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ANHANGUERA EDUCACIONAL

POLO IGARAPAVA

CURSO: Educação Física

Vinícius Cesar Rama Orlando


RA: 26423282

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL

Igarapava - SP
2020
Vinícius Cesar Rama Orlando
RA: 26423282

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL

A Produção Textual Individual (PTI) - apresentada à


Anhanguera Educacional, como requisito parcial para a
obtenção de média semestral nas disciplinas de Tutor a
distância:
 CIÊNCIAS MOLECULARES E CELULARES
 METODOLOGIA DO ENSINO DO BASQUETEBOL
 METODOLOGIA DO ENSINO DO FUTEBOL E
FUTSAL
 PRÁTICAS PEDAGÓCIAS : GESTÃO DE SALA DE
AULA
 SAÚDE COLETIVA

Discentes:
 Douglas Cardoso Giancarelli
 Lúcio Flávio Soares Caldeira
 Marcio Teixeira
 Ansio Calciolari Junior
 Danieli Juliane Garbuio Tomedi

Igarapava - SP
2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO......................................................................................4
2.1 A influência da pandemia na educação física........................................................4
2.2 O uso de jogos para o ensino de modalidades coletivas........................................5
3 CONCLUSÃO....................................................................................................11
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................12
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1 INTRODUÇÃO

A educação física enquanto área tem muito a ganhar com uma abrangência maior de
seus conceitos, incluindo ensinamentos de áreas diversas. Esse artigo tem como proposta
trazer isso a tona, focando, em primeiro lugar, na necessidade de trazer conceitos de saúde
pública para os educadores físicos, mesmo em situações como a pandemia que estamos
vivendo. Em segundo, há uma abordagem abrangente do ensino, mesclando conceitos da
teoria dos jogos com o ensino de esportes coletivos.
Como educador físico, a função do professional é entender a importân dos esportes
para o desenvolvimento tanto físico quanto mental dos alunos, e, além disso, saber como a
situação atual do mundo influencia no ensino do mesmo. O tema central desse trabalho, então
será redigir uma Produção textual interdisciplinar cujo temas serão “INFLUÊNCIA DA
COVID-19 NO DESEMPENHO ESPORTIVO E A METODOLOGIA DE ENSINO DOS
ESPORTES COLETIVOS”.Para tal fim, será levado em consideração alguns textos de apoio,
que estão no final desse trabalho, na sessão de referênciais bibliógraficas.
O desenvolvimento do trabalho será dividido em duas etapas principais, que estarão
contida no desenvolvimento do artigo, sendo que a primeira parte, que consiste em uma
produção analítica e textual, terá como tema base “Fatores importantes que envolvem os
efeitos da Covid-19 no desempenho esportivo e a metodologia de ensino dos esportes
coletivos”. O Objetivo dessa produção textual, será, portanto, discutir à respeito dos principais
riscos e efeitos relacionados ào covid que podem influenciar a prática de esportes e colocar
em risco a saúde e segurança dos atletas, destancando especialmente o risco de lesões
cárdiacas e pulmonares, assim como a diminuição da imunidade decorrente do esforço físico.
Será levado em consideração os principais estudos epidemeológicos e será discutido como
esses riscos influenciam na modalide dos ensinos coletivos.
A segunda parte do desenvolvimento consiste na resolução de uma situação problema,
onde um professor de educação física terá como objetivo desenvolver 3 modalidades
coletivas em suas atividades, sendo que as selecionadas foram o basquetebol, o futebol e o
futsal. Todos as três modalidades são consideradas coletivias e invasivas, dada que se tem
uma quadra e os jogadores tem como objetivo fazer cesta ou gol, sendo que os times rivais
são considerados adversários. Dessa maneira, tem-se que o aprendizado de um jogo como
futebol pode ajudar o aluno e evoluir também no futebol, dado que algumas modalidades se
conectam. O objetivo, portanto, será apresentar um bom plano de sensino para as modalides
desportivas, baseado também em outros jogos/brincadeiras que podem auxiliar no ensino.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A Influência da pandemia na educação física

O advento do vírus COVID-19 no começo de 2020 trouxe a tona um medo iminente


na população e forçou as pessoas a mudarem suas rotinas de forma drástica, devido ao perigo
de realizar atividades que antigamente eram corriqueiras. Ir ao cinema, ir ao bar com amigos,
jogar futebol no final de semana, etc. Todos esses pequenos aspectos do dia ao dia foram
perdidos pela ameaça imenente do vírus.Algumas pessoas, no entanto, devido à pressão
resultante do isolamento social, não conseguiram acatar às devidas regras da quarentena, e
consequentemente ajudaram a propagar o vírus na sociedade. Entre esse grupo se encontra,
infelizmente, muitos profissionais do setor de educação física.
Já no meio de 2020, muito perto do pico da pandemia, muitos donos e instrutores de
academias de musculação e ginástica fizeram protestos vocais, clamando pela reabertura das
mesmas. Os argumentos apresentados por muitos desses profissionais, no entanto, pecaram
na compreensão de saúde básica e foram contraditórios à ciência, em especial à inúmeros
artigos relacionados à assuntos tais como epidemiológia, imunologia e medidas sanitárias.
Esses profissionais, contrariando às recomendações da comunidade médica e cientifíca,
colocaram, mesmo que não intencionalmente, a vida de uma grande quantidade de pessoas em
risco, especialmente aqueles que pregaram a reabertura porém não tomaram as medidas
adequadas para prevenir a disseminação do vírus. Atitudes como essa reforçam a importância
de ser incluso na graduação de educação física conhecimentos voltados para a saúde pública.
Temos que o cenário atual do Brasil e do mundo é propício para discutir uma
aproximação da educação física com a saúde coletiva, e temos que essa reflexão é pertinente
para todo o campo e escopo da área, não apenas para os profissionais que desejam atuar no
SUS(Sistema unificado de saúde).Segundo o artigo ‘A urgência da Saúde Coletiva na formação
em Educação Física: lições com o COVID-19’, temos que a área da educação física já fez avanços
significativos nesse quesito. Segue um texto retirado do artigo:
Nos últimos anos a EF, enquanto área do conhecimento, se aproximou da Saúde
Coletiva, inclusive com o crescimento da epidemiologia da Atividade Física e com a
formação de muitos profissionais em programas de pós graduação Stricto Sensu em
Saúde Coletiva ou Epidemiologia e a aproximação de programas de pós-graduação
da EF com temas próximos ao campo da Saúde Coletiva; Em relação à EF enquanto
profissão, a criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família9 (agora intitulado
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Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica – NASF-AB), representou


um marco importante, pois materializou a possibilidade de inserção do Profissional
de EF na Atenção Básica à Saúde e a realização do trabalho interprofisisonal neste
contexto;

A respeito da reabertura das academias na época do auge da economia, temos que


interpretar à questão com uma visão multifacetada. É compreensível a preocupação dos
donos de academia em reabrir seus negócios, dado que é deles que advém o sustento para as
suas famílias e que, no Brasil, muitas empresas, especialmente as pequenas, não possuem
dinheiro suficiente em caixa para sustentar a empresa durante muitos meses de lockdown.
Temos, no entanto, que esse é um problema que afeta não somente os profissionais dessa área,
mas quase todos os setores comerciais em vigor, com exceção de poucos (e-commerce,
serviços de streaming, etc).Por isso torna-se importante utilizar de fontes confiáveis e confiar
nas diretrizes propostas pela comunidade científica.
Boa parte dos educadores e profissionais que estavam defendendo a reabertura das
academias de musculação e de ginástica estavam usando como base 3 argumentos
principais:a) a atividade física pode ajudar a proteger contra o corona, dado que sua prática
melhora o sistema imunológico;b) mais pessoas no Brasil morrem devido a doenças como
diabetes e hipertensão, problemas crônicos que estão relacionados ao sedentarismo;c) o
ministério de saúde reconhece a importância da Educação física no enfrentamento do
coronavírus.
Todos esses argumentos falham em uma análise mais rigorosa, utilizando conceitos
de imunologia e epidemiologia..Outros, tais como o que diz respeito à condições crônicas tais
como a diabetes e a hipertensão, demonstram uma ignorância a respeito de conceitos tais
como grupo de risco, fator de risco e causa necessária.Por razões como essas se torna
implícito a necessidade da educação desses profissionais à respeito de saúde pública, em
especial sobre a natureza do vírus e suas principais conseqüências, sindomas, e métodos de
propagação.
Parafraseando Armênio Uzunian, em seu artigo “Coronavírus SARS-CoV-2 e Covid-
19” temos o vírus causador da doença Sars, a síndrome respiratória aguda grave conhecida
COVID-19 é um vírus pertencente a família Coronaviridae de ácido ribonucléico que ataca
especialmente os pulmões. A COVID-19 é um vírus extremamente contagioso, cujos principais
sintomas incluem: febre, tosse, cansação, perda de paladar ou olfato, dores de garganta, dores de
cabeça, dores e desconfortos.

Temos que o coronavírus, embora possua uma chance de afetar qualquer pessoa, possua
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grupos de risco, de tal que forma que caso um desses venham a contrair o vírus os mesmos
possuem uma probabilidade maior de apresentar sintomas mais graves e potencialmente letais. Os
principais grupos de risco são: idade avançada, superior à 60 anos; tabagismo; obesidade;
hipertensão arterial; diabetes, entre outros. Esses grupos devem tomar cuidado especial com a
doença.

As principais medidas que devem ser tomadas para diminuir a propagação desse vírus tão
perigoso são, novamente citando Armênio Uzunian:

“As medidas preventivas são aquelas habitualmente divulgadas pelas autoridades de


saúde pública e pela mídia: evite aglomerações, mantenha distância entre pessoas,
permaneça nas residências e dirija-se a algum estabelecimento somente em casos de
extrema necessidade, ou seja, adote o isolamento social. O uso de máscaras e luvas
também é recomendado, principalmente quando o indivíduo necessita sair de casa.
Em muitas cidades, estabelecimentos considerados não essenciais foram fechados,
permanecendo abertos apenas os essenciais, como supermercados, farmácias,
hospitais e centros de tratamento especialmente construídos e destinados a essa
finalidade. Devido a esse cenário, o serviço de entregas tem sido utilizado com
bastante frequência em muitas lugares. Como outras medidas para conter a
disseminação do vírus, o tráfego entre cidades foi bloqueado para reduzir a
possibilidade de propagação.

Atletas, em especial, deveriam se preocupar com o coronavírus, pois embora a atividade


física de fato diminua a probabilidade da contração do coronavírus em indivíduos suficientemente
ativos (FILHO, M. P; et al., 2020), a possibilidade de contração da doença ainda existe e
mesmo nos casos onde o vírus não seja letal, existe a possibilidade de seqüelas permanentes e
irreversíveis ao sistema pulmonar e cardíaco.Temos que o acometimento cardíaco é visto em
até 22% dos pacientes hospitalizados (FILHO, M. P; et al., 2020).Esses riscos e lesões,
mesmo que não venham a ser fatais, podem prejudicar severamente a perfomance de atletas
de alto rendimento.

Temos, portanto uma questão complexa: a atividade física pode, de fato, melhorar a
saúde de um indivíduo e o torná-lo menos suscetível ao COVID. A documentação científica à
respeito dos benefícios do esporte para a saúde, tanto mental quanto física, de um indivíduo, é
muito vasta e antiga.Dessa forma, praticar exercícios físicos pode ajudar a pessoa a se mantar
mais saudável e diminuir a probabilidade da mesma contrair o vírus, além de aumentar o bem
estar mental da pessoa.Esses benefícios, contudo, não sobrepõem os riscos impostos devido
ao coronavírus e as restrições do isolamento social, portanto, devem sim ser respeitadas.

O argumento freqüentemente utilizado pelos donos de academias, à respeito da


importância da educação física para a melhoria da saúde, é correto em partes. Embora a
prática de esportes possa influenciar e diminuir a probabilidade de uma pessoa contrair o
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coronavírus, esse não é o único fator involvido, e deve-se levar em consideração a rapidez do
contágio da doença. Em uma academia lotada, onde todas as pessoas tem contato com os
mesmos equipamento e, portanto, a transmissão do vírus é muito mais rápida que em um
ambiente comum, os efeitos benéficos causados pelo esporte são praticamente nulos dada as
circunstâncias não sanitárias e fora das normas da comunidade médicas. Trata-se, portanto, de
uma meia verdade.

O segundo argumento utilizado , aquele relacionado ao grupo de risco, que diz que
doenças crônicas causadas pelo sedentarismo, tais como a diabetes e hipertensão, matam
muito mais que o coronavírus, também caí sob uma análise mais criteriosa . O sedentarismo
realmente é o mal do século. Temos que, segundo dados da OMS, doenças relacionadas ao
sedentarismo matam em média 300 mil pessoas por ano no Brasil. Um número altamente
expressivo, e olhando para os números fora do contexto talvez a comparação possa fazer
sentido.O primeiro caso de covid-19 ocorreu em 26/02, calculando a média temos 363 mil
mortos por ano, um número superior aquele causado pelo sedentarismo.Além disso, temos
que o coronavírus aumenta a chance de morte daqueles que já possuem tais doenças, então a
relação está muito longe de ser excludente.Esse argumento, portanto, não se sustenta.

O terceiro, que diz que o Ministério de Sáude enxerga o potencial do exercício físico
no combate ao covid-19, também é uma meia verdade. O ministério de fato enxerga esse
potencial, mas os principais responsáveis ainda são os setores de medicina e enfermagem.

Podemos concluir, portanto, que a educação física e o esporte de fato são úteis para
melhorar a saúde e diminuir o risco de um indivíduo contrair coronavírus, mas mesmo assim
deve ser realizado com cautela. Caminhadas, corridas e exercícios que estimulam o corpo e o
sistema sanguíneo são recomendados pelos médicos.Eles devem, no entanto, ser realizado em
ambientes com poucas pessoas e reduzir ao máximo a chance de contágio. Lugares que
prezam pela atividade física mas possuem uma aglomeração muito maior do que a
recomendada pelos especialistas, no entanto, devem ser evitados, dado que as condições de
tais locais os tornam muito mais propícios para a propagação do vírus.

Temos, portanto, que é perfeitamente possível se exercitar de forma segura em meio


a pandemia, basta respeitar as normas e diretrizis da comunidade científica e ter bom senso,
dando prioridade para ativades solitarárias, em espaços abertos, com fluxo baixo de pessoas.
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2.2 O uso de jogos para o ensino de modalidades coletivas

Um professor de educação física de uma dada escola deve incluir, entre as atividades do
currículo, 3 modalidades desportivas coletivas. Após um período de ponderação, o professor
escolheu as seguintes modalidades desportivas: Futebol, futsal, e basquetebol. Estudando à respeito
desses esportes, eles perceberam que os 3 pertenciam a uma família comum de modalidades: A de
esportes coletivos e invasivos, dado que ambos são jogando em 2 times, sendo que o objetivo
comum é acertar o alvo(gol ou cesta) que se encontra no lado adversário. O professor decidiu, no
entanto, fazer uma abordagem mais geral, de uma maneira que poderia desenvolver nos alunos as
habilidades necessárias nesses esportes através de jogos e atividades diversas, dado que alguns
desses jogos podem ser benéficos para alguma habilidade em específico usada nos esportes. O
professor deu prioridade a família de jogos/brincadeiras com bolas nos pés (da qual o futebol e o
futsal fazem parte) e a família de jogos/brincadeiras de bolas com as mãos( da qual o basquetebol
faz parte.Dessa maneira, seria possível utilizar diversos jogos para desenvolver as habilidades
necessárias nos esportes coletivos.

Primeiramente, é necessário definir qual é o conceito de jogo e como o mesmo pode ser
relacionado com as modalidades desportivas em questão. Embora o conceito de jogo seja
amplamente utilizado, o seu conceito acaba se tornando abrangente demais e, consequentemente,
brincadeiras e atividades que não se tratam de um jogo são tratadas como tal. A respeito desse
assunto, Kishimoto(1998, p.1) diz que :

Existem termos que por serem empregados com significados diferentes, acabam se
tornando imprecisos como o jogo, o brinquedo e a brincadeira. A variedade de jogos
conhecidos como faz-de-conta, simbólicos, motores, sensório-motores, intelectuais
ou cognitivos, de exterior, de interior, individuais ou coletivos, metafóricos, verbais,
de palavras, políticos, de adultos, de animais, de salão e inúmeros outros mostra a
multiplicidade de fenômenos incluídos na categoria jogo (KISHIMOTO, 1998, p. 1).

Algumas brincadeiras e esportes podem ser classificados como jogos, enquanto outras
não. Um jogo é conceito abrangente que existe de muitas formas , tais como jogos de
tabuleiro, esportes coletivos, entre outras. As características principais de um jogo são que o
jogo tem como finalidade si mesmo, ou seja, em um jogo a preocupação maior n ão é a
preparação para algo futuro, e sim com superar as adversidades simuladas no mesmo, sendo
movido assim, por um impulso de auto-superação.Além disso, um jogo deve,
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necessariamente, possuir regras inerentes ao mesmo, possibilitando que o jogador ( ou


jogadores) atuem no escopo de suas regras para atingir seus objetivos. Essas regras limitam
as ações do jogador mas também estimulam sua criatividade e outras habilidades devido à
limitação.

São diversas características necessárias para definir o que realmente é um jogo, e todas
essas características fazem do mesmo algo polissêmico, capaz de pertencer a várias áreas
distintas. Existem jogos de tabuleiro que priorizam a estratégia( xadrez) assim como existem
jogos de cartas que priorizam ta nto a habilidade em blefar, quanto a estratégia e a
sorte(poker, truco) , jogos de movimento, que necessitam de habilidade corporal e
reflexos(queimada) e modalidades desportivas. Toda essa abrangência e conceitos
aparentemente paradoxais do jogo, tal como a complexidade advinda de regras simples, o
tornam uma ferramenta muito interessante para que um profissional de educação física utilize
no ensino de esportes, em especial aqueles de natureza coletiva, tais como futebol,
basquetebol e vôlei.

Como afirmado anteriormente, os jogos são sistemas complexos. Dado que os


esportes fazem parte da categoria de jogos, podemos entender que os esportes coletivos são,
também, por conseqüência, sistemas complexos.Isso pode ser observado em jogo como
futebol, por exemplo, com vários jogadores usando o máximo de sua habilidade corporal com
um fim único, pensando de formas rápidas na melhor maneira de atingir o objetivo (fazer o
gol), utilizando-se de diversas táticas, tentando desequilibrar a organização do time adversário
em busca da vitória.Ao pensar dessa maneira, pode-se perceber que tratar os esportes como
uma forma de jogo pode levar a maneiras de ensiná-lo que fujam do tradicionalismo e que
sejam, talvez, mais divertidas para os alunos.

Ao compreender a similaridade de jogos com o esporte, se torna possível criar uma


forma de ensino muito mais abrangente que a tradicional. O futebol, por exemplo, faz parte de
uma família de jogos de bolas com os pés, e ao ensinar qualquer um desses jogos para o aluno
o instrutor estará ensinando ao mesmo habilidades necessárias no futebol.Dessa maneira, ao
utilizar os jogos para o ensino o instrutor está aceitando a complexidade do mesmo e
ensinando o aluno a pensar como um todo, e ao ensiná-lo dessa maneira é possível
abordagens e metodologias que nunca aconteceriam sob uma ótica tradicional e individualista,
na qual se ensina apenas as regras de cada esporte. Ao tratar os esportes como jogos, o
instrutor pode ensinar aos alunos habilidades que serão importantes em todos esportes
coletivos.
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De acordo Scaglia (2003), jogos distintos podem pertencer à uma mesma família.
Para tal, jogos que utilizem habilidades parecidas e tenham regras similares, por exemplo,
poderiam todos fazer parte da mesma família de jogos. Ao trabalhar com jogos no coletivo,
dessa forma, pode-se pensar que as habilidades adquiridas em um determinado jogo podem
ser utilizadas em um outro jogo da mesma família. Um dos principais exemplos disso são
família de jogos de bolas com os pés, na qual o futebol está incluso. Tem que se, ao tratar o
futebol e futsal como membros de uma família maior de jogos, possibilitada que ao ensinar
um as habilidades e conhecimento adquiridos pelo estudante sejam transferidas para o outro.

Segundo Bayer(1994), os esportes coletivos possuem uma lógica similar em certo


aspecto, embora as peculiaridades dos mesmo sejam muitas.Entre essas regras estão
principalmente as características de ataque e defesa: quando um t ime está atacando, ele tem a
intenção de manter a posse da bole, desestabilizar o time adversário e marcar o ponto (que
vária de acordo com o esporte). Do mesmo modo, quando um time joga na defensiva sua
visão muda e passa a ser recuperar a bola do time adversário, tentar defender sua parte da
quadra e impedir que o time adversário atinja sua meta. Dessa maneira, temos que os esportes
coletivos fazem parte de uma família de jogos e, portanto, possuem habilidades requeridas
similares..

Dessa maneira, percebe-se que a família dos jogos de esportes coletivos, que engloba
todas as modalidades esportivas citadas, está intimamente relacionada com inúmeras outras
famílias de jogos

Para demonstrar a possibilidade dessa abordagem multidimensional no ensino da


educação física, será pegado como exemplo alguns jogos de bolas e suas relação com
modalidades desportivas tais como o futebol e o futsal.

Vamos pegar 3exemplos da família de jogos, dois da família de bola com os pés e
outro da família de bolas com as mãos, e discutir suas similaridades e benefícios de serem
trabalhados em conjunto com o futebol, como elementos de um mesmo conjunto
interconectado:A rebatida , o gol-a-gol e o bobinho.

A rebatida é um jogo muito famoso e popular entre os amantes de bola. É um jogo que
é jogado entre duas duplas, sendo que uma fica no gol enquanto a outra tem 5 tentativas para
acertar o gol, sendo que gols simples valem 1 ponto e gols que rebatem na trave ou goleiro
valem mais pontos.
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Outra modalidade de jogos de bola com os pés, esse mais simples que a rebatida, é o
gol a gol. Esse jogo é muito simples, e pode ser jogado por apenas duas pessoas. As pessoas
devem ficar posicionadas uma em cada gol e devem jogar um contra o outro, tentando atacar
o gol do adversário.

Outro jogo de bolas, dessa vez com as mãos, muito conhecido é o bobinho. O bobinho
é um jogo extremamente simples, que consiste em um número n de participantes que vão se
forma em um círculo a volta de outro participante, que será denominado o bobinho. Os
jogadores em volta do bobinho tem como objetivo transferir a bola de um para o outro sem
que o bobinho consiga captura - lá. Caso alguém perca a bola para o bobinho o mesmo vai
para o centro da roda e o bobinho para a parte externa.

Esses 3 exemplos são ínfimos diante da imensidão de possibilidades advindas desse


tratamento do esporte de uma maneira menos tecnicista e com possibilidades maiores,
abandonado em parte o foco em modalidades individuais e vendo como todos os esportes, em
especiais os coletivos, possuem uma correlação e fazer parte de uma família imensa de jogos,
que se correlacionam de maneira complexa e cujas habilidades e competências requeridas, na
grande maioria das vezes, não são mutuamente exclusivas. O professor em questão, ao tomar
essa abordagem, estará mostrando aos alunos um mundo totalmente diferente da educação
física, na qual eles serão capazes de desenvolveram suas faculdades motoras e mentais de
maneira muito mais eficiente e serão capazes, devido a abrangência do conceito de jogo,
expandir seus conhecimentos para uma gama muito maior de esportes coletivos e jogos.

O professor estará, dessa maneira, contribuindo muito para acabar com a mentalidade
tecnicista atualmente presente em muitos acadêmicos da área de educação física e ainda
ensinará os seus alunos uma gama de esportes e jogos muito maior. Utilizando-se da
similaridade entre jogos e esportes, se torna possível ensinar e integrar ao mesmo as 3
modalidades esportivas coletivas que o professor escolheu, que são o futsal, futebol e
basquetebol .Compreendendo que todas essas modalidades não tratam-se apenas de esportes
isolados, peças pequenas de um todo, mas sim de uma grande família extremamente complexa
de jogos, se torna possível criar uma abordagem integrativa e abrangente, de forma que o
ensino das 3, aliadas a jogos tais como bobinho, gol a gol e rebatida, irá ensinar os alunos de
forma muito mais efetiva do que o tratamento das mesmas isoladamente.Tem-se, portanto,
uma abordagem muito mais efetiva e eficiente no ensino de esportes como um todo, além de
aumentar a diversificação das atividades realizadas pelos estudantes, aumentando e
estimulando, portanto, o interesse dos mesmos na educação física
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3 CONCLUSÃO

Após o termino das duas partes desse artigo, chega-se a conclusão de que o
professional da educação física pode e deve ter uma mente mais abrangente no que diz
respeito a outras formas de saberes, tais como os conceitos envolvendo jogos e a maneira
como os mesmos estão relacionados a ativades desportivas coletivas e como a educação física
pode ser influencida em situações inusuais de saúde pública, como a pandemia do covid-19.
Na primeira produção textual, cujo tema foi a “INFLUÊNCIA DA COVID-19 NO
DESEMPENHO ESPORTIVO E A METODOLOGIA DE ENSINO DOS ESPORTES
COLETIVOS”, foi discutido sobre a importância da inclusão e do ensino de conceitos de
saúde pública à profissionais da área de educação física. Nele, foi discutido como a ignorância
de certos profissionais à respeito de conceitos de de epidemiologia levaram à conclusões
precipitadas e potencialmente danosas à saúde pública, como a abertura de academias em
meio a pandemia sem as devidas precauções. Foram discutidos os principais argumentos
usados pelos profissionais que defendiam tais medidas, tais como os benefícios da atividade
física para a saúde, fortalecendo o sistema imunilógico e prevenindo o covid-19.Chegou-se a
conclusão de que embora de fato a atividade física seja altamente benéfica para a sociedade e
deva, de fato ser praticada durante a pandemia, a mesma deve ser feita de uso responsável e
seguro, respeitando as normas restritivas.
Na segunda parte, usou-se uma situação problema de um professor que deveria ensinar
3 modalidades coletivas de esporte, que foram escolhidas como o futebol, futsal e
basquetebol. Para o ensino dessas 3 atividades em específico, foi escolhido uma abordagem
mais focada no conceito de jogos, retratando a similaridade de esportes com o conceito mais
geral e complexo de jogos. Dessa maneira, foi possível reconhecer que os esportes coletivos
estão englobados em uma diversa maneira de jogos, que podem ser agrupados em famílias de
acordo com suas diferenças e similaridades. Em especial, foi tratado o exemplo da família de
esportes coletivos e como os mesmos estão relacionados com jogos de bolas com as mãos e
com os pés, tais como gol-a-gol e bobinho.Dessa maneira, foi proposta uma abordagem mais
abrangente de ensino, na qual as diversas modalidades desportivas serão ensinadas em
conjunto com jogos, de maneira que as habilidades praticadas em cada uma delas estejam
interconectadas e possam se relacionar.Essa abordagem diversifica bastante o ensino dos
esportes coletivos, além de facilitar o ensino de múltiplas modalidades.
Pode-se perceber, portanto, que o professional de educação física deve sempre ter uma
mente aberta à possibilidades e nunca dispensar o conhecimento de outras áreas que possam
ser integradas ao ensino desportivo. Com o conhecimento da saúde pública, o profissional de
educação física pode saber como os esportes, aliados à uma alimentação adequada, podem
prevenir doenças advindas do sedentarismo, além de saber a maneira apropriada de praticar
esportes em situações atípicas, como a pandemia. Com o conhecimento de como os esportes
fazem parte de uma categoria complexa de jogos, o professor abandona a noção tecnicista de
que as modalidades desportivas não estão relacionadas, e consegue criar aulas muito mais
abrangentes e diversificas.
Pode-se concluir, então que um professional de educação física deve estar sempre
disposto a aprender e abordar conceitos de outras disciplinas em seu ensino, buscando trazer
aulas que respeitem os conceitos de saúde pública, além de serem mais plurais,
diversificadas e eficientes para os alunos. Dessa maneira, o ensino de educação física se
torna cada vez melhor e a sociedade como um todo colhe os frutos de tais mudanças.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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