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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DE XXXXXX DO ESTADO DE


XXXXXXX

MAIS LINDO DO BRASIL, Médico, portador da Cédula de identidade no ....., expedida


pela ....., e do CPF no ....., endereço eletrô nico ......., e sua mulher MAIS LINDA AINDA,
Dentista, portadora da Cédula de Identidade no ....., expedida pela ....., e do CPF no .....,
endereço eletrô nico ......, brasileiros, casados, residentes e domiciliados na Rua....,
no ....., Bairro ....., Cidade de XXXXXXX-UF,por intermédio de seu advogado, ainda
assinado, vem respeitosamente, à presença de Vossa e Excelência, propor
AÇÃO DE USUCAPIÃO ORDINÁRIA
com fulcro no art. 1.242 do CC, em face de MARIDO QUE VENDE TERRENO SEM
AVISAR ESPOSA, brasileiro, divorciado, autô nomo, portador da Cédula de
Identidade n.º ....., expedia pela ...., e do CPF n.º...., endereço eletrô nico ........, residente
e domiciliado na Rua ....., no......., Bairro ...., Cidade de XXXXXX - UF, e sua ex-cô njuge
ESPOSA ENGANADA, brasileira,divorciada,bió loga, portadora Cédula de identidade
RG ......, expedida pela ...., e do CPF nº ......, endereço eletrô nico ......., residente e
domiciliada na Rua ........, n.º ......., Quadra n.º ........, Cidade de XXXXXX - UF,Cep n.º.......,à
vista dos fatos e fundamentos que passa a expor;
I - DOS FATOS
O autor possui o imó vel, localizado no Município de XXXXXXX, que foi adquirido de
Marido em 16/01/2006, conforme contrato anexo.
O referido imó vel, cujos antigos proprietá rios eram Marido e Esposa se casaram em
20/10/2005, pelo regime de separaçã o obrigató ria de bens (art. 1.641, I do Có digo
Civil de 2002) e se divorciaram em 20/05/2016.
O autor sequer tinha conhecimento que o requerido Marido era casado, tanto que na
escritura de imó vel, anexa, consta apenas seu nome como proprietá rio, de modo que
nã o era exigível ao autor que soubesse da existência do cô njuge, bem como, da
necessidade de outorga uxó ria de Esposa.
O imó vel foi prometido a venda para Mais Lindo conforme contrato datado de
08/07/2006, (anexo) com imissã o na posse via clá usula do constituto possessó rio.
O autor nunca sofreu qualquer tipo de contestaçã o ou impugnaçã o por parte de
quem quer que seja, sendo a sua posse, portanto, mansa, pacífica, e ininterrupta
durante todo esse tempo (por mais de 10 anos). Ressalta-se que o autor, desde que
entrou para o imó vel, agiu como se fosse o pró prio dono.
O autor em momento algum teve ciência de que nã o era dono do referido imó vel,
tendo, inclusive, um documento que o possuidor acreditava ser há bil a comprovar
que o imó vel lhe pertencia, mas que, em tese, se revela defeituoso.
Dessa forma, estando presentes todos os requisitos legais exigidos, o autor faz jus à
procedência da presente açã o.
II - DO DIREITO
A açã o tem como natureza a declaraçã o de direito estabelecido pelo magistrado, que
é o que requer nesse momento, a declaraçã o de direito de posse e propriedade. Até
por que os autores compraram o imó vel, utilizou, gozou e frui de tal terreno, e
principalmente os autores se tornaram possuidores. Segundo artigo 1241, do Có digo
Civil, eis que:
“Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante
usucapiã o, a propriedade imó vel.
Pará grafo ú nico. A declaraçã o obtida na forma deste artigo constituirá título há bil
para o registro no Cartó rio de Registro de Imó veis.”
É o que se requer, a declaraçã o de propriedade por usucapiã o, para que
posteriormente se consiga o devido registro.
A usucapiã o é um modo de aquisiçã o originá ria da propriedade ou de outros
direitos reais que decorrem da posse prolongada no tempo, do justo título e da boa-
fé. É também um modo de perda da propriedade, pois para que alguém adquira é
preciso que outro perca. Pode ter por objeto bens mó veis ou imó veis, e pressupõ e
que os possuidores tenham permanecido na coisa, sem ser incomodado pelo
proprietá rio, pelo tempo estabelecido em lei.
Trata-se da usucapiã o na forma originá ria de aquisiçã o da propriedade, pois inexiste
a transmissã o da propriedade do antigo proprietá rio para o usucapiente.
Assegura o art. 1.242 do CC que adquirirá a propriedade do imó vel, mediante
usucapiã o ordiná ria, a situaçã o fá tica que apresentar a junçã o de alguns elementos
fundamentais, quais sejam: posse mansa, pacífica e ininterrupta de um determinado
imó vel; lapso temporal de 10 (dez) anos, e ainda a constataçã o de que o possuidor
esteja agindo de boa-fé e tenha a seu favor um justo título.
Salienta-se que aquele que possui um justo título, tem a seu favor a presunçã o de
que é possuidor de boa-fé, conforme determina o art. 1.201, pará grafo ú nico, do CC.
A jurisprudência também anuncia os requisitos indispensá veis para a configuraçã o
do usucapiã o ordiná rio e esclarece, ainda, a conceituaçã o do que seria justo título,
conforme julgados do TJ/MG:
APELAÇÃ O CÍVEL - USUCAPIÃ O ORDINÁ RIO - REQUISITOS PREENCHIDOS -
PROCEDÊ NCIA DO PEDIDO INICIAL. Para o reconhecimento da prescriçã o aquisitiva
delineada pelo artigo 551 do antigo Có digo Civil erigem-se como requisitos a) posse
mansa, pacífica, e ininterrupta, exercida com intençã o de dono; b) decurso do tempo
de dez anos entre presentes, ou de quinze anos entre ausentes; c) justo título,
mesmo que este contenha algum vício ou irregularidade; e boa-fé. Justo título nã o
quer dizer título perfeito. É qualquer fato jurídico apto à transmissã o de domínio,
ainda que nã o registrado. A açã o de usucapiã o compete também ao possuidor a non
domino. (Nú mero do processo: 2.0000.00.446409-7/000 1 Relator: DOMINGOS
COELHO Data do acordã o: 23/02/2005. Data da publicaçã o: 05/03/2005)
AÇÃ O DE USUCAPIÃ O ORDINÁ RIO - REQUISITOS - AUSÊ N-CIA - PRESCRIÇÃ O
AQUISITIVA - IMPOSSIBILIDADE. - O usucapiã o, consabidamente, é o modo de
adquirir a proprie-dade pela posse continuada, durante certo lapso de tempo, com
os requisitos estabelecidos na lei. - O autor da açã o de usucapiã o ordiná rio que nã o
comprovar que possui o imó vel por dez anos, com animus domini e pacifica-mente,
com justo título e boa-fé, nã o faz jus à prescriçã o aquisitiva pleiteada. - Apelaçã o nã o
provida. (Nú mero do processo:2.0000.00.341612-2/000 1. Relator: EDGARD
PENNA AMORIM Data do acordã o:26/03/2002. Data da publicaçã o: 01/05/2002)
Conforme anuncia o art. 941 do CPC, a presente açã o, entã o, terá o condã o de
declarar o domínio do imó vel ao possuidor, autor da mesma.
III - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer que a açã o seja julgada PROCEDENTE, concedendo à
Requerente o domínio ú til do imó vel em questã o, declarando por sentença a posse e
o domínio do imó vel, bem como:
1. Que sejam citados os Requeridos, proprietá rios do imó vel litigioso para
responder a presente açã o sob pena de revelia;
2. Que, nos termos do artigo 942 do CPC, sejam citados todos os confrontantes, por
oficial de justiça, nos termos do artigo 221, II do CPC, para querendo, contestem a
presente açã o, oferecendo a resposta que tiverem, no prazo legal de 15 dias, sob
pena de nã o o fazendo, presumirem-se aceitos como verdadeiros os fatos alegados
na peça exordial, conforme estabelece artigo 319do CPC;
3. A concessã o dos benefícios do § 2º do artigo 172 do CPC ao Oficial de Justiça
incumbido das diligências;
4. Que sejam intimados, por via postal, nos termos do artigo 943 do CPC, os
representantes da Fazenda Pú blica da Uniã o, Estados, Distrito Federal e Municípios
para que manifestem eventuais interesses na causa.
5. A citaçã o dos réus certos e incertos e terceiros interessados, por Edital (art. 221,
III CPC), para querendo, contestarem a presente açã o, oferecendo a resposta que
tiverem, no prazo legal de 15 dias, sob pena de nã o o fazendo, presumirem-se
aceitos como verdadeiros os fatos alegados na peça exordial.
6. A intimaçã o do Ministério Pú blico, cuja manifestaçã o se faz obrigató ria no
presente feito, conforme manda o artigo 944 do CPC.
7. Que a sentença seja transcrita no registro de imó veis, mediante mandado, por
constituir esta, título há bil para o respectivo registro junto ao Cartó rio de Registro
de Imó veis, de acordo com o art. 945 do CPC c/c com art. 1.241, pará grafo ú nico do
Có digo Civil.
8. Requer-se ainda a condenaçã o dos eventuais Requeridos ao pagamento das custas
processuais e honorá rios advocatícios a serem fixados por Vossa Excelência, na
proporçã o de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, nos termos do artigo 20,
§ 3º do Có digo de Processo Civil.
9. Por fim, requer-se a concessã o dos benefícios da Assistência Judiciá ria, por serem
os Requerentes pobres na acepçã o jurídica do termo, conforme declaraçã o anexa.
V. DAS PROVAS
Pretende o Requerente provar suas argumentaçõ es fá ticas, documentalmente,
apresentando, desde já , os documentos acostados à peça exordial, protestando pela
produçã o das demais provas que eventualmente se fizerem necessá rias no curso da
lide.
Dá -se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins fiscais.
Termos em que,
Pede deferimento.
Cidade - UF , data.
ADVOGADO
OAB/MT XXX.XXX

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