugues teve suas
raízes ligadas ao Ciclo do Ouro. Até a metade do século XVII, o litoral sul da
capitania de São Vicente, da qual pertencia parte do estado do Paraná, recebeu
visitas esporádicas de europeus à procura de madeiras de lei.
● Ouro no Paraná: Os colonizadores acreditavam existir grandes jazidas de
ouro e prata em Paranaguá. Salvador Correia de Sá (1613 tornou-se
superintendente das minas do sul no Brasil), veio em busca das minas de ouro
também, porém não obteve sucesso. Visconde de Barbacena enviou para as
minas do sul do Brasil o espanhol Rodrigo de Castelo Branco, que também
desmentiu a existência de ouro na região.
● Consequências da busca por ouro: Embora não tenha sido encontrado ouro
na região, essa busca culminou na fundação da Bahia de Paranaguá, em 1648,
na margem esquerda do Rio Taquaré (Hoje Itiberê). Outras vilas nasceram
como: Antonina, Morretes e no primeiro Planalto.
➢ Curitiba: A vila de nossa senhora da luz, também advém do ciclo
aurífero, em 29/03/1693 é erguido o pelourinho (símbolo do poder
legalmente constituído).
● Do litoral ao Oeste: O litoral sul do Brasil era explorado com intermitência,
isso motivou que indígenas e minérios fossem procurados. Do litoral, os
paulistas foram adentrando para oeste, procurando indígenas, ao mesmo tempo
que, a leste, na região onde atualmente encontram-se localizadas as cidades de
Paranaguá e Curitiba, a principal atividade era a mineração.
● Razões para a ocupação: (Até 1960, toda a região estava ocupada)
1. Paraná Tradicional XVII, XVIII e XIX: Iniciando com a procura de
ouro, estruturando-se no latifúndio campeiro dos Campos Gerais, com
base na criação e no comércio do gado e, mais tarde nas atividades
extrativas e no comércio exportador da erva-mate e da madeira.
2. A segunda resulta da ocupação das grandes florestas dos vales
Paranapanema, Paraná, Ivaí e Iguaçu;
3. A terceira e última, a partir do final da década de 1930, inicia-se a
ocupação nas regiões Sudoeste e Extremo Oeste por parte migrantes
vindos do RS, e principalmente de SC, que implantaram o regime de
pequenas propriedades e a policultura, predominantemente de cereais e
oleaginosas. Também se dedicavam à criação de suínos.

➔ Paraná na Guerra dos Farrapos


● Guerra dos Farrapos 1835 a 1845: Logo na metade do século XVIII o Paraná
teve uma participação importante na contenção do conflito que se iniciou no
RS e SC. Após os revoltosos proclamaram a República Rio-Grandense, sob a
presidência de Bento Gonçalves, e também a República Juliana de SC (1836-
1839). O Império enviou para finalizar o conflito separatista, Duque de
Caxias, este por sua vez recebeu o apoio da 1comarca de Curitiba.

➔ Paraná: A dinâmica do Tropeirismo


● Refere-se a colonização tropeira na região dos Campos Gerais, em
consequência do Caminho das Tropas, onde fundaram as cidades e deixaram
um legado cultural e econômico. Surgiu como uma nova atividade comercial
com finalidade de promover a interligação dos pólos econômicos do Brasil. Os
alimentos eram trazidos no lombo de mulas e cavalos que cortavam várias
trilhas capazes de integrar diferentes pontos da geografia nacional. Quando
não aproveitavam as estradas há muito tempo abertas pelos índios, os tropeiros
tinham o trabalho de desbravar a mata virgem para a criação de novas rotas. O
transporte era feito com cavalos e muares xucros da região missioneira do sul,
tocados pela estrada de Viamão-Sorocaba, aberta em 1731. Os tropeiros
foram importantes na ocupação do segundo Planalto. Algumas cidades que
surgiram foram: Lapa, Ponta Grossa, Castro, Piraí do Sul e Jaguariaíva,
Campo do Tenente, Campo Largo, Carambeí, Castro, Palmeira. Em 1986 o
tropeirismo foi considerado como patrimônio cultural do estado. Hoje, foi
criada a Rota dos Tropeiros, uma estrada repleta de pontos turísticos que
retratam a importância dos tropeiros para o estado.

➔ O Café no Estado do Paraná


● Iniciando o seu cultivo no final do século XIV, o cultivo do café no Paraná
veio como consequência natural da marcha do grão para o oeste de SP.
Importante para o desbravamento, povoamento e desenvolvimento de todo o
norte paranaense. O café possibilitou a formação e ampliação de linhas de
estradas de ferro, fundou vilas, criou cidades e fez surgir toda uma região
antes inexistente. Juntamente com o plantio do grão, a Companhia de Terras
Norte do Paraná foi de suma importância para tal feito, pois ela quem planejou

1 Em 1710, foi fundada a Capitania Geral de São Paulo, que abrangia os territórios das capitanias de
Paranaguá, São Vicente, Santo Amaro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e se estendia para o Sul da
colônia. Nesse momento, portanto, o território paranaense passou a estar sob tutela paulista, com a
denominação de 5º Comarca de São Paulo, com sede em Paranaguá.
todo o desbravamento, ampliação e criação de rotas de escoamento para a
região. Aproveitou-se também do Convênio de Taubaté (1906), um tratado
governamental que buscava fortalecer as políticas do café na época e acabou
por auxiliar o Paraná, sendo uma opção para os produtores.
● O desbravamento das terras trouxe imigrantes japoneses e europeus, além dos
típicos trabalhadores em sistema de colonato. Já no século XX, atingiu seu
auge, apresentando o Paraná como maior produtor e exportador do grão em
todo o país, à frente até do antigo líder, São Paulo. Trouxe uma explosão
demográfica e desenvolvimentista que repercute até hoje, dando nascimento a
cidades muito importantes, como Londrina e Maringá.
● Os fluxos migratórios se intensificaram a partir da década de 1850, quando o
estado obteve sua independência e deixou de ser província de SP. Somente
entre os anos de 1853 e 1886 o Paraná recebeu aproximadamente 20 mil
migrantes, que formaram diversas colônias no território. Os alemães, por
exemplo, foram os primeiros a chegar ao Paraná, em 1829, fixando-se em Rio
Negro.

➔ A Emancipação Política do Paraná


● Enquanto o território do Paraná era a comarca de São Paulo, havia diversos
problemas, dentre eles: Péssima segurança, falta de escolas, justiça precária,
corrupção e pesados tributos. A partir de 1811 parte da população começou a
lutar por sua liberdade político- administrativa. Pedro Joaquim de Sá,
representante da Câmara de Paranaguá, foi a pessoa responsável por
apresentar a D. João VI as vantagens da separação do Paraná de SP.
● Em 1821 houve outra tentativa sob a liderança do Capitão Floriano Bento
Viana, o movimento Conjura Separatista, no entanto, não prosperou.
● Após diversos adiamentos e tentativas de atrapalhar a emancipação política do
estado, outros estados começaram a apoiar essa separação com objetivo de
diminuir a importância política de SP. E em 02 de agosto de 1853, o projeto da
comarca do Paraná foi aprovado e, em 29 do mesmo mês, foi criada a
província paranaense. E em 19 de dezembro de 1853 aconteceu a instalação
solene da 2nova província, tomando posse o primeiro presidente, Zacarias de
Góes e Vasconcellos.

➔ O Ciclo da Erva-Mate
● A erva-mate é parte integrante dos símbolos do Estado do Paraná, estando
representada como um ramo de planta, na bandeira do brasão estadual.
● Com essa atividade ervateira, o Paraná foi se estruturando, abrindo estradas,
fundando vilas e cidades, por exemplo, a estrada de ferro Curitiba Paranaguá.
● A Argentina começou a importar ervas exclusivamente brasileiras, o que
beneficiou o cultivo da planta em SC, PR e MTS. Com isso a erva-mate
começou a representar 85% da economia paranaense, fato importante para a
emancipação do Paraná no século XIX.

➔ A Guerra do Contestado 1912 - 1916


● Foi um movimento messianico, assim como o de canudos. Envolveu cerca de
20 mil camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes federal e
estadual. Os conflitos ocorreram numa área de disputa territorial entre os
estados do PR e SC. O conflito não tem nenhuma relação com a disputa pela
região entre os dois estados. Líder: José Maria de Santo Agostinho,
messianismo.
➢ Causas:
1. Construção de Estrada de Ferro (Ficou a cargo da empresa
Brazil Railway - Percival Farquhar) entre São Paulo e Rio
Grande do Sul
2. Com a construção da estrada milhares de famílias de
camponeses perderam suas terras.

2 A nova província recebeu o nome de Paraná, denominação que vem da língua Guarani e significa
“semelhante ao mar”, por ser o nome do maior curso d ́ água do território paranaense, o Rio Paraná.
O Presidente Zacarias de Góes e Vasconcellos manteve Curitiba como Capital da Província do Paraná
e a dividiu em três comarcas: Curitiba, Paranaguá e Castro. Nesse momento, o Paraná tinha em seu
território duas cidades – Curitiba e Paranaguá –, sete vilas – Guaratuba, Antonina, Morretes, São José
dos Pinhais, Príncipe (Lapa), Castro e Guarapuava –, seis freguesias – Campo Largo, Palmeira, Ponta
Grossa, Jaguariaíva, Tibagi e Rio Negro – e cinco capelas curadas – Guaraqueçaba, Iguaçu,
Tindiquera (atual Araucária), Votuverava (Rio Branco) e Palmas. A população era de
aproximadamente 62.258 habitantes. A vida econômica era baseada na pecuária, muares, agricultura
de subsistência, comércio, indústria extrativa de erva-mate e indústria de transformação incipiente.
3. Interesses do capital estrangeiro acima dos interesses da
população
● Posse de terras não regularizada
➢ Consequências
1. 5 mil mortos e feridos
2. Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina.
● Surgimento das cidades de Mafra, Joaçaba, Chapecó e de Porto União.

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