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Poemas De Amor E Saudades


Copyright: ©Jub Esunga & Valdelice Nunes, 2021

Todos os direitos reservados a Jøfráseø – Editora.


Você não pode copiar, exibir, executar, criar obras derivadas nem
fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

Título: Epifanias, Poemas De Amor E Saudades


Autores: Jub Esunga & Valdelice Nunes
Edição: Jóseo Tshespiry - Jøfráseø Editora
Revisão: Eufrásio Steper ∕ Luduvina Zamúdia
Imagem de capa: Pinterest
Design de capa: Jóseo Tshespiry
Conversão e-book: Jøfráseø – Editora

Contatos dos autores:


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Facebook: Júnior Rosmini Júnior
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Facebook: Jøfráseø - Editora

Jøfráseø - Editora
Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a Deus que nos capacita no dom da


escrita. Depois ao leitor que nos motiva a continuar fazendo uso da
palavra para tocar suas emoções.
Agradecemos a JØFRASEØ – EDITORA, que se permitiu editar estes
versos de amor e saudade. Agradecemos a todos aqueles que direta e
indiretamente contribuíram para que este sonho se fizesse realidade.
Poetizar é uma maneira de se libertar e também agradecer ao
supremo que imprimiu na humanidade e nas coisas laivos e sorrisos de
poesias. E a primeira poesia é a natureza, pintada de cores e sabores
incomensuráveis.
Ser poeta, portanto é assemelhar-se ao Criador, imprimindo na
existência novos mundos, novos horizontes, novas naturezas conforme o
poder da imaginação e da reflexão. E por isso, agradecemos e nos
congratulamos por viver esse dom.
Esta obra é dedicada a todos os que vivem o amor nas
suas possibilidades e impossibilidades.
Prefácio

Se você acredita em mundo movido pelo amor, admira


as estrelas e navega nas ondas do amor, iluminado pelas
estrelas, você acabou de encontrar um grande achado
poético.
EPIFANIAS é uma seleção de poemas que exprime o
amor e a saudade em diferentes formatos, trazendo estilos
diferentes, mas que se encontram num ponto comum, o
anseio de viver plenamente o amor, nem que para isso
precise cruzar-se o oceano, construir pontes, derrubar muros,
aprender um novo idioma… O amor tem esse poder
transformador que altera o curso de muitas histórias, em
qualquer lugar do mundo, nas mais diferentes situações,
porque para viver um amor se faz necessário tomar alguma
decisão.
Por isso desde já, estás convidado a mergulhar neste mar
de sensações que trazem as letras, que uma vez unidas viram
palavras, formam frases, versos e estrofes e poemas
apaixonantes.
Abraços e boa leitura!

Jub Esunga & Valdelice


Nunes
Sumário

Primeira Secção
( POEMAS DE JUB ESUNGA )

Tua falta
Um beijo teu
No castelo dos nossos corações
Renúncia
Amo no teu ser
O prazer
Para sempre
Tão longe, tão aqui
Sou o lenço
Canto ao vento
Mocidade morta
Kalida
Vénus
Flor e borboleta
Computador da noite
Fogo em brasa
Musa
Não esperes o sol se pôr
Tudo te canta
Eloísa
Amor em taças de prazer
Quando o destino nos quer juntos
Meus olhos vagueiam atónitos
Romeu e Julieta
Exílio da razão
Afronta aos deuses
Era brilho de amor
Vejo-te a passar
Retrato
Deixa-me viajar nos teus olhos
Segunda Secção
( POEMAS DE VALDELICE NUNES )

Outras Vidas
Sabedoria ancestral
O que vê deixe lá!
Revelação
Pessoas Líquidas
Nomenclaturas
Abandono
Céu da Perfeição
Fadiga
Sou Penedense
Filho das Musas
Barro Vermelho
Invasão
Impura
Primeira Secção

(POEMAS DE JUB ESUNGA)


Sobre o autor:
JUB ESUNGA, nome literário de Júnior Baptista. Filho de João
Baptista e de Vitorina Malika. Natural de Benguela, 13 de janeiro de
2000. Estudante de Filosofia no Seminário Maior do Sagrado Coração
de Jesus – Luanda. Gosta de ler e escrever. Para além de poesias,
escreve também reflexões. Ainda nos tempos livres gosta de tocar
guitarra, ouvir música e às vezes passear.

“ Isso não é simplesmente poesia, é melodia que vem do coração “

JUB ESUNGA
“ Tua falta ”

Encostado à árvore da solidão


Desfolho lembranças de um amor
Perdido no tempo…

E vivo já sem ar
Asfixiado pela ausência do teu olhar
E quanto mais ausente, tanto mais premente
A nostalgia no fundo da alma
Deixando-me sem calma
E afogado em lágrimas salgadas
Em noites rasgadas e divididas
Em mil pedaços de dor!
“ Um beijo teu “

Acabaria com a minha agonia


E dar-me-ia mais alegria…

(Eis-me aqui afogado no mar do desespero


Por um amor que não me quer mais
Amando-a, porém, demais…
Sem ela não serei feliz jamais)

Um beijo teu me libertaria…


E de esperança e euforia meu peito encheria
Colorindo meus dias de doces melodias
Bálsamo para minha alma
Louca de dor, de nostalgias…

Nos teus lábios está o antídoto


Da minha dor…
Então seja ó beldade
Meu anjo salvador!

Pois nos teus lábios


Enxergo o doce mel que vivifica
Nos teus olhos o colorido paraíso
Repleto de sorrisos benditos…

Sou também uma borboleta


Dançando na expectativa
De beijar-te o favo
Mas deslumbrado com o teu fulgor
Contemplando-te de longe
Que nem um monge
Querendo de tudo sorver
Uma gota do teu fragor!
“ No castelo dos nossos corações ”

Somos mística e doação


Sonho e realização…
Almas gémeas se amando
E vivemos agraciados…
Recheados de ternura e paixão
Num amor sem limites, incondicional
Banhando-nos do calor
De nossos corpos amantes
Bebendo o néctar do amor
Em copos de prata e ouro
Entre duetos de poesias
Melodias do dia-a-dia

No castelo dos nossos corações


Somos dois anjos, longe da terra e do céu
Vivendo nosso paraíso de amor
Entre beijos de almas e sorrisos
Erguendo nosso olhar a Deus
Elevando incensos de ternura
Em jeito de louvor aos Céus

O amor é sagrado
Quanto o próprio sagrado
É Amor!
Daí vivermos sem temor
Pois sabemos que Deus
É amor e no amor nos movemos
Com ardor e fervor…
Pode julgar-nos o mundo
Mas a certeza de que Deus
Não é o mundo e vê tudo
Com outros olhos
Até ao mais profundo…
Reconforta-nos
Encoraja-nos
Emotiva e motiva
Nossos passos
Neste mistério
De comunhão
Através do amor.
“ Renúncia “

O pássaro sai da gaiola


Mergulha fundo
E o mundo viola…

E foge para bem longe…


Aos braços da felicidade
Num voo de liberdade

O pássaro ama!
“ Amo no teu ser “

Meu bem, amo no teu ser


A pureza do coração
Acima de dotes corporais
Quaisquer

Amo a espiritualidade da tua entrega


Numa incondicionalidade
Ao tempo e ao espaço
E a qualquer detalhe do meu viver.
“ O prazer “

O prazer é um meio-termo
Entre a dor e o amor no meu existir
Aliás na dieta que a vida nos traz
Mas bem apraz…
E apraz-me mais pensar-te vendo as estrelas
Que desejar-te e ver-te longe delas.
“ Para sempre “

Nada foi escrito sobre mim sem mim


Por isso, devo tomar decisões
Consciente de que as escolhas que faço
Determinarão o que serei no futuro

O destino não é algo que me destina…


O destino é algo que eu devo destinar
O destino sou eu a me conduzir…
Sou eu a existir!
O destino é algo que eu devo escrever
Num poema de viver

Eu sou o impreciso
Infinito nas minhas possibilidades de escolha
E escolhendo faço meus caminhos
Com liberdade e responsabilidade
Por isso sou homem
E neste momento escolho a ti…
Para sempre.
“ Tão longe, tão aqui “

Entre nós existem oceanos


Distâncias abismais…
Vidas a frente e atrás.

Mas o amor surge assim:


Atravessando fronteiras
Rompendo barreiras…

Tão longe, tão presente…


“ Sou o lenço “

Disposto a enxugar tuas lágrimas


E a luva, quem me dera sê-lo também
Afagando-te o rosto tão bem
Terna e suavemente!

Musa, teus olhos dizem-me coisas


Falam-me de paraísos feitos de sorrisos
Iluminam-me os passos e deixam
No meu espírito afáveis marcos…

Musa, deusa minha


Tua palavra é um hino
E adoro quando me chamas por divino
Teu ébano!
Sim, sou teu ébano
Senhor do teu céu…
A estrela que brilha na tua mente
Apontando-te um novo horizonte

Amo teu linguajar


Quando deus africano da tua alma
Me tens a considerar…
Amo teu ser:
Teu corpo, tua alma
Amo tua história
E eternizo-te na minha memória

Uns dirão que te amo por afinidade


Outros por sagacidade
Outros ainda por seres linda
Outros mais por que me inspiras
Nós dois sabemos que te amo de verdade
E este amor é o mais puro e sagrado
Entre tantos que existiram…
E no meu peito haviam se alojado

Nos teus olhos vejo o mundo


Que trazes no mais fundo…
E é nele que me quero afogar!
“ Canto ao vento “

Aliás conto…
Mensagens de amor e saudade
Que ele bem levará aos teus ouvidos
E te lembrará hinos que sussurrei…
Outrora, nos meus versos para ti

Sei que te chegará esta canção


Alegrando o teu coração
Aliás esta confissão:

Quando sentires a brisa a te acariciar


São meus dedos…
Quando sentires a chuva a te molhar
São meus beijos…
Quando sentires as estrelas a brilhar
São meus olhos…
A olharem para ti
Velando por ti!

Quando ouvires o rumor do vento


São meus recados…
Segredos do coração que te confesso
Em canção de saudade e amor!
“ Mocidade morta ”

Nunca amei tanto…


E tanto é o ardor dessa paixão
No peito…
Que desde o parapeito
Te contemplo em silêncio…

Anulei-me a mocidade…
Meu amar-te tem maturidade.
Não quero vinho
Não desejo outras aventuras
Outros prazeres…
Não quero cigarros
Nem drogas
Nem bebidas alcoólicas

E se for para fumar


Que eu fume o teu amor
Se for para beber
Que eu beba do teu licor
Se for para drogar
Que eu me drogue de te amar
E tanto te contemplar!
“ Kalida “

Vem e serei teu amo


Não como Agostinho
O Aurélio…
Mas com a ternura
De um homem velho
Com um coração ainda novo
Cheio de amor e doação

Vem, toma minha mão


Toma meu coração…
Haja vento ou não
Tempestade ou solidão
Ele baterá sempre bem forte
Aqui no meu peito por ti.
.
“ Vénus ”

Quem és tu que invades a noite


E te abeiras nos meus sonhos?

Oh deusa, és tu afinal
Cujo olhar cândido tem efeito balsâmico
Na pele da minha solidão
És tu, cuja voz contém melodias
Para o meu coração

Vénus, excelsa beleza


Doce Amor
Expulsa de mim aquela tristeza
Há muito feita agonia
E dá-me do brilho da tua alegria
Com beijos de poesia
E sorrisos de harmonia

Vem, Vénus prateada


Derramar uma chuvada de paz
No meu coração!
“ Flor e borboleta ”

Somos isso…
Tu és a flor
Cheia de cor
Linda, sorridente
Atraente
Exalando fragrâncias

Eu sou a borboleta
Esvoaçando ao teu redor
Alucinado pelo teu esplendor
Declamando nos teus ouvidos
Poemas de amor…
Sou eu a borboleta
Que te quer para sempre
Minha Julieta!

Sou eu o teu adorador


Venerando-te desde o amanhecer
Ao anoitecer
Velando por ti
Sendo teu anjo da guarda
Teu sol
Tua chuva
Teu lençol…

Somos como flor e borboleta


Cor-de-rosa é a tua pele…
Cor de violeta é o meu amor
Por tua rosa cor!
“ Computador da noite “

Na noite escura teu brilho me ilumina

E então ao toque de uma brisa qualquer


Vem-me o nome de uma mulher…

E pensando em vê-la sentada ao pé de mim


Acende-se logo no escuro do meu quarto
Uma linda e providente vela.

Ela é uma Cinderela, linda como estrela


Brilha-me a alma só de vê-la…

Amanhã tê-la-ei outra vez junto de mim


E aquela sala será um lindo e colorido jardim
Pois ela é uma flor que a tudo dá cor!
“ Fogo em brasa “

Vem
Beija a minha pele
E depois de me beijares
Vai-te longamente
Só não me deixes doente

Teus beijos são vinhos


Que não me embriaguem demais
Depois da ressaca não voltes nunca mais
Fogo em brasa
“ Musa ”

Um beijo teu
Só um beijo teu
Opera milagres em mim
E ressuscita mil Cristos
No meu íntimo…

Ó musa
Nota musical da vida
Figura mais fusa
Na escala vital
Vem para mim
E eu te amarei sem fim
Abre a porta do teu coração
Entrega-te ao doce desta paixão

E doce é o teu olhar


São chuvas cristalinas tuas palavras
São tetas de amor tuas lindas canções
Que aos meus ouvidos chegam em surdina
Transportadas pelo vento
Numa melodia muito fina!

Um beijo teu, ó Madalena dos meus dias


Dar-me-ia a alegria mais pura e plena…
E rasgaria dos meus lábios os sorrisos
Mais cálidos e sinceros…
E far-me-ia viver
O paraíso que só nos teus olhos
Posso ver!

Quem me dera, doce primavera


Ser o anjo que beija os teus sonhos
E acaricia o teu sono com sopros amanhos
Quem me dera ser a cadeira que na escola
Afaga o teu traseiro ternamente
E suporta com suavidade tuas costas

Confesso: invejo-a!
Queria ser eu aquela cadeira
Podendo sentir-te de segunda à sexta-feira

Pobre de mim
Aliás infeliz, por amar quem
Para mim nada diz
E me despreze talvez

Pobre de mim
Infeliz, que só sei olhar para ela
Aquela estrela
Que enche a sala de brilho
“ Não esperes o sol se pôr “

…. Para dizeres que me amas


Os mortos nada ouvem…

Não deixes nada para depois


Diz tudo o que sentes agora
E dá-me o prazer de morrer contente
Aliás consciente do teu amor…
“ Tudo te canta “

Não voltes demais para ti…


Olha ao redor
Vê o que te cerca
Como te ama e estima
Como tudo te canta
E te centra:
Das árvores aos rios
Dos pássaros aos homens
Tudo te contempla e admira
De todos és querida
És especial!
“ Eloísa “

Não sou Abelardo


Mas contigo sou felizardo
E tudo me faço
E se fores Julieta
É Romeu que me transformo
Se fores Rose
É Jack que me torno
Por ti e em ti tudo posso…
Posso ser poeta ou artista
Músico ou profeta…
Peça-me o que quiseres
Nem que seja
Para ser cometa

Morrei agarrado ao teu manto


No pranto serei teu acalento
E junto seremos um novo momento
Na história do Universo!
“ Amor em taças de prazer “

Quanta dor…
Esconde no mais fundo
Para além da embriaguez
E falta de lucidez
Diante do mundo!?

Por cima lindo, atraente


Doce e brilhante
Mas tomando-o até ao fundo
A dor chega ao coração
Até ao mais profundo…
E a paixão faz-se aflição
Tudo perde sentido!
“ Quando o destino nos quer juntos “

Não dá para fugir…


O Universo e as estrelas
Conduzem-nos um ao outro
E infelizes acabamos…
Quando não cedemos

Tudo me leva a ti
Tudo te traz a mim
Entre rios e oceanos
Estradas e atalhos
Tempestades e ventos
Nos misteriosos caminhos
Do existir, e contra isso
Não podemos resistir…
“ Meus olhos vagueiam atónitos “

…. No meio da noite
À busca de uma luz…

E longa demais é a noite


Quando a alma clama pelo dia
Cansada da escuridão que vicia
Saudosa da paz do coração…

E vou seguindo assim


De olhos abertos, percorrendo a noite
Atento aos cantares passarinhos…
Quais arautos da aurora
Ofertando-me uma melodia de alegria

Meus olhos vagueiam atónitos


No meio da noite te esperando…
“ Romeu e Julieta “

Jamais vi maior desventura no amor


Que na de Romeu e Julieta
Um amor-paixão…
Consumado na morte
E talvez sem ressurreição

Livre-nos, ó Deus
Deste fatal destino
E mostre-nos, ó Céus
O amor mais divino
Puro e cristalino
Como o orvalho da manhã
Brilhante e providente
Como o sol…
Que dissipa a escuridão
E ilumina os corredores do coração!
“ Exílio da razão “

Exila-se a razão quando a paixão toma o comando


Deixando-nos conduzir por desejos e ardentes no âmago
E a imaginação cria um colorido mundo na mente…
Que mais tarde o tempo desmente…

E quando a paixão se apodera do nosso ser


Não importa o grau do nosso saber…
Tornamo-nos todos cativos de um amor
Em todo o momento e instante…
E não conseguimos pensar noutra coisa
Senão nas anfractuosidades desse amor!
“ Afronta aos deuses “

Exilados do paraíso…
Só no amor encontraremos nossa redenção

Sei que por paixão, viemos a este chão….


Desobedecendo aos deuses…
Tiranos e muitas vezes pedófilos
E Júpiter ri-se de nós lá do alto…

Mas aqui mostraremos aos céus


Que o amor é mais lindo que o rosto de Zeus
E o preferimos a todas as pompas do Olimpo!
“ Era brilho de amor “

O que eu vislumbrava nos teus olhos…


Neles eu lia os sentimentos que por mim nutrias
Descobria toda a docilidade e ternura da tua alma
Mas agora este brilho nos teus olhos se apagou
E percebo que o teu amor por mim acabou

Já não me amas mais


Posso senti-lo na falta de fulgor quando olhas para mim
Na tua indiferença à minha presença
Na frieza com que te diriges a mim…

E lamento
Lamento imenso por nosso amor
Outrora tão intenso…
Foi bom enquanto durou
Mas esta situação muito me magoou
E ainda dói, dói bem no fundo do meu coração
Saber que a fonte da nossa paixão secou
E tu já não me vês mais como teu herói…
“ Vejo-te a passar “

Beldade sem igual


Radiante como o sol
Sorridente estrela…
Amena e doce flor
Exalando perfumes…
Deixando aos olhos meus
Rios de cobiça
E por outros que te olham
Oceanos de ciúmes…

E eu a te olhar maravilhado
Esquecido de tudo
E das normas que tornam
Este amor proibido
Esquecido até do tempo
“ Retrato “

Mulher de ouro
Olhar imorredouro
Lábios sorridentes
Ombros atraentes

Olhar para ti é ver o paraíso a sorrir


Ó musa de rosto diáfano
Soltando raios de harmonias
…. Tua voz contém doces melodias!
“ Deixa-me viajar nos teus olhos “

Um belo e colorido paraíso buscar


E assim no teu amor poder me encontrar
Eternizado neste amor sem medida
Cuja medida é fazer-te minha terra prometida!
Segunda Secção

(POEMAS DE VALDELICE NUNES)


Sobre a Autora:

VALDELICE NUNES, nome literário de Maria Valdelice Nunes


dos Santos, que nasceu no dia 9 de julho de 1977, na histórica
cidade alagoana, a bela Penedo. Poetisa brasileira, solteira, mãe e
avó. Sonhadora que acredita num mundo movido pelo amor.
Escreve no seu blog Poetizando desde 2017 (Vall Nunes), onde
participa de desafios literários e duetos para desenvolver sua
maturidade poética e aprender com os diferentes estilos.
Seu estilo é livre, sem formas fixas, pois na poesia é possível falar de
tudo, ainda que não haja métricas ou rimas.
“ Outras Vidas “

Revendo fotos antigas


Revivo momentos
Ali, vendo quem fui
Ao longo do tempo
Não, não lamento
Prefiro a mulher de hoje
Mesmo mais velha
Tão mais bela!
Segura
Vivida
Sofrida
Fases de uma vida
Fotografias que eternizam
Momentos
E o tempo…
Esse não perdoa
Segue sua natureza
Finda a juventude
Quem disse que
Não continuo estonteante?
Quem disse que envelhecer
É o caminho para a morte?
Sendo assim, tive outra sorte.
“ Sabedoria ancestral “

“ Nunca esqueça as lições aprendidas na dor ”


Nem mensure a grandeza do amor
“ Não olhe onde você caiu, mas onde você escorregou ”
Desvie-se dos maus caminhos, olhe onde pisou!
“Enquanto você reza, vá fazendo.”
É a panela no fogo e varrendo a casa.
“ O conhecimento é como um jardim:
Se não for cultivado, não pode ser colhido.”
Assim são amores e amizades, quando perdem o sentido
“ O vento não quebra uma árvore que se dobra.”
Não confunda teimosia com persistência!
“ Se passa o que é bom, também passa o que é mau.”
Nenhuma situação é eterna, tudo na vida passa.
Ficam as lições aprendidas. Preste atenção nos sinais,
No que está sendo mostrado pela situação, seja ela de prazer
Ou de sofrimento...nem tudo é tormento.
Tudo é como você costuma conceber.
“ O que vê, deixe lá! “

“ Veja e deixe lá! ”


Era assim que dizia minha avó
Um alerta para não se meter
Nos problemas alheios

O que escutasse, deixasse lá


O que visse deixasse lá
Cada qual com seus desafios
E seus dilemas

De nada adianta falar de problemas


Com pessoas na vizinhança
Eles não ajudam a solucionar
O que fazem é espalhar
E rir da situação

“ Veja e deixe lá! ”


Aprenda a guardar os segredos
Da sua casa
Não aja como louca
No momento da raiva

O que vê, deixe lá!


Fuja de confusão
Não se meta na vida alheia
Cada um cuida de si
O que vê, deixe lá!
Isso não é se acovardar
É usar da sabedoria
E da presença do mal se afastar

Não ser curioso para o mal


É ser cauteloso para evitar
Tudo que traz prejuízos
Ouçam, todos os que têm ouvidos!

Não é lavar as mãos diante do ocorrido


Seja sensato, ajude se necessário
Do contrário, apenas observe
E no momento certo, poderás agir.
“ Revelação “

Um novo sentimento
Se revela
Mostra uma mulher diferente
Ela me surpreende
Gosto dessa versão
Ela não tem medo
Tem prazer na submissão

Para viver o amor


É preciso renunciar
É preciso se doar
Unificar corpo e espírito
Nos mistérios do amor…

…ele é o meu consolador


E trouxe a boa nova
Desse sentimento libertador

É tempo de deixar tudo para trás


Momento de decisão
Nascer para outra vida
Se despir do egoísmo
Viver a plenitude do amor
Com total liberdade

É tempo de cura
De uma nova semeadura.
“ Pessoas Líquidas “

Não é fácil ser quem sou


Não é fácil ser como sou

Quem eu sou?
Como eu sou?

Sou humana, sou criatura


Feita por um amoroso Criador

Sou sua semelhança


Sou herdeira do seu inesgotável amor

Isso faz de mim uma pessoa firme


Firme no que acredito

Acredito que sem amor


Ninguém vive verdadeiramente

E os rolos me olham torto


Dizem que sou iludida

Acredito no que a maioria despreza


Penso que somente eu tenho valor
Neste mundo de pessoas líquidas
Manter-se firme é insulto

E tentam a todo custo


Desviar minha atenção
“ Nomenclaturas “

Pecado, aquilo que faz errar


O alvo, o caminho, a direção
O indivíduo não conhece a verdade
Não sabe que deve mudar os caminhos

Transgressão, característica do que


Faz uso da rebeldia
Conhece o caminho e seus atalhos
Propositadamente desvia-se da direção

Iniquidade, é a ausência de arrependimento


O sujeito não sente culpa
Sente-se confortável em ferir, destruir
Transgredir é sua diversão

Assim, o pecador atinge níveis


Diferentes da desobediência
Em alguns casos por ignorância
Em outros, tem total consciência

Por isso, o castigo vem


De acordo com cada situação
Se o pecador conhecia a verdade
Se procura em Deus comunhão.
“ Abandono “

É triste ver o mundo envolvido


Numa cápsula de corrupção

As pessoas perderam a vontade de amar


Não sabem se doar ao próximo

Pensam apenas no ter


Se esquecem de primeiro ser

Famílias se abandonam
Nações entram em litígios

E do outro lado do muro


Habitam os eternos esquecidos

Sem casa, sem abrigo


Marginais sociais

Sem comida, sem nome


Sem direitos constitucionais.
“ Céu da Perfeição “

Se compadeça da minha agonia


Escutai minhas súplicas
Trazei aquele que amo
Converte essa tristeza em alegria

Oh céu, ouve minha tristeza!


E desse sofrimento te compadeças
Oh céu, negro de beleza incomum!
Permita que sejamos apenas um

Oh céu de rara beleza!


Não permita que meu coração
Morra de tanta tristeza!

Oh céu que encanta com sua perfeição!


Diz-me que não vivo uma ilusão
Céu que me inspira tantas reflexões
De onde vem minhas inspirações.
“ Fadiga “

Meu corpo não reage


Minha mente fervilha

Tão dolorido quanto contraditório


Meu corpo quase não se move

Minha mente atravessa fronteiras


Viaja por muitos mundos

E nesse mundo das aparências


Não se nota a essência

Sou como sou


Não como veem

Não exagero sentimentos


Nem estou depressiva

Estou muito viva


Feliz, pois sei quem sou

Nesse mundo padronizado


Ser diferente é ser imprestável

Ah, como este mundo está doente


E as pessoas dementes!
“ Sou Penedense “

Você não sabe como é ser nordestina


Você acha feio o meu sotaque

Tenho orgulho do meu oxente


Tenho prazer em ser diferente

Nordestina sim, aqui de Alagoas!


Da capital do Baixo São Francisco

Só sendo daqui, poderá sentir tudo isso!


Te convido a mergulhar no Velho Chico

Ah... será que ficou com vontade?


Venha! Conheça a minha cidade

Sinta nosso lugar, a nossa gente


Sinta porquê somos diferentes

Sinta o prazer, deixe Penedo te envolver!


Na cultura e na história do povo Penedense.
“ Impossibilidades “

Abril o trouxe para mim


Esse amor diferente me despertou

No mar das impossibilidades


Me surpreendi com esse amor
Que apenas ama na sua liberdade
Ah, ele revirou os meus sentimentos
Não sai mais do meu pensamento
É um delicioso tormento

Abril o trouxe aqui


Ele floriu o meu jardim
Agora não tenho como fugir
Navego nas ondas desse amor
Mergulho na negritude
Daquele olhar sedutor.
“ Filho das Musas “

Vem, oh filho das Musas!


Filho da perfeição

Vem, sê minha consolação!


Nas noites sem lua

Envolva-me no seu manto


Enxugue o meu pranto

Conduza-me pelos caminhos


Do mais puro prazer

Quero endoidecer, ao sentir


Seus lábios o meu corpo percorrer

Não demore lindo deus!


Que lhe traga o grande Morféu

Para dentro desse sonho meu


Sentindo meu corpo roçar no seu.
“ Barro Vermelho “

Foi por onde Penedo começou


Um bairro tradicional
A cidade cresceu
O povo se espalhou

Atualmente Bairro Santo António


Em agosto tem seus festejos
Novena e procissão
Ruas enfeitadas e leilão

Tem artistas da terra


Muita fé e emoção
Meu lugar tem tradição
O meu povo é festeiro

E na Praça da Alegria
A folia contagia...
Em louvor ao glorioso santo
Que protege os namorados
Nos escurinhos do bairro
“ Invasão “

Ele chegou sem avisar


Esse louco amor
Que me despertou
Quando me vi naquele olhar

Não, não pediu permissão


Silencioso, segurou minha mão
E agora, não encontro salvação
Me rendi, sem hesitar

Quando ele me olha


Pareço desmoronar
Não disfarço, não quero resistir
Me perdi naquele olhar

Seus olhos tem o poder de me invadir


Atravessando o oceano
Não sei como, ele sabe tudo de mim
Sabe que o espero todas as noites aqui
“ Impura “

Sou resultado da miscigenação


Minha pele é branca
Meu cabelo é crespo
Meus lábios são carnudos

Sou um misto de povos


Em mim mora outras culturas
Estou espalhada no mundo
E o mundo eclode em mim

Eu sou o samba
A lambada
O merengue
O xaxado e o xote

Sou Brasil que outrora foi colonizado


Sou nativa e estrangeira
Sou parte de uma gente guerreira
Que sofre uma vida inteira.
Quem
z Somos‽

Jøfráseø Editora é uma comunidade literária Angolana, voltada na


expansão e na divulgação de novos escritores, isso por meio de
publicações de livros. Foi fundada a 20 de fevereiro de 2019 por Jóseo
Tshespiry e Eufrásio Steper. O nome Jøfráseø surgiu na Junção dos
nomes Jóseo + Eufrásio = Jøfráseø, e os mesmos ao lado da Luduvina
Zamúdia são as grandes figuras que trabalham arduamente para o
engrandecimento da Editora e na publicação de belas obras literárias.

E-mail: Jofraseoeditora@gmail.com

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